Estamos vendo o livro de Esdras-Neemias e
essa é a Parte IV de nosso mapinha de leitura:
Parte IV – O REGRESSO DOS
EXILADOS E A RECONSTRUÇÃO DA COMUNIDADE – 7:4 a 13:31.
B. A reconstrução da comunidade
7:73b a 13:31.
Como já dissemos, o povo de Deus não é
formado apenas das construções físicas, com seus templos, suas cidades, seus
comércios, seus muros, sua segurança. O povo também precisava ser restaurado,
renovado, reformado, principalmente em sua aliança com Deus, de modo a
constituir uma comunidade santa.
Esse aspecto do programa de restauração que
vai até o final do livro de Neemias foi igualmente dividido, didaticamente, em
três partes principais, conforme vimos fazendo seguindo a BEG:
1.A
renovação dos compromissos pactuais (7:73b-10.39) – estamos vendo.
2.A
dedicação do muro (11:1-12:47).
3.A
reforma do povo (13:1-31).
Vejamos então o desenrolar dessa história
de Neemias.
1.A
renovação dos compromissos pactuais (7:73b-10:39) - continuação.
Fiel às orientações da lei de Moisés,
Neemias dirigiu o povo na renovação da aliança, ou seja dos seus compromissos
pactuais através de três passos:
a.A
leitura da lei (7:73b-8:18) – já vimos.
b.A
confissão dos pecados (9:1-37) – veremos agora.
A lei tinha acabado de ser lida e bem
explicada para todo o povo de Deus e agora, ciente dela, veio a forte convicção
de pecado na vida do povo e sentiram a necessidade de estarem confessando os
seus pecados e pedindo a misericórdia de Deus em suas vidas.
O dia era o dia 24 do mês onde todo o povo
novamente se juntou, mas agora não mais para ler – como aconteceu no dia 01 –
mas para confessarem os seus pecados em respostas à lei – vs 3. A lei requere
pelo menos quatro atitudes: ler (conhecer), ouvir (entender), confessar
(praticar) e adorar (reconhecer).
Eles reconheciam a eternidade de seu Deus,
o nome de sua glória, o criador e o preservador de tudo o que existe – vs 6. O Deus
eterno que tinha um nome, criou todas as coisas, as sustenta pelo seu poder e
elegeu um povo para ser seu.
Nos vs 7 e 8 vemos que os louvores
continuaram com a lembrança da eleição de Abraão e da aliança subsequente
envolvendo a promessa divina – Gn 12:17.
A aliança com Abraão – Gn 15 – é a base
sobre a qual a graça de Deus continua a ser derramada continuamente ao seu povo
infiel – como bem é realçado no final do cântico.
Essas bênçãos somente poderiam ser
recebidas se Abraão e os seus descendentes fossem fiéis a Deus – Gn 17:1-2, 14.
Uma vez que Abraão foi fiel à aliança -
Gn 15:6 – a promessa de abençoá-lo dando aos seus descendentes a Terra
Prometida foi cumprida.
Dos vs 9 ao 15 há lembranças com relação às
ações de Deus que os livraram da servidão do Egito pelo braço forte do Senhor –
Ex 1 a 19 - que os conduziu à Terra Prometida passando pelo deserto, onde por
40 anos, devido à teimosia do povo e às suas murmurações, foram sustentados de
forma espetacular e providencial.
Foi no deserto, no Monte Sinai, que Deus se
manifestou a todo povo de Deus e com eles fez nova aliança entregando-lhes a
Lei de Deus, que cumprindo, todo homem viverá por eles. Na verdade, na verdade,
não se trata de uma nova no sentido de vir do nada, mas daquela que tinha sido
feita que agora ganhava novas nuances.
O que não aconteceu com o restante de sua descendência
que não fora fiel nas gerações posteriores e assim não receberam as bênçãos prometidas
– vs 16-32.
Neemias percebeu que a oportunidade de
restauração que estava se formando poderia se concretizar se o povo se
arrependesse dos seus pecados e cumprisse as condições da aliança – vs 32-38.
Como estamos falando de alianças, quero
aqui nesse espaço (sem entrar muito em detalhes, no momento, sobre o fato de
haver uma única aliança que vai ganhando novas revelações e características a
medida que o tempo avança), expor, para benefício de nossos estudos, um quadro
interessante e pertinente extraído da BEG, com o título AS PRINCIPAIS ALIANÇAS
NA BÍBLIA[1].
