INSCREVA-SE!

sexta-feira, 25 de julho de 2014

Jó 15:1-35 - COMEÇA A SEGUNDA SÉRIE DE DISCURSOS ENTRE JÓ E SEUS AMIGOS

Esta é a parte II, de cinco, de nossa divisão proposta, que está tratando do diálogo entre Jó e os seus amigos. 
Parte II - DIÁLOGOS ENTRE JÓ E SEUS AMIGOS – 3:1 a 27:23.
C. O segundo ciclo de discursos – 15:1 – 21:34.
O segundo ciclo de discursos começa agora no capítulo 15 e vai até o capítulo 21. O primeiro ciclo começou no 4 e terminou no 14. Jó e seus amigos novamente trocam entre si palavras na forma de discursos, seguindo uma ordem exata, como na primeira série de discurso. Era como se fosse o direito à réplica, comum nos debates, principalmente nos políticos.
Nós já vimos, na parte “B” a primeira série de discursos que em linhas gerais consiste nas declarações de seus três amigos e nas respostas comoventes que Jó lhes dá.
Para cada discurso de um de seus amigos, uma resposta de Jó à altura da pergunta. Elas começam tímida e receosa por causa do estado em que se encontrava Jó, mas a busca da explicação do fenômeno Jó parecia inquietar as mentes e corações de seus amigos.
Pelo que, conforme já explicamos, elas progrediam em atrevimento e descuidado com a situação de seu amigo que sofria, mais parece que estavam ali querendo achar culpa em Jó ou em serem advogados de Deus do que verdadeiro amigo que consola o outro nas necessidades.
Os discursos fazem referência a muitas perspectivas diferentes e possíveis explicações, mas todas são insuficientes, naturalmente por lhes faltar elementos para isso.
Se destaca em tudo isso, uma outra característica interessante em Jó, além de sua grande fé inabalável e sua imperturbável consciência: a sua perseverante vida de oração e de palavras dirigidas a Deus em desabafo na busca do seu reino e da sua justiça.
Começaremos, agora, essa parte “C”, que estará sendo dividida, como na BEG, em seis partes igualmente: 1. Elifaz – 15:1 – 35. 2. A resposta de Jó a Elifaz – 16:1 – 17:16. 3. Bildade – 18:1 – 21. 4. A resposta de Jó a Bildade – 19:1 – 29. 5. Zofar – 20:1 – 29. 6. A resposta de Jó a Zofar – 21:1 – 34.
1. Elifaz – 15:1 – 35.
Elifaz, agora faz seu segundo discurso. E podemos também dividi-lo em duas partes. 1. Perguntas e Acusações – 15:1-16. 2. A afirmação da sabedoria proverbial – 15:17 – 35.
1. Perguntas e Acusações – 15:1-16.
Afastando-se da abordagem diplomática que tinha mostrado em seu primeiro discurso, Elifaz, o temanita, começa uma série veloz de perguntas e acusações tentando expor com sarcasmo o que considera ser a arrogância de Jó.
São acusações fortes por meio de suas perguntas sarcásticas que faz contra o justo Jó de quem Deus deu testemunho a seu favor. Elifaz parece convencido de seus argumentos, por isso não alivia seus ataques mordazes contra Jó.
No entanto, Jó estava convencido de sua inocência e jamais iria trair a sua consciência por qualquer que fosse o motivo.
Aquela sua confiança em sua inocência fazia Elifaz ranger os dentes de raiva e por isso não poupava em suas palavras, em seus julgamentos e em suas conclusões.
São palavras fortes, duras, contumazes de alguém cujo coração era de gelo e de cinzas o seu sangue. Ele dizia que era a iniquidade quem ensinava a sua boca – boca de Jó - as respostas que dizia.
2. A afirmação da sabedoria proverbial – 15:17 – 35.
Depois de desabafar e deixar seu coração insensato sem freios na fala, Elifaz pede para Jó se lembrar do que os sábios do passado haviam dito.
Depois de uma introdução simples pedindo a Jó que o ouvisse – vs 17 – 19 -, ele recita um poema sobre o destino do ímpio.
Faz uso de inúmeras metáforas para expressar a ideia de que são os ímpios, e não os justos, que sofrem nas mãos de Deus, consequentemente, Jó devia ser um ímpio.
A sua conclusão não deixava alternativas para Jó senão concordar com suas argumentações, mas não era isso que Jó tinha em mente, nem seria isso que ele iria fazer.
