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quinta-feira, 25 de setembro de 2014

II Crônicas 6:1-42 - O DISCURSO E A ORAÇÃO DE SALOMÃO NA INAUGURAÇÃO DO TEMPLO

Estamos no capítulo 6 e nossas reflexões se encontram aqui:



Parte II – O REINO UNIDO – 9:35 a II CR 9:31.
B. O reinado de Salomão – II Cr 1:1 a 9:31.
Como já dissemos, estamos seguindo o quiasmo encontrado nos primeiros nove capítulos deste início de II Crônicas. Trata-se, como já falamos, de um quiasmo amplo (A B C D D' C' B' A’).
O padrão do reinado de Salomão é:
(A) A grande sabedoria e riqueza de Salomão (1:1-17) – já vista.
(B) Assistência internacional (2:1-18) – já vista.
(C) A construção e os móveis e utensílios do templo (3:1-5:1) – concluiremos neste capítulo.
(D) A dedicação do templo (5:2-7:10) – estamos vendo agora.
(D') A resposta divina à dedicação (7:11-22).
(C') A conclusão da construção do templo (8:1-16).
(B') O reconhecimento internacional (8:1-9:21).
(A') A grande sabedoria e riqueza (9:22-28).
O cronista encerra com um relato sucinto da morte de Salomão (9:29-31).
Esta parte “B”, que irá até o capítulo 9, foi também dividido em nove partes, como o quiasmo acima, ao qual estamos já seguindo.
No presente capítulo 6, encontraremos os seguintes trechos paralelos em I Reis: Salomão discursa ao povo – vs 1 ao 11, texto paralelo em I Re 8:12 ao 21; Salomão apresenta sua oração a Deus – vs 12 ao 42, texto paralelo de I Re 8:22 ao 53.
 (D) A dedicação do templo (5:2-7:10) - continuação.
O texto da dedicação do templo que vai de 5:2 até 7:10, parece seguir fielmente o relato da dedicação do templo em I Re 8:1 ao 66 e nós, iremos dele nos valer em nossas reflexões, com ligeiras adaptações ao presente livro.
Por isso que Salomão começa seu discurso dizendo que Deus habita em meio a trevas espessas, pois ninguém pode ver a Deus e depois viver, mas Deus pode se revelar e manifestar seu amor para com o povo de maneiras indiretas.
Neste momento, Salomão toma a palavra e se dirige ao povo e faz seu discurso e depois sua oração. Ele já começa falando que Deus habita em trevas espessas e depois explica ao povo que a ideia do presente templo veio de seu pai Davi, mas que Deus não o permitira construí-lo, apesar de desejar muito, mas isso coube a seu herdeiro, seu filho, o edificar o lugar de sua habitação.
Isso também é um sinal e um apontamento para o Messias, o filho de Davi, que já construirá um templo, ele mesmo será o templo de Deus, construído para jamais ter fim.
A esperança de Salomão e do cronista era que a presença de Deus permanecesse no templo, uma das grandes preocupações do público pós-exílio. Hodiernamente, ela se faz presente por meio de sua igreja, corpo de Cristo.
Ai Salomão fala da aliança, das promessas de Deus, da sua fidelidade, abençoa todo o povo e exalta e agradece a Deus que estaria ali cumprindo tudo o que prometera e ele estava muito feliz e realizado, estando agora pronto para se dirigir em oração a Deus para consagração do templo recém-construído.
Reparem que no verso 11, o cronista se refere à aliança que o Senhor fez com os filhos de Israel, no entanto, no texto paralelo, 8:21, a menção é de aliança “com nossos pais, quando os tirou da terra do Egito”.
Os primeiros leitores conheciam bem a referência ao êxodo, diz a BEG. É bem provável que tenha sido omitida aqui para enfatizar a administração davídica da aliança – vs 10 em vez da mosaica. A administração davídica da aliança era particularmente importante para as esperanças da comunidade pós-exílio quanto a um rei.
