Estamos no capítulo 6 e nossas reflexões se
encontram aqui:
Parte II – O REINO UNIDO – 9:35 a
II CR 9:31.
B. O reinado de Salomão – II Cr
1:1 a 9:31.
Como já dissemos, estamos seguindo o
quiasmo encontrado nos primeiros nove capítulos deste início de II Crônicas.
Trata-se, como já falamos, de um quiasmo amplo (A B C D D' C' B' A’).
O padrão do reinado de Salomão é:
(A)
A grande sabedoria e riqueza de Salomão (1:1-17) – já vista.
(B) Assistência internacional (2:1-18) – já vista.
(C) A construção e os móveis e
utensílios do templo (3:1-5:1) – concluiremos neste capítulo.
(D) A dedicação do templo (5:2-7:10) – estamos vendo
agora.
(D') A resposta divina à dedicação (7:11-22).
(C') A conclusão da construção do templo (8:1-16).
(B') O reconhecimento internacional (8:1-9:21).
(A')
A grande sabedoria e riqueza (9:22-28).
O cronista encerra com um relato sucinto da
morte de Salomão (9:29-31).
Esta parte “B”, que irá até o capítulo 9,
foi também dividido em nove partes, como o quiasmo acima, ao qual estamos já
seguindo.
No presente capítulo 6, encontraremos os
seguintes trechos paralelos em I Reis: Salomão discursa ao povo – vs 1 ao 11,
texto paralelo em I Re 8:12 ao 21; Salomão apresenta sua oração a Deus – vs 12
ao 42, texto paralelo de I Re 8:22 ao 53.
(D) A dedicação do templo
(5:2-7:10) - continuação.
O texto da dedicação do templo que vai de
5:2 até 7:10, parece seguir fielmente o relato da dedicação do templo em I Re
8:1 ao 66 e nós, iremos dele nos valer em nossas reflexões, com ligeiras
adaptações ao presente livro.
Por isso que Salomão começa seu discurso
dizendo que Deus habita em meio a trevas espessas, pois ninguém pode ver a Deus
e depois viver, mas Deus pode se revelar e manifestar seu amor para com o povo
de maneiras indiretas.
Neste momento, Salomão toma a palavra e se
dirige ao povo e faz seu discurso e depois sua oração. Ele já começa falando
que Deus habita em trevas espessas e depois explica ao povo que a ideia do
presente templo veio de seu pai Davi, mas que Deus não o permitira construí-lo,
apesar de desejar muito, mas isso coube a seu herdeiro, seu filho, o edificar o
lugar de sua habitação.
Isso também é um sinal e um apontamento
para o Messias, o filho de Davi, que já construirá um templo, ele mesmo será o
templo de Deus, construído para jamais ter fim.
A esperança de Salomão e do cronista era
que a presença de Deus permanecesse no templo, uma das grandes preocupações do
público pós-exílio. Hodiernamente, ela se faz presente por meio de sua igreja,
corpo de Cristo.
Ai Salomão fala da aliança, das promessas
de Deus, da sua fidelidade, abençoa todo o povo e exalta e agradece a Deus que
estaria ali cumprindo tudo o que prometera e ele estava muito feliz e
realizado, estando agora pronto para se dirigir em oração a Deus para
consagração do templo recém-construído.
Reparem que no verso 11, o cronista se
refere à aliança que o Senhor fez com os filhos de Israel, no entanto, no texto
paralelo, 8:21, a menção é de aliança “com nossos pais, quando os tirou da
terra do Egito”.
Os primeiros leitores conheciam bem a
referência ao êxodo, diz a BEG. É bem provável que tenha sido omitida aqui para
enfatizar a administração davídica da aliança – vs 10 em vez da mosaica. A administração
davídica da aliança era particularmente importante para as esperanças da
comunidade pós-exílio quanto a um rei.
Conforme a BEG, a qual estamos de pleno acordo, as palavras de louvor de Salomão se referem aos dois lados da relação pactual entre Deus e o seu povo:
·Deus guarda a sua aliança, mas o povo deve perseverar na fidelidade.
As transgressões manifestas da aliança resultariam em
retribuição divina – Dt 7:9-12; 30:15-19. Essa estrutura pactual ocupa uma
posição central na visão teológica do cronista.