Jó estava muito convencido de sua inocência e sua fé em Deus jamais o deixaria trair suas convicções.
Palavras certas na boca de pessoas ímpias não deixam de continuarem certas, mas dão a falsa impressão de que quem fala é certo, quando na verdade não é.
Satanás, muito astuto, poderia anunciar o evangelho da forma correta, mas nunca com a intenção de dar glórias a Deus, antes com a pura intenção de anunciar a todos que quem fala a verdade é maior do que a verdade que ele fala.
Por isso que devemos tomar cuidado com certos discursos e com certas falas inteligentes de pessoas cujos princípios vão de encontro à graça de Deus.
Jó 15:1 Então respondeu Elifaz o temanita, e disse:
                Jó 15:2 Porventura proferirá o sábio vã sabedoria?
                               E encherá do vento oriental o seu ventre,
                Jó 15:3 Arguindo com palavras que de nada servem,
                               e com razões, de que nada aproveita?
                Jó 15:4 E tu tens feito vão o temor,
                               e diminuis os rogos diante de Deus.
                Jó 15:5 Porque a tua boca declara a tua iniquidade;
                               e tu escolhes a língua dos astutos.
                Jó 15:6 A tua boca te condena, e não eu,
                               e os teus lábios testificam contra ti.
                Jó 15:7 És tu porventura o primeiro homem que nasceu?
                               Ou foste formado antes dos outeiros?
                Jó 15:8 Ou ouviste o secreto conselho de Deus
                               e a ti só limitaste a sabedoria?
                Jó 15:9 Que sabes tu, que nós não saibamos?
                               Que entendes, que não haja em nós?
                Jó 15:10 Também há entre nós encanecidos e idosos,
                               muito mais idosos do que teu pai.
                Jó 15:11 Porventura fazes pouco caso das consolações de Deus,
                               e da suave palavra que te dirigimos?
                Jó 15:12 Por que te arrebata o teu coração,
                               e por que piscam os teus olhos?
                Jó 15:13 Para virares contra Deus o teu espírito,
                               e deixares sair tais palavras da tua boca?
                Jó 15:14 Que é o homem, para que seja puro?
                               E o que nasce da mulher, para ser justo?
                Jó 15:15 Eis que ele não confia nos seus santos,
                               e nem os céus são puros aos seus olhos.
                Jó 15:16 Quanto mais abominável e corrupto é o homem
                               que bebe a iniquidade como a água?
Jó 15:17 Escuta-me, mostrar-te-ei; e o que tenho visto te contarei
                Jó 15:18 (O que os sábios anunciaram,
                               ouvindo-o de seus pais, e o não ocultaram;
                Jó 15:19 Aos quais somente se dera a terra,
                               e nenhum estranho passou por entre eles):
                Jó 15:20 Todos os dias o ímpio é atormentado,
                               e se reserva, para o tirano, um certo número de anos.
                Jó 15:21 O sonido dos horrores está nos seus ouvidos;
                               até na paz lhe sobrevém o assolador.
                Jó 15:22 Não crê que tornará das trevas,
                               mas que o espera a espada.
                Jó 15:23 Anda vagueando por pão, dizendo: Onde está?
                               Bem sabe que já o dia das trevas lhe está preparado, à mão.
                Jó 15:24 Assombram-no a angústia e a tribulação;
                               prevalecem contra ele, como o rei
                                               preparado para a peleja;
                Jó 15:25 Porque estendeu a sua mão contra Deus,
                               e contra o Todo-Poderoso se embraveceu.
                Jó 15:26 Arremete contra ele com a dura cerviz,
                               e contra os pontos grossos dos seus escudos.
                Jó 15:27 Porquanto cobriu o seu rosto com a sua gordura,
                               e criou gordura nas ilhargas.
                Jó 15:28 E habitou em cidades assoladas,
                               em casas em que ninguém morava,
                                               que estavam a ponto de fazer-se montões de ruínas.
                Jó 15:29 Não se enriquecerá, nem subsistirá a sua fazenda,
                               nem se estenderão pela terra as suas possessões.
                Jó 15:30 Não escapará das trevas;
                               a chama do fogo secará os seus renovos,
                                               e ao sopro da sua boca desaparecerá.
                Jó 15:31 Não confie, pois, na vaidade, enganando-se a si mesmo,
                               porque a vaidade será a sua recompensa.