Conforme a BEG, a qual estamos de pleno acordo, as palavras de louvor de Salomão se referem aos dois lados da relação pactual entre Deus e o seu povo:

· Deus guarda a sua aliança, mas o povo deve perseverar na fidelidade. 
As transgressões manifestas da aliança resultariam em retribuição divina – Dt 7:9-12; 30:15-19. Essa estrutura pactual ocupa uma posição central na visão teológica do cronista.

Salomão se posiciona com suas mãos diante do altar do Senhor, na presença de toda a congregação de Israel, estende as suas mãos para os céus e começa a orar.
Salomão então se põe diante de Deus com pedidos acerca do papel futuro do templo na vida de Israel. O escritor de Reis, conforme BEG, expressa o que desejava que seus leitores esperassem das orações dirigidas às ruínas do templo e no templo depois do exílio.
Assim, essa oração está em vigor para todos os judeus, pois não se tem mais nem o primeiro, nem o segundo templo, mas outro templo de outro deus ocupando o lugar do seu templo, no qual Deus se manifestara teofanicamente em aprovação ao projeto de Davi, muito bem executado por Salomão.
Ele já começa falando e exaltando a Deus porque não há outro Deus como ele que guarda a sua aliança e a sua misericórdia insistindo nela para a cumprir, apesar de a outra parte, frágil, não a cumprir.
Salomão exalta e traz a lembrança a aliança de Deus com Davi de que não faltaria sucessor, contanto que seus filhos guardassem seu caminho para andarem diante dele como ele andou.
Deus habitaria na terra? Essa é a pergunta que o rei Salomão faz cuja resposta está clara que não, pois como ela poderia conter o criador? Assim, entende ele que o novo templo jamais o poderia contê-lo, no entanto, o Messias sim conterá toda a plenitude da divindade como bem nos lembrou Paulo em suas epístolas.
I Coríntios 10:26 porque do Senhor é a terra e a sua plenitude.
Gálatas 4:4 vindo, porém, a plenitude do tempo, Deus enviou seu Filho, nascido de mulher, nascido sob a lei,
Efésios 1:23 a qual é o seu corpo, a plenitude daquele que a tudo enche em todas as coisas.
Efésios 3:19 e conhecer o amor de Cristo, que excede todo entendimento, para que sejais tomados de toda a plenitude de Deus.
Efésios 4:13 até que todos cheguemos à unidade da fé e do pleno conhecimento do Filho de Deus, à perfeita varonilidade, à medida da estatura da plenitude de Cristo,
Colossenses 1:19 porque aprouve a Deus que, nele, residisse toda a plenitude
Colossenses 2:9 porquanto, nele, habita, corporalmente, toda a plenitude da Divindade.
O templo era o lugar terreno que dava acesso ao átrio celestial por meio do Nome que ali habitava. Sua oração segue um padrão para cada evento que o povo vier a enfrentar no futuro:

  • ·  Primeiro, vem a circunstância perturbadora, não controlável e difícil de enfrentar, mas que não tem jeito temos de passar por ela e, de preferência, dando glórias a Deus.
  • · Segundo, vem o pedido de perdão a Deus. Porque nos queixamos? Lamentações de Jeremias 3:39 - Por que, pois, se queixa o homem vivente? Queixe-se cada um dos seus próprios pecados.
  • · Terceiro, o pedido a Deus para agir a nosso favor por causa de sua aliança e de sua misericórdia.
  • · Quarto, o pedido para nos dar, ouvir e/ou fazer, ou conceder o livramento e o escape daquela situação, conforme os seus caminhos, pois que somente Deus é conhecedor do coração dos filhos dos homens a fim de que o temam por todos os dias que viverem na terra que deste aos seus pais.
