A primeira série de discursos, os diálogos,
que ocuparam os capítulos de 3:1 a 27:23 foram equilibrados por monólogos que
levaram diretamente à conclusão do livro. Agora, os três próximos monólogos de
Jó, Eliú e Deus falarão sobre as questões levantadas por todos os diálogos
anteriores.
Em resumo, veremos que tanto Eliú quanto o
próprio Deus corrigirão Jó. Por meio desses encontros, Jó perceberá os seus
erros e se arrependerá.
Essa quarta parte será dividida, conforme a
BEG, em três subpartes. A. O discurso final de Jó – 29:1 a 31:40. B. Os
discursos de Eliú – 32:1 a 37:24. C. As respostas de Deus – 38:1 a 42:6.
A. O discurso final de Jó – 29:1 a 31:40.
O
longo discurso final de Jó é seu último apelo para a questão de seus
sofrimentos. Ele começará com reflexões nostálgicas sobre o passado, comparará
com as dificuldades no presente e encerrará com um protesto de sua inocência a
qual ele a defendeu desde o início.
Também
o discurso de Jó o qual ocupará os próximos três capítulos contando com este,
será dividido em três partes que falarão do passado, do presente e das suas
justificativas. 1. A experiência passada de Jó – 29:1 -25. 2. A experiência
presente de Jó – 30:1 – 31. 3. As experiências de Jó e sua consciência (na BEG:
Jó protesta inocência) – 31:1 – 40.
1. A experiência
passada de Jó – 29:1 -25.
Aqui,
Jó relembrará os dias que antecederam o início do seu sofrimento e desejará
voltar a eles. Ele lembrará como Deu o tinha abençoado tanto – vs. 2 ao 6; como
recebera honra – vs. 7 ao 10; como estendera a sua grande generosidade aos
outros, ao seu próximo que com ele habita confiadamente – vs. 11 ao 17; como
esperava receber mais bênçãos – vs. 18 ao 20; e, como era honrado pelas pessoas
à sua volta – vs. 21 ao 25.
Estamos
diante de um homem de Deus que apesar de tudo o que passou ainda continua a
preservar a sua fé, a sua consciência e a sua vida de oração.
Para
mim, Jó sempre será lembrado assim e, portanto, o considero um herói, daqueles
dignos de imitação pelo seu bom exemplo.
Veremos
aqui neste capítulo quatro características de um homem que anda com Deus, como
o justo, integro, reto e temente a Deus – ora quem dele deu testemunho foi o
próprio Deus – Jó 1:8 -, como não hei de concordar com ele?
1.Um
homem que anda com Deus é um homem abençoado – vs. 2 ao 6.
Jó
sempre foi um homem abençoado e jamais deixou de ser, mesmo quando teve de
passar por uma dura prova como a que enfrentou e estava indo muito bem, apesar
de tudo.
O
Salmo primeiro da Bíblia fala desse homem e da progressividade do bem.
O versículo 2, deste Salmo 1, fala
do homem que é verdadeiramente feliz e que não é como aquele que anda, se detém e se assenta à
roda dos escarnecedores, antes tem prazer, alegria, gozo na lei do Senhor e
nela medita de dia e de noite, isto é, de forma contínua.
Duas coisas são destacadas pela
palavra do Senhor com relação à sua lei ou à sua palavra: 1. prazer. 2. meditar.
Você ama a palavra de Deus a ponto
de sentir prazer nela? Se não, comece a orar e pedir a Deus que o ajude a ter
prazer na sua lei para que você possa meditar nela. Realmente, somente
meditaremos nela, se por ela sentirmos prazer. Se fizermos algo forçado, não
será bom para nosso aprendizado. Porque eu sentiria prazer pela sua palavra?
Ora por que ela foi comunicada por Deus para nós.
A palavra de Deus não foi produzida
pela vontade humana nem a mente humana conseguiu um grau de desenvolvimento e
iluminação a ponto de produzir o conteúdo da sua palavra. “16 Toda a Escritura é divinamente inspirada, e proveitosa para ensinar,
para redarguir, para corrigir, para instruir em justiça; 17 Para que o homem de
Deus seja perfeito, e perfeitamente instruído para toda a boa obra.” (II Tm
3:16). “Porque a profecia nunca foi
produzida por vontade de homem algum, mas os homens santos de Deus falaram
inspirados pelo Espírito Santo.” (II Pe 1:21).
Eu devo sentir prazer em sua lei
por que ela é a sua lei. Eu tenho de entender que foi Deus, o Criador bendito,
que nos deu a sua palavra para por meio dela termos vida e conhecermos a sua
vontade. Deus nos deu a sua palavra e, em relação a isso, eu não posso ficar
imparcial.
Ou eu reajo a este conhecimento
glorificando ao Senhor ou eu duvido dele de que me deixou tal palavra. Nós,
conservadores, cremos na Bíblia com palavra de Deus, única, suficiente,
inerrante.
É por isso que o Espírito Santo
comunica que o homem que não anda segundo o conselho dos ímpios, nem se detém
no caminho dos pecadores, nem se assenta na roda dos escarnecedores, tem o seu
prazer na lei do SENHOR, e na sua lei medita de dia e de noite. O ímpio não tem
este prazer, nem nela medita nunca. Talvez até a respeite, mas jamais irá ter
prazer e nela meditar.
No caminho dos justos há a
progressividade do bem
Agora sim, poderemos ir para o
verso 3 e meditarmos na progressividade do bem. Vejam o que diz o verso 3 do
salmo 1: “3 Pois será como a árvore
plantada junto a ribeiros de águas, a qual dá o seu fruto no seu tempo; as suas
folhas não cairão, e tudo quanto fizer prosperará.”. Primeiro, nos vimos
que ele, o justo, tem prazer na lei do Senhor e nela medita dia e noite e a
palavra de Deus diz em complemento que ele será como árvore plantada.
A árvore é sinal de longevidade, de
vida, de força e nos comunica neste caso a ideia de vitalidade e utilidade.
Quando estamos diante de uma árvore robusta e de profundas raízes logo nos vem
a ideia também de segurança. Seus galhos são fortes e envergados para cima e
pode servir, dependendo do caso, de coluna e de apoio pra uma infinidade de
coisas.