                Jó 15:32 Antes do seu dia ela se consumará;
                               e o seu ramo não reverdecerá.
                Jó 15:33 Sacudirá as suas uvas verdes, como as da vide,
                               e deixará cair a sua flor como a oliveira,
                Jó 15:34 Porque a congregação dos hipócritas se fará estéril,
                               e o fogo consumirá as tendas do suborno.
                Jó 15:35 Concebem a malícia, e dão à luz a iniquidade,
                               e o seu ventre prepara enganos.
Veja o que diz Isaías 59:4 - Ninguém há que clame pela justiça, ninguém que compareça em juízo pela verdade; confiam no que é nulo e andam falando mentiras; concebem o mal e dão à luz a iniquidade.
Também Judas, em seu livro diz: Judas 1:14 a 16 - E destes profetizou também Enoque, o sétimo depois de Adão, dizendo: Eis que é vindo o Senhor com milhares de seus santos; Para fazer juízo contra todos e condenar dentre eles todos os ímpios, por todas as suas obras de impiedade, que impiamente cometeram, e por todas as duras palavras que ímpios pecadores disseram contra ele. Estes são murmuradores, queixosos da sua sorte, andando segundo as suas concupiscências, e cuja boca diz coisas mui arrogantes, admirando as pessoas por causa do interesse.
Paulo, o apóstolo, por duas vezes fala do ventre deles que Elifaz citou:
Romanos 16:18 porque esses tais não servem a Cristo, nosso Senhor, e sim a seu próprio ventre; e, com suaves palavras e lisonjas, enganam o coração dos incautos.
Filipenses 3:19 O destino deles é a perdição, o deus deles é o ventre, e a glória deles está na sua infâmia, visto que só se preocupam com as coisas terrenas.
Eles concebem malícia, dão a luz iniquidade e o seu ventre prepara enganos! Ele, Elifaz fala dos ímpios, e não é que está falando de si mesmo? Por isso que a palavra certa pode estar sendo pronunciada de forma até certa, mas com a boca errada, não com o objetivo de dar glórias a Deus, mas de chamar a atenção do ouvinte para o autor da fala, contra Deus.
No presente caso, Jó está certo e Elifaz errado. É por isso que a justiça é do Senhor e não do palrador.
A Deus toda glória! p/ Daniel Deusdete – 
http://www.jamaisdesista.com.br
...

quinta-feira, 24 de julho de 2014

Jó 14:1-22 - JÓ DESEJA A RESSURREIÇÃO DOS MORTOS

Continuamos na parte II, de cinco, de nossa divisão proposta, que está tratando do diálogo entre Jó e os seus amigos.
Parte II - DIÁLOGOS ENTRE JÓ E SEUS AMIGOS – 3:1 a 27:23.
B. O primeiro ciclo de discursos – 4:1 – 14:22.
Estamos concluindo essa parte “B”, como na BEG, em seis: 1. Elifaz – 4:1 – 5:27 – já vista. 2. A resposta de Jó a Elifaz – 6:1 – 7:21 – já vista. 3. Bildade – 8:1 – 22. 4. A resposta de Jó a Bildade – 9:1 – 10:22 – já vista. 5. Zofar – 11:1 – 20 – já vimos. 6. A resposta de Jó a Zofar – 12:1 – 14:22 – estaremos concluindo agora.
6. A resposta de Jó a Zofar – 12:1 – 14:2 - continuação.
Neste capítulo, que continua com a resposta de Jó a Zofar, agora, Jó está totalmente voltado para Deus em seu discurso-oração.
Uma outra característica interessante em Jó, além de sua grande fé inabalável e impertubável consciência, é a sua vida de oração e de palavras dirigidas a Deus em desabafo na busca do seu reino e da sua justiça.
Como em Mt 6:33 que está dito para que procuremos em primeiro lugar o seu reino e a sua justiça que as demais coisas nos seriam acrescentadas, aqui, está Jó buscando o reino de Deus e a sua justiça.
Jó não era como seus amigos que pareciam ter um deus pronto para eles. E se passassem igualmente pela prova de Jó, o que seria da fé deles? A resposta parece óbvia demais. Satanás teria provado sua tese de que debalde serviam Elifaz, Bildade e Zofar a Deus.
Nem seria necessário tocar-lhe na pele, bastaria o primeiro toque nas coisas deles e em todos os seus bens para estarem imediatamente amaldiçoando a Deus e seguindo o conselho da mulher de Jó naquele momento de fraqueza quando ela lhe disse que debalde Jó temia a Deus e que era melhor que logo o amaldiçoasse e morresse.