Aliança
Participantes
Descrição
Ref.
Com Adão.
Estabelecida
com Adão como representante da humanidade.
Adão foi
criado à imagem e à semelhança de Deus; deveria povoar e sujeitar o mundo;
não poderia comer do fruto do conhecimento do bem e do mal, sob o risco de
ser castigado com a morte.
Gn 1:28-30;
2,15-17.
Com o Messias
Estabelecida
com Cristo como o Redentor da humanidade.
O Messias
viria ao mundo para resgatar a humanidade em pecado; Jesus Cristo cumpriu o
plano divino e oferece a vida eterna aos eleitos.
Gn 3:15; Is
42:6.
(da graça).
Com Noé
Estabelecida
com o "justo" Noé, seus descendentes e todo ser vivente sobre a
terra; com toda a vida sujeita à jurisdição humana.
Promessa
divina incondicional de não destruir a vida na terra com alguma catástrofe
natural; o sinal dessa aliança foi o arco-íris no céu.
Gn 6:18-22;
9:8-17.
(cessão
real*).
Com Abraão
Estabelecida
com o "justo" Abraão e seus descendentes. A fé que Abraão tinha
foi-lhe creditada como justiça.
Reiteração da
promessa de dar-lhe a terra.
Gn 15:9-21.
(cessão
real*).
Com Abraão
Estabelecida
com Abraão.
Promessa
feita a Abraão e seus descendentes, condicionada a que reconhecessem o Senhor
como o seu Deus (Gn 4:9) e se consagrassem totalmente a ele. A circuncisão
foi o sinal dessa aliança.
Gn 17.
(Aliança de
vassalagem**).
Com Moisés
Estabelecida
por meio de Moisés com o povo de Israel, como descendente de Abraão, Isaque e
Jacó, e na qualidade de povo redimido da escravidão no Egito.
Promessa
condicionada a que o povo de Israel reconhecesse o Senhor como o seu Deus,
protetor e garantidor do seu destino. A condição era a total consagração de
Israel como povo do Senhor, que vive sob a sua Lei e serve a seus propósitos
na história.
Êx 19 24.
(Aliança de
vassalagem**).
Com Fineias
Estabelecida
com o sacerdote Fineias.
Promessa
divina incondicional pela qual foi dada à família de Fineias o
"sacerdócio perpétuo" (promessa implícita de prover eternamente a
Israel um sacerdócio fiel).
Nm 25:10-13.
(cessão
real*).
Com Davi
Estabelecida
com o rei Davi depois de este ter expressado a sua devoção a Deus como rei de
Israel e submeter-se como vassalo ungido pelo Senhor.
Promessa
divina incondicional de estabelecer e manter a dinastia davídica no trono de
Israel, de prover à nação um rei como Davi para sempre e, por meio dessa
dinastia, fazer por Israel o mesmo que havia feito por meio de Davi: trazer
paz à Terra Prometida.
25m 7:5-16; I
Re 4:20-21; 5:3-4; SI 89; 132.
(Cessão real*).
Nova aliança
Promessa
feita ao povo rebelde de Israel, às vésperas de ser expulso da Terra
Prometida.
Promessa
divina incondicional feita ao povo rebelde Israel, que consistia no perdão de
seus pecados e em escrever a lei divina "no coração". É uma aliança
de pura graça.
Jr 31:31-34.
(Cessão
real*).
Principais
tipos de alianças ou tratados no antigo Oriente Médio
*
Cessão real (incondicional): Cessão de terra ou de algum outro benefício que
era feito a um servo fiel em troca da prestação de um serviço excepcional. A
cessão era normalmente perpétua e incondicional, mas os descendentes do servo
somente se beneficiariam dela se continuassem a ser leais e servissem como o
pai (I Sm 8:14; 22:7; 27:6; Et 8:1).
**
Aliança de soberania-vassalagem (condicional): Aliança que estabelecia o
relacionamento entre um grande rei e um dos monarcas que lhe estavam sujeitos.
O grande rei reclamava direitos e soberania absolutos, exigia total lealdade e
serviço (o rei vassalo devia "amar" o seu soberano) e prometia a
proteção do reino e da dinastia vassala, com a condição de que esta última se
mantivesse fiel e leal. O vassalo proclamava a sua absoluta lealdade ao rei
soberano — e condição sua disposição em servi-lo no que este pedisse — e
prometia que acolheria unicamente a sua proteção. Os participantes se chamavam
mutuamente "senhor" e "servo" ou "pai" e
"filho" - OS 9:6,8; Ez 17:13-18; Os 12:1).
