Parte II - DIÁLOGOS ENTRE JÓ E SEUS AMIGOS – 3:1 a 27:23.
D. O terceiro e
último ciclo de discursos – 22:1 – 26:14.
Estamos chegando ao fim da série tripla de discursos entre Jó e
seus amigos. Nessa terceira fase, não teremos a fala de Zofar, mas apenas de
Elifaz e Bildade.
A parte “D” foi dividida, como na BEG, em quatro partes: 1. Elifaz
– 22:1 – 30. 2. A resposta de Jó a Elifaz – 23:1 – 24:25. 3. Bildade: a glória
de Deus e a insignificância da humanidade – 25:1-6. 4. A resposta de Jó a
Bildade – 26:1 – 14.
1. Elifaz – 22:1 – 30.
Podemos
sintetizar o discurso de Elifaz em cinco partes: 1. A indiferença divina – vs 1
- 5. 2. Acusações contra Jó – vs 6 – 11. 3. Repreensões a Jó – vs 12 – 14. 4.
Afirmações da sabedoria proverbial – vs 15 a 20. 5. Um chamado para Jó se
arrepender – vs 21 – 30.
1. A indiferença divina – vs 1 - 5.
Elifaz comete um
grande erro ao reagir à declaração de Jó de que Deus permite que a perversidade
fique sem punição e passa para outro extremo, sugerindo que nada que os seres
humanos façam tem algum efeito sobre Deus.
Eu entendo que Jó
cria na soberania divina e que também cria piamente que ele fosse justo e,
portanto, jamais deixaria de ser justo ou de exercer a sua justiça sobre a sua
criação.
A permissão de
Deus à perversidade não significa que ele deixará de ser justo, mas contribuirá
para que o perverso acumule sobre si mesmo muito mais da ira divina que será
sem misericórdia.
Também sua
permissão não anula de forma alguma a responsabilidade humana sobre suas
práticas e omissões. Eu não creio que a justiça seja feita aqui nesta vida
presente, mas que será feita, será. Nisso eu creio, prego e defendo. Como será
feita, eu não sei explicar.
De fato, eu tenho
de concordar em parte com Elifaz entendendo que Deus é completo e perfeito,
logo nada lhe falta ou tenha necessidade de que o homem para ele faça.
O dom da vida que
recebemos é uma dádiva de Deus usufruída tanto pelo justo quanto pelo ímpio.
2. Acusações contra Jó – vs 6 – 11.
O discurso
continua o mesmo e as acusações não cessam de forma alguma.
Quando alguém
endurece seu coração, nem a luz do sol de fortes argumentos seria capaz de
amolecer tal coração, pelo contrário, ele se tornaria mais duro ainda, como o
barro por exemplo.
Elifaz estava tão
crente em seus argumentos e na sua tese de pecado em Jó que não aceitava em sua
mente outra alternativa.
Nesses versos, Elifaz ataca pessoalmente Jó por causa de pecados específicos, principalmente abusos
sociais contra pobres e viúvas. Mais adiante, Jó enfatizará a sua retidão
social – caps 29; 31.
3. Repreensões a Jó – vs 12 – 14.
A BEG diz que Elifaz refuta a queixa de Jó de que Deus esteja
ausente – 9:18; 13:24. No seu caso de instabilidade emocional induzido pelo
sofrimento, Jó queixa-se de que Deus ou é demais observador – por demais
presente e relutante a deixá-lo em paz (7:17-19; 10:8; 16:9) - ou é totalmente
ausente.
Eu entendo que Jó
realmente tinha uma mente muito centrada em Deus, tanto que eram constantes as
suas orações e discursos voltados para Deus. Como sua crença na soberania de
Deus era muito forte, ele entendia que seu sofrimento poderia ter fim se Deus quisesse,
mas não queria e isso o aborrecia.
Jó era muito
crente e daqueles que nos serve de exemplo para nossa vida aqui na terra. Nota-se
em suas falas sua crença na imanência e na transcendência de Deus, não
negativamente ou punitivamente.
4. Afirmações da sabedoria proverbial – vs 15
a 20.