O fato é que Jó ainda será de muito benefício para esses três e encontrarão a salvação na intercessão de Jó.
Desde o verso 28, do capítulo anterior até ao versículo 22 deste capítulo, veremos Jó se lamentando da humanidade toda sobre o triste estado dos seres humanos. Ele sente pena de si mesmo e de toda a humanidade e imagina que Deus castigou constantemente os seres humanos pelos seus pecados.
As doenças, os males, a corrupção do gênero humano, seu egoísmo e a busca de sua própria glória, a velhice e depois a morte não fazem parte da vida que a todo tempo se renova e portanto estão como um câncer ou como uma enfermidade nos consumindo e nos destruindo lentamente.
Dentro dos versos de 7 a 22, Jó sugere que Deus lhe permita morrer e depois que ressuscite novamente quando a sua ira se acalmar – vs. 13. Aqui Jó parece um verdadeiro crente em Cristo Jesus que conhece a promessa do Senhor de vida eterna e da ressurreição dos mortos!
À princípio, tínhamos visto que Deus não estava irado com Jó, assim esse capítulo em Jó ensina claramente a doutrina da ressurreição, não como algo que Jó esperasse (vs. 20), mas que desejasse pelo Espírito Santo que nele estava.
O fato de Jó a desejar como algo que seria de se esperar, depois da ira do Senhor, já era um sinal de que Jó vivia, sem saber, na esperança desse dia. Jó, disse Deus, era homem integro, reto e temente a Deus.
Jó se encontra sensivelmente abalado e conclui que sua esperança e bem assim de todos os homens é destruída por Deus por não lhe permitir a sua ressurreição, depois de sua ira, para continuar a sua vida, agora sem o pecado que tudo isso ocasionou.
Jó 14:1 O homem, nascido da mulher,         
                é de poucos dias e farto de inquietação.
                Jó 14:2 Sai como a flor, e murcha; foge também como a sombra,
                               e não permanece.
                Jó 14:3 E sobre este tal abres os teus olhos,
                               e a mim me fazes entrar no juízo contigo.
                Jó 14:4 Quem do imundo tirará o puro?
                               Ninguém.
                Jó 14:5 Visto que os seus dias estão determinados,
                               contigo está o número dos seus meses;
                                               e tu lhe puseste limites, e não passará além deles.
                Jó 14:6 Desvia-te dele, para que tenha repouso,
                               até que, como o jornaleiro, tenha contentamento no seu dia.
                Jó 14:7 Porque há esperança para a árvore que, se for cortada,
                               ainda se renovará, e não cessarão os seus renovos.
                Jó 14:8 Se envelhecer na terra a sua raiz,
                               e o seu tronco morrer no pó,
                Jó 14:9 Ao cheiro das águas brotará,
                               e dará ramos como uma planta.
                Jó 14:10 Porém, morto o homem, é consumido;
                               sim, rendendo o homem o espírito, então onde está ele?
                Jó 14:11 Como as águas se retiram do mar, e o rio se esgota,
                               e fica seco,
                Jó 14:12 Assim o homem se deita, e não se levanta;
                               até que não haja mais céus, não acordará
                                               nem despertará de seu sono.
                Jó 14:13 Quem dera que me escondesses na sepultura,
                               e me ocultasses até que a tua ira se fosse;
                                               e me pusesses um limite, e te lembrasses de mim!
                Jó 14:14 Morrendo o homem, porventura tornará a viver?
                               Todos os dias de meu combate esperaria,
                                               até que viesse a minha mudança.
                Jó 14:15 Chamar-me-ias, e eu te responderia,
                               e terias afeto à obra de tuas mãos.
                Jó 14:16 Mas agora contas os meus passos;
                               porventura não vigias sobre o meu pecado?
                Jó 14:17 A minha transgressão está selada num saco,
                               e amontoas as minhas iniqüidades.
                Jó 14:18 E, na verdade, caindo a montanha, desfaz-se;
                               e a rocha se remove do seu lugar.
                Jó 14:19 As águas gastam as pedras, as cheias afogam o pó da terra;
                               e tu fazes perecer a esperança do homem;
                Jó 14:20 Tu para sempre prevaleces contra ele, e ele passa;
                               mudas o seu rosto, e o despedes.
