Estamos
no capítulo 14/66, na terceira parte do livro de Isaías, na subparte “B”. Como
temos dito, a época corresponde ao período entre 740 a.C e 686 a.C que se encontra
detalhada em II Re 15:1 a 20:21, envolvendo os públicos de Israel e Judá.
Parte III
– A RESPOSTA DE ISAÍAS AO JULGAMENTO ASSÍRIO – 7:1 – 39:8.
B. Levante
internacional durante o julgamento assírio – 13:1 a 27:13.
Como
já falamos, essa parte “B” se refere às contendas internacionais que Deus
provocaria por meio do ataque assírio, com os seguintes objetivos: no presente,
despertar a confiança; no futuro, a esperança da restauração.
A
parte “B” foi dividida em duas grandes subpartes. 1. Oráculos acerca de nações
específicas – 13:1 ao 23:18 – estamos
vendo. 2. O objetivo do levante internacional – 24:1 ao 27:13.
1. Oráculos acerca de
nações específicas – 13:1 ao 23:18 - continuação.
Nessa
seção estamos apresentando as profecias (oráculos) de Isaías relativas às ações
de Deus para com dez nações específicas que desempenharam papéis importantes
durante o período do julgamento assírio.
Os
oráculos também foram igualmente divididos em 10 partes, envolvendo, portanto,
dez nações: a. Babilônia (Assíria) – 13:1 a 14:27 – estamos vendo agora. b. Filístia – 14:28 – 32 – também veremos agora. c. Moabe – 15:1 –
16:14. d. Damasco – 17:1-14. e. A Etiópia e o Egito – 18:1 – 20:6. f. Babilônia
– 21:1-10. g. Edom – 21:11-12. h. Arábia – 21:13-17. i. Jerusalém – 22:1-25. j.
Tiro – 23:1-18.
a. Babilônia
(Assíria) – 13:1 a 14:27 - continuação.
O
profeta começou com uma proclamação de severo julgamento por vir à Babilônia
ou, como as evidências de fato sugerem, sobre a Assíria.
Nos
dois primeiros versos deste capítulo, a compaixão de Deus seria mostrada a todo
o povo de Deus, a Jacó e a Israel. A destruição da Assíria estava ligada ao ato
de Deus soberano de escolher - eleição pactual ou nacional - Israel mais uma
vez.
Por
meio do exílio, Deus purificaria Israel por causa da disseminação do pecado,
mas o escolheria outra vez – os remanescentes da purificação - para receber as
bênçãos da restauração (41:8-9; 43:10,20; 44:1-2; 45:4; 49 7; 65:9; Ex 19:6; Dt
7:6; 14:2,21; 26:19; cf: Rm 9-11). Até os estrangeiros - gentios na nação
(2:1-5) - que se ajuntarem e se chegarem a Jacó – vs. 1 – seriam assimilados.
A
promessa de restauração de Israel – vs. 2 – é grande, mas condicional ao seu
comportamento e obediência à sua aliança com Deus. Se a nação de Israel
soubesse os benefícios dessa união com o Senhor! Ou mesmo, nós, aqui no século
XXI, se soubéssemos! No entanto, vivemos a mendigar e a sofrer por que queremos
ser como Israel que invejava as outras nações maiores do que ele.
A
partir do verso 3 até ao 21, Isaías escarnece contra o rei da Babilônia
(Assíria).
O
provérbio ou o motejo citado no verso 4 era comum entre os vitoriosos que
frequentemente cantavam músicas de zombaria contra os inimigos vencidos (vs. 7;
12:1; Êx 15:1). Aqui, no caso, contra o rei da Babilônia, ou seja, o rei da
Assíria.
Com
a frase “Como cessou o opressor!” tem-se o início da primeira estrofe dessa
zombaria (14:9-11,12-15,16-21). Já foram quebrados o seu bastão e o seu cetro,
pois já não mais dominariam sobre os povos.
Assim,
no verso 7, exultam de júbilo com um novo cântico de vitória que seria ouvido
em resposta ao julgamento e à libertação vindos de Deus (12:6; 24:14,16; 25:5;
26:1,19; 44:23; 49:13; 54:1).
A
própria natureza responde aos atos divinos de julgamento e restauração (41:19; 55:13; 60:13; compare com 2:1; 9:10;
37:24; 44:14), pois que ninguém mais já subia contra elas para as cortarem. Em
seus anais, os reis assírios se gabavam das magnificas árvores que retiravam
das terras pilhadas.