Salomão se posiciona com suas mãos diante
do altar do Senhor, na presença de toda a congregação de Israel, estende as
suas mãos para os céus e começa a orar.
Salomão então se põe diante de Deus com
pedidos acerca do papel futuro do templo na vida de Israel. O escritor de Reis,
conforme BEG, expressa o que desejava que seus leitores esperassem das orações
dirigidas às ruínas do templo e no templo depois do exílio.
Assim, essa oração está em vigor para todos
os judeus, pois não se tem mais nem o primeiro, nem o segundo templo, mas outro
templo de outro deus ocupando o lugar do seu templo, no qual Deus se
manifestara teofanicamente em aprovação ao projeto de Davi, muito bem executado
por Salomão.
Ele já começa falando e exaltando a Deus
porque não há outro Deus como ele que guarda a sua aliança e a sua misericórdia
insistindo nela para a cumprir, apesar de a outra parte, frágil, não a cumprir.
Salomão exalta e traz a lembrança a aliança
de Deus com Davi de que não faltaria sucessor, contanto que seus filhos
guardassem seu caminho para andarem diante dele como ele andou.
Deus habitaria na terra? Essa é a pergunta
que o rei Salomão faz cuja resposta está clara que não, pois como ela poderia
conter o criador? Assim, entende ele que o novo templo jamais o poderia
contê-lo, no entanto, o Messias sim conterá toda a plenitude da divindade como
bem nos lembrou Paulo em suas epístolas.
Gálatas 4:4vindo, porém, aplenitudedo
tempo, Deus enviou seu Filho, nascido de mulher, nascido sob a lei,
Efésios 1:23a qual é o seu corpo, aplenitudedaquele
que a tudo enche em todas as coisas.
Efésios 3:19e conhecer o amor de Cristo, que excede
todo entendimento, para que sejais tomados de toda aplenitudede
Deus.
Efésios 4:13até que todos cheguemos à unidade da fé e
do pleno conhecimento do Filho de Deus, à perfeita varonilidade, à medida da
estatura daplenitudede Cristo,
Colossenses 1:19porque aprouve a Deus que, nele, residisse
toda aplenitude
Colossenses 2:9porquanto, nele, habita, corporalmente,
toda aplenitudeda Divindade.
O templo era o lugar terreno que dava
acesso ao átrio celestial por meio do Nome que ali habitava. Sua oração segue
um padrão para cada evento que o povo vier a enfrentar no futuro:
·Primeiro,
vem a circunstância perturbadora, não controlável e difícil de enfrentar, mas
que não tem jeito temos de passar por ela e, de preferência, dando glórias a
Deus.
·Segundo,
vem o pedido de perdão a Deus. Porque nos queixamos? Lamentações de Jeremias 3:39 - Por que, pois, se queixa o homem
vivente? Queixe-se cada um dos seus próprios pecados.
·Terceiro,
o pedido a Deus para agir a nosso favor por causa de sua aliança e de sua
misericórdia.
· Quarto,
o pedido para nos dar, ouvir e/ou fazer, ou conceder o livramento e o escape
daquela situação, conforme os seus caminhos, pois que somente Deus é conhecedor
do coração dos filhos dos homens a fim de que o temam por todos os dias que
viverem na terra que deste aos seus pais.
I Reis 8:39Ouvetu
então nos céus, assento da tua habitação, e perdoa, e age, e dá a cada um conforme a todos os
seus caminhos, e segundo vires o seu coração, porque só tu conheces o coração
de todos os filhos dos homens.
I Reis 8:40 Para que te temam todos os dias
que viverem na terra que deste a nossos pais.
Resumindo: PERDOA – AGE – DÁ – OUVE – FAZ
(isto ainda virará um belo sermão!).
Após sua longa e interessante oração, já
apontando para o futuro, quando tudo aquilo estará em ruínas; e mais ainda para
o futuro, quando outro templo físico, de outro deus estará ali naquele lugar; e
ainda nesse mesmo futuro, quando um novo templo, não procedente de mãos
humanas, o corpo de Cristo, ou seja, a Igreja de Cristo estiver entre nós, ele encerra sua oração e a assembleia com um
discurso e uma cerimônia de dedicação.
Podemos ver nos versos de 32 e 33 que
Salomão esperava que os estrangeiros também recebessem respostas às suas
orações no templo. Os profetas do Antigo Testamento prenunciaram a inclusão de
um grande número de gentios entre o povo de Deus depois do exílio – Is 56:6-8;
Jl 2:28; Zc 8:20-23; 14:16-21; Sl 87.