                Jó 14:21 Os seus filhos recebem honra, sem que ele o saiba;
                               são humilhados; sem que ele o perceba;
                Jó 14:22 Mas a sua carne nele tem dores;
                               e a sua alma nele lamenta.
No entanto, apesar de Jó não entender e estar triste pelo aparente fim da esperança – vs. 19 -, Deus tem preparado o seu Filho Unigênito, Cristo Jesus, que recebeu em nosso lugar toda a ira de Deus e assim experimentou por todos nós a morte.
No entanto, a morte não o pode deter, pelo que voltou do mundo dos mortos para não mais morrer e assim nos tornar também eternos filhos de Deus para a gloria de Deus, em vida eterna na ressurreição dos mortos.

Ressuscitaremos! Viveremos eternamente com o Pai para todo o sempre. A vida jamais morre, mas a morte deixará de existir e seu destino será a segunda morte, ou seja, o lago de fogo e enxofre, onde estarão o inferno, a besta, o falso profeta, Satanás e todos os seus seguidores, os filhos do diabo, os joios, todos aqueles, de todos os tempos, cujos nomes não foram encontrados no Livro da vida do Cordeiro.
A Deus toda glória! p/ Daniel Deusdete – 
http://www.jamaisdesista.com.br
...

quarta-feira, 23 de julho de 2014

Jó 13:1-28 - JÓ APEGADO À SUA CONSCIÊNCIA E A SUA FÉ

Ainda estamos na parte II, de cinco, de nossa divisão proposta, que está tratando do diálogo entre Jó e os seus amigos.
Parte II - DIÁLOGOS ENTRE JÓ E SEUS AMIGOS – 3:1 a 27:23.
B. O primeiro ciclo de discursos – 4:1 – 14:22.
Dividimos essa parte “B”, como na BEG, em seis: 1. Elifaz – 4:1 – 5:27 – já vista. 2. A resposta de Jó a Elifaz – 6:1 – 7:21 – já vista. 3. Bildade – 8:1 – 22. 4. A resposta de Jó a Bildade – 9:1 – 10:22 – já vista. 5. Zofar – 11:1 – 20 – já vimos. 6. A resposta de Jó a Zofar – 12:1 – 14:22 – estaremos vendo agora.
6. A resposta de Jó a Zofar – 12:1 – 14:2 - continuação.
Jó continua neste capítulo a falar sua resposta ao discurso de Zofar. Jó nunca deixou de se defender e de apresentar o seu ponto de vista sobre os acontecimentos levantados em discurso pelos seus amigos.
Agora Jó estará defendendo a sua integridade perante Deus e os homens. É deveras interessante, eu repito, que Jó não desiste de sua consciência em momento algum e por ela está disposto a ir até as últimas consequências.
Duas coisas interessantíssimas em Jó: sua fé inabalável e sua consciência imperturbável. Jó é um exemplo para nós que buscamos a Deus e estamos querendo agradá-lo em todos os nossos caminhos.
Ter uma fé como a de Jó não é nada fácil e ter uma firmeza tão madura na nossa aliança com a nossa consciência também é outra tarefa muito complicada. No meu caso, nem é preciso muito não, basta uma pequena causa para me fazer perturbar, no entanto, também basta um pouquinho de oração e meditação em sua palavra que logo começo a mudar e a me animar novamente.
Por causa de sua fé inabalável e de sua consciência imperturbável, Satanás se sentia muito incomodado e cheio de inveja, procurava de todos os meios motivos para fazê-lo pecar e amaldiçoar a Deus.
Jó se defendia das acusações porque estava convencido de sua pureza e inocência diante dos fatos e se voltava para Deus em orações querendo entender ou que Deus lhe desse algum alívio. No entanto, Deus não aliviava essa carga, nem seus amigos pareciam entender, antes apenas o acusavam.
Esse era o grande dilema de Jó por todo o tempo em que passou pela sua prova. Isso também é exemplo para nós que temos as nossas provas, mas que nem chegam ao pé do grau de dificuldade das provas de Jó.
Jó nos ensina a ficarmos firmes, sem entender nada. Jó nos ensina o valor de uma boa consciência diante de Deus e dos homens e a jamais abrir nossa guarda para quem quer que seja, mas permanecermos firmes também. Jó nos ensina que não adianta querermos ficar entendendo certas coisas que as explicações não poderão vir, como a desejamos.
O que fazer então? Continuarmos firmes e inabaláveis ainda que tenhamos de suportar o mundo contra nós.