I Reis 8:39 Ouve tu então nos céus, assento da tua habitação, e perdoa, e age, e a cada um conforme a todos os seus caminhos, e segundo vires o seu coração, porque só tu conheces o coração de todos os filhos dos homens.
I Reis 8:40 Para que te temam todos os dias que viverem na terra que deste a nossos pais.
Resumindo: PERDOA – AGE – DÁ – OUVE – FAZ (isto ainda virará um belo sermão!).
Após sua longa e interessante oração, já apontando para o futuro, quando tudo aquilo estará em ruínas; e mais ainda para o futuro, quando outro templo físico, de outro deus estará ali naquele lugar; e ainda nesse mesmo futuro, quando um novo templo, não procedente de mãos humanas, o corpo de Cristo, ou seja, a Igreja de Cristo estiver entre nós,  ele encerra sua oração e a assembleia com um discurso e uma cerimônia de dedicação.
Podemos ver nos versos de 32 e 33 que Salomão esperava que os estrangeiros também recebessem respostas às suas orações no templo. Os profetas do Antigo Testamento prenunciaram a inclusão de um grande número de gentios entre o povo de Deus depois do exílio – Is 56:6-8; Jl 2:28; Zc 8:20-23; 14:16-21; Sl 87.
É provável que essa petição tenha sido incluída para ressaltar a centralidade do templo na expansão do reino a outras nações. A inclusão em grande escada dos gentios no reino de Deus se cumpriu por meio de Cristo – Rm 3:29; Gl 3:14.
Hoje, todos temos acesso ao templo que antes era restrito aos judeus e a um lugar físico no planeta. Cristo Jesus agora está presente em todo planeta e em todo lugar onde houver um cristão fiel.
Assim pôs-se de pé e abençoou toda a congregação em alta voz:
·  Exaltando novamente a fidelidade de Deus conforme as suas alianças.
·  Lembrando dos votos de que assim como Deus foi com seus pais, apesar deles, ele seja com eles, apesar, também, deles.
·  Manifestando o desejo de que a soberania de Deus faça nossos corações se inclinarem a ele e não a nós mesmos.
·  Desejando que as palavras de que ele suplicou a ele, estejam sempre diante dele a fim de que todos os povos da terra saibam que o Senhor é Deus e que não há outro não.
Finaliza pedindo ao povo fidelidade de coração para serem perfeitos em andares nos seus estatutos e guardarem os seus mandamentos, como estavam ali fazendo.
II Cr 6:1 Então falou Salomão:
                O SENHOR disse que habitaria nas trevas.
                               II Cr 6:2 E eu te tenho edificado uma casa para morada,
                                               e um lugar para a tua eterna habitação.
II Cr 6:3 Então o rei virou o seu rosto, e abençoou a toda a congregação
                de Israel, e toda a congregação de Israel estava em pé.
                II Cr 6:4 E ele disse:
                               Bendito seja o SENHOR Deus de Israel,
                                               que falou pela sua boca a Davi meu pai;
                                                               e pelas suas mãos o cumpriu, dizendo:
                II Cr 6:5 Desde o dia em que tirei a meu povo da terra do Egito,
                               não escolhi cidade alguma de todas as tribos de Israel,
                                               para edificar nela uma casa em que estivesse
                                                               o meu nome;
                               nem escolhi homem algum
                                               para ser líder do meu povo, Israel.
                II Cr 6:6 Porém escolhi a Jerusalém
                               para que ali estivesse o meu nome;
                e escolhi a Davi,
                               para que estivesse sobre o meu povo Israel.
                II Cr 6:7 Também Davi meu pai teve no seu coração
                               o edificar uma casa ao nome do SENHOR Deus de Israel.
                II Cr 6:8 Porém o SENHOR disse a Davi, meu pai:
                               Porquanto tiveste no teu coração o edificar uma casa ao meu
                                               nome, bem fizeste de ter isto no teu coração.