Aqui Elifaz faz
uma comparação entre os modos de agir, em respostas a Deus, dos perversos e dos
justos. Em sua tese, tanto um quanto o outro, recebem a justa paga, em vida, de
todos os seus atos.
No entanto,
podemos ter certeza de que isso não é verdade! Se fosse verdade, não haveria
inocentes. Se um inocente morreu é por que foi vítima e portanto não foi por
que merecia morrer.
A maldade para se
destacar tem de manchar a bondade, ou seja, ela é uma espécie de tumor maligno,
um câncer que depende da vida para ter sua existência temporária, mas um dia,
ela será extirpada cirurgicamente para sempre.
5. Um chamado para Jó se arrepender – vs 21 –
30.
Como desde o início vinham fazendo, Elifaz
encerra seu discurso com um apelo de arrependimento de Jó. Jó deveria se
arrepender de se comportar como os ímpios.
Conforme a ênfase de Elifaz, Jó deveria
clamar a Deus para ele libertá-lo. Elifaz declara a sabedoria proverbial sobre
os caminhos de Deus para aqueles que se arrependem; porém, mais uma vez,
demonstra uma total falta de visão acerca das circunstâncias específicas de Jó.
Jó 22:1 Então respondeu Elifaz, o
temanita, dizendo:
Jó
22:2 Porventura será o homem de algum proveito a Deus?
Antes
a si mesmo o prudente será proveitoso.
Jó
22:3 Ou tem o Todo-Poderoso prazer em que tu sejas justo,
ou
algum lucro em que tu faças perfeitos os teus caminhos?
Jó
22:4 Ou te repreende, pelo temor que tem de ti,
ou
entra contigo em juízo?
Jó
22:5 Porventura não é grande a tua malícia,
e
sem termo as tuas iniquidades?
Jó
22:6 Porque sem causa penhoraste a teus irmãos,
e
aos nus despojaste as vestes.
Jó
22:7 Não deste ao cansado água a beber,
e
ao faminto retiveste o pão.
Jó
22:8 Mas para o poderoso era a terra,
e
o homem tido em respeito habitava nela.
Jó
22:9 As viúvas despediste vazias,
e
os braços dos órfãos foram quebrados.
Jó
22:10 Por isso é que estás cercado de laços,
e
te perturba um pavor repentino,
Jó
22:11 Ou trevas em que nada vês,
e
a abundância de águas que te cobre.
Jó
22:12 Porventura Deus não está na altura dos céus?
Olha
para a altura das estrelas; quão elevadas estão.
Jó
22:13 E dizes:
que
sabe Deus?
Porventura
julgará ele através da escuridão?
Jó
22:14 As nuvens são esconderijo para ele, para que não veja;
e
passeia pelo circuito dos céus.
Jó
22:15 Porventura queres guardar a vereda antiga,
que
pisaram os homens iníquos?
Jó
22:16 Eles foram arrebatados antes do seu tempo;
sobre
o seu fundamento um dilúvio se derramou.
Jó
22:17 Diziam a Deus:
Retira-te
de nós.
E:
Que
foi que o Todo-Poderoso nos fez?
Jó
22:18 Contudo ele encheu de bens as suas casas;
mas
o conselho dos ímpios esteja longe de mim.
Jó
22:19 Os justos o veem, e se alegram,
e
o inocente escarnece deles.
Jó
22:20 Porquanto o nosso adversário não foi destruído,
mas
o fogo consumiu o que restou deles.
Jó
22:21 Apega-te, pois, a ele, e tem paz,
e
assim te sobrevirá o bem.
Jó
22:22 Aceita, peço-te, a lei da sua boca,
e
põe as suas palavras no teu coração.
Jó
22:23 Se te voltares ao Todo-Poderoso,
serás
edificado;
se
afastares a iniquidade da tua tenda,
Jó
22:24 E deitares o teu tesouro no pó,
e
o ouro de Ofir nas pedras dos ribeiros,
Jó
22:25 Então o Todo-Poderoso será o teu tesouro,
e
a tua prata acumulada.
Jó
22:26 Porque então te deleitarás no Todo-Poderoso,
e
levantarás o teu rosto para Deus.
Jó
22:27 Orarás a ele,
e
ele te ouvirá,
e
pagarás os teus votos.