Derrubar uma árvore não é tarefa
fácil por causa da sua firmeza. A árvore também é um bom exemplo de vida. O
nosso Deus é vida e tudo o que ele faz comunica vida. Podemos reparar que muitas
coisas na natureza e nós mesmos os humanos nos beneficiamos da árvore. Ela pode
nos dar sombra, abrigo, proteção, alimento e até servir de remédio.
Assim é o justo ou o caminho do
justo, pois, por onde ele anda ele estará levando consigo o sinal da vida, da
vida de Deus, da utilidade e da vitalidade. Os que estiverem ao redor dos
justos quererão se beneficiar dessa sua característica. Isso me faz lembrar o
episódio bíblico da destruição de Sodoma e de Gomorra cujos moradores se
afundavam no pecado. Sabem por que a cidade não tinha sido destruída antes? Por
causa dos justos que nela haviam que segundo os cálculos de Abraão não passavam
de 10!
Meu querido, basta apenas um justo
para mudar o destino de uma cidade inteira! E quem são os justos ou os justificados
do Senhor senão os que são chamados Filhos de Deus que não nasceram da carne
nem do sangue, mas da vontade de Deus? “12
Mas, a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de
Deus, aos que creem no seu nome; 13 Os quais não nasceram do sangue, nem da
vontade da carne, nem da vontade do homem, mas de Deus.” (Jo 1:12-13). “3:24 Sendo justificados gratuitamente pela
sua graça, pela redenção que há em Cristo Jesus. 3:28 Concluímos, pois, que o
homem é justificado pela fé sem as obras da lei.” (Rm 3:24 e 28).
Pois bem, ele será como uma árvore
plantada junto a ribeiros de água! Sabem o que significa? Que a sua vida
depende de Deus! A sua raiz somente irá retirar os nutrientes necessários para
se manter por meio de suas raízes profundas. Isso significa estabilidade! É
somente em Deus que somos estáveis e podemos permanecer. Sem ele, morreremos!
E quando obtemos a vida da vida de
Deus, nos fortalecemos e produzimos folhas verdes e frutos que servem de
alimento e para a geração de novas árvores. É vida gerando vida! É vida
alimentando vida! Os frutos então indicam produtividade e a produtividade sendo
gerada vira prosperidade! Tudo o que o justo faz somente tem um caminho de ida
e este caminho é de prosperidade.
Então é esta a progressividade do
justo: utilidade, vitalidade, estabilidade, produtividade e prosperidade! Você
ainda quer mais? Então está esperando o quê? Hoje, se ouvirdes a sua voz, não
endureçais o vosso coração!
“Deuteronômio
10:16 Circuncidai, pois, o
prepúcio do vosso coração, e não mais endureçais a vossa cerviz.
2 Crônicas 30:8 Não endureçais agora a vossa cerviz, como vossos
pais; dai a mão ao SENHOR, e vinde ao seu santuário que ele santificou para
sempre, e servi ao SENHOR vosso Deus, para que o ardor da sua ira se desvie de
vós.
Salmos 95:8 Não endureçais os vossos corações, assim como na
provocação e como no dia da tentação no deserto;
Hebreus 3:8 Não endureçais os vossos corações, Como na
provocação, no dia da tentação no deserto.
Hebreus 3:15 Enquanto se diz: Hoje, se ouvirdes a sua voz, Não
endureçais os vossos corações, como na provocação.
Hebreus 4:7 Determina outra vez um certo dia, Hoje, dizendo por
Davi, muito tempo depois, como está dito: Hoje, se ouvirdes a sua voz, Não
endureçais os vossos corações.”
2.Um
homem que anda com Deus será honrado – vs. 7 ao 10 e 21 ao 25.
Jó era um homem honrado na
sociedade em que vivia e por onde andava as pessoas faziam referência dele por
causa de sua conduta e seu comportamento exemplar.
Era ele, como uma árvore plantada
junto aos ribeiros de água! Totalmente dependente de Deus! sendo que a sua raiz
somente iria retirar os nutrientes necessários para se manter por meio de suas
raízes profundas, o que representa, como já vimos acima, estabilidade!
A estabilidade de Jó vinha de Deus
e por andar com ele (Deus) é que ele crescia e era honrado. É somente em Deus
que somos estáveis e podemos permanecer. Sem ele, morreremos! Precisamos de
Deus.
Todo bom comportamento de Jó se
devia não pela sua alta moralidade composta de leis e rituais, mas de uma vida
que era cada vez mais próxima de Deus.
3.Um
homem que anda com Deus estenderá a sua grande generosidade aos outros – vs. 11
ao 17.
Por
essa razão, por entender que a sua vida era resultado da graça de Deus e de seu
grande favor, era que seu coração não era endurecido com seu próximo, pelo
contrário, muito aberto e disposto a ajudar quem quer que fosse.
Há
corações que se justificam a si mesmos e que se acham os fortes, e que em tudo
dizem dominar, no entanto, de fato mesmo, são escravos, são corações endurecidos
que levam apenas a morte ao seu próximo e não a vida e a generosidade.
Encontraste
um homem generoso? Pode ter certeza de que sua vida está cheia de Deus e de
seus benefícios.
Por
muito tempo lutei contra um maldito vício de fumar e não fui capaz de dominá-lo
enquanto este se fez lei para mim, mas quando me aproximei mais de Deus, recebi
dele a força e a coragem de dar um basta definitivo ao vício, mas somente
ocorreu quando eu me aproximei de Deus e não quando eu lutava contra o vício.
Se
eu tivesse vencido, talvez hoje bateria em meus peitos falando que meu próximo
é um fraco, por que eu sou forte. No entanto, a minha força não veio de mim
mesmo, mas de Deus que me tornou forte e assim posso ter um coração compassivo
e generoso. Assim era o justo Jó.
4.Um
homem que anda com Deus esperará receber mais bênçãos – vs. 18 ao 20.
Eu
sou totalmente avesso à teologia da prosperidade quando esta se volta para si
mesmo, mas quando ela se volta para Deus, as bênçãos de Deus certamente
acompanharão os que andam com Deus. Assim, natural será esperar por elas.
Digamos
assim, que não serei ou procurarei ser justo para receber as recompensas disso,
mas ao ser e procurar ser justo para a glória de Deus, elas, as bênçãos, com
certeza nos acompanharão e assim, entendo, era com Jó que era um homem
abençoado, honrado e generoso para com seu próximo.