Isso
me faz lembrar da natureza que geme aguardando com expectativa a manifestação
da revelação da glória dos filhos de Deus que o apóstolo Paulo cita em Rm 8:19.
Ela, a natureza, parece sentir quando o homem se afasta de Deus, e quando este
mesmo homem está ocupando lugar em seu habitat.
A
segunda estrofe vai dos versos 9 ao 11 e
descreve a surpresa diante da queda da Assíria.
Conforme
a BEG, os espíritos dos reis mortos pelos assírios se preparavam para receber
os reis da Assíria na sepultura. O inferno, os mortos, os vermes, os bichos – vs.
9 ao 11 - estarão a sua espera para saírem ao encontro dela que se achava tão
soberba e inatingível.
Parece
até uma comitiva do inferno celebrando por mais uma alma soberba entre eles.
Já
a terceira estrofe, ocupa os versos de 12 ao 15 e revelam a justificativa da
queda da Assíria. Ela começa sua queda do céu! Obviamente, uma hipérbole pelo
fato de ela ser derrubada de uma posição política elevada (Lm 2:1; Lc 4:6;
10:15).
Parece-nos
incorreta – posição defendida pela BEG - a antiga interpretação dessa passagem
que a considera uma referência à queda de Satanás. O contexto indica que Isaías
estava falando do rei da Assíria. O mesmo também pode ser dito de Ez 28 quando
faz uma descrição semelhante do rei Tiro. O máximo que poderíamos ter aqui
sobre Satanás seria o fato deles serem tipos representativos, mas nesse ponto
as Escrituras não são claras, por isso a existência de tantas controvérsias.
Também,
os reis assírios declaravam possuir tronos no reino celestial onde subiriam
acima das estrelas de Deus, exaltando o seu trono e se assentando no monte da
congregação. No entanto, quem é que é retratado aqui é o do Deus de Israel que
está reinando supremo sobre os poderes angelicais na sua corte celestial, que é
simbolizada pelo monte Sião (Sl 48:1-2).
Quanto
aos reis assírios ou ao tipo que parecem indicar, seriam levados ao inferno e
ao mais profundo do abismo – vs. 15.
Na
quarta estrofe, dos versos 16 ao 21, ocorre a descrição do fim da Assíria.
Isaías
zomba dos reis da Assíria ao comparar a antiga glória deles com sua condição
futura, uma vez que Deus trouxe julgamento contra eles. Eles pareciam
invencíveis, mas não eram.
No
verso 19, um contraste terrível entre os renovos ou os remanescentes, sendo que
o Renovo real da casa de Davi cresceria e governaria em benefício do povo de
Deus (11:1) ao passo que eles seriam abomináveis como as vestes dos que foram
mortos à espada e como os que descem ao covil de pedras, como um cadáver pisado
– vs. 19.
Ninguém
se lembraria do rei da Assíria porque ele não teria um sepultamento decente (vs.
18-20) e não deixaria descendência. Assim será também com toda a descendência
dos ímpios quando o Senhor vier julgar a terra e os seus moradores.
Os
salmos não se cansam de predizer o fim dos ímpios, por isso nos pede paciência
e tolerância até que todos os propósitos santos de Deus seja cumpridos e todas
as justiças sejam feitas e apaziguadas.
O
Senhor está por vir e com ele virá o fim para o perdido e o começo para os seus
eleitos, escolhidos desde a fundação dos mundos.
Diferentemente
de Israel e Judá, como já falamos, a Assíria não tinha um remanescente santo a
ser abençoado por Deus (vs. 30; 15:9; 17:.3). A conquista da Assíria pela
Babilônia (612 a.C.) deu início à sua destruição, mas essa predição terá o seu
cumprimento definitivo no julgamento da segunda vinda de Cristo.
b. Filístia – 14:28 –
32.
Nos
versos de 28 a 32, Isaías descreve, no ano em que morreu o perverso rei Acaz,
de que maneira Deus usaria os assírios – que seriam igualmente julgados - para
julgar os filisteus. É possível que esse oráculo seja uma referência aos
ataques de Tiglate-Pileser III sobre os filisteus em 727 a.C., assim como aos
ataques de Sargão II em 716/15 a.C.