Paridade:
Uma aliança entre iguais, o que os unia numa amizade mútua ou, pelo menos, numa
relação de respeito mútuo em suas respectivas esferas de ação e interesses. Os
participantes se chamavam entre si de "irmãos".
As promessas que eram feitas nessas
alianças eram acompanhadas de maldições proclamadas de maneira oral e
cerimonial. Era pedido aos deuses que servissem de testemunhas das alianças e
que efetivassem as maldições prescritas, caso os votos pronunciados fossem
violados.
Nos versos 16 e 17a ocorre a primeira
confissão de pecados. Nos versos seguintes estão ocorrendo as comparações entre
as ações pecaminosas do povo fugindo de Deus e as ações de grande misericórdia
de Deus para com seu povo, por causa de sua fidelidade.
Esse cuidado contínuo de Deus que se
destaca em meio à rebeldia e murmuração dos filhos de Israel não se deveu à obediência
de Israel ou de alguém em especial, mas à compaixão divina proveniente de sua
promessa a Abraão.
Dos vs 22 ao 28, o louvor tem
prosseguimento com a lembrança de sua graça e paciência durante o período de
conquistas de juízes. A retribuição à fidelidade de Deus era com rebelião e
para o ciclo de rebeliões, ocorriam opressões, petições e salvação com o
levantamento de juízes e libertadores do povo.
Depois também o louvor a Deus prossegue –
vs 29 a 31 - com as lembranças das graças do Senhor nos tempos da monarquia.
Como todas as alianças bíblicas – veja quadro
acima - , a aliança mosaica exigia lealdade da parte dos homens. Israel não fez
a sua parte para merecer a vida na Terra Prometida, fato que evidencia a
necessidade universal de um substituto por meio do qual os requisitos justos da
lei pudessem ser cumpridos por aqueles que eram incapazes de cumpri-los por si
mesmos – Rm 8:3,4.
A lei não foi posta para demonstrar ao
homem que ele era incapaz de cumpri-la, mas para revelar a ele que ele era
falho e que ao contemplar-se a si mesmo no espelho da alma pudesse sentir a
necessidade de um salvador, alguém que se compadecesse dele e o transformasse.
O fato é que todas as alianças de Deus com
os homens refletem ou expressam o amor de Deus pelo seu povo. No verso 32, a
menção é à aliança com Abraão – Dt 7:7-9. E o pedido que ele faz referente à
aflição que estavam sofrendo – vs 32 – é para que Deus fizesse naquele tempo o
que ele tinha feito no passado, isto é, depois de ver a aflição de seu povo,
prover-lhe o socorro devido.
Ele então cita que essa aflição vinha desde
o tempo dos assírios, século 10, passando pelos babilônios, no final do século 7
e depois pelos reis da Pérsia, século 6 a.C.
No verso 33, a exaltação da justiça de Deus
ao chamá-lo de justo, ou seja, eles reconheciam que a execução das maldições da
aliança ao longo de toda a história de Israel estava de acordo plenamente com o
principio da justiça divina pelo qual clamavam “Deus Justo” e eles povo que
procedia perversamente.
No verso 34 e 35 uma realidade muito bem
captada por quem orava e registrava tudo, provavelmente, Neemias, se há de fato
culpados em tudo isso – óbvio que havia – essa culpa se devia principalmente à
liderança: nossos reis, nossos príncipes, nossos sacerdotes, nossos pais – vs 34!
Vejam o que, dizia Neemias, os reis, os
príncipes, os sacerdotes, os pais fizeram, inda que Deus lhes deu abundância de
bens, terra espaçosa e fértil:
· Não guardaram
a lei.
·Não
deram ouvidos aos mandamentos e aos testemunhos que testificou o Senhor contra
eles.
·Não o serviram.
·Não se converteram de suas más obras.
No verso 36 eles se declaram servos,
inclusive servos da terra que era para eles dominarem, mas que agora serviam
aos reis poderosos que Deus tinha levantado contra eles, por isso também estavam
experimentando grande angústia.
Ne 9:1 E, no dia vinte e quatro deste
mês,
ajuntaram-se
os filhos de Israel com jejum e com sacos,
e
traziam terra sobre si.