Não
podemos, nem devemos ir atrás das bênçãos desejáveis, mas termos um coração
preparado para ir atrás do Senhor das bênçãos e assim as bênçãos é que irão nos
procurar.
Jó 29:1 E prosseguiu Jó no seu discurso, dizendo:
Jó
29:2 Ah! quem me dera ser como eu fui nos meses passados,
como
nos dias em que Deus me guardava!
Jó
29:3 Quando fazia resplandecer a sua lâmpada
sobre
a minha cabeça e quando eu pela sua luz
caminhava
pelas trevas.
Jó
29:4 Como fui nos dias da minha mocidade,
quando
o segredo de Deus estava sobre a minha tenda;
Jó
29:5 Quando o Todo-Poderoso ainda estava comigo,
e
os meus filhos em redor de mim.
Jó
29:6 Quando lavava os meus passos na manteiga,
e
da rocha me corriam ribeiros de azeite;
Jó
29:7 Quando eu saía para a porta da cidade,
e
na rua fazia preparar a minha cadeira,
Jó
29:8 Os moços me viam, e se escondiam,
e
até os idosos se levantavam e se punham em pé;
Jó
29:9 Os príncipes continham as suas palavras,
e
punham a mão sobre a sua boca;
Jó
29:10 A voz dos nobres se calava,
e
a sua língua apegava-se ao seu paladar.
Jó
29:11 Ouvindo-me algum ouvido,
me
tinha por bem-aventurado;
vendo-me
algum olho,
dava
testemunho de mim;
Jó
29:12 Porque eu livrava o miserável, que clamava,
como
também o órfão que não tinha quem o socorresse.
Jó
29:13 A bênção do que ia perecendo vinha sobre mim,
e
eu fazia que rejubilasse o coração da viúva.
Jó
29:14 Vestia-me da justiça, e ela me servia de vestimenta;
como
manto e diadema era a minha justiça.
Jó
29:15 Eu me fazia de olhos para o cego,
e
de pés para o coxo.
Jó
29:16 Dos necessitados era pai,
e
as causas de que eu não tinha conhecimento
inquiria
com diligência.
Jó
29:17 E quebrava os queixos do perverso,
e
dos seus dentes tirava a presa.
Jó
29:18 E dizia:
No
meu ninho expirarei, e multiplicarei os meus dias
como
a areia.
Jó
29:19 A minha raiz se estendia junto às águas,
e
o orvalho permanecia sobre os meus ramos;
Jó
29:20 A minha honra se renovava em mim,
e
o meu arco se reforçava na minha mão.
Jó
29:21 Ouviam-me e esperavam, e em silêncio atendiam
ao
meu conselho.
Jó
29:22 Havendo eu falado, não replicavam,
e
minhas razões destilavam sobre eles;
Jó
29:23 Porque me esperavam, como à chuva;
e
abriam a sua boca, como à chuva tardia.
Jó
29:24 Se eu ria para eles, não o criam,
e
a luz do meu rosto não faziam abater;
Jó
29:25 Eu escolhia o seu caminho, assentava-me como chefe,
e
habitava como rei entre as suas tropas;
como
aquele que consola os que pranteiam.
Jó
está ainda discursando e agora sairá de sua nostalgia passada para entrar no
presente. Com Jó aprendemos, neste capítulo, o que acontece quando um homem tem
por objetivo na vida andar com Deus.
Você
pode querer ser um homem de sucesso. Você pode querer ser um grande empresário.
Você pode querer ter muita fama, como tem os grande ídolos. Você pode querer
ser um homem de grande status e estar em todas as mídias e comentários, no
entanto, você também pode querer ser um simples homem de Deus.
Não
condeno nem uma nem outra coisa, desde que o custo disso não seja às custas de
sua dignidade, consciência e honra.
Na
verdade, eu prefiro e dou mais valor a simplesmente ser um homem de Deus de
valor.
Jó
nos mostrou, nostalgicamente, neste capítulo o que é ser um homem de Deus de
valor.
Parte III – INTERLÚDIO SOBRE A SOBERANIA DE DEUS – 28:1-28. À despeito de tudo, inclusive das muitas
realizações da humanidade em todos os tempos e estações, somente Deus é sábio e
tem toda a sabedoria e conhecimento.
Em última análise, as pessoas devem
humildemente reverenciar Deus e obedecer a ele. Esse sim seria o princípio e o
fim da sabedoria, que muito bem captou Salomão quando escreveu Provérbios,
Eclesiastes e Cantares de Salomão, muito tempo depois.
Não é de Salomão portanto a máxima que conclui
este capítulo dizendo que o temor a Deus é o princípio da sabedoria e que o
apartar-se do mal é o entendimento.
Nota-se, aqui, neste capítulo, um tipo
diferente de literatura de sabedoria sendo introduzida. Em vez de um diálogo,
surge um poema sapiencial, perguntando e, ao final, respondendo onde a
verdadeira sabedoria pode ser encontrada.
Jó e seus amigos procuraram, em vão,
entender a situação de Jó. Seus autodesignados conselheiros, pois assim se
achavam, apoiaram-se na sabedoria convencional – acusações de que o estado
atual de Jó era decorrente de sua situação de pecado para com Deus - sem entenderem
nem explicarem as particularidades da experiência de Jó.
Jó rejeita as visões deles tendo pouca
coisa a mais para oferecer, exceto afirmações acerca das verdades básicas sobre
Deus e a frustração com suas circunstâncias, mas preservando sempre uma boa
consciência, uma boa fé e um bom relacionamento com Deus na forma de orações a
ele dirigidas.
Esta terceira parte é bem pequena e somente
ocupará o próprio capítulo 28. Dividiremos ela em três partes: A. As
habilidades humanas – 28:1 a 11. B. As limitações humanas – 28:12 a 19. C. As
prerrogativas divinas – 28:20 a 28.
A. As habilidades humanas – 28:1 a 11.
Aqui é a afirmação de que o homem, com sua
inteligência, consegue se apropriar das riquezas da terra para o seu benefício
e propósitos.