É provável que essa petição tenha sido
incluída para ressaltar a centralidade do templo na expansão do reino a outras
nações. A inclusão em grande escada dos gentios no reino de Deus se cumpriu por
meio de Cristo – Rm 3:29; Gl 3:14.
Hoje, todos temos acesso ao templo que
antes era restrito aos judeus e a um lugar físico no planeta. Cristo Jesus agora
está presente em todo planeta e em todo lugar onde houver um cristão fiel.
Assim pôs-se de pé e abençoou toda a congregação
em alta voz:
·Exaltando
novamente a fidelidade de Deus conforme as suas alianças.
·Lembrando
dos votos de que assim como Deus foi com seus pais, apesar deles, ele seja com
eles, apesar, também, deles.
·Manifestando
o desejo de que a soberania de Deus faça nossos corações se inclinarem a ele e
não a nós mesmos.
·Desejando
que as palavras de que ele suplicou a ele, estejam sempre diante dele a fim de
que todos os povos da terra saibam que o Senhor é Deus e que não há outro não.
Finaliza pedindo ao povo fidelidade de
coração para serem perfeitos em andares nos seus estatutos e guardarem os seus
mandamentos, como estavam ali fazendo.
II Cr 6:1 Então falou Salomão:
O
SENHOR disse que habitaria nas trevas.
II
Cr 6:2 E eu te tenho edificado uma casa para morada,
e
um lugar para a tua eterna habitação.
II Cr 6:3 Então o rei virou o seu rosto,
e abençoou a toda a congregação
de
Israel, e toda a congregação de Israel estava em pé.
II
Cr 6:4 E ele disse:
Bendito
seja o SENHOR Deus de Israel,
que
falou pela sua boca a Davi meu pai;
e
pelas suas mãos o cumpriu, dizendo:
II
Cr 6:5 Desde o dia em que tirei a meu povo da terra do Egito,
não
escolhi cidade alguma de todas as tribos de Israel,
para
edificar nela uma casa em que estivesse
o
meu nome;
nem
escolhi homem algum
para
ser líder do meu povo, Israel.
II
Cr 6:6 Porém escolhi a Jerusalém
para
que ali estivesse o meu nome;
e
escolhi a Davi,
para
que estivesse sobre o meu povo Israel.
II
Cr 6:7 Também Davi meu pai teve no seu coração
o
edificar uma casa ao nome do SENHOR Deus de Israel.
II
Cr 6:8 Porém o SENHOR disse a Davi, meu pai:
Porquanto
tiveste no teu coração o edificar uma casa ao meu
nome,
bem fizeste de ter isto no teu coração.
II
Cr 6:9 Contudo tu não edificarás a casa, mas teu filho,
que
há de proceder de teus lombos,
esse
edificará a casa ao meu nome.
II
Cr 6:10 Assim confirmou o SENHOR a sua palavra, que falou;
porque
eu me levantei em lugar de Davi meu pai,
e
me assentei sobre o trono de Israel,
como
o SENHOR disse, e edifiquei a casa
ao
nome do SENHOR Deus de Israel.
II
Cr 6:11 E pus nela a arca, em que está a aliança que o SENHOR
fez
com os filhos de Israel.
II Cr 6:12 E pôs-se em pé, perante o
altar do SENHOR, na presença de toda
a
congregação de Israel, e estendeu as suas mãos.
II
Cr 6:13 Porque Salomão tinha feito uma plataforma
de
metal, de cinco côvados de comprimento, de cinco
côvados
de largura e de três côvados de altura,
e
a tinha posto no meio do pátio,
e
pôs-se em pé sobre ela, e ajoelhou-se em presença
de
toda a congregação de Israel, e estendeu as suas
mãos
para o céu. II Cr 6:14 E disse:
O
SENHOR Deus de Israel, não há Deus semelhante a ti,
nem
nos céus nem na terra;
que
guardas a aliança e a beneficência aos teus servos que caminham
perante
ti de todo o seu coração.
II
Cr 6:15 Que guardaste ao teu servo Davi, meu pai,
o
que lhe falaste; porque tu pela tua boca o disseste,
e
pela tua mão o cumpriste, como se vê neste dia.