A
Filístia não tinha mesmo do que se alegrar, embora houvesse um lapso temporário
na dominação da Assíria que ocorreu entre os reinados de Tiglate-Pileser III e
Sargão II, Deus continuaria a usar os assírios para punir os filisteus. O
ataque assírio viria do norte. A fumaça - vs. 31 - seria uma referência à
poeira que se levantaria pelo movimento dos invasores assírios que atacariam os
filisteus.
Deus
não estava contra "os aflitos do seu povo" (vs. 32), mas contra os
orgulhosos sobreviventes.
Is 14:1 Porque o SENHOR se compadecerá
de Jacó,
e
ainda escolherá a Israel e os porá na sua própria terra;
e
ajuntar-se-ão com eles os estrangeiros,
e
se achegarão à casa de Jacó.
Is
14:2 E os povos os receberão, e os levarão aos seus lugares,
e
a casa de Israel os possuirá por servos, e por servas,
na
terra do SENHOR;
e
cativarão aqueles que os cativaram,
e
dominarão sobre os seus opressores.
Is
14:3 E acontecerá que no dia em que o SENHOR
vier
a dar-te descanso do teu sofrimento, e do teu pavor,
e
da dura servidão com que te fizeram servir,
Is
14:4 Então proferirás este provérbio contra o rei de Babilônia,
e
dirás:
Como
já cessou o opressor,
como
já cessou a cidade dourada!
Is
14:5 Já quebrantou o SENHOR o bastão dos ímpios
e
o cetro dos dominadores.
Is
14:6 Aquele que feria aos povos com furor, com golpes incessantes,
e
que com ira dominava sobre as nações agora é perseguido,
sem
que alguém o possa impedir.
Is
14:7 Já descansa, já está sossegada toda a terra; rompem cantando.
Is
14:8 Até as faias se alegram sobre ti,
e
os cedros do Líbano, dizendo:
Desde
que tu caíste ninguém sobe contra nós
para
nos cortar.
Is
14:9 O inferno desde o profundo se turbou por ti,
para
te sair ao encontro na tua vinda;
despertou
por ti os mortos,
e
todos os chefes da terra,
e
fez levantar dos seus tronos a todos os reis das nações.
Is
14:10 Estes todos responderão, e te dirão:
Tu
também adoeceste como nós, e foste semelhante a nós.
Is
14:11 Já foi derrubada na sepultura a tua soberba
com
o som das tuas violas; os vermes debaixo de ti
se
estenderão, e os bichos te cobrirão.
Is
14:12 Como caíste desde o céu, ó estrela da manhã, filha da alva!
Como
foste cortado por terra, tu que debilitavas as nações!
Is
14:13 E tu dizias no teu coração:
Eu
subirei ao céu, acima das estrelas de Deus
exaltarei
o meu trono, e no monte da congregação
me
assentarei, aos lados do norte.
Is
14:14 Subirei sobre as alturas das nuvens,
e
serei semelhante ao Altíssimo.
Is
14:15 E contudo levado serás ao inferno,
ao
mais profundo do abismo.
Is
14:16 Os que te virem te contemplarão, considerar-te-ão, e dirão:
É
este o homem que fazia estremecer a terra
e
que fazia tremer os reinos?
Is 14:17 Que punha o mundo como
o deserto,
e
assolava as suas cidades? Que não abria a casa de
seus
cativos?
Is
14:18 Todos os reis das nações, todos eles, jazem com honra,
cada
um na sua morada.
Is
14:19 Porém tu és lançado da tua sepultura,
como
um renovo abominável, como as vestes dos que foram
mortos
atravessados à espada, como os que descem
ao
covil de pedras, como um cadáver pisado.
Is
14:20 Com eles não te reunirás na sepultura;
porque
destruíste a tua terra e mataste o teu povo;
a
descendência dos malignos
não
será jamais nomeada.
Is
14:21 Preparai a matança para os seus filhos
por
causa da maldade de seus pais, para que
não
se levantem, e nem possuam a terra,
e
encham a face do mundo de cidades.
Is
14:22 Porque me levantarei contra eles,
diz
o SENHOR dos Exércitos, e extirparei de Babilônia
o
nome, e os sobreviventes, o filho e o neto,
diz
o SENHOR.
Is
14:23 E farei dela uma possessão de ouriços e a lagoas de águas;
e
varrê-la-ei com vassoura de perdição,
diz
o SENHOR dos Exércitos.
Is
14:24 O SENHOR dos Exércitos jurou, dizendo:
Como
pensei, assim sucederá,
e
como determinei, assim se efetuará.
