3.
Preparativos para o templo – 13:1 a 29:25 – estamos vendo;
b.
Davi faz preparativos para o templo – 17:1 a 29:25
Recapitulando:
nessa parte “b.”, o cronista tratará de uma das contribuições mais importantes de
Davi para a história de Israel: seus preparativos para a construção do templo.
Ela
foi dividida em cinco seções principais: (1) Davi aceita a comissão divina de
se fazer os preparativos para Salomão - 17:1-27 – já vista. (2) Davi garante a
segurança do reino e coleta os materiais para o templo – 18:1 a 20:8 – já
vista. (3) Davi descobre o local do templo – 21:1 a 22.1 – veremos agora. (4)
Davi executa o comissionamento dos construtores - 22:2-19. (5) Davi transfere o
poder e a responsabilidade para Salomão – 23:1 a 29.25.
(3) Davi descobre o
local do templo – 21:1 a 22.1
O
cronista tratará da descoberta do templo. A vitória militar precedente de 19:1
a 20-8 prepara o terreno para o relato sobre o censo militar inapropriado realizado
por Davi.
Com
apenas duas exceções importantes, o cronista parece seguir II Sm 24. Em Samuel,
a narrativa mostra como Davi trouxe sofrimento sobre a nação, mas intercede com
sucesso em seu favor.
Se
Davi não tivesse interesse pelo povo a ponto de se sacrificar ou oferecer-se em
sacrifício por ele, Deus já o teria rejeitado há muito tempo. No entanto,
apesar de seu pecado, ele se arrepende e se oferece no lugar do povo que sofria
com a peste.
Ao
que parece, o cronista adapta esse relato para mostrar como Deus levou Davi a
descobrir o local do futuro templo.
Trago
para o presente capítulo, minhas reflexões já feitas sobre este fato em II Sm
24, com adaptações pertinentes a este capítulo 21 de Crônicas.
A intercessão de
Davi faz cessar uma peste – II Sm 24:1-25
Antes
desse fato, houve o belo e simples cântico de Davi, falado pelo Espírito Santo,
como ele mesmo disse, que falava, entre outras coisas, principalmente, do
messias que viria de Davi.
Depois,
fez o autor de Samuel o relato dos grandes homens de Davi sendo citados como os
seus valentes, onde Joabe não aparece entre eles, apesar de ter sido um grande
guerreiro de Davi.
E
aqui, nesse capítulo, surge um fato curioso, cujo título atribuído pela BEG,
não diz muita coisa não, pois se sua intercessão fez a peste cessar, ela somente
começou por causa dele mesmo.
A
temática deste capítulo, sem dúvidas, é a ira do Senhor e acho oportuno meditar
um pouco sobre essa ira, a qual muitas vezes não pregamos sobre ela nem falamos
dela, muito menos ensinamos nossas ovelhas a respeito dela, no entanto se faz
mister.
A
ira de Deus é a expressão do seu justo juízo contra o pecado e contra o
pecador. “É uma manifestação da vingança divina contra os violadores da sua
palavra e para quem não há manifestação da sua misericórdia”, a saber, os
ímpios.
Pink
define a ira de Deus da seguinte maneira:
A
ira de Deus é uma perfeição divina tanto como a Sua fidelidade, o Seu poder ou
a Sua misericórdia. Só pode ser assim, pois não há mácula alguma, nem o mais
ligeiro defeito no caráter de Deus, porém, haveria, se nEle não houvesse a Ira!
A ira de Deus é a Sua eterna ojeriza por toda injustiça. É o desprazer e a
indignação da divina equidade contra o mal. É a santidade de Deus posta em ação
contra o pecado. É a causa motora daquela sentença justa que Ele lavra sobre os
malfeitores. Deus está irado contra o pecado porque este é rebelião contra a
Sua autoridade, um ultraje à Sua soberania inviolável.
Vicent
Cheung ressalta que a ira de Deus é a sua divina cólera contra tudo que é
contrário à santidade e à retidão; é seu intenso aborrecimento para com o
pecado e a impiedade. Em suma, a Ira de Deus, nas palavras J. I. Packer, “é a
sua justiça reagindo contra a justiça”.
No
verso primeiro, é dito que a ira do Senhor (ira santa e justa!) acendeu-se
contra Israel e Davi foi incitado a enumerar o povo. Este é um assunto
delicado, mas que tentaremos entender.