O poeta expressa assombro diante da
habilidade humana de desterrar tesouros ao descrever antigas técnicas de
mineração. Ele admite que as conquistas do homem são tremendas e que o
conhecimento pode ser passado de geração a geração.
Um novo homem, o bebê que nasce não é como
os animais que tudo sabem fazer dentro de seu mundo, por causa, principalmente,
do seu instinto, mas tem de aprender com os outros homens as lições mais
importantes, do contrário, perecerá e não saberá como é feita determinada
coisa.
É por isso que se perpetuam as instituições
de ensino e aprendizado em todo o mundo e a ciência, nesse aspecto, é
cumulativa. A experiência e o avanço de um homem no presente século apoiará e
servirá de base para o crescimento e avanço do homem do futuro, mas não
geneticamente, mas sim pelo aprendizado.
Pode até ser que alguma coisa seja
transmitida geneticamente dentro desse aspecto, mas com certeza, deverá passar
pelo processo de ensino e aprendizado para aperfeiçoamento.
B. As limitações humanas – 28:12 a 19.
Por mais impressivas que a exploração e a
descoberta humana possam ser, as pessoas não conseguem nem mesmo começar a
sondar a sabedoria divina.
As mentes humanas mais privilegiadas não
conseguem descobri-la ou explorá-la. Assim como Jó e seus amigos tentaram, tão
diligentemente, mas sem êxito, examinar o sábio entendimento de Deus acerca da
situação de Jó, a sabedoria suprema sempre permanece elusiva e além da
compreensão humana.
C. As prerrogativas divinas – 28:20 a 28.
Embora ninguém saiba como descobrir a
sabedoria, Deus encarna e personifica – Pv 3:19-20. Por meio de sua revelação
em Cristo – Cl 2:3 e por meio de sua palavra – Sl 111:10, Deus concede uma porção
de sabedoria àqueles que o temem, mas nunca a revela de todo – Dt 29:29; Tg
1:5.
Onde está a sabedoria? É a pergunta chave
dessa terceira parte e desse capítulo de Jó.
O que nós temos de sabedoria e de
inteligência nem se comparam com Deus que tem todo conhecimento e ciência.
A verdadeira sabedoria é dom de Deus! O
apóstolo Paulo ainda nos fala de que a verdadeira sabedoria é Cristo Jesus!
I Coríntios 1:19 Porque está escrito: Destruirei a sabedoria
dos sábios, E aniquilarei a inteligência dos inteligentes.
I Coríntios 1:20 Onde está o sábio? Onde está o escriba? Onde
está o inquiridor deste século? Porventura não tornou Deus louca a sabedoria
deste mundo?
I Coríntios 1:21 Visto como na sabedoria de Deus o mundo não
conheceu a Deus pela sua sabedoria, aprouve a Deus salvar os crentes pela
loucura da pregação.
I Coríntios 1:22 Porque os judeus pedem sinal, e os gregos
buscam sabedoria;
I Coríntios 1:23 Mas nós pregamos a Cristo crucificado, que é
escândalo para os judeus, e loucura para os gregos.
I Coríntios 1:24 Mas para os que são chamados, tanto judeus
como gregos, lhes pregamos a Cristo, poder de Deus, e sabedoria de Deus.
I Coríntios 1:25 Porque a loucura de Deus é mais sábia do que
os homens; e a fraqueza de Deus é mais forte do que os homens.
Jó e seus amigos não sabiam disso, se bem
que Jó era um crente que, mesmo não sabendo disso, parecia mais perto de Cristo
por causa de sua fé, sua consciência e sua vida devocional a Deus.
A sabedoria é um tema que vai se
aperfeiçoando nos livros da Bíblia tendo alcançado a sua máxima no Antigo
Testamento com Salomão, mas somente vem a se aperfeiçoar e ficar completa em
Cristo Jesus e ainda de forma mais clara, com os escritos dos apóstolos, em
especial, Paulo de Tarso.
Quando ele escreve Colossenses, ele nos diz,
nas entrelinhas, que isso é um presente de Deus para nós.
Jó 28:1 Na verdade, há veios de onde se
extrai a prata,
e
lugar onde se refina o ouro.
Jó 28:2 O ferro tira-se da terra,
e
da pedra se funde o cobre.
Jó 28:3 Ele põe fim às trevas,
e
toda a extremidade ele esquadrinha,
a
pedra da escuridão
e
a da sombra da morte.
Jó
28:4 Abre um poço de mina longe dos homens,
em
lugares esquecidos do pé;
ficando
pendentes longe dos homens,
oscilam
de um lado para outro.
Jó
28:5 Da terra procede o pão,
mas
por baixo é revolvida como por fogo.
Jó
28:6 As suas pedras são o lugar da safira,
e
tem pó de ouro.
Jó
28:7 Essa vereda a ave de rapina a ignora,
e
não a viram os olhos da gralha.
Jó
28:8 Nunca a pisaram filhos de animais altivos,
nem
o feroz leão passou por ela.
Jó
28:9 Ele estende a sua mão contra o rochedo,
e
revolve os montes desde as suas raízes.
Jó
28:10 Dos rochedos faz sair rios,
e
o seu olho vê tudo o que há de precioso.
Jó
28:11 Os rios tapa, e nem uma gota sai deles,
e
tira à luz o que estava escondido.
Jó
28:12 Porém onde se achará a sabedoria,
e
onde está o lugar da inteligência?
Jó
28:13 O homem não conhece o seu valor,
e
nem ela se acha na terra dos viventes.
Jó
28:14 O abismo diz:
Não
está em mim;
e
o mar diz:
Ela
não está comigo.
Jó
28:15 Não se dará por ela ouro fino,
nem
se pesará prata em troca dela.
Jó
28:16 Nem se pode comprar por ouro fino de Ofir,
nem
pelo precioso ônix, nem pela safira.
Jó
28:17 Com ela não se pode comparar o ouro nem o cristal;
nem
se trocará por joia de ouro fino.
Jó
28:18 Não se fará menção de coral nem de pérolas;
porque
o valor da sabedoria é melhor que o dos rubis.
Jó
28:19 Não se lhe igualará o topázio da Etiópia,
nem
se pode avaliar por ouro puro.
Jó
28:20 Donde, pois, vem a sabedoria,
e
onde está o lugar da inteligência?