Jó
22:28 Determinarás tu algum negócio, e ser-te-á firme,
e
a luz brilhará em teus caminhos.
Jó
22:29 Quando te abaterem, então tu dirás:
Haja
exaltação!
E
Deus salvará ao humilde.
Jó
22:30 E livrará até ao que não é inocente;
porque
será libertado pela pureza de tuas mãos.
Estou ficando sem palavras para continuar a
falar dessa teimosia dos amigos de Jó. Estou correndo o risco de ser
extremamente repetitivo, mas esta é a realidade de seus amigos que insistem
contra tudo e contra todos que Jó estava em pecado, por isso que lhe sobreveio
tantas desgraças de uma só vez.
Estudar Jó é um grande aprendizado que nos
instruiu como lidarmos com sabedoria diante de circunstâncias tão complexas em
nossas vidas.
Parte II - DIÁLOGOS ENTRE JÓ E
SEUS AMIGOS – 3:1 a 27:23.
C. O segundo ciclo de discursos –
15:1 – 21:34.
Finalizaremos, agora, essa parte “C”, que
foi dividida, como na BEG, em seis partes igualmente: 1. Elifaz – 15:1 – 35 –
já vista. 2. A resposta de Jó a Elifaz – 16:1 – 17:16 – já vista. 3. Bildade – 18:1
– 21 – já vista. 4. A resposta de Jó a Bildade – 19:1 – 29 – já vista. 5. Zofar
– 20:1 – 29 – já vista. 6. A resposta de Jó a Zofar – 21:1 – 34 – veremos agora.
6. A resposta de Jó a Zofar – 21:1 – 34.
Todos os amigos de Jó já discursaram pela
segunda vez. A segunda série de discursos acabou e agora a última resposta de
Jó, dessa vez para Zofar.
Esse discurso de Jó pode ser dividido em
duas partes. 1. Um pequeno apelo para ser ouvido – dos vs 1 ao 3. 2. Uma rejeição
das visões de Zofar – vs 4 ao 34.
Aludindo às suas próprias palavras, Jó
rejeita os argumentos de seus amigos de que os perversos sofrem – 20:11 com
21:7; 8:19 com 21:8; 18:5 com 21:17; 5:4; 20:10 com 21:19; 20:5-7 com 21:28-30.
Jó desejava tão somente ser ouvido, mas não
teve de ficar dando explicações o tempo todo. Por isso que clama nos três
primeiros versos para ser ouvido.
A ideia fixa de seus amigos dos pecados de
Jó que culminaram com as consequências que lhe adviram, era a única realidade
na mente deles, por isso não tinham mais espaço para nada, nem mesmo a
misericórdia e a compaixão.
Jó queria falar da sua dor, daquilo que
estava acontecendo com ele que o afligia sobremaneira, mas seus amigos somente
pensavam em acusá-lo.
Então Jó começa a rechaçar a visão de Zofar
acerca dos justos e dos perversos como inadequada. O seu desejo – vs 5 – era de
que seus amigos pudessem ver o seu estado e se calassem e somente demonstrassem
compaixão simplesmente o ouvindo.
Há muita gente que afirma que o que aqui se
faz, aqui se colhe ou que os ímpios recebem a justa paga de sua impiedade aqui
mesmo nessa vida. Jó não acreditava nisso, como eu também não acredito.
Dos versos 7 ao 15, Jó está descrevendo
aqueles que disseram, direta e indiretamente para Deus, para retirarem-se deles
por que não estavam interessados em conhecerem os seus caminhos.
E Jó está falando da prosperidade desse
tipo de gente, mas ai alguém poderia responder que Deus guardaria a paga de
seus crimes para seus filhos – vs 19.
No entanto, Jó rejeita esse conceito
afirmando que isso seria injusto. Se os filhos nada tiveram de participação com
relação aos crimes do pai, não poderiam sofrer essas penas, esses sofrimentos
que deveriam ser aplicado aos autores.
Se assim fosse, alguém deveria ensinar
ciência a Deus, ao Senhor que julga os que está nos céus – vs 20. Depois do
transgressor morto que interessa a ele a sua casa? Ora tanto faz se prosperaria
ou seria de todo destruída. Uma vez morto, não lhe pertence mais.