Dos versos de 4 ao 12, Jó repreende veementemente seus caluniadores, acusando-os não apenas de serem conselheiros desprezíveis, mas de falarem, aparentemente em nome de Deus, com base num motivo equivocado – pensando interiormente que Deus era culpável, mas tentando encobrir essa suposição por falsas acusações contra Jó.
Depois se voltando para Deus se arrisca em sua ousadia, ainda que isso venha a lhe custar a própria vida. Jó acreditava tanto em sua inocência que não tinha receios em falar o que vinha ao seu coração.
Ele entendia claramente que o que estava se passando com ele, não estava fora do controle de Deus ou que Deus era um torcedor que vibrava com cada comportamento seu certo e esperado.
Jó faz forte apelo para Deus, mas Deus continua em seu silêncio. Jó está quase se desesperando. Se tivesse pedras que alcançassem a porta dos céus, teria lançado muitas delas na esperança de que alguém abrisse a porta pelo menos para reclamar com ele.
Jó 13:1 Eis que tudo isto viram os meus olhos, e os meus ouvidos o ouviram
                e entenderam.
                Jó 13:2 Como vós o sabeis, também eu o sei; não vos sou inferior.
                Jó 13:3 Mas eu falarei ao Todo-Poderoso,
                               e quero defender-me perante Deus.
                Jó 13:4 Vós, porém, sois inventores de mentiras,
                               e vós todos médicos que não valem nada.
                Jó 13:5 Quem dera que vos calásseis de todo,
                               pois isso seria a vossa sabedoria.
                Jó 13:6 Ouvi agora a minha defesa,
                               e escutai os argumentos dos meus lábios.
                Jó 13:7 Porventura por Deus falareis perversidade
                               e por ele falareis mentiras?
                Jó 13:8 Fareis acepção da sua pessoa? Contendereis por Deus?
                               Jó 13:9 Ser-vos-ia bom, se ele vos esquadrinhasse?
                               Ou zombareis dele, como se zomba de algum homem?
                Jó 13:10 Certamente vos repreenderá,
                               se em oculto fizerdes acepção de pessoas.
                Jó 13:11 Porventura não vos espantará a sua alteza,
                               e não cairá sobre vós o seu terror?
                Jó 13:12 As vossas memórias são como provérbios de cinza;
                               as vossas defesas como defesas de lodo.
                Jó 13:13 Calai-vos perante mim, e falarei eu,
                               e venha sobre mim o que vier.
                Jó 13:14 Por que razão tomarei eu a minha carne com os meus dentes,
                               e porei a minha vida na minha mão?
                Jó 13:15 Ainda que ele me mate, nele esperarei;
                               contudo os meus caminhos defenderei diante dele.
                Jó 13:16 Também ele será a minha salvação;
                               porém o hipócrita não virá perante ele.
                Jó 13:17 Ouvi com atenção as minhas palavras,
                               e com os vossos ouvidos a minha declaração.
                Jó 13:18 Eis que já tenho ordenado a minha causa,
                               e sei que serei achado justo.
                Jó 13:19 Quem é o que contenderá comigo?
                               Se eu agora me calasse, renderia o espírito.
                Jó 13:20 Duas coisas somente não faças para comigo;
                               então não me esconderei do teu rosto:
                                               Jó 13:21 Desvia a tua mão para longe, de mim,
                                                               e não me espante o teu terror.
                Jó 13:22 Chama, pois, e eu responderei;
                               ou eu falarei, e tu me responderás.
                Jó 13:23 Quantas culpas e pecados tenho eu?
                               Notifica-me a minha transgressão e o meu pecado.
                Jó 13:24 Por que escondes o teu rosto, e me tens por teu inimigo?
                Jó 13:25 Porventura acossarás uma folha arrebatada pelo vento?
                               E perseguirás o restolho seco?
                Jó 13:26 Por que escreves contra mim coisas amargas
                               e me fazes herdar as culpas da minha mocidade?
                Jó 13:27 Também pões os meus pés no tronco,
                               e observas todos os meus caminhos,
                                               e marcas os sinais dos meus pés.
                Jó 13:28 E ele me consome como a podridão,
                               e como a roupa, à qual rói a traça.
Muitas vezes somos como Jó querendo chamar a todo custo a atenção de Deus, mas Deus permanecendo em total silêncio. Porventura, Deus nos deve alguma coisa para que dele esperemos algo?