Quando
Deus está determinado a agir em juízo, o povo se corrompe ainda mais por causa
do pecado natural do povo e por causa da graça e misericórdia de Deus que são
retiradas para que assim eles ajam livremente, isto é, em pecado.
Nossa
natureza é maligna por causa do pecado original e o que nos impede de agirmos
livremente é o Senhor. Deus pretendeu punir o povo e a forma disso acontecer
foi entregando o povo a si mesmo. Quando estamos entregues nas nossas próprias
mãos, agimos, como eu costumo dizer, livremente.
É
a ilusão do livre-arbítrio! Eu faço o que quero, na hora que quero, do jeito
que quero. Eu sinto muito dizer e afirmar que isso não é liberdade, antes escravidão!
Somente é livre aquele que em tudo pode se conter e não o que faz o que quer,
pois ninguém faz o que quer, antes o que sente e o que seu corpo e mente pedem,
isso não é ser livre.
Jesus
disse que todos os que cometem pecado, são escravos do pecado. Se somos
pecadores, não somos livres, nem temos livre-arbítrio, antes pecamos e achamos
que estamos sendo livres.
Quem
assistiu o filme do Robocop 2014, pode ver isso claramente quando o robô/homem
foi de um desempenho excepcional em teste contra forças inimigas. O homem que
estava na máquina, imaginava que era ale agindo, quando na verdade, não era
ele, mas um software que era acionado para comandar as suas ações sempre que a
sua viseira abaixava protegendo o seu rosto.
O
mesmo se dá conosco, acostumados com o pecado. Quando pecamos, achamos que
estamos sendo livres, mas nunca! Estamos apenas entregues a nós mesmos e assim,
Davi foi entregue a si mesmo.
Em
I Cr 21:1, está claro o texto de que foi Satanás quem o incitou a contar o povo
e fazê-lo pecar. Todos sabemos que Deus não leva ninguém a pecar, muito menos
tenta alguém, antes o prova, como diz Tiago em sua epístola – Tg 1:13.
Não
há contradições tão pouco aqui na Bíblia, mas o que entendo disso é que Deus é
soberano e que o até o diabo quando age para o mal, objetivando isso, está
cumprindo os sábios planos de Deus! Deus é soberano inclusive sobre o mal e
seus agentes.
Pretendeu
contar o povo e contou. Ordenou a Joabe e este não gostou da ideia, mas a
cumpriu. Depois de tudo concluído quando trouxeram o resultado para Davi, este
caiu na realidade e se perguntou por que fizera aquilo e reconheceu que tinha
pecado.
O
contar o povo fazendo um levantamento de censo não parece ter sido mau em si
mesmo – Nm 1:1-2; 4:1-2; 26:1-4. A ofensa aqui, como no caso da exigência de
Israel por um rei – I Sm 8 -, deve ter sido na área da motivação.
Eu
nunca entendi como ruim o fato de Israel desejar ser uma monarquia, a queixa
contra o povo foi o fato de eles quererem ser como as outras nações. Aqui, no
caso do censo, também o problema não estava no censo, mas na sua motivação,
como falou a BEG.
Depois
de pecar, o mais fantástico, buscou a Deus e pediu perdão, mas o juízo já tinha
sido acionado, conforme Deus tinha pretendido, e o profeta enviado por Deus lhe
deu apenas três opções de juízo.
Tudo
envolvendo o número três. Três escolhas e em cada escolha, o número três. Ou
três anos, ou três meses, ou três dias. E os elementos da escolha seriam: a
fome, a espada e a peste. A fome mais lenta, a espada mais rápida e a peste
super veloz, mas altamente trágica.
Esses
três elementos perseguiam o povo de Israel quando naturalmente ocorria o
rompimento da aliança – Lv 26:23-26; Dt 28:21-26; 32:24-25; I Re 8:37; II Cr
20:9; Is 51:19; Jr 14:12; Ex 6:11-12.
A
escolha entre os três elementos foi uma ação da misericórdia de Deus para com
Davi, homem segundo o coração de Deus, que pecava, sim, mas que se arrependia.
A
escolha de Davi reflete a sua personalidade. Ele escolheu a Deus e justificou
sua escolha já que seu Deus era rico em misericórdia e perdão.
Davi
aqui estava sendo retratado como um pecador, mas não como qualquer pecador, mas
como um que se arrepende e que busca a Deus e intercede pelo povo a ponto de se
oferecer em sacrifício. Este realmente é um final interessante nessa história
de Davi.