Alguns, não todos, recebem a sua paga ainda
nesta vida. Eu entendo que aqueles que recebem a sua paga imediatamente são
aqueles a quem Deus está sendo extremamente misericordioso e lhes dando uma
oportunidade de ouro puro para se consertarem.
Aqueles que demoram em receber a sua paga,
mas ainda recebem nessa vida, igualmente Deus está sendo misericordioso e a sua
oportunidade de arrependimento é grande.
No entanto, aqueles que dormem tranquilos e
partem cheios de dias e sem nenhuma paga, são esses que Deus os tem entesourado
para o grande dia de sua ira onde não lhes morrerá o verme, nem o fogo se apagará
– Mc 9:44,46,48.
Jó 21:1 Respondeu, porém, Jó, dizendo:
Jó
21:2 Ouvi atentamente as minhas razões;
e
isto vos sirva de consolação.
Jó
21:3 Sofrei-me, e eu falarei;
e
havendo eu falado, zombai.
Jó
21:4 Porventura eu me queixo de algum homem?
Porém,
ainda que assim fosse,
por
que não se angustiaria o meu espírito?
Jó
21:5 Olhai para mim, e pasmai;
e
ponde a mão sobre a boca.
Jó
21:6 Porque, quando me lembro disto me perturbo,
e
a minha carne é sobressaltada de horror.
Jó
21:7 Por que razão vivem os ímpios, envelhecem,
e
ainda se robustecem em poder?
Jó
21:8 A sua descendência se estabelece com eles perante a sua face;
e
os seus renovos perante os seus olhos.
Jó
21:9 As suas casas têm paz, sem temor;
e
a vara de Deus não está sobre eles.
Jó
21:10 O seu touro gera, e não falha;
pare
a sua vaca, e não aborta.
Jó
21:11 Fazem sair as suas crianças, como a um rebanho,
e
seus filhos andam saltando.
Jó
21:12 Levantam a voz, ao som do tamboril e da harpa,
e
alegram-se ao som do órgão.
Jó
21:13 Na prosperidade gastam os seus dias,
e
num momento descem à sepultura.
Jó
21:14 E, todavia, dizem a Deus:
Retira-te
de nós;
porque
não desejamos ter conhecimento dos teus caminhos.
Jó
21:15 Quem é o Todo-Poderoso, para que nós o sirvamos?
E
que nos aproveitará que lhe façamos orações?
Jó
21:16 Vede, porém, que a prosperidade não está nas mãos deles;
esteja
longe de mim o conselho dos ímpios!
Jó
21:17 Quantas vezes sucede que se apaga a lâmpada dos ímpios,
e
lhes sobrevém a sua destruição?
E
Deus na sua ira lhes reparte dores!
Jó
21:18 Porque são como a palha diante do vento,
e
como a pragana, que arrebata o redemoinho.
Jó
21:19 Deus guarda a sua violência para seus filhos,
e
dá-lhe o pago, para que o conheça.
Jó
21:20 Seus olhos verão a sua ruína,
e
ele beberá do furor do Todo-Poderoso.
Jó
21:21 Por que, que prazer teria na sua casa,
depois
de morto,
cortando-se-lhe
o número dos seus meses?
Jó
21:22 Porventura a Deus se ensinaria ciência,
a
ele que julga os excelsos?
Jó
21:23 Um morre na força da sua plenitude,
estando
inteiramente sossegado e tranquilo.
Jó
21:24 Com seus baldes cheios de leite,
e
a medula dos seus ossos umedecida.
Jó
21:25 E outro, ao contrário, morre na amargura do seu coração,
não
havendo provado do bem.
Jó
21:26 Juntamente jazem no pó,
e
os vermes os cobrem.
Jó
21:27 Eis que conheço bem os vossos pensamentos;
e
os maus intentos com que injustamente me fazeis violência.
Jó
21:28 Porque direis:
Onde
está a casa do príncipe,
e
onde a tenda em que moravam os ímpios?
Jó
21:29 Porventura não perguntastes aos que passam pelo caminho,
e
não conheceis os seus sinais,
Jó
21:30 Que o mau é preservado para o dia da destruição;
e
arrebatado no dia do furor?