Ne
9:2 E a descendência de Israel se apartou de todos os estrangeiros,
e
puseram-se em pé, e fizeram confissão pelos seus pecados
e
pelas iniquidades de seus pais.
Ne
9:3 E, levantando-se no seu lugar, leram no livro
da
lei do SENHOR seu Deus uma quarta parte do dia;
e
na outra quarta parte fizeram confissão,
e
adoraram ao SENHOR seu Deus.
Ne
9:4 E Jesuá, Bani, Cadmiel, Sebanias, Buni, Serebias,
Bani
e Quenani se puseram em pé no lugar alto dos levitas,
e
clamaram em alta voz ao SENHOR seu Deus.
Ne
9:5 E os levitas, Jesuá, Cadmiel, Bani, Hasabnéias, Serebias,
Hodias,
Sebanias e Petaías, disseram:
Levantai-vos,
bendizei ao SENHOR vosso Deus
de
eternidade em eternidade; e bendigam
o
teu glorioso nome, que está exaltado
sobre
toda a bênção e louvor.
Ne
9:6 Só tu és SENHOR; tu fizeste o céu, o céu dos céus,
e
todo o seu exército, a terra e tudo quanto nela há,
os
mares e tudo quanto neles há,
e
tu os guardas com vida a todos;
e
o exército dos céus te adora.
Ne
9:7 Tu és o SENHOR, o Deus, que elegeste a Abrão,
e
o tiraste de Ur dos caldeus, e lhe puseste por nome Abraão.
Ne
9:8 E achaste o seu coração fiel perante ti, e fizeste com ele
a
aliança, de que darias à sua descendência
a
terra dos cananeus, dos heteus, dos amorreus, dos
perizeus,
dos jebuseus e dos girgaseus;
e
confirmaste as tuas palavras, porquanto és justo.
Ne
9:9 E viste a aflição de nossos pais no Egito,
e
ouviste o seu clamor junto ao Mar Vermelho.
Ne
9:10 E mostraste sinais e prodígios a Faraó,
e
a todos os seus servos, e a todo o povo da sua terra,
porque
soubeste que soberbamente os trataram;
e
assim adquiriste para ti nome, como hoje se vê.
Ne
9:11 E o mar fendeste perante eles, e passaram pelo meio do mar,
em
seco; e lançaste os seus perseguidores nas profundezas,
como
uma pedra nas águas violentas.
Ne
9:12 E guiaste-os de dia por uma coluna de nuvem,
e
de noite por uma coluna de fogo,
para
lhes iluminar o caminho por onde haviam de ir.
Ne
9:13 E sobre o monte Sinai desceste, e dos céus falaste com eles,
e
deste-lhes juízos retos e leis verdadeiras, estatutos
e
mandamentos bons.
Ne
9:14 E o teu santo sábado lhes fizeste conhecer;
e
preceitos, estatutos e lei lhes mandaste
pelo
ministério de Moisés, teu servo.
Ne
9:15 E pão dos céus lhes deste na sua fome,
e
água da penha lhes produziste na sua sede;
e
lhes disseste que entrassem para possuírem
a terra pela qual
alçaste a tua mão,
que
lhes havias de dar.
Ne
9:16 Porém eles e nossos pais se houveram soberbamente,
e
endureceram a sua cerviz, e não deram ouvidos
aos
teus mandamentos.
Ne
9:17 E recusaram ouvir-te, e não se lembraram
das
tuas maravilhas, que lhes fizeste, e endureceram
a
sua cerviz e, na sua rebelião,
levantaram
um capitão,
a
fim de voltarem para a sua servidão;
porém
tu, ó Deus perdoador, clemente e misericordioso,
tardio
em irar-te, e grande em beneficência,
tu
não os desamparaste.
Ne
9:18 Ainda mesmo quando eles fizeram para si
um
bezerro de fundição, e disseram:
Este
é o teu Deus, que te tirou do Egito;
e
cometeram grandes blasfêmias;
Ne
9:19 Todavia tu, pela multidão das tuas misericórdias,
não
os deixaste no deserto.
A
coluna de nuvem nunca se apartou deles de dia,
para
os guiar pelo caminho,
nem
a coluna de fogo de noite, para lhes iluminar;
e
isto pelo caminho por onde haviam de ir.
Ne
9:20 E deste o teu bom espírito, para os ensinar;
e
o teu maná não retiraste da sua boca;
e
água lhes deste na sua sede.