Is
14:25 Quebrantarei a Assíria na minha terra,
e
nas minhas montanhas a pisarei, para que o seu jugo
se
aparte deles e a sua carga se desvie
dos
seus ombros.
Is
14:26 Este é o propósito que foi determinado sobre toda a terra;
e
esta é a mão que está estendida sobre todas as nações.
Is
14:27 Porque o SENHOR dos Exércitos o determinou;
quem
o invalidará? E a sua mão está estendida;
quem
pois a fará voltar atrás?
Is
14:28 No ano em que morreu o rei Acaz, foi dada esta sentença.
Is
14:29 Não te alegres, tu, toda a Filístia,
por
estar quebrada a vara que te feria;
porque
da raiz da cobra sairá um basilisco,
e
o seu fruto será uma serpente ardente, voadora.
Is
14:30 E os primogênitos dos pobres serão apascentados,
e
os necessitados se deitarão seguros;
porém
farei morrer de fome a tua raiz,
e
ele matará os teus sobreviventes.
Is
14:31 Dá uivos, ó porta, grita, ó cidade; tu, ó Filístia,
estás
toda derretida; porque do norte vem uma fumaça,
e
não haverá quem fique sozinho
nas
suas convocações.
Is
14:32 Que se responderá, pois, aos mensageiros da nação?
Que
o SENHOR fundou a Sião,
para
que os opressos do seu povo
nela
encontrem refúgio.
Embora os filisteus procurassem criar uma
coalizão com Judá e outras nações contra os assírios, o povo de Deus deveria
confiar nele durante esse tempo de ameaça, em vez de formar essa aliança já derrotada
com a Filístia.
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Abaixo, os links dos cursos e peço-lhes o obséquio de transmitir essa informação aos interessados:
Estamos no capítulo 13/66, na terceira parte
do livro de Isaías, na subparte “B”. A época corresponde ao período entre 740
a.C e 686 a.C que se encontra detalhada em II Re 15:1 a 20:21, envolvendo os
públicos de Israel e Judá.
Parte III – A RESPOSTA DE ISAÍAS AO JULGAMENTO ASSÍRIO – 7:1
– 39:8.
B. Levante internacional durante o julgamento assírio – 13:1 a 27:13.
Nós estamos vendo a terceira parte de nossa
proposta de divisão de nosso livro que está abordando as profecias de Isaías
durante o julgamento assírio (7.1-39.8) e agora entramos nessa parte “B” que se
refere às contendas internacionais que Deus provocaria por meio do ataque
assírio.
O objetivo aqui é despertar a confiança e a
esperança. A confiança no sentido de encorajar o povo de Deus, no presente, a confiar
nele durante esses momentos difíceis e a esperança, no sentido futuro, para
despertar no povo de Deus expectativas santas num glorioso futuro do reino de
Deus.
Dividiremos esta parte “B” (estamos
seguindo a divisão proposta da BEG) em duas grandes subpartes. 1. Oráculos
acerca de nações específicas – 13:1 ao 23:18. 2. O objetivo do levante
internacional – 24:1 ao 27:13, ou seja, chegar-se a uma elaborada descrição do
julgamento que viria sobre as nações, quando o povo de Deus seria então
restaurado após o exílio.
1. Oráculos acerca de nações específicas – 13:1 ao 23:18.
Nessa seção, apresentaremos as profecias de
Isaías relativas às ações de Deus para com dez nações específicas que
desempenharam papéis importantes durante o período do julgamento assírio.
Depois de iniciar com uma declaração sobre
a derrota final da Assíria (13.1-14.27), as profecias predizem acontecimentos
que logo seriam vistos em outras nove nações ligadas à campanha militar
assíria, bem como a orientação que os fiéis em Israel e Judá obteriam a partir
desses acontecimentos.
Os oráculos serão igualmente divididos em 10
partes, envolvendo, portanto, dez nações: a. Babilônia (Assíria) – 13:1 a
14:27. b. Filístia – 14:28 – 32. c. Moabe – 15:1 – 16:14. d. Damasco – 17:1-14.
e. A Etiópia e o Egito – 18:1 – 20:6. f. Babilônia – 21:1-10. g. Edom – 21:11-12.
h. Arábia – 21:13-17. i. Jerusalém – 22:1-25. j. Tiro – 23:1-18.
a. Babilônia (Assíria) – 13:1 a 14:27.
O profeta começa com uma proclamação de
severo julgamento por vir à Babilônia ou, como as evidências de fato sugerem,
sobre a Assíria.