Então
se tem início a peste que de tão violenta vitimou a setenta mil pessoas e já ia
o anjo destruidor eliminar Jerusalém quando foi interrompido pelo próprio
Senhor em resposta `as orações intercessórias do rei Davi.
E
acontece algo incrível, Deus permite a Davi ver o anjo que ali estava com a
espada desembainhada pronto para as destruir. Davi temeu o anjo, mas ao mesmo
tempo foi de uma coragem excepcional ao se oferecer no lugar do povo. Isso agradou ao Senhor que teve misericórdias dele
e da nação de Israel.
Também
outra razão para o livro de Samuel se encerrar aqui, foi o fato de que o local
escolhido para sacrifício de apaziguamento da ira de Deus foi a eira de Araúna,
local do futuro templo de Israel – I Cr 22:1; ou seja, o monte Moriá, de acordo
com II Cr 3:1, também conforme Gn 22:2, local onde Abraão foi provado e ali
iria oferecer seu filho Isaque.!
Araúna
– ou Ornã, o jebuseu - quis ofertar a Davi a sua eira, mas Davi não a aceitou
por que iria oferecê-la ao Senhor e disse a ele que não ofereceria ao Senhor
algo que nada lhe custasse. Pagou o preço justo e pode oferecer seus
sacrifícios, conforme recebera de Gade, o profeta, a orientação para assim proceder.
Davi
levantou o altar ao Senhor naquele lugar que ficou sendo o local onde mais
tarde, seu filho Salomão iria erguer o templo e que hoje está ocupada pela
Mesquita de Omar, de abóboda dourada, templo muçulmano, o mesmo lugar, também,
onde Abraão foi provado quando o Senhor pediu a ele que oferecesse Isaque, seu
filho, em sacrifício.
Os
leitores deveriam perceber – cf BEG -, nesses acontecimentos, a eficácia da
intercessão dos filhos de Davi, mesmo quando tiveram de lidar com as
consequências de seus próprios pecados. Davi e seus filhos conduziram a nação
para tempos difíceis, mas eles mesmos é que deveriam conduzi-lo para tempos
melhores.
Após
levantar o altar e oferecer ali sacrifícios por instruções de Gade, o profeta,
Deus se tornou favorável para com a terra, e a praga cessou de sobre Israel.
A
sequência da narrativa continuará, no caso do livro de Samuel em I e II Reis, e no caso de I Cr, com as
orientações gerais para a edificação do templo.
O
contexto já está todo preparado para a continuidade do reinado eterno de Davi,
sendo que quem irá subir ao trono agora será o seu filho Salomão que realizará
muitos dos sonhos que Davi quis, mas não pode fazê-lo.
I Cr 21:1 Então Satanás se levantou
contra Israel,
e
incitou Davi a numerar a Israel.
I
Cr 21:2 E disse Davi a Joabe e aos maiorais do povo:
Ide,
numerai a Israel, desde Berseba até Dã;
e
trazei-me a conta para que saiba o número deles.
I
Cr 21:3 Então disse Joabe:
O
SENHOR acrescente ao seu povo cem vezes tanto como é;
porventura,
ó rei meu senhor, não são todos servos
de
meu senhor? Por que procura isto o meu senhor?
Porque
seria isto causa de delito para com Israel.
I
Cr 21:4 Porém a palavra do rei prevaleceu contra Joabe;
por
isso saiu Joabe, e passou por todo o Israel;
então
voltou para Jerusalém.
I
Cr 21:5 E Joabe deu a Davi a soma do número do povo;
e
era todo o Israel um milhão e cem mil homens,
dos
que arrancavam da espada;
e
de Judá quatrocentos e setenta mil homens,
dos
que arrancavam da espada.
I
Cr 21:6 Porém os de Levi e Benjamim não contou entre eles,
porque
a palavra do rei foi abominável a Joabe.
I Cr 21:7 E este negócio também pareceu
mau aos olhos de Deus;
por
isso feriu a Israel.
I
Cr 21:8 Então disse Davi a Deus:
Gravemente
pequei em fazer este negócio;
porém
agora sê servido tirar a iniquidade de teu
servo,
porque procedi mui loucamente.
I
Cr 21:9 Falou, pois, o SENHOR a Gade, o vidente de Davi, dizendo:
I
Cr 21:10 Vai, e fala a Davi, dizendo:
Assim
diz o SENHOR:
Três
coisas te proponho; escolhe uma delas, para que eu ta faça.