Ne
9:21 De tal modo os sustentaste quarenta anos no deserto;
nada
lhes faltou; as suas roupas não se envelheceram,
e
os seus pés não se incharam.
Ne
9:22 Também lhes deste reinos e povos, e os repartiste em porções;
e
eles possuíram a terra de Siom, a saber, a terra
do
rei de Hesbom, e a terra de Ogue, rei de Basã.
Ne
9:23 E multiplicaste os seus filhos como as estrelas do céu,
e
trouxeste-os à terra de que tinhas falado a seus pais
que
nela entrariam para a possuírem.
Ne
9:24 Assim os filhos entraram e possuíram aquela terra;
e
abateste perante eles os moradores da terra, os cananeus,
e
lhos entregaste na mão, como também os reis
e
os povos da terra, para fazerem deles
conforme
a sua vontade.
Ne
9:25 E tomaram cidades fortificadas e terra fértil,
e
possuíram casas cheias de toda a fartura,
cisternas
cavadas, vinhas e olivais, e árvores
frutíferas,
em abundância; e comeram e se fartaram
e
engordaram e viveram em delícias,
pela
tua grande bondade.
Ne
9:26 Porém se obstinaram, e se rebelaram contra ti,
e
lançaram a tua lei para trás das suas costas,
e
mataram os teus profetas,
que
protestavam contra eles,
para
que voltassem para ti;
assim
fizeram grandes abominações.
Ne
9:27 Por isso os entregaste na mão dos seus adversários,
que
os angustiaram; mas no tempo de sua angústia,
clamando
a ti, desde os céus tu ouviste;
e
segundo a tua grande misericórdia
lhes
deste libertadores que os libertaram
da
mão de seus adversários.
Ne
9:28 Porém, em tendo repouso, tornavam a fazer o mal
diante
de ti; e tu os deixavas na mão dos seus inimigos,
para
que dominassem sobre eles;
e
convertendo-se eles, e clamando a ti, tu os ouviste
desde
os céus, e segundo a tua misericórdia
os livraste
muitas vezes.
Ne
9:29 E testificaste contra eles, para que voltassem para a tua lei;
porém
eles se houveram soberbamente, e não deram ouvidos
aos
teus mandamentos, mas pecaram contra os teus
juízos,
pelos quais o homem que os cumprir viverá;
viraram
o ombro,
endureceram
a sua cerviz,
e
não quiseram ouvir.
Ne
9:30 Porém estendeste a tua benignidade sobre eles
por
muitos anos, e testificaste contra eles pelo teu Espírito,
pelo
ministério dos teus profetas;
porém eles não
deram ouvidos;
por
isso os entregaste nas mãos dos povos
das
terras.
Ne
9:31 Mas pela tua grande misericórdia os não destruíste
nem
desamparaste, porque és um Deus
clemente
e misericordioso.
Ne
9:32 Agora, pois, nosso Deus, o grande, poderoso e terrível Deus,
que
guardas a aliança e a beneficência, não tenhas em pouca
conta
toda a aflição que nos alcançou a nós,
aos
nossos reis, aos nossos príncipes, aos nossos
sacerdotes,
aos nossos profetas, aos nossos pais
e
a todo o teu povo, desde os dias dos reis
da
Assíria até ao dia de hoje.
Ne
9:33 Porém tu és justo em tudo quanto tem vindo sobre nós;
porque
tu tens agido fielmente,
e
nós temos agido impiamente.
Ne
9:34 E os nossos reis, os nossos príncipes, os nossos sacerdotes,
e
os nossos pais não guardaram a tua lei,
e
não deram ouvidos aos teus mandamentos
e
aos teus testemunhos,
que
testificaste contra eles.
Ne
9:35 Porque eles nem no seu reino, nem na muita abundância
de
bens que lhes deste, nem na terra espaçosa e fértil
que
puseste diante deles, te serviram,
nem
se converteram de suas más obras.
Ne
9:36 Eis que hoje somos servos;
e
até na terra que deste a nossos pais,
para
comerem o seu fruto e o seu bem,
eis
que somos servos nela.
Ne
9:37 E ela multiplica os seus produtos para os reis,
que
puseste sobre nós, por causa dos nossos pecados;
e
conforme a sua vontade dominam sobre os nossos
corpos
e sobre o nosso gado;
e
estamos numa grande angústia.