Jó
28:21 Pois está encoberta aos olhos de todo o vivente,
e
oculta às aves do céu.
Jó
28:22 A perdição e a morte dizem:
Ouvimos
com os nossos ouvidos a sua fama.
Jó
28:23 Deus entende o seu caminho,
e
ele sabe o seu lugar.
Jó
28:24 Porque ele vê as extremidades da terra;
e
vê tudo o que há debaixo dos céus.
Jó
28:25 Quando deu peso ao vento,
e
tomou a medida das águas;
Jó
28:26 Quando prescreveu leis para a chuva
e
caminho para o relâmpago dos trovões;
Jó
28:27 Então a viu e relatou;
estabeleceu-a,
e também a esquadrinhou.
Jó
28:28 E disse ao homem:
Eis
que o temor do Senhor é a sabedoria,
e
apartar-se do mal é a inteligência.
Os seres humanos sempre estarão aquém de
compreender toda a extensão da sabedoria de Deus. Contudo, as pessoas podem
aprender sobre a sabedoria à medida que temem a Deus e obedecem aos seus
mandamentos – Dt 4:4,6; Pv 8:4-9; 9:10.
E sempre que isso acontece é por que estamos
cada vez mais pertos de Cristo Jesus. Paulo se angustiava sobre cada crente
dizendo que não sossegava até que cada um de nós fosse formado em Cristo – Gl 4:19.
Somos todos pequenos Cristos sendo transformados em Cristo.
Embora as respostas finais para os caminhos
de Deus com sua criação estejam fora do alcance humano, o Deus que tudo conhece
revela como as pessoas devem viver. A verdadeira sabedoria humana está em
aceitar essa revelação com temor e obediência - Sl 111:10; Pv 9:10; Ec 12;13.
Se está difícil entender, veja o conselho
de Paulo: - nós temos a mente de Cristo! – I Co 2:16. Assim, é somente de Deus
nos aproximarmos e termos paciência que haveremos de entender e glorificar o
Criador!
Parte II - DIÁLOGOS
ENTRE JÓ E SEUS AMIGOS – 3:1 a 27:23.
E. O discurso de
encerramento de Jó – 27:1 – 23.
As primeiras palavras do vs 1 são diferentes das que foram usadas
no início de cada discurso anterior, o que sugere que esse é o comentário
conclusivo de Jó, que estruturalmente corresponde ao seu primeiro lamento – 3:1-26.
Esse discurso que corresponde a parte “E” foi dividido, como na
BEG, em duas partes: 1. Protesto de inocência – 23:1 – 12. 2. O destino dos
perversos – 23:13 – 23.
1. Protesto de
inocência – 23:1 – 12.
Essas palavras
são dirigidas aos conselheiros (ou aos seus três amigos). Com um juramento
fundamentado na existência de Deus, Jó nega as falsas acusações contra ele e,
ao mesmo tempo, declara a sua integridade.
Jó não poderia
fazer isso a menos que realmente acreditasse que Deus era justo, a despeito do
seu sério questionamento nesse sentido – 9:14 a 31; 16:7 a 14; 19: 7 a 12.
No verso 3, temos Jó com uma resolução
interessante que poderia servir de base para AS MINHAS FIRMES RESOLUÇÕES – Como
penso e espero viver para a glória de Deus, contendo em seu corpo as 70
resoluções de Jonathans Edwards[1].
Espero na próxima edição acrescentar esse
versículo e seus comentários. A resolução que tenho parecida com essa em meu
livro é a quarta: “Eu resolvo que jamais
usarei minha língua (palavras faladas, escritas) para difamar qualquer meu
semelhante nessa vida.”
Ele resolveu que doravante, enquanto nele
houvesse alento, ou seja, fôlego de vida, que os seus lábios não iriam de forma
alguma falar iniquidades, nem enganos. Isso também nos lembra o Sl 19:14 “Sejam agradáveis as palavras da minha boca e
a meditação do meu coração perante a tua face, SENHOR, Rocha minha e Redentor
meu!”
As resoluções que tomamos são compromissos
que assumimos diante de Deus por que sentimos a necessidade de sua prática para
o bem de nossas almas. Que cada um tenha bem firme diante de Deus suas próprias
resoluções, compromissos e votos.
Não façam delas, jamais, leis incondicionais;
nem imponham isso aos outros irmãos como se fosse mandado de Deus colocando
peso sobre os ombros já pesados dos servos de Deus, mas que sirva para sua
própria edificação e testemunho da grande graça e misericórdia de Deus na sua
vida.
No verso 5, novamente ele faz outra
resolução ao dizer que até que morra, jamais irá afastar dele a sua integridade
e ai explica que se apegará fortemente à sua justiça e com a sua consciência fará
uma aliança eterna.
Eu também em minha resolução sexta eu digo
que “Eu resolvo que irei confiar em Deus
de todo o meu coração, alma, forças e entendimento.” e nos comentários dessa
resolução, eu explico com maiores detalhes: “Seja, pois, a minha consciência o meu árbitro em meu coração de que
ando diante de Deus e dos homens de forma coerente (EF 6:5) conforme minhas
prédicas;”.
Dos versos 7 ao 10, ele Jó, lança maldições
como as que eram usadas pelos salmistas – Sl 109:6 a 15; Sl 139:19 a 22. Isso era,
conforme nos dia z BEG, um artifício retórico honroso e comum no mundo semita. Essas
maldições cumpriam o objetivo de condenar os perversos com uma forte linguagem
para que se posicionassem, inequivocamente, a favor de Deus contra o mal.
A Palavra de Deus é clara ao afirmar peremptoriamente
que o perverso terá fim na terra!
2. O destino dos perversos – 23:13 – 23.
Jó volta
a sua atenção para a discussão sobre o destino dos perversos, um tema
demasiadamente trabalhado pelos conselheiros.
Os comentários de Jó mostram que ele
compreende o assunto assim como eles entendiam. No entanto, nesse momento, os
conselheiros, e não Jó, são os objetos subtendidos do destino descrito.
Qual será o destino dos perversos?
Não há como falar de salvação sem falar de
perdição.
Se há salvos, com certeza há perdidos.
Para entendermos melhor essa salvação e
essa perdição, eu quero convidar você para uma viagem no tempo.