I Cr 21:11 E Gade veio a Davi, e lhe
disse:
Assim
diz o SENHOR: Escolhe para ti,
I
Cr 21:12 Ou três anos de fome,
ou
que três meses sejas consumido diante dos teus
adversários,
e a espada de teus inimigos te alcance,
ou
que três dias a espada do SENHOR, isto é,
a
peste na terra, e o anjo do SENHOR destrua todos
os
termos de Israel;
vê,
pois, agora, que resposta hei de levar a quem me enviou.
I Cr 21:13 Então disse Davi a Gade:
Estou
em grande angústia; caia eu, pois, nas mãos do SENHOR,
porque
são muitíssimas as suas misericórdias;
mas
que eu não caia nas mãos dos homens.
I
Cr 21:14 Mandou, pois, o SENHOR a peste a Israel;
e
caíram de Israel setenta mil homens.
I
Cr 21:15 E Deus mandou um anjo a Jerusalém para a destruir;
e,
destruindo-a ele, o SENHOR olhou, e se arrependeu
daquele
mal, e disse ao anjo destruidor:
Basta,
agora retira a tua mão.
E
o anjo do SENHOR estava junto à eira de Ornã, o jebuseu.
I
Cr 21:16 E, levantando Davi os seus olhos, viu o anjo do SENHOR,
que
estava entre a terra e o céu, com a sua espada
desembainhada
na sua mão estendida contra Jerusalém;
então
Davi e os anciãos, cobertos de sacos,
se
prostraram sobre os seus rostos.
I
Cr 21:17 E disse Davi a Deus:
Não
sou eu o que disse que se contasse o povo?
E
eu mesmo sou o que pequei, e fiz muito mal;
mas
estas ovelhas que fizeram?
Ah!
SENHOR, meu Deus, seja a tua mão contra mim,
e
contra a casa de meu pai, e não para castigo
de teu povo.
I
Cr 21:18 Então o anjo do SENHOR ordenou a Gade
que
dissesse a Davi para subir e levantar um altar ao
SENHOR
na eira de Ornã, o jebuseu.
I
Cr 21:19 Subiu, pois, Davi, conforme a palavra de Gade,
que
falara em nome do SENHOR.
I
Cr 21:20 E, virando-se Ornã, viu o anjo, e esconderam-se seus
quatro
filhos que estavam com ele;
e
Ornã estava trilhando o trigo.
I
Cr 21:21 E Davi veio a Ornã; e olhou Ornã, e viu a Davi,
e
saiu da eira, e se prostrou perante Davi
com
o rosto em terra.
I
Cr 21:22 E disse Davi a Ornã:
Dá-me
este lugar da eira, para edificar nele
um
altar ao SENHOR;
dá-mo
pelo seu valor, para que cesse este castigo
sobre
o povo.
I
Cr 21:23 Então disse Ornã a Davi:
Toma-o
para ti, e faça o rei meu senhor dele o que parecer
bem
aos seus olhos; eis que dou os bois para
holocaustos,
e os trilhos para lenha, e o trigo para
oferta
de alimentos; tudo dou.
I
Cr 21:24 E disse o rei Davi a Ornã:
Não,
antes, pelo seu valor, a quero comprar;
porque
não tomarei o que é teu, para o SENHOR,
para
que não ofereça holocausto sem custo.
I
Cr 21:25 E Davi deu a Ornã, por aquele lugar,
o
peso de seiscentos siclos de ouro.
I
Cr 21:26 Então Davi edificou ali um altar ao SENHOR,
e
ofereceu nele holocaustos e sacrifícios pacíficos;
e
invocou o SENHOR,
o
qual lhe respondeu com fogo do céu
sobre
o altar do holocausto.
I
Cr 21:27 E o SENHOR deu ordem ao anjo,
e
ele tornou a sua espada à bainha.
I
Cr 21:28 Vendo Davi, no mesmo tempo,
que
o SENHOR lhe respondera na eira de Ornã, o jebuseu,
sacrificou
ali.
I
Cr 21:29 Porque o tabernáculo do SENHOR,
que
Moisés fizera no deserto, e o altar do holocausto,
estavam
naquele tempo no alto de Gibeom.