É somente sua pura graça e misericórdia que nos socorre nas nossas aflições. Também isso reflete um pouco de meninice de nossa parte uma vez que dele somos, nele nos movemos “pois nele vivemos, e nos movemos, e existimos, como alguns dos vossos poetas têm dito: Porque dele também somos geração.” – At 17:28.
A Deus toda glória! p/ Daniel Deusdete – 
http://www.jamaisdesista.com.br
...

terça-feira, 22 de julho de 2014

Jó 12:1-25 - JÓ RESPONDE A ZOFAR SEM ABRIR MÃO DE SUA CONSCIÊNCIA E FÉ

Ainda estamos na parte II, de cinco, de nossa divisão proposta, que está tratando do diálogo entre Jó e os seus amigos.
Parte II - DIÁLOGOS ENTRE JÓ E SEUS AMIGOS – 3:1 a 27:23.
B. O primeiro ciclo de discursos – 4:1 – 14:22.
Dividimos essa parte “B”, como na BEG, em seis: 1. Elifaz – 4:1 – 5:27 – já vista. 2. A resposta de Jó a Elifaz – 6:1 – 7:21 – já vista. 3. Bildade – 8:1 – 22. 4. A resposta de Jó a Bildade – 9:1 – 10:22 – já vista. 5. Zofar – 11:1 – 20 – já vimos. 6. A resposta de Jó a Zofar – 12:1 – 14:22 – estaremos vendo agora.
6. A resposta de Jó a Zofar – 12:1 – 14:22.
Jó nunca deixou de se defender e de apresentar o seu ponto de vista sobre os acontecimentos e diante da fala de Zofar, o último dos três amigos a discursar, ele começa a responder.
A resposta de Jó nesse longo discurso começa com uma explosão de sarcasmo contra os seus conselheiros – 12:1 a 13:19. Jó clama a Deus, criando uma grande quebra no discurso – 13:20 a 27.
Há um contraste interessante em Jó que ele quebra as suas explicações para, nessas pausas, apresentar a Deus suas orações. Já nos não vemos isso nos seus amigos que apenas falam dele e não com ele. Em 13:28 a 14:22, veremos Jo a lamentar a condição da humanidade.
Falar com Deus e falar de Deus é realmente bem diferente. Primeiro que falar com Deus implica hábito e costume de orações que demonstram uma vida piedosa e preocupada com e em agradar ao Senhor. Segundo, que falar de Deus significa uma intelectualidade não aliada à experiência. Seus amigos não pareciam ter essa inclinação à oração.
Desde o primeiro versículo desse capítulo 12 até o capítulo 13:19, veremos Jó com esse sarcasmo desprezando as tentativas de seus conselheiros de aconselhá-lo.
Nos versos de 7 a 8, veremos que como Elifaz, que havia apelado à revelação e Bildade, que apelou à tradição para sustentar seus argumentos, Jó convida todas as criaturas do universo para testemunharem a favor de seu argumento. Jó dizia que os ímpios prosperam e que os justos sofrem nessa vida.
Ele estava se referindo ao fato de ele ter se tornado motivo de zombaria para seus amigos, malfeitores e idólatras. Por isso dizia que o justo sofria e os ímpios prosperavam pela prática da maldade.
Realmente é terrível o fato de que o juízo não seja imediato à prática da maldade. Ah se quem cometesse o crime, logo sofresse sua punição! No entanto, não é assim. Há um longo tempo entre o crime e o castigo e às vezes nem o veremos nessa vida.
Eu creio na justiça divina, embora ela possa parecer tardia e adiada definitivamente. Eu sei que o meu Deus fará justiça, mas não tenho certeza de que essa justiça seja feita ainda nesta terra.
Muitos atos praticados terão suas consequências ainda nesta vida, mas nem todos. Há justo que morre na injustiça e injustos que morrem sem qualquer punição.
Dos versos 13 ao 25, Jó começa dizendo e expondo, nessa unidade poética, a liberdade soberana de Deus. Alguns sustentam que essas palavras refletem uma atitude atrevida e que Jó está, sutilmente, criticando a Deus pelo mau gerenciamento do universo.
Eu não entendo assim, nem sustento qualquer interpretação que leve Jó contra Deus, nem Deus contra Jó. Assim como Deus “apostava” em Jó e dele dizia que não havia ninguém na terra como ele, reto, justo e íntegro em seus caminhos, Jó, também tinha em reciprocidade um conhecimento e fé inabaláveis em seu Criador a ponto de declarar que nu tinha vindo à vida e nu a ela voltaria.