                               II Cr 6:9 Contudo tu não edificarás a casa, mas teu filho,
                                               que há de proceder de teus lombos,
                                                               esse edificará a casa ao meu nome.
                II Cr 6:10 Assim confirmou o SENHOR a sua palavra, que falou;
                               porque eu me levantei em lugar de Davi meu pai,
                                               e me assentei sobre o trono de Israel,
                                                               como o SENHOR disse, e edifiquei a casa
                                                               ao nome do SENHOR Deus de Israel.
                II Cr 6:11 E pus nela a arca, em que está a aliança que o SENHOR
                               fez com os filhos de Israel.
II Cr 6:12 E pôs-se em pé, perante o altar do SENHOR, na presença de toda
                a congregação de Israel, e estendeu as suas mãos.
                               II Cr 6:13 Porque Salomão tinha feito uma plataforma
                                               de metal, de cinco côvados de comprimento, de cinco
                                               côvados de largura e de três côvados de altura,
                                                               e a tinha posto no meio do pátio,
                                               e pôs-se em pé sobre ela, e ajoelhou-se em presença
                                               de toda a congregação de Israel, e estendeu as suas
                                                               mãos para o céu. II Cr 6:14 E disse:
                O SENHOR Deus de Israel, não há Deus semelhante a ti,
                               nem nos céus nem na terra;
                que guardas a aliança e a beneficência aos teus servos que caminham
                               perante ti de todo o seu coração.
                II Cr 6:15 Que guardaste ao teu servo Davi, meu pai,
                               o que lhe falaste; porque tu pela tua boca o disseste,
                                               e pela tua mão o cumpriste, como se vê neste dia.
                II Cr 6:16 Agora, pois, SENHOR Deus de Israel,
                               guarda ao teu servo Davi, meu pai, o que falaste, dizendo:
                                               Nunca homem algum será cortado de diante de mim,
                                                               que se assente sobre o trono de Israel;
                               tão-somente que teus filhos guardem seu caminho,
                                               andando na minha lei, como tu andaste
                                                               diante de mim.
                II Cr 6:17 E agora, SENHOR Deus de Israel,
                               cumpra-se a tua palavra, que disseste ao teu servo Davi.
                II Cr 6:18 Mas, na verdade, habitará Deus com os homens na terra?
                               Eis que os céus, e o céu dos céus, não te podem conter,
                                               quanto menos esta casa que tenho edificado?
                II Cr 6:19 Atende, pois, à oração do teu servo, e à sua súplica,
                               ó SENHOR meu Deus; para ouvires o clamor, e a oração,
                                               que o teu servo faz perante ti.
                II Cr 6:20 Que os teus olhos estejam dia e noite abertos sobre este
                               lugar, de que disseste que ali porias o teu nome;
                                               para ouvires a oração que o teu servo orar
                                                               neste lugar.
                II Cr 6:21 Ouve, pois, as súplicas do teu servo, e do teu povo Israel,
                               que fizerem neste lugar; e ouve tu do lugar da tua habitação,
                                               desde os céus; ouve pois, e perdoa.
II Cr 6:22 Quando alguém pecar contra o seu próximo,
                e lhe impuser juramento de maldição, fazendo-o jurar,
                               e o juramento de maldição vier perante o teu altar,
                                               nesta casa,
                II Cr 6:23 Ouve tu, então, desde os céus, e age e julga a teus servos,
                               condenando ao ímpio,
                                               retribuindo o seu proceder sobre a sua cabeça;
                               e justificando ao justo,
                                               dando-lhe segundo a sua justiça.
II Cr 6:24 Quando também o teu povo Israel for ferido
                diante do inimigo, por ter pecado contra ti,
                               e eles se converterem, e confessarem o teu nome,
                               e orarem e suplicarem perante ti nesta casa,
                II Cr 6:25 Então, ouve tu desde os céus, e perdoa os pecados do teu
                               povo Israel; e torna a levá-los à terra que lhes tens dado
                                               e a seus pais.