Ne
9:38 E, todavia fizemos
uma
firme aliança,
e
o escrevemos;
e
selaram-no
os
nossos príncipes,
os
nossos levitas
e
os nossos sacerdotes.
A angústia era muito forte e eles sabiam
que tudo isso era por conta de seus pecados.
c. Um juramento (9:38-10:39).
O povo não apenas orou pedindo socorro, mas
também ratificaram o juramento, o seu compromisso de guardar todas as estipulações
da aliança.
Nota-se, no estudo da Palavra de Deus, como
bem salienta a BEG, que, desde o início, as renovações pactuais se deram depois
de períodos de transgressões da aliança – Ex 34; I Sm 12; II Re 23.
A notícia na TV fala da falta de água em São Paulo. E agora? O que fazer?
Na verdade, como disse Lavoisier "nada se perde, tudo se transforma". A água pode sumir? Nunca! Ela está por aí? Sim, mas não onde penso que se encontra.
Estamos, pela graca de Deus, no Google Play. Faça uma pesquisa por "Daniel Deusdete" em "Livros"". Se ainda tiver dúvidas, solicite uma demonstração para conhecer melhor o autor e saber como ele escreve.
Estamos
vendo o livro de Esdras-Neemias e essa é a Parte IV de nosso mapinha de
leitura:
Parte
IV – O REGRESSO DOS EXILADOS E A RECONSTRUÇÃO DA COMUNIDADE – 7:4 a 13:31.
B.
A reconstrução da comunidade 7:73b a 13:31.
Como
já dissemos, o povo de Deus não é formado apenas das construções físicas, com
seus templos, suas cidades, seus comércios, seus muros, sua segurança. O povo
também precisava ser restaurado, renovado, reformado, principalmente em sua
aliança com Deus, de modo a constituir uma comunidade santa.
Esse
aspecto do programa de restauração que vai até o final do livro de Neemias será
igualmente dividido didaticamente em três partes principais, conforme vimos
fazendo seguindo a BEG:
1.A
renovação dos compromissos pactuais (7:73b-10.39).
2.A
dedicação do muro (11:1-12:47).
3.A
reforma do povo (13:1-31).
Vejamos
então para o desenrolar dessa história de Neemias.
1.A
renovação dos compromissos pactuais (7:73b-10:39).
Fiel
às orientações da lei de Moisés, Neemias dirigiu o povo na renovação da aliança,
ou seja dos seus compromissos pactuais através de três passos:
a.A
leitura da lei (7:73b-8:18).
b.A
confissão dos pecados (9:1-37).
c.Um
juramento (9:38-10:39).
a. A leitura da
lei.
A
lei não somente foi lida perante o povo, mas explicada também.
Coincidentemente
– se bem que não cremos em coincidências quando Deus está no caso -, ou melhor,
providencialmente, era este o sétimo mês onde os filhos de Israel e todo povo
se ajuntou como um só homem na praça, diante da Porta das Águas, para dizerem a
Esdras, o escriba e sacerdote, que trouxesse o Livro da Lei de Moisés que o
Senhor tinha prescrito a Israel.
Essa
relação de participantes – homens e mulheres capazes de entenderem o que ouviam
atentamente - que volta a aparecer no v. 3, está de acordo com o que a lei
prescrevia para a leitura da lei na Festa dos Tabernáculos (Dt 31:10-13).
Era
o primeiro dia do sétimo mês, ou seja, a época exata em que era comemorada a
Festa das Trombetas que convergia, depois do Dia da Expiação, para a Festa dos
Tabernáculos.
A
Festa das Trombetas (depois chamada de Rosh Hashaná ou Ano Novo – Lv 23:23-25;
Nm 29:1-6) acontecia em 1 de tisri (setembro-outubro) com o propósito era
comemorar o início do ano civil. Era um dia de descanso e de fazer ofertas onde
as trombetas e os chifres eram tocados o dia inteiro.
Já
a Festa dos Tabernáculos, ou das Cabanas (Lv 23:33-36a; 39-43; Jo 7:2,37),
acontecia no período de 15 a 21 de tisri (setembro-outubro também) com o
propósito de lembrar a peregrinação do povo ao deserto. Era uma semana de festa
por causa da colheita onde o povo que morava em cabanas, oferecia sacrifícios
de agradecimentos.