Temos muito que aprender em Jó e com Jó. Eu também já vi um pregador eloquente em seus argumentos, sustentando, com cara deslavada, que Jó estava passando por aquilo por que tinha se esquecido de praticar o dízimo.
A pregação dele era muito boa, seus argumentos perspicazes, sua fala cadente, macia e profunda, sua voz entoava uma canção que até hoje a tenho na minha mente, com base em um verso bíblico interessante: “porventura lhes faltou alguma coisa? Nada, disseram eles” – Lc 22:35.
No entanto, no meio de tantas verdades e coisas profundas e eloquentes, uma mentira e uma chama do inferno naquela boca santa. Como pode?
Na verdade, Jó estava diante de um grande mistério, um mistério profundo demais para a compreensão desses conselheiros superficiais. Isso pode ter sido provocado pela pergunta de Zofar em 11:7 de que poderíamos, porventura, desvendar os arcanos de Deus?
Jó 12:1 Então Jó respondeu, dizendo:
                Jó 12:2 Na verdade, vós sois o povo, e convosco morrerá a sabedoria.
                Jó 12:3 Também eu tenho entendimento como vós,
                               e não vos sou inferior;
                               e quem não sabe tais coisas como essas?
                Jó 12:4 Eu sou motivo de riso para os meus amigos;
                               eu, que invoco a Deus, e ele me responde;
                                               o justo e perfeito serve de zombaria.
                Jó 12:5 Tocha desprezível é, na opinião do que está descansado,
                               aquele que está pronto a vacilar com os pés.
                Jó 12:6 As tendas dos assoladores têm descanso,
                               e os que provocam a Deus estão seguros;
                                                nas suas mãos Deus lhes põe tudo.
                Jó 12:7 Mas, pergunta agora às alimárias,
                               e cada uma delas te ensinará;
                                               e às aves dos céus, e elas te farão saber;
                Jó 12:8 Ou fala com a terra, e ela te ensinará;
                               até os peixes do mar te contarão.
                Jó 12:9 Quem não entende, por todas estas coisas,
                               que a mão do SENHOR fez isto?
                Jó 12:10 Na sua mão está a alma de tudo quanto vive,
                               e o espírito de toda a carne humana.
                Jó 12:11 Porventura o ouvido não provará as palavras,
                               como o paladar prova as comidas?
                Jó 12:12 Com os idosos está a sabedoria,
                               e na longevidade o entendimento.
                Jó 12:13 Com ele está a sabedoria e a força;
                               conselho e entendimento tem.
                Jó 12:14 Eis que ele derruba, e ninguém há que edifique;
                               prende um homem, e ninguém há que o solte.
                Jó 12:15 Eis que ele retém as águas, e elas secam;
                               e solta-as, e elas transtornam a terra.
                Jó 12:16 Com ele está a força e a sabedoria;
                               seu é o que erra e o que o faz errar.
                Jó 12:17 Aos conselheiros leva despojados,
                               e aos juízes faz desvairar.
                Jó 12:18 Solta a autoridade dos reis, e ata o cinto aos seus lombos.
                Jó 12:19 Aos sacerdotes leva despojados, aos poderosos transtorna.
                Jó 12:20 Aos acreditados tira a fala,
                               e tira o entendimento aos anciãos.
                Jó 12:21 Derrama desprezo sobre os príncipes,
                               e afrouxa o cinto dos fortes.
                Jó 12:22 Das trevas descobre coisas profundas,
                               e traz à luz a sombra da morte.
                Jó 12:23 Multiplica as nações e as faz perecer;
                               dispersa as nações, e de novo as reconduz.
                Jó 12:24 Tira o entendimento aos chefes dos povos da terra,
                               e os faz vaguear pelos desertos, sem caminho.
                Jó 12:25 Nas trevas andam às apalpadelas, sem terem luz,
                               e os faz desatinar como ébrios.
No próximo capítulo, veremos Jó defendendo a sua integridade perante Deus e os homens.
É deveras interessante que Jó não desiste de sua consciência em momento algum e por ela está disposto a ir até as últimas consequências.
Duas coisas interessantíssimas em Jó: sua fé inabalável e sua consciência imperturbável.
A Deus toda glória! p/ Daniel Deusdete – 
http://www.jamaisdesista.com.br
...