II Cr 6:26 Quando os céus se fecharem, e não houver chuva,
                por terem pecado contra ti, e orarem neste lugar,
                               e confessarem teu nome, e se converterem dos seus
                                               pecados, quando tu os afligires,
                II Cr 6:27 Então, ouve tu desde os céus,
                               e perdoa o pecado de teus servos, e do teu povo Israel,
                                               ensinando-lhes o bom caminho, em que andem;
                               e dá chuva sobre a tua terra, que deste
                                               ao teu povo em herança.
II Cr 6:28 Quando houver fome na terra, quando houver peste,
                quando houver queima de seara, ou ferrugem, gafanhotos,
                                ou lagarta, cercando-a algum dos seus inimigos nas terras
                                               das suas portas, ou quando houver qualquer praga,
                                                               ou qualquer enfermidade,
                II Cr 6:29 Toda a oração, e toda a súplica, que qualquer homem fizer,
                               ou todo o teu povo Israel, conhecendo cada um a sua praga,
                                               e a sua dor, e estendendo as suas mãos para esta
                                                               casa, II Cr 6:30 Então, ouve tu desde os
                                                               céus, do assento da tua habitação, e perdoa,
                                               e dá a cada um conforme a todos os seus caminhos,
                                               segundo conheces o seu coração (pois só tu conheces
                                                               o coração dos filhos dos homens),
                               II Cr 6:31 A fim de que te temam,
                                               para andarem nos teus caminhos, todos os dias que
                                                               viverem na terra que deste a nossos pais.
II Cr 6:32 Assim também ao estrangeiro, que não for do teu povo
                Israel, quando vier de terras remotas por amor do teu grande
                               nome, e da tua poderosa mão, e do teu braço
                                               estendido, vindo eles e orando nesta casa;
                II Cr 6:33 Então, ouve tu desde os céus, do assento da tua habitação,
                               e faze conforme a tudo o que o estrangeiro te suplicar;
                                               a fim de que todos os povos da terra conheçam o teu
                                                               nome, e te temam, como o teu povo Israel;
                               e a fim de saberem que pelo teu nome é chamada esta casa
                                               que edifiquei.
II Cr 6:34 Quando o teu povo sair à guerra contra os seus inimigos,
                pelo caminho que os enviares, e orarem a ti para o lado desta
                               cidade que escolheste, e desta casa,
                                               que edifiquei ao teu nome,
                               II Cr 6:35 Ouve, então, desde os céus a sua oração,
                                               e a sua súplica, e faze-lhes justiça.
II Cr 6:36 Quando pecarem contra ti (pois não há homem que não peque),
                e tu te indignares contra eles, e os entregares diante
                                do inimigo, para que os que os cativarem os levem
                                               em cativeiro para alguma terra, remota ou vizinha,
                               II Cr 6:37 E na terra, para onde forem levados em cativeiro,
                                               caírem em si, e se converterem, e na terra do seu                                                                      cativeiro, a ti suplicarem, dizendo:                                         Pecamos, perversamente procedemos e impiamente agimos;
                               II Cr 6:38 E se converterem a ti com todo o seu coração
                                               e com toda a sua alma, na terra do seu cativeiro,
                                                               a que os levaram presos, e orarem para o
                                                               lado da sua terra, que deste a seus pais,
                                               e para esta cidade que escolheste, e para esta casa
                                                               que edifiquei ao teu nome,
                II Cr 6:39 Ouve, então, desde os céus, do assento da tua habitação,
                               a sua oração e as suas súplicas, e executa o seu direito;
                                               e perdoa ao teu povo que houver pecado contra ti.
II Cr 6:40 Agora, pois, ó meu Deus, estejam os teus olhos abertos,
                e os teus ouvidos atentos à oração deste lugar.