I
Cr 21:30 E não podia Davi ir perante ele consultar a Deus;
porque
estava aterrorizado por causa
da
espada do anjo do SENHOR.
Entre
os relatos de Crônicas e de Samuel há algumas discrepâncias e omissões e
acréscimos, mas nada comprometedoras. Por exemplo, a questão do verso 5 que diz
um milhão e cem mil contra o relato de 2 Sm 24 que diz oitocentos mil. Também alguns
fatos como Davi viu o Anjo do Senhor, Ornã estava debulhando trigo e os versos
de 21:28 a 22:1 – que falam do lugar do templo - não aparecem no texto hebraico
– massorético – tradicional de II Sm 24.
A
despeito de tudo o que vimos e já refletimos, sem dúvida o verso 17 é digno de
que guardemos em nossos corações, principalmente se temos funções de liderança.
Notem:
·O
coração arrependido.
·A
preocupação e o cuidado de pastor presente na sua mente.
·O
amor sacrificial a ponto de se oferecer “no lugar de”.
·A
sua mente de intercessor e mediador.
·A
sua ousadia de “lutar” com Deus
·Finalmente,
seu coração pesaroso por ter sido o motivador de tudo isso.
3.
Preparativos para o templo – 13:1 a 29:25 – estamos vendo.
b.
Davi faz preparativos para o templo – 17:1 a 29:25
(2)
Davi garante a segurança do reino e coleta os materiais para o templo – 18:1 a
20:8.
Nesta
seção, estamos vendo que o cronista está tratando das realizações políticas e
militares de Davi, este garantirá a segurança do reino e juntará os materiais
para o templo.
Examinando
as partes paralelas, veremos que no presente texto, o cronista se valeu
seletivamente de II Sm 8: 1-14; 15-18; 20:23-26. Para melhor compreensão também
a dividiremos em três partes: (a) As vitórias de Davi e a segurança interna –
18:1-17 – já vimos. (b) As vitórias de Davi sobre Amom e os siros – 19:1 a 20.3
– estaremos concluindo agora. (c) As vitórias de Davi sobre os filisteus –
20:4-8 – veremos agora.
(b) As vitórias de
Davi sobre Amom e os siros – 19:1 a 20.3 - continuação.
O
cronista está falando aqui, como já dissemos, de uma época áurea na história de
Israel de domínio global sobre todas as nações. Neste capítulo ainda o veremos
triunfar sobre os filhos de Amon e sobre os sírios contratados pelos amonitas.
Mais
vitórias de Davi são narradas aqui para estimularem e servirem de exemplo aos
da geração pós-exílio. Não se tratavam de acréscimos nem invencionices, pois de
fato, Davi era um grande conquistador, um homem de batalha que sempre as
vencia.
O
trecho paralelo desses três versículos se encontram em II Sm 12:26 a 31.
O
primeiro verso fala de um tempo em que os reis costumavam sair para a guerra e
isso encontra apoio no fato dos exércitos avançarem depois da primeira colheita
da primavera, quando as provisões eram mais abundantes – II Sm 11:1; I Rs 20:22
a 26.
Foi
nessa época que Joabe, líder de Davi em Israel deu fim aos amonitas e derrotou
os sírios que os apoiavam, em contrato, enquanto Davi tinha ficado em
Jerusalém.
Se
Davi tivesse ido à guerra... Não, não foi, ficou em Jerusalém e o pecado entrou
em sua vida ao contemplar Bate-Seba tomando banho nua de frente à sua janela,
estando ela em sua casa. O cronista omite este fato e não narra essa queda de
Davi, mas somente as suas vitórias.
John
Owen, um dos maiores teólogos de todos os tempos, disse sobre a tentação em seu
livro: quando você se sente atraído por algo, você já entrou em tentação. Não
caiu ainda, mas entrou em tentação e o próximo passo se você continuar com seu
coração endurecido é cair em tentação! Davi entrou e caiu com todas as suas
forças. Bate-Seba também.
(c) As vitórias de
Davi sobre os filisteus – 20:4-8.
O
trecho paralelo desses três versículos se encontram em II Sm 21:15 a 22.
Será
que tudo isso – as suas vitórias - se sucedia com ele devido ao seu começo onde
demonstrou grande fé e sacrifício?
A
fé de Davi era exemplar por que cria de fato em Deus como seu escudo. Tanto era
assim que o sacrifício daquela luta com o gigante representava simbolicamente a
sua morte. Se não fosse Deus agir, interferir, a seu favor, ele teria morrido.