Conforme vemos na BEG, relativamente a esse
trecho que vai dos versos 1 ao 16, não está muito claro se a Assíria é o agente
ou a vítima da vingança de Deus nessa passagem.
Se ela for o agente, como supomos, o fato
de ter passado dos limites ao exercer o julgamento contra o povo de Deus, leva
à sua própria condenação, que começa no v. 17.
Embora o verso primeiro fale de profecias
contra a Babilônia, vários fatores indicam que essa passagem refere-se de fato ao
reino assírio, em vez de ao império babilônio, senão, vejamos:
(1)Desde
o tempo de Tiglate-Pileser III (729 a.C), os reis assírios se autoproclamavam
"o rei da Babilônia" porque a Babilônia estava entre suas possessões
e era uma cidade muito importante do mundo antigo (14.3).
(2)O
contexto literário mais amplo dessa passagem envolve o período do julgamento
assírio, não o julgamento babilônico.
(3)Is
14:24-27 cita a Assíria explicitamente, mas ela não está destacada por um
título introdutório corno na apresentação das outras nações nesse contexto (13:1,
14:28; 15:1; 17:1; 19,1; 21:1,11,13; 22:1; 23,1).
Por essas razões, podemos estar certos de
que essa profecia prediz a derrota dos assírios pelos babilônios em c. 612 a.C.
Dos versos 2 ao 5, é o Senhor preparando a
batalha contra a Assíria, por isso já diz no início para se alçar o estandarte nos
montes escalvados – vs 2 - e serem consagrados – vs 3 - os valentes assírios, a
quem Deus usou para seus propósitos. Também, poderiam esses valentes serem qualquer
outro exército que Deus tenha usado para trazer julgamento sobre os assírios (13.1-16).
De uma certa forma eles, os agressores, conscientemente
ou não, celebrariam a exaltação do Senhor enquanto executassem o seu julgamento
(10:6,7; 45:1-7; Jl 2:11).
O agrupamento dos exércitos seria tão enorme
e poderoso (30:30-31; 33:3; SI 29:5-9) que poderiam ser ouvidos os seus rumores
– vs 4 – de povo reunido e congregado com propósitos.
O exército assírio utilizou os serviços de
soldados de muitas nações e assim foram os agentes da ira de Deus (13:1-16)
para correção de muitos povos, nações e tribos.
Muitas nações eram totalmente impotentes para
resistir à agressão assíria (35:3; Jr 6:24; Ez 7:17; Sf 3:16). Aqueles que estavam
sujeitos à execução da ira de Deus estariam sujeitos ao terror do Dia do Senhor
e à angústia (13:6-22; 26:17; Jr 4:31; 6:24).
Os assírios eram conhecidos pela
brutalidade na guerra, embora outras nações também fossem capazes de violência
semelhante.
Quando Deus vem em julgamento severo, o
próprio cosmos é afetado (24:23; Jl 2:10,31; Ap 6:12-13), por isso que se diz
no verso 13 que os céus se estremeceriam e a terra seria sacudida de seu lugar.
O profeta fala aqui da vinda de Deus em julgamento como um abalo na criação –
vs 13. O rei da Assíria também é descrito como "o homem que fazia
estremecer a terra' (14:16) porque ele foi o instrumento de Deus para o
julgamento de muitas nações.
Deus, por fim, determinou julgar os assírios
lançando outros exércitos contra eles – vs 17 – os medos que não se
interessariam por ouro nem prata, mas por poder e conquistas. Eram eles habitantes
das montanhas de Zagros, a leste da Babilônia e da Assíria. Eles se uniram à
Babilônia na conquista final da Assíria.
E agora a Babilônia, a joia dos reinos,
glória e orgulho dos caldeus – vs 19 -, seria como Sodoma e Gomorra quando Deus
as destruiu e as transtornou.
Is 13:1 Sentença que, numa visão, recebeu
Isaías, filho de Amós,
contra
a Babilônia.
Is
13:2 Alçai uma bandeira sobre o monte elevado,
levantai
a voz para eles; acenai-lhes com a mão,
para
que entrem pelas portas dos nobres.
Is
13:3 Eu dei ordens aos meus santificados; sim,
já
chamei os meus poderosos para executarem a minha ira,
os
que exultam com a minha majestade.
Is
13:4 Já se ouve a gritaria da multidão sobre os montes,
como
a de muito povo; o som do rebuliço de reinos
e
de nações congregados.