                II Cr 6:41 Levanta-te, pois, agora, SENHOR Deus,
                               para o teu repouso, tu e a arca da tua fortaleza;
                                               os teus sacerdotes, ó SENHOR Deus, sejam vestidos
                                               de salvação, e os teus santos se alegrem do bem.
                II Cr 6:42 O SENHOR Deus, não faças virar o rosto do teu ungido;
                               lembra-te das misericórdias de Davi teu servo.
As petições de Salomão terminam com duas preocupações, uma quanto ao templo e outra quanto ao trono.
O cronista omite I Rs 8:50b-51 (... e dá-lhes misericórdia perante aqueles que os têm cativos, para que deles tenham compaixão. Porque são o teu povo e a tua herança que tiraste da terra do Egito, do meio do forno de ferro.) e inclui uma versão de Sl 132:8-10 (Levanta-te, SENHOR, ao teu repouso, tu e a arca da tua força. Vistam-se os teus sacerdotes de justiça, e alegrem-se os teus santos. Por amor de Davi, teu servo, não faças virar o rosto do teu ungido.).
Em Reis, o final da oração se concentra na aliança mosaica, mas aqui o foco da atenção é a aliança davídica – 6:42; cf 6:11. Salomão pediu:

  •    Que Deus estivesse presente no templo – vs 41a.
  •   Que desse alegria e celebração aos sacerdotes e ao povo – 41b.
  •    Que se lembrasse da promessa de amor feita a Davi – vs 42.
Esse material adicional se dirige diretamente às esperanças do público pós-exílio de restauração plena da adoração gloriosa em Jerusalém.
A Deus toda glória! p/ Daniel Deusdete
http://www.jamaisdesista.com.br
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quarta-feira, 24 de setembro de 2014

II Crônicas 5:1-14 - SALOMÃO DEDICA O TEMPLO E ESTE FICA CHEIO DE SUA GLÓRIA

Neste capítulo, nossas reflexões se encontram aqui:
Parte II – O REINO UNIDO – 9:35 a II CR 9:31.
B. O reinado de Salomão – II Cr 1:1 a 9:31.
Estamos, como já dissemos, seguindo o quiasmo encontrado nos primeiros nove capítulos deste início de II Crônicas. Trata-se, como já falamos, de um quiasmo amplo (A B C D D' C' B' A’).
O padrão do reinado de Salomão é:
(A) A grande sabedoria e riqueza de Salomão (1:1-17) – já vista.
(B) Assistência internacional (2:1-18) – já vista.
(C) A construção e os móveis e utensílios do templo (3:1-5:1) – concluiremos neste capítulo.
(D) A dedicação do templo (5:2-7:10) – iniciaremos agora.
(D') A resposta divina à dedicação (7:11-22).
(C') A conclusão da construção do templo (8:1-16).
(B') O reconhecimento internacional (8:1-9:21).
(A') A grande sabedoria e riqueza (9:22-28).
O cronista encerra com um relato sucinto da morte de Salomão (9:29-31).
Esta parte “B”, que irá até o capítulo 9, foi também dividido em nove partes, como o quiasmo acima, ao qual estamos já seguindo.
No presente capítulo, encontraremos os seguintes trechos paralelos em I Reis: As dádivas de Davi são colocadas no templo – vs 1, texto paralelo em I Re 7:51; Salomão  traz, com êxito, a arca da aliança para o templo – vs 2 ao 14, texto paralelo de I Re 8:1 ao 11.
(C) A construção e os móveis e utensílios do templo (3:1-5:1) - continuação.
O verso 1 deste capítulo diz que toda a obra que fez o rei Salomão para a Casa do Senhor – 7 anos de construções – foi concluída e agora Salomão, em obediência ao seu pai já falecido, buscou as coisas dele e trouxe para o templo tudo o que ele, seu pai, tinha dedicado: a prata, o ouro e os utensílios aos quais ele pôs entre os tesouros da Casa de Deus.