A
fé o levou à luta; o sacrifício foi o da sua vida; o resultado foi mudado pelo
Senhor por causa disso.
Davi
enfrentou um gigante que não era para ele enfrentar, mas o rei de Israel, no
entanto, o atual rei da época, Saul, abdicou de seu trono ao oferecer para Davi
seu escudo, sua capa, suas armas e ao entregar-lhe o seu desafio: enfrentar
aquele que afrontava o exército do Deus vivo.
De
Davi surgiu a frase que diz a batalha pertence ao Senhor! Ele sabia de que lado
estava, do Senhor, por isso pode enfrentar e triunfar sobre algo impossível,
derrotar um gigante filisteu guerreiro.
Um
belo começo e agora ele sempre triunfava em suas batalhas. Eram tantas as suas
vitórias que até os seus inimigos o reconheciam como abençoado e vencedor.
O
comentário feito no verso 4 de que os filisteus ficaram subjugados não aparece
no relato paralelo em II Sm 21:18. O acréscimo aqui fica evidente pelo fato de
ele estar querendo demonstrar que a promessa de 17:10 havia se cumprido.
I Cr 20:1 Aconteceu que, no decurso de
um ano,
no
tempo em que os reis costumam sair para a guerra,
Joabe
levou o exército, e destruiu a terra dos filhos de Amom,
e
veio, e cercou a Rabá;
porém
Davi ficou em Jerusalém;
e
Joabe feriu a Rabá, e a destruiu.
I
Cr 20:2 E Davi tirou a coroa da cabeça do rei deles,
e
achou nela o peso de um talento de ouro,
e
havia nela pedras preciosas;
e
foi posta sobre a cabeça de Davi;
e
levou da cidade mui grande despojo.
I
Cr 20:3 Também levou o povo que estava nela,
e
os fez trabalhar com a serra, e com talhadeiras de ferro
e
com machados; e assim fez Davi com todas as
cidades
dos filhos de Amom;
então
voltou Davi, com todo o povo, para Jerusalém.
I Cr 20:4 E, depois disto, aconteceu
que, levantando-se guerra em Gezer,
com
os filisteus, então Sibecai, o husatita, feriu a Sipai,
dos
filhos do gigante; e ficaram subjugados.
I
Cr 20:5 E tornou a haver guerra com os filisteus;
e
El-Hanã, filho de Jair, feriu a Lami, irmão de Golias,
o
giteu, cuja haste da lança era como órgão de tecelão.
I
Cr 20:6 E houve ainda outra guerra em Gate;
onde
havia um homem de grande estatura,
e
tinha vinte e quatro dedos, seis em cada mão,
e
seis em cada pé,
e
que também era filho do gigante.
I
Cr 20:7 E injuriou a Israel; porém Jônatas, filho de Simei,
irmão
de Davi, o feriu;
I
Cr 20:8 Estes nasceram ao gigante em Gate;
e
caíram pela mão de Davi e pela mão dos seus servos.
Não há gigantes que possam se opor ao Senhor e
prevalecer. Isto não falo apenas de homens, mas também de nações e de reinos e
de povos ou de qualquer outra força, domínio ou poder.
Por
isso Davi – estou chamando você de Davi figuradamente – levante-se do chão e vá
à luta pelo Senhor, mas não usando as armas tradicionais do mundo, mas as
forjadas pelo Espírito Santo que nos deu a Bíblia, a maior espada afiada de
dois gumes de todos os tempos!
Com
ela você será capaz de desbaratar exércitos e levar cativos todos aqueles que
se opõe à verdadeira sabedoria em Cristo Jesus “Porque as armas da nossa milícia não são carnais, mas sim poderosas em
Deus para destruição das fortalezas; Destruindo os conselhos, e toda a altivez
que se levanta contra o conhecimento de Deus, e levando cativo todo o
entendimento à obediência de Cristo;” – II Co 10:4,5.
3.
Preparativos para o templo – 13:1 a 29:25 – estamos vendo; b. Davi faz
preparativos para o templo – 17:1 a 29:25. (2) Davi garante a segurança do
reino e coleta os materiais para o templo – 18:1 a 20:8.
Nesta
seção, estaremos vendo que o cronista está tratando das realizações políticas e
militares de Davi que garantirá a segurança do reino e juntará os materiais
para o templo.