No
meio dessas duas festas, no dia 10 de tisri (setembro-outubro igualmente),
acontecia o Dia da Expiação (Yom Kippur – Lv 16; 23:26-32; Hb 9:27) com o
propósito de oferecer sacrifícios pelos pecados dos sacerdotes e do povo e
purificar o santuário. Era um dia de descanso e jejum onde eram também
oferecidos sacrifícios.
Esdras
depois de receber a comitiva deles que pediram que trouxesse a eles o livro da
Lei de Moisés, exatamente no primeiro dia do sétimo mês, estando ele em um
púlpito de madeira que fizeram para aquele fim, leu o Livro da Lei, desde a
alva até ao meio-dia.
Foi
de fato um momento muito solene e de comoção de todos que ali estavam atentos
para ouvirem a palavra de Deus. Esdras abriu o livro à vista de todos – vs 5 - e
todos se colocaram de pé atentos. Esdras leu o livro e bendisse ao Senhor – vs 6
– e todo o povo respondeu Amém! Amém!
Levantando
as mãos – Sl 63:4 - naquele momento, juntos, se inclinaram e adoraram o Senhor
com o rosto em terra!
Mas
aquele momento não ficou somente na leitura simples da lei, pois que os
levitas, Esdras e até Neemias começaram a ensinar o povo e a tirar todas as
dúvidas que por ventura pudessem ter. a doutrina da clareza das Escrituras não
exclui a necessidade de uma exposição fiel por pessoas treinadas na Palavra –
Ed 7:6-10.
Aproveitando
aquele momento especial da nação em volta de Deus, da Lei de Deus, diante do
muro reformado, na Porta das Águas, diante da cidade reerguida, de seu templo
restaurado e da cidade que estava sendo repovoada, Neemias, Esdras e os levitas
pregaram ao povo dizendo que aquele era um dia especial consagrado ao Senhor.
Não
era para chorarem, nem prantearem, mas se alegrarem na presença do Senhor. Também
deveriam comer carnes gordas, beberem bebidas doces e enviar porções aos que
nada tinham preparado para si – Sl 22:26.
Era
aquele um dia consagrado ao Senhor! Era um dia em que a tristeza estava
proibida de entrar nessa grande festa porque “A ALEGRIA DO SENHOR É A VOSSA
FORÇA”.
Nos
versos 11 e 12 os levitas novamente disseram a eles que se calassem e não se
entristecessem porque aquele era um dia santo, especial e todo o povo, porque
entenderam as palavras que lhes fizeram saber, se foi:
·A
comer – comer carne gorda.
·A
beber – beber bebida doce.
·A
enviar porções – aos que não tinham preparado nada para si.
·A ter grande regozijo.
Depois
do ano novo celebrado com grande alegria, no dia seguinte, ainda continuavam
atentos às palavras da Lei e acharam uma parte escrita na Lei falando dos
filhos de Israel que deveriam habitar em cabanas, durante a festa do sétimo
mês.
Assim,
novamente em união e empolgados com as festas e com o Senhor e a sua Lei, saíram
aos montes trazendo ramos de oliveiras, de zambujeiros, de murtas, de palmeiras
e de árvores frondosas para fazerem cabanas, cada um no seu terraço, nos
pátios, nos átrios da Casa de Deus, na praça da Porta das Águas e na praça da
Porta de Efraim.
Toda
a congregação dos que voltaram do cativeiro fizeram cabanas, e habitaram nas
cabanas. Era essa uma maneira de lembrar da vida no deserto depois da
libertação da escravidão no Egito, mas antes da entrada na Terra Prometida – Lv
23:42,43.
Desde
os tempos de Josué, filho de Num, até aquele momento – mais ou menos uns 1000
anos tinham se passado! Jamais Israel tinha feito isso novamente – vs 17 - pelo que muito se alegraram.
Ne
8:1 E chegado o sétimo mês, e estando os filhos de Israel nas suas cidades,
todo o povo se ajuntou como um
só homem, na praça,
diante da porta
das águas; e disseram a Esdras, o escriba,
que
trouxesse o livro da lei de Moisés,
que
o SENHOR tinha ordenado a Israel.
Ne 8:2 E Esdras, o sacerdote,
trouxe a lei perante a congregação,
tanto de homens
como de mulheres, e todos os que podiam
ouvir com
entendimento, no primeiro dia do sétimo mês.
Ne 8:3 E leu no livro diante da
praça, que está diante
da porta das
águas, desde a alva até ao meio dia,
perante homens e
mulheres, e os que podiam entender;
e os ouvidos de
todo o povo estavam atentos ao livro da lei.