Esses depósitos do governo era feitos para os bens do governo, que posteriormente foram utilizados pelos reis de Judá para pagar tributos a fim de evitar invasões estrangeiras – 15:18; II Re 12:17,18; 18:13-16. Esses depósitos também foram alvo de saques de reis inimigos – 14:25,26; II Re 14:13,14.
(D) A dedicação do templo (5:2-7:10).
O texto da dedicação do templo que vai do verso 2, deste ao 7:10, parece seguir fielmente o relato da dedicação do templo em I Re 8:1 ao 66. Do qual também iremos nos valer em nossas reflexões, com ligeiras adaptações ao presente livro.
Essa ocasião do reinado de Salomão marca o auge de suas realizações – o início do culto no templo recém-construído.
Este capítulo descreve as cerimonias de abertura: a reunião da congregação – vs 2 e 3 - e a celebração inicial até o momento em que a casa de Deus é cheia de sua glória.
Já o discurso do rei – 6:1 ao 11, sua oração – 6:12 ao 42, e as cerimonias de encerramento – 7:1 ao 10, veremos nos próximos capítulos.
Estava chegando o grande momento da inauguração do templo e a arca da aliança estaria sendo transportada, conforme manda a lei e não conforme os modismos das épocas, pois já uma vez tinha acontecido um grande desastre quando a quiseram transportar pela primeira vez sem seguirem o que estava escrito de seu transporte quando morreu Uzá por tocar nela imprudentemente quando esta ia cair.
E Salomão fez questão de congregar todos os  anciãos de Israel e cabeças de tribos, chefes para este momento especial, no sétimo mês de Etanim, o tempo determinado também para a Festa dos Tabernáculos.
O templo foi concluído no oitavo mês do décimo primeiro ano de Salomão – I Re 6:38. Pelo visto, a festa de dedicação foi realizada onze meses depois da conclusão da construção.
Foi um grande momento aquele da arca sendo colocada no santíssimo lugar, debaixo das asas dos querubins. Na arca apenas havia as tábuas, as duas pedras da aliança entre Deus, Moisés e o povo. Eu creio que não era a lei em duas partes, mas duas cópias fieis da lei toda.
Já tinha desaparecido da arca, tanto a vara de Arão que florescera e o exemplar do maná celestial. Hoje em dia nem temos a arca da aliança, tudo desapareceu. Não era para ser assim, mas era para estar a arca e todo o seu conteúdo intacto até ao dia de hoje, decorridos já mais de 3000 anos!
A arca e todos os utensílios foram para o novo templo para sua inauguração e quando terminaram de colocar tudo lá dentro, e de lá de dentro saíram os sacerdotes, eis que uma manifestação teofânica aconteceu diante de todos que ali se encontravam. Que grande momento não foi aquele?
Eles tiveram de sair dali por causa da fumaça da glória do Senhor que ali enchera o templo. Eles não poderiam ministrar ali, pois que Deus mesmo estava a ministrar neles.
Era mesmo um sinal da aprovação de Deus ao feito realizado, como ele também se manifestou em glória por meio de nuvens e fumaças no monte Sinai e na inauguração do tabernáculo.
II Cr 5:1 Assim se acabou toda a obra que Salomão fez
                para a casa do SENHOR; então trouxe Salomão as coisas que seu pai
                               Davi havia consagrado, a prata, o ouro e todos os objetos,
                                               e pô-los entre os tesouros da casa de Deus.
II Cr 5:2 Então Salomão congregou em Jerusalém os anciãos de Israel,
                e todos os chefes das tribos, os chefes dos pais entre
                               os filhos de Israel, para fazerem subir a arca da aliança
                                               do SENHOR, da cidade de Davi, que é Sião.
                II Cr 5:3 E todos os homens de Israel se congregaram ao rei
                               na ocasião da festa, que foi no sétimo mês.