Viajaremos para o futuro, para uma época,
no tempo, quando tudo estiver concluído, ou seja, para depois do tempo em que
houver o julgamento e a separação dos salvos e dos perdidos.
Há então um grupo de salvos e um outro
grupo de perdidos. Estou certo? Você está me acompanhando e entendendo o que
estou procurando pregar?
Aqui cabe uma pergunta muito pertinente:
Deus foi injusto com os perdidos? E com os salvos, ele cometeu acepção de
pessoas e falhou na justiça?
Com certeza, Deus foi justo tanto para com
os salvos, como para com os perdidos.
Para onde irão os perdidos?
Para o fogo eterno! E o inferno é um lugar
de injustiça de Deus?
O lago de fogo, repito, é o lugar preparado
para o Diabo, seus anjos e todos os seus seguidores.
Mateus 25:41
Então dirá também aos que estiverem à sua esquerda: Apartai-vos de mim,
malditos, para o fogo eterno, preparado para o diabo e seus anjos;
Neste momento também é pertinente
refletirmos na parábola do joio e do trigo.
Mateus 13:24
Propôs-lhes outra parábola, dizendo: O reino dos céus é semelhante ao homem que
semeia a boa semente no seu campo;
Mateus 13:25
Mas, dormindo os homens, veio o seu inimigo, e semeou joio no meio do trigo, e
retirou-se.
Mateus 13:26
E, quando a erva cresceu e frutificou, apareceu também o joio.
Mateus 13:27
E os servos do pai de família, indo ter com ele, disseram-lhe: Senhor, não
semeaste tu, no teu campo, boa semente? Por que tem, então, joio?
Mateus 13:28
E ele lhes disse: Um inimigo é quem fez isso. E os servos lhe disseram: Queres
pois que vamos arrancá-lo?
Mateus 13:29
Ele, porém, lhes disse: Não; para que, ao colher o joio, não arranqueis também
o trigo com ele.
Mateus 13:30
Deixai crescer ambos juntos até à ceifa; e, por ocasião da ceifa, direi aos
ceifeiros: Colhei primeiro o joio, e atai-o em molhos para o queimar; mas, o
trigo, ajuntai-o no meu celeiro.
Vejamos também a interpretação do próprio
Senhor Jesus Cristo:
Mateus 13:36
Então, tendo despedido a multidão, foi Jesus para casa. E chegaram ao pé dele
os seus discípulos, dizendo: Explica-nos a parábola do joio do campo.
Mateus 13:37
E ele, respondendo, disse-lhes: O que semeia a boa semente, é o Filho do homem;
Mateus 13:38
O campo é o mundo; e a boa semente são os filhos do reino; e o joio são os
filhos do maligno;
Mateus 13:39
O inimigo, que o semeou, é o diabo; e a ceifa é o fim do mundo; e os ceifeiros
são os anjos.
Mateus 13:40
Assim como o joio é colhido e queimado no fogo, assim será na consumação deste
mundo.
Mateus 13:41
Mandará o Filho do homem os seus anjos, e eles colherão do seu reino tudo o que
causa escândalo, e os que cometem iniquidade.
Mateus 13:42
E lançá-los-ão na fornalha de fogo; ali haverá pranto e ranger de dentes.
Mateus 13:43
Então os justos resplandecerão como o sol, no reino de seu Pai. Quem tem
ouvidos para ouvir, ouça.
O que nos ensina esta parábola? Simples,
ela nos ensina que há trigo e que há joio. Ou seja, há salvos e há perdidos!
Jesus nos deixa claro nesta parábola e em
sua própria vida que há joio e que há trigo. Que o trigo será recolhido em seu
celeiro e que o joio será juntado, atado em feixes e lançado no fogo.
Na escolha de seus apóstolos, os seus
discípulos, Jesus passou a noite anterior à escolha em oração. Na escolha
seleta, ele escolheu 12 discípulos, mas um era do maligno. Um deles era joio,
um deles era réu do inferno e seria lançado no fogo que arde eternamente.
João 6:70
Respondeu-lhe Jesus: Não vos escolhi a vós os doze? e um de vós é um diabo.
João 6:71 E
isto dizia ele de Judas Iscariotes, filho de Simão; porque este o havia de
entregar, sendo um dos doze.
Será que ele não sabia quem era Judas? E
por que o escolheu sabendo que era do maligno e que não haveria conserto para
ele? Por três anos e meio, Jesus permitiu Judas andar com ele e ouvir e ver e
participar de tudo o que eles participavam.
A palavra é clara ao dizer que Judas era
ladrão e roubava do conteúdo da bolsa e do alforje dos discípulos.
João 12:4
Então, um dos seus discípulos, Judas Iscariotes, filho de Simão, o que havia de
traí-lo, disse:
João 12:5 Por
que não se vendeu este unguento por trezentos dinheiros e não se deu aos
pobres?
João 12:6
Ora, ele disse isto, não pelo cuidado que tivesse dos pobres, mas porque era
ladrão e tinha a bolsa, e tirava o que ali se lançava.
Jesus não sabia disso? Com certeza sabia
sim, mas não o expôs antes confiou em Deus e esperou que Deus agisse.
Na ceia, na última ceia, quem sentou ao
lado direito de Jesus e quem é que meteu com ele a mão no prato para apanhar o
primeiro bocado que era um lugar de honra? Justamente Judas!
Depois disso, sai dali para trair a Jesus porque
o diabo estava nele. Ele volta e beija Jesus como sinal aos soldados da sua
traição. Jesus lhe chama de amigo e lhe pergunta: - Amigo, com um beijo me
trais?
Mateus 26:49
E logo, aproximando-se de Jesus, disse: Eu te saúdo, Rabi; e beijou-o.
Mateus 26:50
Jesus, porém, lhe disse: Amigo, a que vieste? Então, aproximando-se eles,
lançaram mão de Jesus, e o prenderam.
Jesus, certamente, não estava sendo
hipócrita, nem creio, irônico, mas falava a verdade.
A pergunta que surge é: - mas porquê?
Não era ele ladrão? Não era ele do diabo?
Não era ele joio?
Jesus o amou e o amou até o fim para nos
dar exemplo de como devemos tratar o joio enquanto o joio não é revelado. Na
parábola, tentaram fazer a separação, mas a probabilidade de injustiças seria
grande. Assim, resolveram deixá-los crescerem juntos até o dia da colheita.