II
Cr 6:16 Agora, pois, SENHOR Deus de Israel,
guarda
ao teu servo Davi, meu pai, o que falaste, dizendo:
Nunca
homem algum será cortado de diante de mim,
que
se assente sobre o trono de Israel;
tão-somente
que teus filhos guardem seu caminho,
andando
na minha lei, como tu andaste
diante
de mim.
II
Cr 6:17 E agora, SENHOR Deus de Israel,
cumpra-se
a tua palavra, que disseste ao teu servo Davi.
II
Cr 6:18 Mas, na verdade, habitará Deus com os homens na terra?
Eis
que os céus, e o céu dos céus, não te podem conter,
quanto
menos esta casa que tenho edificado?
II
Cr 6:19 Atende, pois, à oração do teu servo, e à sua súplica,
ó
SENHOR meu Deus; para ouvires o clamor, e a oração,
que
o teu servo faz perante ti.
II
Cr 6:20 Que os teus olhos estejam dia e noite abertos sobre este
lugar,
de que disseste que ali porias o teu nome;
para
ouvires a oração que o teu servo orar
neste
lugar.
II
Cr 6:21 Ouve, pois, as súplicas do teu servo, e do teu povo Israel,
que
fizerem neste lugar; e ouve tu do lugar da tua habitação,
desde
os céus; ouve pois, e perdoa.
II Cr 6:22 Quando alguém pecar contra o
seu próximo,
e
lhe impuser juramento de maldição, fazendo-o jurar,
e
o juramento de maldição vier perante o teu altar,
nesta
casa,
II
Cr 6:23 Ouve tu, então, desde os céus, e age e julga a teus servos,
condenando
ao ímpio,
retribuindo
o seu proceder sobre a sua cabeça;
e
justificando ao justo,
dando-lhe
segundo a sua justiça.
II Cr 6:24 Quando também o teu povo
Israel for ferido
diante
do inimigo, por ter pecado contra ti,
e
eles se converterem, e confessarem o teu nome,
e
orarem e suplicarem perante ti nesta casa,
II
Cr 6:25 Então, ouve tu desde os céus, e perdoa os pecados do teu
povo
Israel; e torna a levá-los à terra que lhes tens dado
e
a seus pais.
II Cr 6:26 Quando os céus se fecharem, e
não houver chuva,
por
terem pecado contra ti, e orarem neste lugar,
e
confessarem teu nome, e se converterem dos seus
pecados,
quando tu os afligires,
II
Cr 6:27 Então, ouve tu desde os céus,
e
perdoa o pecado de teus servos, e do teu povo Israel,
ensinando-lhes
o bom caminho, em que andem;
e
dá chuva sobre a tua terra, que deste
ao
teu povo em herança.
II Cr 6:28 Quando houver fome na terra,
quando houver peste,
quando
houver queima de seara, ou ferrugem, gafanhotos,
ou lagarta, cercando-a algum dos
seus inimigos nas terras
das
suas portas, ou quando houver qualquer praga,
ou
qualquer enfermidade,
II
Cr 6:29 Toda a oração, e toda a súplica, que qualquer homem fizer,
ou
todo o teu povo Israel, conhecendo cada um a sua praga,
e
a sua dor, e estendendo as suas mãos para esta
casa,
II Cr 6:30 Então, ouve tu desde os
céus,
do assento da tua habitação, e perdoa,
e
dá a cada um conforme a todos os seus caminhos,
segundo
conheces o seu coração (pois só tu conheces
o
coração dos filhos dos homens),
II
Cr 6:31 A fim de que te temam,
para
andarem nos teus caminhos, todos os dias que
viverem
na terra que deste a nossos pais.
II Cr 6:32 Assim também ao estrangeiro,
que não for do teu povo
Israel,
quando vier de terras remotas por amor do teu grande
nome,
e da tua poderosa mão, e do teu braço
estendido,
vindo eles e orando nesta casa;
II
Cr 6:33 Então, ouve tu desde os céus, do assento da tua habitação,
e
faze conforme a tudo o que o estrangeiro te suplicar;
a
fim de que todos os povos da terra conheçam o teu
nome,
e te temam, como o teu povo Israel;
e
a fim de saberem que pelo teu nome é chamada esta casa
que
edifiquei.