Ne 8:4 E Esdras, o escriba,
estava sobre um púlpito de madeira,
que fizeram para
aquele fim; e estava em pé junto a ele,
à
sua mão direita, Matitias, Sema, Anaías, Urias,
Hilquias
e Maaséias;
e
à sua mão esquerda, Pedaías, Misael, Melquias,
Hasum,
Hasbadana, Zacarias e Mesulão.
Ne 8:5 E Esdras
abriu o livro perante à vista de todo o povo;
porque
estava acima de todo o povo;
e,
abrindo-o ele, todo o povo se pôs em pé.
Ne 8:6 E Esdras louvou ao
SENHOR, o grande Deus;
e todo o povo
respondeu:
Amém,
Amém! levantando as suas mãos;
e
inclinaram suas cabeças, e adoraram ao SENHOR,
com
os rostos em terra.
Ne 8:7 E Jesuá, Bani, Serebias,
Jamim, Acube, Sabetai, Hodias,
Ne 8:9 E Neemias, que era o
governador, e o sacerdote Esdras,
o escriba, e os
levitas que ensinavam ao povo,
disseram
a todo o povo:
Este dia é
consagrado ao SENHOR vosso Deus,
então
não vos lamenteis, nem choreis.
Porque todo o
povo chorava, ouvindo as palavras da lei.
Ne 8:10 Disse-lhes mais:
Ide, comei as
gorduras, e bebei as doçuras,
e
enviai porções aos que não têm nada preparado
para
si;
porque
este dia é consagrado ao nosso Senhor;
portanto
não vos entristeçais;
porque
a alegria do SENHOR é a vossa força.
Ne 8:11 E os levitas fizeram
calar a todo o povo, dizendo:
Calai-vos; porque
este dia é santo;
por
isso não vos entristeçais.
Ne 8:12 Então todo o povo se foi
a comer, a beber, a enviar porções
e a fazer grande
regozijo; porque entenderam as palavras
que
lhes fizeram saber.
Ne
8:13 E no dia seguinte ajuntaram-se os chefes dos pais de todo o povo,
os sacerdotes e os levitas, a
Esdras, o escriba; e isto para atentarem
nas palavras da
lei.
Ne 8:14 E acharam escrito na lei
que o SENHOR ordenara,
pelo ministério
de Moisés, que os filhos de Israel habitassem
em
cabanas, na solenidade da festa, no sétimo mês.
Ne 8:15 Assim publicaram, e
fizeram passar pregão por todas as suas
cidades, e em
Jerusalém, dizendo:
Saí
ao monte, e trazei ramos de oliveiras,
e
ramos de zambujeiros, e ramos de murtas,
e
ramos de palmeiras, e ramos de árvores espessas,
para
fazer cabanas, como está escrito.
Ne 8:16 Saiu, pois, o povo, e os
trouxeram, e fizeram para si cabanas,
cada um no seu
terraço, nos seus pátios,
e
nos átrios da casa de Deus,
na
praça da porta das águas,
e
na praça da porta de Efraim.
Ne 8:17 E toda a congregação dos
que voltaram do cativeiro
fizeram cabanas,
e habitaram nas cabanas, porque nunca
fizeram
assim os filhos de Israel,
desde os dias de
Josué, filho de Num, até àquele dia;
e
houve mui grande alegria.
Ne 8:18 E, de dia em dia, Esdras
leu no livro da lei de Deus,
desde o primeiro
dia até ao derradeiro;
e
celebraram a solenidade da festa sete dias,
e
no oitavo dia,
houve
uma assembleia solene,
segundo
o rito.
Foi
assim que dia após dia – vs. 18 – Esdras leu no Livro da Lei de Deus e
celebraram a festa por sete dias e no oitavo dia houve uma assembleia solene,
segundo o prescrito.
Fazendo
um paralelo por causa deste oitavo dia com a Festa dos Pães Asmos (março-abril),
foi igualmente que o Senhor Jesus no grande dia da festa, ou seja, também no
oitavo dia da festa – neste dia era feita uma prece especial com pedidos para
que houvesse chuvas - ele se levantou e proclamou em alto e bom som que se
alguém tivesse sede, era para vir até ele e beber.
“No último dia, o grande dia da festa,
levantou-se Jesus e exclamou: Se alguém tem sede, venha a mim e beba.” (João
7:37).
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