Examinando
as partes paralelas, veremos que no presente texto, o cronista se valeu
seletivamente de II Sm 8: 1-14; 15-18; 20:23-26. Para melhor compreensão também
a dividiremos em três partes: (a) As vitórias de Davi e a segurança interna –
18:1-17. (b) As vitórias de Davi sobre Amom e os siros – 19:1 a 20.3. (c) As
vitórias de Davi sobre os filisteus – 20:4-8.
(b) As vitórias de
Davi sobre Amom e os siros – 19:1 a 20.3.
O
cronista está falando aqui, como já dissemos, de uma época áurea na história de
Israel de domínio global sobre todas as nações. Neste capítulo ele prevalecerá
contra os filhos de Amon e contra os sírios contratados pelos amonitas.
Encontraremos
também um texto paralelo em II Samuel 10:1-19, do qual nos valeremos dos comentários
e reflexões já vistos, com adaptações para o presente capítulo em Crônicas.
Encontraremos
mais textos sobre o assunto também em II Samuel 11:1 e 12:29 a 31.
O
rei dos filhos de Amom morreu e o filho de Naas, Hanum, reinou em seu lugar. Os
amonitas eram um povo semita descendentes de Ló, de acordo com Gn 19:38; Dt
2:19, cujo reino ficava na Transjordânia, ao sul do rio Jaboque.
Assim
como os filisteus aborreciam Israel na sua parte oriental, assim, de vez em
quando, também os amonitas aborreciam Israel da parte ocidental. Eles eram
inimigos de Israel de longa data – Jz 10:7 a 9; 17:11 a 40; I Sm 11:1 a 11;
14:47 – e também causavam problemas para a comunidade pós-exílio – Ne 2:19; 4:3
e 7.
Fora
contra eles que Saul se engrandeceu ao defender Jabes-Gileade quando os
amonitas queria fazer um pacto com os filhos de Israel que ali viviam no qual
teriam de vazar seu olho direito para terem o direito de se tornarem servos deles.
Saul
indignado, dividiu um boi em 12 pedações e enviou às doze tribos dizendo que o
mesmo seria feito aos bois da tribo que se recusasse a ir com ele contra os
amonitas e Saul juntamente com Samuel os venceu.
Provavelmente
uma relação amigável entre Davi e Naas tenha se estabelecido durante o período
em que Davi fugia de Saul. O fato era que Davi estava querendo demonstrar
bondade e solidariedade para com eles e enviou sua comitiva para saudá-los
naquele momento difícil.
No
entanto, Hanum precipitou-se e ofendeu a comitiva expondo-os à grande
humilhação e Davi tomou conhecimento do fato pelo que os ajudou a superar
aquela afronta providenciando para eles um lugar de refúgio enquanto a barba
deles crescia novamente.
Hanum
logo percebeu que tinha travado um conflito com Israel e tratou-se de se armar
e contratou os sírios para ajudá-los contra os filhos de Israel em peleja.
Davi
estava no auge de seu poder militar e de suas conquistas e enviou Joabe para a
peleja contra os sírios e contra os amonitas e derrotou-os por duas vezes.
A
consequência disso foi que os amonitas agora eram servos de Davi, pois os tinha
sido subjugados ali. Davi ainda foi bondoso para com Hanum ao permitir que se
tornasse servo.
Nos
versos 6 e 7 poderemos ver que o cronista substitui o nome menos conhecido
Bete-Reobe, que aparece em Samuel, pela designação Mesopotâmia e ainda omite os
homens de Tobe.
A
indicação do número do exército inimigo, 30 mil homens, foi feita para
ressaltar a vitória de Israel e assim valorizar Davi, Israel e seus homens.
I Cr 19:1 E aconteceu, depois disto que
Naás,
rei
dos filhos de Amom, morreu;
e
seu filho reinou em seu lugar.
I Cr 19:2 Então disse Davi:
Usarei
de benevolência com Hanum, filho de Naás,
porque
seu pai usou de benevolência comigo.
Por
isso Davi enviou mensageiros para o consolarem
acerca
de seu pai.
E,
chegando os servos de Davi à terra dos filhos de Amom,
a
Hanum, para o consolarem.
I
Cr 19:3 Disseram os príncipes dos filhos de Amom a Hanum:
Pensas
porventura, que foi para honrar teu pai
aos
teus olhos, que Davi te mandou consoladores?