Jó
21:31 Quem acusará diante dele o seu caminho,
e
quem lhe dará o pago do que faz?
Jó
21:32 Finalmente é levado à sepultura,
e
vigiam-lhe o túmulo.
Jó
21:33 Os torrões do vale lhe são doces,
e
o seguirão todos os homens;
e
adiante dele foram inumeráveis.
Jó
21:34 Como, pois, me consolais com vaidade?
Pois
nas vossas respostas ainda resta a transgressão.
Jó concluiu sua
resposta a Zofar estando ele ainda inconsolável. Os discursos deles, dos seus
amigos, e suas respectivas falas para nada serviram senão lhe aumentar ainda
mais o seu sofrimento.
Eles não deram
a ele consolo, palavras edificantes, descanso, antes viveram cobrando,
reclamando e acusando Jó continuamente como alguém que estaria desejoso de
vê-lo cair e abandonar a sua fé, a sua consciência e o seu Deus.
Parte II - DIÁLOGOS ENTRE JÓ E
SEUS AMIGOS – 3:1 a 27:23.
C. O segundo ciclo de discursos –
15:1 – 21:34.
Estamos, agora, nessa parte “C”, que foi
dividida, como na BEG, em seis partes igualmente: 1. Elifaz – 15:1 – 35 – já
vista. 2. A resposta de Jó a Elifaz – 16:1 – 17:16 – já vista. 3. Bildade – 18:1
– 21 – já vista. 4. A resposta de Jó a Bildade – 19:1 – 29 – já vista. 5. Zofar
– 20:1 – 29 – veremos agora. 6. A resposta de Jó a Zofar – 21:1 – 34.
5. Zofar – 20:1 – 29.
Chegou a vez, na ordem, de Zofar fazer a
sua réplica e depois Jó lhe responder.
Até aqui tem sido repetido o mesmo processo
das acusações, da tentativa de defender Deus – assim pensavam e criam - e da
falta de consideração para com Jó, das respostas de Jó sempre defensivas e
depois voltadas para Deus.
Este capítulo é outra declaração eloquente
sobre o destino dos ímpios. Nele, Zofar, o naamatita, expressa a verdade do
governo moral do mundo por Deus, mas deixa de aplica-la corretamente à situação
de Jó.
Zofar, primeiramente, nos três primeiros
versículos, fará acusações pessoais a Jó admitindo que este tinha lhe ofendido
pessoalmente com as suas respostas.
Como pode uma pessoa estar errada e ao
mesmo tempo convencida de que está certa, não estando de fato? É por isso que
as discussões se tornam acaloradas e muitas vezes perigosas.
Quando uma pessoa se convence de algo,
ainda que a luz brilhe ao seu lado mostrando o seu erro, ela insistirá em
permanecer nas trevas afirmando estar vendo grande luz.
Quando Jesus Cristo falava, ele era a luz e
a verdade, duas coisas aconteciam com sua plateia. Uma parte dela era como a
cera diante do sol e se derretia diante dele. Outra parte era como o barro e se
endurecia diante dele.
Em seguida, Zofar, dos versos 4 ao 29, fará a afirmação da sabedoria
proverbial onde explicará que os caminhos dos justos e dos ímpios, desse ponto
de vista, seguirá dois caminhos distintos.
O resumo de sua ladainha será que as
pessoas sofrem porque merecem e recebem a bênção de Deus se também a merecem. É
a teologia das obras e dos méritos, onde se entende que há justiça.
Seríamos nós teólogos reformados contra a
teologia das obras? Não nos parece justo que recebamos aquilo que plantamos? E
não nos retribuirá o Senhor conforme as nossas obras? Não está claramente
escrito que quem pratica algo é responsável pelo que praticou?
Sim, tudo isso é verdade; no entanto, as
Escrituras também são claras ao dizer que não há nenhum de nós justos diante de
Deus. Todos nós pecamos e nos desviamos de Deus. Nossas melhores obras são
comparadas, na Bíblia, a trapos de imundície.
Nós, os teólogos reformados, cremos na
depravação total, isto é, que o homem é concebido em pecado e que portanto se
torna um pecador diante de Deus, incapaz de com suas obras comprar a sua
salvação ou pagar por ela ou com elas agradar a Deus de forma a sermos considerados
justos diante dele.