O
SENHOR dos Exércitos passa em revista
o
exército de guerra.
Is
13:5 Já vem de uma terra remota, desde a extremidade do céu,
o
SENHOR, e os instrumentos da sua indignação,
para
destruir toda aquela terra.
Is
13:6 Clamai, pois, o dia do SENHOR está perto;
vem
do Todo-Poderoso como assolação.
Is
13:7 Portanto, todas as mãos se debilitarão,
e
o coração de todos os homens se desanimará.
Is
13:8 E assombrar-se-ão, e apoderar-se-ão deles dores e ais,
e
se angustiarão, como a mulher com dores de parto;
cada
um se espantará do seu próximo;
os
seus rostos serão rostos flamejantes.
Is
13:9 Eis que vem o dia do SENHOR, horrendo,
com
furor e ira ardente, para pôr a terra em assolação,
e
dela destruir os pecadores.
Is
13:10 Porque as estrelas dos céus e as suas constelações
não
darão a sua luz; o sol se escurecerá ao nascer,
e
a lua não resplandecerá com a sua luz.
Is
13:11 E visitarei sobre o mundo a maldade,
e
sobre os ímpios a sua iniquidade;
e
farei cessar a arrogância dos atrevidos,
e
abaterei a soberba dos tiranos.
Is
13:12 Farei que o homem seja mais precioso do que o ouro puro,
e
mais raro do que o ouro fino de Ofir.
Is
13:13 Por isso farei estremecer os céus;
e
a terra se moverá do seu lugar,
por
causa do furor do SENHOR dos Exércitos,
e
por causa do dia da sua ardente ira.
Is
13:14 E cada um será como a corça que foge,
e
como a ovelha que ninguém recolhe;
cada
um voltará para o seu povo,
e
cada um fugirá para a sua terra.
Is
13:15 Todo o que for achado será transpassado;
e
todo o que se unir a ele cairá à espada.
Is
13:16 E suas crianças serão despedaçadas perante os seus olhos;
as
suas casas serão saqueadas, e as suas mulheres violadas.
Is
13:17 Eis que eu despertarei contra eles os medos,
que
não farão caso da prata, nem tampouco desejarão ouro.
Is
13:18 E os seus arcos despedaçarão os jovens,
e
não se compadecerão do fruto do ventre;
os
seus olhos não pouparão aos filhos.
Is
13:19 E Babilônia, o ornamento dos reinos,
a
glória e a soberba dos caldeus,
será
como Sodoma e Gomorra,
quando
Deus as transtornou.
Is
13:20 Nunca mais será habitada, nem nela morará
alguém
de geração em geração;
nem
o árabe armará ali a sua tenda,
nem
tampouco os pastores ali farão deitar
os
seus rebanhos.
Is
13:21 Mas as feras do deserto repousarão ali,
e
as suas casas se encherão de horríveis animais;
e
ali habitarão os avestruzes,
e
os sátiros pularão ali.
Is
13:22 E os animais selvagens das ilhas uivarão em suas casas
vazias,
como também os chacais nos seus palácios de prazer;
pois
bem perto já vem chegando o seu tempo,
e
os seus dias não se prolongarão.
Dos vs 20 ao 22, a cidade fica abandonada, despovoada
e servindo como acampamento de beduínos e pastores. Animais profanos e
sinistros é que serão doravante os donos daquilo que foi a glória e orgulho dos
caldeus: Babilônia.
Estamos no capítulo 12/66, na terceira
parte do livro de Isaías, na subparte “A”. A época corresponde ao período entre
740 a.C e 686 a.C que se encontra detalhada em II Re 15:1 a 20:21, envolvendo
os públicos de Israel e Judá.
Parte III – A RESPOSTA DE ISAÍAS AO JULGAMENTO ASSÍRIO – 7:1
– 39:8.
A. A resposta de Isaías ao julgamento assírio – 7:1 a 12:6.
Como já dissemos, Isaías revelou o
envolvimento de Deus nos acontecimentos em torno da coalisão sírio-israelita
contra a Assíria. Ele advertiu quanto ao severo julgamento contra Israel e Judá
por meio da agressão assíria, mas também assegurou os seus ouvintes a respeito
da restauração final.
Nós tínhamos dividido essa parte “A”, em
três outras partes. 1. O julgamento assírio e os filhos de Isaías – 7:1 a 8:18
– já vista. 2. O julgamento assírio e
Israel – 8:19 a 10:4 – já vista. 3. O
julgamento assírio e Judá – 10:5 a 12:6 – concluiremos
agora.