Não
vieram seus servos a ti, a esquadrinhar, e a transtornar,
e
a espiar a terra?
I
Cr 19:4 Por isso Hanum tomou os servos de Davi,
e
raspou-os, e cortou-lhes as vestes no meio
até
à coxa da perna, e os despediu.
I
Cr 19:5 E foram-se, e avisaram a Davi acerca daqueles homens;
I Cr 19:6 Vendo, pois, os filhos de Amom
que se tinham feito odiosos
para
com Davi, enviou Hanum, e os filhos de Amom,
mil
talentos de prata para alugarem para si carros
e cavaleiros da
Mesopotâmia,
e
da Síria de Maaca, e de Zobá.
I
Cr 19:7 E alugaram para si trinta e dois mil carros,
e
o rei de Maaca e o seu povo, e eles vieram,
e
se acamparam diante de Medeba;
também
os filhos de Amom se ajuntaram das suas cidades,
e
vieram para a guerra.
I Cr 19:8 O que ouvindo Davi, enviou
Joabe
e
todo o exército dos homens valentes.
I
Cr 19:9 E, saindo os filhos de Amom, ordenaram a batalha
à
porta da cidade; porém os reis que vieram se puseram
à
parte no campo.
I
Cr 19:10 E, vendo Joabe que a batalha estava preparada contra ele,
pela
frente e pela retaguarda, separou dentre os mais
escolhidos
de Israel, e os ordenou contra os sírios.
I
Cr 19:11 E o resto do povo entregou na mão de Abisai, seu irmão;
e
puseram-se em ordem de batalha contra os filhos de Amom.
I
Cr 19:12 E disse:
Se
os sírios forem mais fortes do que eu,
tu
virás socorrer-me;
e,
se os filhos de Amom forem mais fortes do que tu,
então
eu te socorrerei.
I
Cr 19:13 Esforça-te, e esforcemo-nos pelo nosso povo,
e
pelas cidades do nosso Deus,
e
faça o SENHOR o que parecer bem aos seus olhos.
I Cr 19:14 Então se chegou Joabe, e o
povo que tinha consigo,
diante
dos sírios, para a batalha; e fugiram de diante dele.
I
Cr 19:15 Vendo, pois, os filhos de Amom que os sírios fugiram,
também
eles fugiram de diante de Abisai, seu irmão,
e
entraram na cidade; e veio Joabe para Jerusalém.
I
Cr 19:16 E, vendo os sírios que foram derrotados diante de Israel,
enviaram
mensageiros, e fizeram sair os sírios que habitavam
do
outro lado do rio;
e
Sofaque, capitão do exército de Hadar-Ezer,
marchava
diante deles.
I
Cr 19:17 Do que avisado Davi, ajuntou a todo o Israel,
e
passou o Jordão, e foi ter com eles,
e
ordenou contra eles a batalha;
e,
tendo Davi ordenado a batalha contra os sírios,
pelejaram
contra ele.
I
Cr 19:18 Porém os sírios fugiram de diante de Israel,
e
feriu Davi, dos sírios, os homens
de
sete mil carros, e quarenta mil homens de pé;
e
a Sofaque, capitão do exército, matou.
I
Cr 19:19 Vendo, pois, os servos de Hadar-Ezer
que
tinham sido feridos diante de Israel,
fizeram
paz com Davi, e o serviram;
e
os sírios nunca mais quiseram socorrer os filhos de Amom.
As suas vitórias e intervenções militares
continuam acontecendo e todas elas estão ao invés de enfraquecê-lo,
fortalecendo-o cada vez mais, tornando-se assim, verdadeiro ídolo e exemplo
para Israel.
Realmente era uma fase espetacular a fase
que vivia Davi e toda Israel junto com ele. Era uma fase de grandes e
importantes vitórias, de conquistas e quiçá, uma excelente oportunidade para
Israel ocupar todo o seu território que Deus lhe deu e cumprir as ordens
deixadas de Moisés e de Josué sobre a Terra Prometida, em obediência ao Senhor.
No entanto, no auge da prosperidade, no
“caminho da Arca” havia outra pedra, uma grande e terrível pedra que trará para
Davi e toda sua família grandes pesares e tormentos. Infelizmente, o cronista
omite este fato em Crônicas.
Em cada capítulo da Bíblia, você encontrará uma narrativa escrita podendo conter gráficos, tabelas, imagens e textos e um link de vídeo dessa postagem no YouTube. Confira!
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