                II Cr 5:4 E vieram todos os anciãos de Israel;
                               e os levitas levantaram a arca.
                II Cr 5:5 E fizeram subir a arca, e a tenda da congregação,
                               com todos os objetos sagrados, que estavam na tenda;
                                               os sacerdotes e os levitas os fizeram subir.
II Cr 5:6 Então o rei Salomão e toda a congregação de Israel,
                que se tinha reunido com ele diante da arca, sacrificaram carneiros
                               e bois, que não se podiam contar, nem numerar,
                                               por causa da sua abundância.
                II Cr 5:7 Assim trouxeram os sacerdotes
                               a arca da aliança do SENHOR ao seu lugar,
                                               ao oráculo da casa, ao lugar santíssimo,
                                                               até debaixo das asas dos querubins.
                II Cr 5:8 Porque os querubins estendiam ambas as asas
                               sobre o lugar da arca, e os querubins cobriam, por cima,
                                               a arca e os seus varais.
                II Cr 5:9 Então os varais sobressaíam para que as pontas dos varais
                               da arca se vissem perante o oráculo,
                                               mas não se vissem de fora;
                                                               e ali tem estado até ao dia de hoje.
                II Cr 5:10 Na arca não havia coisa alguma senão as duas tábuas,
                               que Moisés tinha posto em Horebe, quando o SENHOR
                                               fez aliança com os filhos de Israel,
                                                               saindo eles do Egito.
II Cr 5:11 E sucedeu que, saindo os sacerdotes do santuário
                (porque todos os sacerdotes, que ali se acharam,
                               se santificaram, sem respeitarem as suas turmas,
                II Cr 5:12 E os levitas, que eram cantores, todos eles,
                               de Asafe, de Hemã, de Jedutum, de seus filhos
                               e de seus irmãos, vestidos de linho fino, com címbalos,
                               com saltérios e com harpas, estavam em pé para
                                               o oriente do altar;
                               e com eles até cento e vinte sacerdotes,
                                               que tocavam as trombetas).
                II Cr 5:13 E aconteceu que, quando eles uniformemente tocavam
                               as trombetas, e cantavam, para fazerem ouvir uma só voz,
                                               bendizendo e louvando ao SENHOR;
                               e levantando eles a voz com trombetas, címbalos,
                                               e outros instrumentos musicais,
                               e louvando ao SENHOR, dizendo:
                                               Porque ele é bom, porque a sua benignidade
                                               dura para sempre, então a casa se encheu  
                                                               de uma nuvem,
                                                                              a saber, a casa do SENHOR;
                II Cr 5:14 E os sacerdotes não podiam permanecer em pé,
                               para ministrar, por causa da nuvem;
                                               porque a glória do SENHOR encheu a casa de Deus.
A esperança do cronista, de todo povo daquela época e dos profetas do Antigo Testamento era que a glória de Deus voltasse ao templo depois do exílio – Ez 43:1-5; Ag 2:7-9; Zc 2:10; 8:3.
Ela não aconteceu com a nuvem enchendo a Casa de Deus, nem no tempo esperado, mas aconteceu com o próprio Senhor encarnado entrando no templo e, melhor ainda, se tornando, por meio de sua igreja, o templo que agora não estava mais restrito a um lugar físico!
Por isso que a glória da segunda casa seria maior, pois receberia, no tempo de Deus, o próprio Messias, o Ungido, o Filho de Deus e Salvador de todos os homens. A glória desta última casa será maior do que a da primeira, diz o SENHOR dos Exércitos; e, neste lugar, darei a paz, diz o SENHOR dos Exércitos. (Ageu 2:9).
Jesus Cristo foi a maior manifestação da presença e da glória de Deus – Jo 1:14. É por isso que Ef 2:21; 3:20-21 ensinam que a glória de Cristo é vista em sua igreja, o templo de Deus.
A Deus toda glória! p/ Daniel Deusdete – 
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