II Cr 6:34 Quando o teu povo sair à
guerra contra os seus inimigos,
pelo
caminho que os enviares, e orarem a ti para o lado desta
cidade
que escolheste, e desta casa,
que
edifiquei ao teu nome,
II
Cr 6:35 Ouve, então, desde os céus a sua oração,
e
a sua súplica, e faze-lhes justiça.
II Cr 6:36 Quando pecarem contra ti
(pois não há homem que não peque),
e
tu te indignares contra eles, e os entregares diante
do inimigo, para que os que os
cativarem os levem
em
cativeiro para alguma terra, remota ou vizinha,
II
Cr 6:37 E na terra, para onde forem levados em cativeiro,
caírem
em si, e se converterem, e na terra do seu cativeiro,
a ti suplicarem, dizendo: Pecamos,
perversamente procedemos e impiamente agimos;
II
Cr 6:38 E se converterem a ti com todo o seu coração
e
com toda a sua alma, na terra do seu cativeiro,
a
que os levaram presos, e orarem para o
lado
da sua terra, que deste a seus pais,
e
para esta cidade que escolheste, e para esta casa
que
edifiquei ao teu nome,
II
Cr 6:39 Ouve, então, desde os céus, do assento da tua habitação,
a
sua oração e as suas súplicas, e executa o seu direito;
e
perdoa ao teu povo que houver pecado contra ti.
II Cr 6:40 Agora, pois, ó meu Deus,
estejam os teus olhos abertos,
e
os teus ouvidos atentos à oração deste lugar.
II
Cr 6:41 Levanta-te, pois, agora, SENHOR Deus,
para
o teu repouso, tu e a arca da tua fortaleza;
os
teus sacerdotes, ó SENHOR Deus, sejam vestidos
de
salvação, e os teus santos se alegrem do bem.
II
Cr 6:42 O SENHOR Deus, não faças virar o rosto do teu ungido;
lembra-te
das misericórdias de Davi teu servo.
As petições de Salomão terminam com duas
preocupações, uma quanto ao templo e outra quanto ao trono.
O cronista omite I Rs 8:50b-51 (... e dá-lhes
misericórdia perante aqueles que os têm cativos, para que deles tenham
compaixão. Porque são o teu povo e a tua herança que tiraste da terra do Egito,
do meio do forno de ferro.) e inclui uma versão de Sl 132:8-10 (Levanta-te,
SENHOR, ao teu repouso, tu e a arca da tua força. Vistam-se os teus sacerdotes
de justiça, e alegrem-se os teus santos. Por amor de Davi, teu servo, não faças
virar o rosto do teu ungido.).
Em Reis, o final da oração se concentra na
aliança mosaica, mas aqui o foco da atenção é a aliança davídica – 6:42; cf
6:11. Salomão pediu:
Que
Deus estivesse presente no templo – vs 41a.
Que
desse alegria e celebração aos sacerdotes e ao povo – 41b.
Que
se lembrasse da promessa de amor feita a Davi – vs 42.
Esse material adicional se dirige
diretamente às esperanças do público pós-exílio de restauração plena da
adoração gloriosa em Jerusalém.
Neste capítulo, nossas reflexões se
encontram aqui:
Parte II – O REINO UNIDO – 9:35 a
II CR 9:31.
B. O reinado de Salomão – II Cr
1:1 a 9:31.
Estamos, como já dissemos, seguindo o
quiasmo encontrado nos primeiros nove capítulos deste início de II Crônicas.
Trata-se, como já falamos, de um quiasmo amplo (A B C D D' C' B' A’).
O padrão do reinado de Salomão é:
(A)
A grande sabedoria e riqueza de Salomão (1:1-17) – já vista.
(B) Assistência internacional (2:1-18) – já vista.
(C) A construção e os móveis e utensílios
do templo (3:1-5:1) – concluiremos neste capítulo.
(D) A dedicação do templo (5:2-7:10) – iniciaremos agora.
(D') A resposta divina à dedicação (7:11-22).
(C') A conclusão da construção do templo (8:1-16).
(B') O reconhecimento internacional (8:1-9:21).
(A')
A grande sabedoria e riqueza (9:22-28).
O cronista encerra com um relato sucinto da
morte de Salomão (9:29-31).
Esta parte “B”, que irá até o capítulo 9,
foi também dividido em nove partes, como o quiasmo acima, ao qual estamos já
seguindo.