Pois bem, o joio andará conosco, falará a
nossa língua, participará conosco da ceia, roubará nossas bolsas e nossos alforjes,
nos venderão para nossos inimigos, nos trairão, nos saudarão com um beijo e,
depois disso tudo, ainda nem saberemos que foi ele quem fez isso tudo!
Terrível! Somente Deus é que, no juízo final, fará a separação do trigo e do
joio.
Há joio e há trigo! Judas ouviu Jesus por
três anos e meio, mas não foi convencido! Se Jesus não o convenceu, quem o
convenceria?
Sabem o que entendo disso? Que a palavra da
pregação tem duas funções paralelas. A primeira é a salvação dos filhos de
Deus, pois neles é gerada a fé pela pregação quando ouvem e creem. A segunda, é
endurecer o coração dos filhos do diabo, aos quais não está destinada a
salvação, para testemunho contra eles.
Então pregamos para salvação e pregamos
para testemunho contra os filhos do diabo, mas não sabemos quem é um, nem quem
é outro. Por isso que temos de pregar sempre, quer seja oportuno, quer, não
seja.
II Timóteo
4:1 Conjuro-te, pois, diante de Deus, e do Senhor Jesus Cristo, que há de
julgar os vivos e os mortos, na sua vinda e no seu reino,
II Timóteo
4:2 Que pregues a palavra, instes a tempo e fora de tempo, redarguas,
repreendas, exortes, com toda a longanimidade e doutrina.
Jó 27:1 E
prosseguindo Jó em seu discurso, disse:
Jó
27:2 Vive Deus, que desviou a minha causa,
e o Todo-Poderoso, que amargurou
a minha alma.
Jó
27:3 Que, enquanto em mim houver alento,
e
o sopro de Deus nas minhas narinas,
Jó
27:4 Não falarão os meus lábios iniquidade,
nem
a minha língua pronunciará engano.
Jó
27:5 Longe de mim que eu vos justifique;
até
que eu expire,
nunca
apartarei de mim a minha integridade.
Jó
27:6 À minha justiça me apegarei e não a largarei;
não
me reprovará o meu coração em toda a minha vida.
Jó
27:7 Seja como o ímpio o meu inimigo,
e
como o perverso o que se levantar contra mim.
Jó
27:8 Porque qual será a esperança do hipócrita,
havendo
sido avaro, quando Deus
lhe
arrancar a sua alma?
Jó
27:9 Porventura Deus ouvirá o seu clamor,
sobrevindo-lhe
a tribulação?
Jó
27:10 Deleitar-se-á no Todo-Poderoso,
ou
invocará a Deus em todo o tempo?
Jó
27:11 Ensinar-vos-ei acerca da mão de Deus,
e
não vos encobrirei o que está com o Todo-Poderoso.
Jó
27:12 Eis que todos vós já o vistes;
por
que, pois, vos desvaneceis na vossa vaidade?
Jó 27:13 Esta, pois, é a porção do homem
ímpio da parte de Deus,
e
a herança, que os tiranos receberão do Todo-Poderoso.
Jó
27:14 Se os seus filhos se multiplicarem, será para a espada,
e
a sua prole não se fartará de pão.
Jó
27:15 Os que ficarem dele na morte serão enterrados,
e
as suas viúvas não chorarão.
Jó
27:16 Se amontoar prata como pó,
e
aparelhar roupas como lodo,
Jó
27:17 Ele as aparelhará, porém o justo as vestirá,
e
o inocente repartirá a prata.
Jó
27:18 E edificará a sua casa como a traça,
e
como o guarda que faz a cabana.
Jó
27:19 Rico se deita, e não será recolhido;
abre
os seus olhos, e nada terá.
Jó
27:20 Pavores se apoderam dele como águas;
de
noite o arrebata a tempestade.
Jó
27:21 O vento oriental leva-o, e ele se vai,
e
varre-o com ímpeto do seu lugar.
Jó
27:22 E Deus lançará isto sobre ele, e não lhe poupará;
irá
fugindo da sua mão.
Jó
27:23 Cada um baterá palmas contra ele
e
assobiará tirando-o do seu lugar.
O fim do perverso vem e se apressa! A volta
do Senhor Jesus Cristo é iminente. Haverá um dia na história, como já houve na
sua primeira vinda, em que as manchetes dos jornais, TV, internet será que o
Messias agora retornou!
Parte II - DIÁLOGOS
ENTRE JÓ E SEUS AMIGOS – 3:1 a 27:23.
D. O terceiro e
último ciclo de discursos – 22:1 – 26:14.
A parte “D” foi dividida, como na BEG, em quatro partes: 1. Elifaz
– 22:1 – 30 – já vista. 2. A resposta de Jó a Elifaz – 23:1 – 24:25 – já vista.
3. Bildade: a glória de Deus e a insignificância da humanidade – 25:1-6 – já
vista. 4. A resposta de Jó a Bildade – 26:1 – 14 – veremos agora.
4. A resposta de Jó a Bildade – 26:1 – 14.
Chegamos ao fim
dessa terceira série de discursos com a resposta de Jó a Bildade. Como tinha
sido nos dois primeiros conjuntos de discursos, teríamos, antes, a fala de
Zofar e a resposta de Jó a ele, mas nessa terceira série ele não discursou.
Também estamos
perto de encerrarmos a parte II e entrarmos no capítulo 28, na parte III, deste
livro.
Nesse discurso de
resposta de Jó a Bildade que ocupa todo o capítulo 26, veremos Jó,
sarcasticamente, rejeitar os argumentos de Bildade – dos versos 1 ao 4 -, e,
depois, ele afirmar a supremacia de Deus, em todas as coisas, vs 5 ao 14.
a. A rejeição sarcástica de Jó – 26:1 – 4.
Em uma série de perguntas
retóricas, Jó, sarcasticamente, rejeita a avaliação de Bildade acerca da
situação difícil da humanidade. O ponto de vista de Bildade a ninguém traz
qualquer ajuda.
Ele, Bildade, mistura
a verdade com o engano de forma que quem o ouve pode cair em seus ardis astutos
e começar a ter uma ideia errada sobre Deus e seu reino eterno.