Todo pecador peca. Assim, como pecadores,
pecamos ou seja, onde está o livre-arbítrio quando o que fazemos é pecar?
Somente teríamos o livre-arbítrio se nós pudéssemos não pecar. Podemos? Se
podemos, então, por que Jesus Cristo morreu por nós, os pecadores?
A questão é delicada e merece atenção, mas
deixaremos isso para outro momento. Por enquanto basta entendermos que Jesus Cristo
é a nossa justiça. Ele não nos torna justos – se tornasse não seria justo -,
mas ele nos justifica diante de Deus ao sofrer por nós a condenação que era
nossa.
Ele é nosso Redentor e Salvador. Zofar, não
entendia isso e Jó compreendia que seu Redentor vivia e que por fim se levantaria
sobre a terra.
Zofar cria que ele conseguiria pagar e ser
justo, apesar de se reconhecer pecador, não é engraçado? Assim, ele condenava
Jó e no seu raciocínio, Jó estava sofrendo por que merecera.
Jó 20:1 Então respondeu Zofar, o
naamatita, e disse:
Jó
20:2 Visto que os meus pensamentos me fazem responder,
eu
me apresso.
Jó
20:3 Eu ouvi a repreensão, que me envergonha,
mas
o espírito do meu entendimento responderá por mim.
Jó 20:4 Porventura não sabes tu que
desde a antiguidade,
desde
que o homem foi posto sobre a terra,
Jó
20:5 O júbilo dos ímpios é breve,
e
a alegria dos hipócritas momentânea?
Jó
20:6 Ainda que a sua altivez suba até ao céu,
e
a sua cabeça chegue até às nuvens.
Jó
20:7 Contudo, como o seu próprio esterco, perecerá para sempre;
e
os que o viam dirão: Onde está?
Jó
20:8 Como um sonho voará, e não será achado,
e
será afugentado como uma visão da noite.
Jó
20:9 O olho, que já o viu, jamais o verá,
nem
o seu lugar o verá mais.
Jó
20:10 Os seus filhos procurarão agradar aos pobres,
e
as suas mãos restituirão os seus bens.
Jó
20:11 Os seus ossos estão cheios do vigor da sua mocidade,
mas
este se deitará com ele no pó.
Jó
20:12 Ainda que o mal lhe seja doce na boca,
e
ele o esconda debaixo da sua língua,
Jó
20:13 E o guarde, e não o deixe, antes o retenha no seu paladar,
Jó
20:14 Contudo a sua comida se mudará nas suas
entranhas;
fel de áspides será interiormente.
Jó
20:15 Engoliu riquezas, porém vomitá-las-á;
do
seu ventre Deus as lançará.
Jó
20:16 Veneno de áspides sorverá;
língua
de víbora o matará.
Jó
20:17 Não verá as correntes,
os
rios e os ribeiros de mel e manteiga.
Jó
20:18 Restituirá o seu trabalho, e não o engolirá;
conforme
ao poder de sua mudança, e não saltará de gozo.
Jó
20:19 Porquanto oprimiu e desamparou os pobres,
e
roubou a casa que não edificou.
Jó
20:20 Porquanto não sentiu sossego no seu ventre;
nada
salvará das coisas por ele desejadas.
Jó
20:21 Nada lhe sobejará do que coma;
por
isso as suas riquezas não durarão.
Jó
20:22 Sendo plena a sua abastança, estará angustiado;
toda
a força da miséria virá sobre ele.
Jó
20:23 Mesmo estando ele a encher a sua barriga,
Deus
mandará sobre ele o ardor da sua ira,
e
a fará chover sobre ele quando for comer.
Jó
20:24 Ainda que fuja das armas de ferro,
o
arco de bronze o atravessará.
Jó
20:25 Desembainhará a espada que sairá do seu corpo,
e
resplandecendo virá do seu fel;
e
haverá sobre ele assombros.
Jó
20:26 Toda a escuridão se ocultará nos seus esconderijos;
um
fogo não assoprado o consumirá, irá mal
com
o que ficar na sua tenda.