No presente capítulo, encontraremos os
seguintes trechos paralelos em I Reis: As dádivas de Davi são colocadas no
templo – vs 1, texto paralelo em I Re 7:51; Salomão traz, com êxito, a arca da aliança para o
templo – vs 2 ao 14, texto paralelo de I Re 8:1 ao 11.
(C) A construção e os móveis e utensílios do templo (3:1-5:1) -
continuação.
O verso 1 deste capítulo diz que toda a
obra que fez o rei Salomão para a Casa do Senhor – 7 anos de construções – foi concluída
e agora Salomão, em obediência ao seu pai já falecido, buscou as coisas dele e trouxe
para o templo tudo o que ele, seu pai, tinha dedicado: a prata, o ouro e os
utensílios aos quais ele pôs entre os tesouros da Casa de Deus.
Esses depósitos do governo era feitos para
os bens do governo, que posteriormente foram utilizados pelos reis de Judá para
pagar tributos a fim de evitar invasões estrangeiras – 15:18; II Re 12:17,18;
18:13-16. Esses depósitos também foram alvo de saques de reis inimigos –
14:25,26; II Re 14:13,14.
(D) A dedicação do templo (5:2-7:10).
O texto da dedicação do templo que vai do
verso 2, deste ao 7:10, parece seguir fielmente o relato da dedicação do templo
em I Re 8:1 ao 66. Do qual também iremos nos valer em nossas reflexões, com
ligeiras adaptações ao presente livro.
Essa ocasião do reinado de Salomão marca o
auge de suas realizações – o início do culto no templo recém-construído.
Este capítulo descreve as cerimonias de
abertura: a reunião da congregação – vs 2 e 3 - e a celebração inicial até o
momento em que a casa de Deus é cheia de sua glória.
Já o discurso do rei – 6:1 ao 11, sua
oração – 6:12 ao 42, e as cerimonias de encerramento – 7:1 ao 10, veremos nos
próximos capítulos.
Estava chegando o grande momento da
inauguração do templo e a arca da aliança estaria sendo transportada, conforme
manda a lei e não conforme os modismos das épocas, pois já uma vez tinha
acontecido um grande desastre quando a quiseram transportar pela primeira vez
sem seguirem o que estava escrito de seu transporte quando morreu Uzá por tocar
nela imprudentemente quando esta ia cair.
E Salomão fez questão de congregar todos
os anciãos de Israel e cabeças de
tribos, chefes para este momento especial, no sétimo mês de Etanim, o tempo
determinado também para a Festa dos Tabernáculos.
O templo foi concluído no oitavo mês do
décimo primeiro ano de Salomão – I Re 6:38. Pelo visto, a festa de dedicação
foi realizada onze meses depois da conclusão da construção.
Foi um grande momento aquele da arca sendo
colocada no santíssimo lugar, debaixo das asas dos querubins. Na arca apenas
havia as tábuas, as duas pedras da aliança entre Deus, Moisés e o povo. Eu
creio que não era a lei em duas partes, mas duas cópias fieis da lei toda.
Já tinha desaparecido da arca, tanto a vara
de Arão que florescera e o exemplar do maná celestial. Hoje em dia nem temos a
arca da aliança, tudo desapareceu. Não era para ser assim, mas era para estar a
arca e todo o seu conteúdo intacto até ao dia de hoje, decorridos já mais de
3000 anos!
A arca e todos os utensílios foram para o
novo templo para sua inauguração e quando terminaram de colocar tudo lá dentro,
e de lá de dentro saíram os sacerdotes, eis que uma manifestação teofânica
aconteceu diante de todos que ali se encontravam. Que grande momento não foi
aquele?
Eles tiveram de sair dali por causa da
fumaça da glória do Senhor que ali enchera o templo. Eles não poderiam
ministrar ali, pois que Deus mesmo estava a ministrar neles.
Era mesmo um sinal da aprovação de Deus ao
feito realizado, como ele também se manifestou em glória por meio de nuvens e
fumaças no monte Sinai e na inauguração do tabernáculo.
II Cr 5:1 Assim se acabou toda a obra
que Salomão fez
para
a casa do SENHOR; então trouxe Salomão as coisas que seu pai
Davi
havia consagrado, a prata, o ouro e todos os objetos,
e
pô-los entre os tesouros da casa de Deus.