Jó critica sua
falta de sensibilidade para com ele – versos 1 e 2 - e isso deveria incomodá-lo
afinal a sua dor era notória a todos, mas ao invés do alívio, do abraço e da
compreensão, apenas pesadas e ardilosas críticas contra ele.
Jó pergunta a ele
com quem ele está buscando ajuda – verso 4 -para proferir tais palavras vazias
e absurdas. Jó sabia que não era a ajuda do Espírito de Deus, logo suspeitava
ele de que algo estava estranho naqueles comportamentos de seus amigos
conselheiros.
b. A afirmação da supremacia divina – 26:5 – 14.
Jó celebra a preeminência
de Deus para se opor à objeção de Bildade – cap. 25. As palavras de Jó fazem
lembrar o que ele havia dito em 9:5-10, de modo que não devem ser atribuídas a
um dos conselheiros. As objeções de Jó não significam uma negação da soberania
divina sobre a criação.
Vemos na resposta
de Jó uma crença diferente de outras nações, culturas e povos, pois ele cria em
Deus como governante até do Sheol – Pv 15:11. Ou seja Deus é único e tanto o
bem quanto o mal está debaixo de seu governo justo e soberano.
A diferença com
as outras culturas e povos está em que cada deus deles representava um domínio
que não poderia ser ultrapassado por outros deuses onde o eterno conflito
existiria sempre entre as forças do bem e das forças do mal.
Veja, por
exemplo, o verso 12 quando Jó fala de Deus fendendo o mar e como com o seu
entendimento abatendo o adversário, a BEG, nos diz que se trata do poder
e do controle ilimitado de Deus sobre o domínio de Yam, o deus cananeu dos
mares.
Continua a BEG a dizer que em hebraico,
Raabe é um monstro cananeu das profundezas, corno o monstro marinho (veja 3.8;
leviatã, em algumas versões) e o crocodilo (veja 41.1). Essa figura poética
enriquece o conceito do grande poder de Deus sobre o mar tempestuoso.
Deus demonstrou o seu poder sobre esses
poderes demoníacos e sobre as esferas da suposta influência desses poderes na
criação (Gn 1.1-2), quando libertou Israel do Egito pelo mar (veja SI 89.9-10;
Is 51.9) e quando Jesus acalmou o mar (Mt 8.23-27). Ele também prometeu fazê-lo
novamente quando recriar a terra sem qualquer mar (Ap 21.1).
Voltando para os versos
de 7 e 8 fica uma pergunta interessante: de onde, naquela época, Jó tirou a
ideia da terra suspensa no nada? E também do vazio do norte? Somente há pouco
tempo é que essas verdades vieram à tona cientificamente, pois até na idade
média supunha-se que a terra era o centro do universo e que ela nem seria
redonda.
Quem tentou
provar o contrário, acabou sendo morto como herege ou divulgador de mensagens
oriundas do inferno. No meu ponto de vista a ciência, como a que busca a
verdade para explicar os fenômenos que nos cercam e o mundo ao nosso redor, é
um braço de Deus e não trunfo de quem quer que seja.
A ciência não é
pessoa, pois nem fala, nem se expressa, é apenas um método científico
desenvolvido pelo homem interessado na explicação dos fenômenos que o cercam. Há
cientistas que usam a ciência que são crentes e há cientistas que usam a ciência,
mas não são crentes.
A concepção
cosmológica de Jó naquela época nos causa espécie. Adaulto Lourenço, cientista,
crente, explica-nos de forma muito interessante a questão da expansão vazia do
Norte que somente foi verificada em meados do século passado onde o
Observatório de Washington descobriu que, dentro dos céus do Norte, há uma
grande expansão vazia na qual não há uma só estrela visível.
Duas questões
cosmológicas interessantes e intrigantes em Jó:
1.A terra sendo suspensa
no nada.
2.A expansão vazia do
Norte. Jó 26:7!
Jó 26:1 Jó, porém, respondeu, dizendo:
Jó
26:2 Como ajudaste aquele que não tinha força,
e
sustentaste o braço que não tinha vigor?
Jó
26:3 Como aconselhaste aquele que não tinha sabedoria,
e
plenamente fizeste saber a causa, assim como era?
Jó
26:4 A quem proferiste palavras,
e
de quem é o espírito que saiu de ti?
Jó
26:5 Os mortos tremem debaixo das águas,
com
os seus moradores.
Jó
26:6 O inferno está nu perante ele,
e
não há coberta para a perdição.
Jó
26:7 O norte estende sobre o vazio;
e
suspende a terra sobre o nada.
Jó
26:8 Prende as águas nas suas nuvens,
todavia
a nuvem não se rasga debaixo delas.
Jó
26:9 Encobre a face do seu trono,
e
sobre ele estende a sua nuvem.
Jó
26:10 Marcou um limite sobre a superfície das águas em redor,
até
aos confins da luz e das trevas.
Jó
26:11 As colunas do céu tremem,
e
se espantam da sua ameaça.
Jó
26:12 Com a sua força fende o mar,
e
com o seu entendimento abate a soberba.
Jó
26:13 Pelo seu Espírito ornou os céus;
a
sua mão formou a serpente enroscadiça.
Jó
26:14 Eis que isto são apenas as orlas dos seus caminhos;
e
quão pouco é o que temos ouvido dele!
Quem,
pois, entenderia o trovão do seu poder?
Jó fala de Deus e do reino de Deus
colocando argumentos em respostas a seus amigos que nos fazem refletir no
conhecimento que ele tinha da graça e da misericórdia de Deus, apesar dele
mesmo.
Ele entende ao final que tem muito a
aprender e a conhecer desse Deus infinito e que nossa estadia aqui nessa vida é
muito curta para nos deixarmos levar pelo mal.
Como ele mesmo encerra, estamos apenas nas
orlas dos seus caminhos, como pois compreenderíamos a sua fala poderosa – trovão
do seu poder?
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Paulo Freire – Uma avaliação relâmpago
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É sempre surpreendente, para mim, ver que a maioria das referências feitas
ao professor Paulo Freire (1921-1997) são benevolentes e eivadas de
admiração. ...
TRANSTORNANDO O CALVINISMO
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A doutrina Calvinista é a mais bela expressão do ensino bíblico
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