Jó
20:27 Os céus manifestarão a sua iniquidade;
e
a terra se levantará contra ele.
Jó
20:28 As riquezas de sua casa serão transportadas;
no
dia da sua ira todas se derramarão.
Jó
20:29 Esta, da parte de Deus,
é
a porção do homem ímpio;
esta
é a herança que Deus lhe decretou.
Ao falar da parte do ímpio e de sua porção
e de sua herança, Zofar falara corretamente. A Bíblia é clara que o ímpio não
subsistirá e que no fim perecerá.
A condenação do ímpio é certa, é justa, é
merecida. A sua parte será com Satanás e seus seguidores, com o inferno e com a
morte que serão lançados no lago de fogo e enxofre para sempre. Para este ímpio
não haverá salvação!
A salvação não é um direito do homem caído.
Ele não exerce escolhas para assim ficar livre de sua condenação. Ele não pode
escolher entre ser ou não ser condenado. Ele já está condenado para sempre.
A salvação é um ato soberano de Deus
naqueles que ele conheceu, predestinou, chamou, justificou e glorificou – Rm 8:29-30.
Ou seja a salvação é um ato monergista.
Preciso de tomar uma decisão muito importante que irá impactar em minha vida e na vida de minha família.
Eu não sei o que decidir, mas estou orando e pedindo a direção de Deus e creio que ele me direcionará.
Agora, vamos fazer uma pequena viagem ao futuro:
Vamos para o dia em que eu já tomei minha decisão: Não foi fácil, mas orei, busquei ao Senhor e ele me direcionou. Obrigado Senhor! Deu tudo certo e agora é hora de trabalhar ainda mais para a glória de Deus. Graças a Deus pela decisão tomada!
Voltemos, novamente ao presente:
Meu Deus que angústia! Tenho orado tanto, mas não tenho ouvido você falar comigo. Sabem o que ocorreu ao meu coração? Que eu deveria mudar a minha oração. Ao invés de eu pedir: "- Deus, fala comigo!" eu deveria pedir: " - Deus, tira as ceras de meus ouvidos para que eu o ouça".
É engraçado: eu estou preso no tempo:
Passei pelo passado, vivo o presente e tomo decisões que irão impactar no meu futuro.
Deus não está preso no tempo:
O passado, o presente e o futuro para ele são a mesma coisa. Ele não se angustia, não se preocupa, não teme.
Daqui há pouquinho o tempo, para mim, irá passar e a decisão que eu precisava de tomar, terei tomado.
Deus sempre cuidou de mim no passado. No presente, ele anda comigo e sinto a sua presença e a força que me dá para prosseguir. No futuro, Deus será comigo, assim diz a minha fé! Não há o que temer?
Parece simples, mas a angústia ainda está com suas garras em mim. Como tomar decisões?
Amanhã (futuro!), eu postarei como eu tomo minhas decisões. Se você está curioso demais para saber, ela se encontra em meu livro: CRESCENDO A FÉ, DIMINUI A DÚVIDA - Aprenda como controlar o nível da sua fé.
Caso não queira comprar meu livro, por qualquer motivo e esteja muito curioso para saber como faço, mande um email para mim (danieldeusdete@gmail.com) com o título ou assunto: "EU QUERO SABER COMO VOCÊ TOMA SUAS DECISÕES DIFÍCEIS" e eu terei o maior prazer de te responder, sem qualquer custo.
Gostaria que ajudasse nosso amigo e parente, Marcos Almeida no preenchimento do questionário constante no link a seguir, que servirá de base para estudo da viabilidade da criação de um novo negócio.
Em cada capítulo da Bíblia, você encontrará uma narrativa escrita podendo conter gráficos, tabelas, imagens e textos e um link de vídeo dessa postagem no YouTube. Confira!
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As mensagens do JAMAIS DESISTA do caminho do Senhor são diárias, inéditas, baseadas na Bíblia e buscando sua conformação máxima à teologia reformada e representam o pensamento do autor na sua contínua busca das coisas pertencentes ao reino de Deus e a sua justiça.
Em cada capítulo da Bíblia, você encontrará uma narrativa escrita - com gráficos, tabelas, imagens e textos - e um link de vídeo dessa postagem no YouTube. Confira!
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