II Cr 5:2 Então Salomão congregou em
Jerusalém os anciãos de Israel,
e
todos os chefes das tribos, os chefes dos pais entre
os
filhos de Israel, para fazerem subir a arca da aliança
do
SENHOR, da cidade de Davi, que é Sião.
II
Cr 5:3 E todos os homens de Israel se congregaram ao rei
na
ocasião da festa, que foi no sétimo mês.
II
Cr 5:4 E vieram todos os anciãos de Israel;
e
os levitas levantaram a arca.
II
Cr 5:5 E fizeram subir a arca, e a tenda da congregação,
com
todos os objetos sagrados, que estavam na tenda;
os
sacerdotes e os levitas os fizeram subir.
II Cr 5:6 Então o rei Salomão e toda a
congregação de Israel,
que
se tinha reunido com ele diante da arca, sacrificaram carneiros
e
bois, que não se podiam contar, nem numerar,
por
causa da sua abundância.
II
Cr 5:7 Assim trouxeram os sacerdotes
a
arca da aliança do SENHOR ao seu lugar,
ao
oráculo da casa, ao lugar santíssimo,
até
debaixo das asas dos querubins.
II
Cr 5:8 Porque os querubins estendiam ambas as asas
sobre
o lugar da arca, e os querubins cobriam, por cima,
a
arca e os seus varais.
II
Cr 5:9 Então os varais sobressaíam para que as pontas dos varais
da
arca se vissem perante o oráculo,
mas
não se vissem de fora;
e
ali tem estado até ao dia de hoje.
II
Cr 5:10 Na arca não havia coisa alguma senão as duas tábuas,
que
Moisés tinha posto em Horebe, quando o SENHOR
fez
aliança com os filhos de Israel,
saindo
eles do Egito.
II Cr 5:11 E sucedeu que, saindo os
sacerdotes do santuário
(porque
todos os sacerdotes, que ali se acharam,
se
santificaram, sem respeitarem as suas turmas,
II
Cr 5:12 E os levitas, que eram cantores, todos eles,
de
Asafe, de Hemã, de Jedutum, de seus filhos
e
de seus irmãos, vestidos de linho fino, com címbalos,
com
saltérios e com harpas, estavam em pé para
o
oriente do altar;
e
com eles até cento e vinte sacerdotes,
que
tocavam as trombetas).
II
Cr 5:13 E aconteceu que, quando eles uniformemente tocavam
as
trombetas, e cantavam, para fazerem ouvir uma só voz,
bendizendo
e louvando ao SENHOR;
e
levantando eles a voz com trombetas, címbalos,
e
outros instrumentos musicais,
e
louvando ao SENHOR, dizendo:
Porque
ele é bom, porque a sua benignidade
dura
para sempre, então a casa se encheu
de
uma nuvem,
a
saber, a casa do SENHOR;
II
Cr 5:14 E os sacerdotes não podiam permanecer em pé,
para
ministrar, por causa da nuvem;
porque
a glória do SENHOR encheu a casa de Deus.
A esperança do cronista, de todo povo
daquela época e dos profetas do Antigo Testamento era que a glória de Deus
voltasse ao templo depois do exílio – Ez 43:1-5; Ag 2:7-9; Zc 2:10; 8:3.
Ela não aconteceu com a nuvem enchendo a
Casa de Deus, nem no tempo esperado, mas aconteceu com o próprio Senhor
encarnado entrando no templo e, melhor ainda, se tornando, por meio de sua
igreja, o templo que agora não estava mais restrito a um lugar físico!
Por isso que a glória da segunda casa seria
maior, pois receberia, no tempo de Deus, o próprio Messias, o Ungido, o Filho
de Deus e Salvador de todos os homens. A
glória desta última casa será maior do que a da primeira, diz o SENHOR dos
Exércitos; e, neste lugar, darei a paz, diz o SENHOR dos Exércitos. (Ageu
2:9).
Jesus Cristo foi a maior manifestação da
presença e da glória de Deus – Jo 1:14. É por isso que Ef 2:21; 3:20-21 ensinam
que a glória de Cristo é vista em sua igreja, o templo de Deus.
Em cada capítulo da Bíblia, você encontrará uma narrativa escrita podendo conter gráficos, tabelas, imagens e textos e um link de vídeo dessa postagem no YouTube. Confira!
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