3. O julgamento assírio e Judá – 10:5 a 12:6 – continuação.
Como já falamos, após explicar que o ataque
assírio ao Reino do Norte terminaria em derrota total e em exílio, não restando
qualquer esperança de salvação, o profeta volta-se ao contrastante resultado do
ataque assírio contra Judá.
Esses capítulos dividiram-se em quatro
partes principais: a. Um ai contra a Assíria (10.5-19) – já vista; b. O retorno do remanescente de Judá (10.20-34) – já vista; c. A esperança de Judá na
casa de Davi (11.1-16) – já vista; e,
d. O resultante louvor a Deus em Sião (12.1-6) – veremos agora.
d. O resultante louvor a Deus em Sião (12.1-6).
A opção de Israel tinha sido o caminho do
orgulho – 9:8-10:4 – mas Isaías preferiu louvar a Deus em Sião depois da
entrega de suas profecias em relação à Assíria e Judá predizendo que o povo de
Judá e Israel cantariam juntos louvor a Deus em Sião por causa da grande
restauração que aconteceria.
O juízo tinha sido necessário e aplicável sem
que houvesse chance de se retroceder, mas a boa notícia é que após ele, viria a
restauração sobre os remanescentes fiéis.
Não haveriam mais divisões entre reinos do
norte e do sul, mas um só povo de Deus unidos após o exílio por causa da grande
dor e do sofrimento pelo qual tiveram de passar.
Por isso que o profeta diz que orarás
naquele dia – vs 1 - a oração do reconhecimento de que foi necessária a ira de
Deus por um tempo, mas que ela tinha se retirado, cumprido a justiça e agora
ele mesmo estava a nos consolar e a nos curar do mal que tínhamos.
Também individualmente, considerem-se
felizes por serem achados dignos de repreensão, pois o Pai repreende – Pv 29:17;
Hb 12:6,7 - os que o amam para fins de disciplina e correção. Se o Pai não nos
amasse, não seríamos corrigidos, mas por que ele nos ama, nos açoita para tirar
de nós nossas próprias tolices que nos impedem de segui-lo.
Percebe-se grande alegria, após a correção,
por isso também ele dava graças – vs 1. “Graças te dou”, o profeta falava como
representante do povo de Deus, da mesma maneira que Moisés havia feito no mar Vermelho
(Ex 15:1).
Ao proclamar com expressão e sentimento que
Deus seria a sua salvação, como de fato Deus sempre será a nossa salvação, ele
lembrava também Ex 15:2, pois Deus seria a única fonte de salvação para os que
estivessem no exílio (12:2-3; 6:1,18; 33:2,6; 49:6,8; 51:6,8; 52:7,10; 56:1; 59:11,17;
60:18; 62:1).
Ex 15:1-19 (já o citamos por duas vezes) fala
do cântico de Moisés no qual ele exalta a Deus e o glorifica pelo grande feito
realizado que permitiu assim a fuga do seu povo da terra do Egito. Sem dúvidas,
isso era a realização daquele velho sonho de Moisés quando ele era jovem.
Moisés deve ter ficado muito feliz e alegre
de ver o povo saindo daquela maneira do Egito, com o braço forte do Senhor
realizando maravilhas. Tudo deveria parecer um grande e bonito sonho para ele.
Pois ele sonhara com isso há uns 40 anos quando tentou na sua força se mostrar
ao seu povo.
Deus realiza sonhos que ele mesmo coloca em
nós. Moisés realizou seu sonho com a ajuda do Senhor que fez tudo e ele apenas
confiou e seguiu - O SENHOR pelejará por
vós, e vós vos calareis. Ex 14:14. O louvor ali era muito apropriado e
necessário.
A salvação do Senhor traria alegria 35:10;
51:3,11; 61:3) à medida que Deus libertasse o seu povo da opressão. Aqui, a
salvação está ligada à abundância de "água" (1:30; Ex 15:25-27; Sl 11:3;
65:9; 104:10; 107:35) vinda das "fontes da salvação" (veja 41:18; Jo
4:14).
Louvai
ao SENHOR, e invocai o seu nome; fazei conhecidas as suas obras entre os povos.
Salmos 105:1. Louvem o nome do SENHOR,
pois só o seu nome é exaltado; a sua glória está sobre a terra e o céu. Salmos
148:13
Is 12:1 E dirás naquele dia:
Graças
te dou, ó SENHOR, porque, ainda que te iraste contra mim,
a
tua ira se retirou, e tu me consolas.
Is
12:2 Eis que Deus é a minha salvação;
nele
confiarei, e não temerei, porque o SENHOR DEUS
é
a minha força e o meu cântico,
e
se tornou a minha salvação.
Is
12:3 E vós com alegria tirareis águas das fontes da salvação.
Is
12:4 E direis naquele dia:
Dai
graças ao SENHOR, invocai o seu nome,
fazei
notório os seus feitos entre os povos,
contai
quão excelso é o seu nome.
Is
12:5 Cantai ao SENHOR, porque fez coisas
grandiosas;
saiba-se isto em toda a terra.
Is
12:6 Exulta e jubila, ó habitante de Sião,
porque
grande é o Santo de Israel no meio de ti.
Vejamos a sequência interessante, neste
capítulo especial de Isaías, que expressa essa alegria e gozo no Senhor por
essa restauração de Israel:
·Dar
graças – vs 4.
·Tornar
manifestos os seus feitos entre todos os povos – vs 4.
·Relembrar
que excelso é o seu nome – vs 4.
·Cantar
louvores – vs 5.
·Divulgar
isso em toda a terra – vs 5.
·Exultar
– vs 6.
·Jubilar
– vs 6.
Compare essa alegria aqui com aquela do
salmista no Salmo 148.
Se você está interessado em aprender a
louvar ao Senhor - recomendamos que você faça isso - então comece com este
salmo que louva ao Senhor 13 vezes, em seus 13 versículos. Os salmistas sabiam
o que era louvar ao Senhor, por isso que os salmos estão repletos de
imperativos para louvarmos ao Senhor.
O louvor a Deus deve estar em nossos lábios
para sempre e jamais deverá se afastar dele um segundo sequer de nossas vidas.
Louvar ao Senhor deve ser mais forte do que qualquer coisa em nossas vidas,
tanto como é o ato de respirar que mal aguentamos ficar sem inspirar e expirar
por questões de segundos.
Neste belo salmo todos estão sendo
convidados a louvarem ao Senhor, inclusive as coisas não animadas como o céu, a
terra, a natureza, o mar e tudo o que neles há. É engraçado você se dirigir aos
céus e a terra, ao mar e à natureza para louvar ao Senhor. Experimente dizer: -
vento que está soprando neste lugar agora, ouça-me, louve ao Senhor! Se estiver
chovendo, fale a chuva, aos raios e aos trovões e faça uma grande convocação de
todos para louvarem ao Senhor.
Porque devemos louvá-lo? A palavra mesmo
diz que somente ele é exaltado e sua glória está em todo lugar, porque ele
criou todas as coisas e tudo tem, portanto, seu registro, sua assinatura de
artista que está em cada obra criada. Ignorar a Deus e não louvá-lo é quase que
uma afronta e o máximo de desprezo àquele que pela sua graça permite que
respiremos esse ar e vivamos para sua glória.
Nossos problemas não devem ser maiores do
que nosso Deus e sempre que assim os tratamos estamos sendo idólatras e
desprezando o único que nos pode gerar a vida e o amor. O homem e a mulher foram
as últimas coisas a serem criadas no universo e as únicas que levaram a sua
imagem e a sua semelhança, e você sabe o porquê?
Para que nós agora refletíssemos em cada um
de nós a sua imagem e a sua semelhança aqui no universo criado e continuássemos
a sua obra, não a da criação, encerrada por ele e nele, mas a da gerência dela
por meio do domínio que ele nos deu sobre todas as coisas aqui na terra. Tudo é
nosso e nós de Cristo e Cristo de Deus, em perfeita unidade, como eram e é para
sempre unos o Pai, o Filho e o Espírito Santo de Deus.
Calvino em seu comentário, em sua
introdução apenas, disse que se pudéssemos ser autorizados a comparar este
Salmo com os anteriores, e com o próximo, que é o penúltimo, a única diferença
seria que, enquanto o autor do Salmo, seja quem for, até agora tem falado de um
cuidado especial de Deus e de proteção de sua Igreja, em conexão com o governo
providencial comum do mundo, sendo que aqui ele fala de seus benefícios para a
Igreja exclusivamente e, no próximo, mencionará o que somente é feito pelo
poder de Deus
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