Vejamos onde nos encontramos em nossa
divisão para darmos continuidade às nossas reflexões:
Parte III – SOMENTE JUDÁ (715-586 A.C.)
– 18:1 – 25:30
3. As invasões assírias – 18:9-20:19 -
continuação.
b. A invasão de Judá por Senaqueribe -
18:13 – 20:19.
No capítulo anterior, tínhamos parado
no momento da afronta do rei Senaqueribe a Ezequias por meio de seu súdito
Rabsaqué que zombava do nome de Deus em língua judaica para que todos ouvissem,
entendessem e ficassem atemorizados.
Da parte do rei Ezequias se levantaram
alguns para falar com ele e solicitar que lhes falasse somente em aramaico, mas
ai é que Rabsaqué falou com mais ousadia e atrevimento contra os que o ouviam
na língua judaica, sem nenhum temor.
O rei Ezequias tinha orientado aos seus
súditos que nada respondessem e assim terminamos o capítulo anterior, com ele
indo buscar ajuda com o profeta de Deus, da época, Isaias. A pergunta de seu
coração era: o que iremos fazer?
Há determinados momentos em nossas
vidas que nos encontramos numa situação sem saída e com o inimigo nos cercando
por todos os lados não deixando a nós saída alguma e pior, ainda nos afrontando
em nosso ser, em nossas crenças e contra o nosso Deus que, pela sua graça e
misericórdia, resolvemos seguir.
Assim se encontrava Israel, sem saída! A
perspectiva boa naquele momento era uma morte rápida. O terror tomava conta de
todos e o pavor da morte estava estampado em cada rosto.
Como todos sabemos a
ressurreição de Cristo é o pilar de sustentação do cristianismo. Sem
ressurreição, diz Paulo, “comamos e
bebamos, porque amanhã morreremos” (I Co 15:32). Ele disse isso no capítulo
15 de Primeira aos Coríntios que fala, justamente, da ressurreição de Cristo.
Isaias também fala em “comamos e bebamos, porque amanhã morreremos”
(Is 22:13), mas referindo-se ao povo de Jerusalém, por parte de alguns deles,
que ao invés de se humilharem como pedia o Senhor, diante do exército de
Senaqueribe que os ameaçava, resolveram fazer uma espécie de banquete de
despedida, já que iriam morrer mesmo.
A sentença de morte
estava sobre eles e por medo da morte ou para recepcioná-la uma vez que seria
inevitável, resolveram banquetearem-se até a morte.
Do mesmo modo, Paulo,
pelo Espírito Santo captou isso no povo que está escravo do pecado por medo da
morte. Já que vamos mesmo morrer, por que conservarmos nossa fidelidade a Deus?
Vamos comer! Vamos beber! Que venha a morte!
Paulo no capítulo 15 de I
Coríntios destaca a importância vital da ressurreição de Cristo. Sem ela, não
há cristianismo. Sem ela, do que adiantou eles lutarem contras as bestas feras
e enfrentarem a sentença de morte dia após dia?
O medo da morte os escravizava à morte
pelo fim da esperança, mas a ressurreição de Cristo nos liberta da morte para
uma nova esperança em Cristo Jesus.
Eles estavam sem esperança e não criam
numa saída, por isso se desesperaram da vida a ponto de quererem se entregar à
morte como uma espécie de despedida, mas havia um socorro da parte de Deus para
eles!
Ezequias foi buscar essa esperança com
Isaias, com lágrimas, humilhando-se diante de seu Deus.
Em sua oração a Deus motivada pelo
recebimento de uma carta com mais afrontas, ele a apresenta a Deus e começa a
orar exaltando em primeiro lugar Deus como aquele que está assentado entre os
querubins e que é o Deus de todos os reinos e que foi o que criou os céus, a
terra e tudo o que neles há.
Em seguida, roga a Deus que preste
atenção na afronta e na ousadia deste homem que não parece ter temor algum e
cujo objetivo seria mesmo afrontar como se ele fosse o deus da terra.
Ele reconhece que os assírios foram
instrumentos de Deus para juízo de muitas nações e que eles acabaram por fazer
um importante papel eliminando e humilhando esses deuses das outras nações que
não são deuses, antes objetos de adoração criados pelo próprio homem.
Finaliza sua oração pedindo um
livramento da morte certa a fim de que todos os reinos da terra saibam que há
um Senhor nos céus que ouve as nossas orações e que é fiel e guarda a sua
aliança e exerce sua misericórdia e graça na vida daqueles que lhe são fieis,
como Davi o foi.
Ele procurou pelo servo de Deus que lhe
deu uma palavra profética em meio ao caos total da desgraça iminente ou da
morte certa e já anunciada.
Senaqueribe não iria entrar na cidade, nem
uma flecha se quer seria disparada contra Jerusalém e da mesma forma que veio,
voltaria por causa de um rumor que lhe chegaria aos ouvidos o obrigando a
partir imediatamente. E tem mais, lá em sua terra teria um encontro terrível
com a morte!
Como falara o homem de Deus assim se
sucedeu. Um anjo do Senhor, naquela mesma noite, feriu a 185.000 assírios e
eles morreram obrigando Senaqueribe a voltar urgente para a Assíria e lá
chegando, enquanto estava a adorar seu deus Nisroque que não é Deus, seus
próprios filhos Adrameleque e Sarezer o feriram à espada matando-o. Seu outro filho
Esar-Hadom reinou doravante em seu lugar.
Teria sido melhor para ele não ter
afrontado ao Deus de Israel. Ai dos que contendem com o Senhor!
I Samuel
2:10Os quecontendemcom
o SENHOR são quebrantados; dos céus troveja contra eles. O SENHOR julga as
extremidades da terra, dá força ao seu rei e exalta o poder do seu ungido.
Salmos
35:1Contende, SENHOR, com
os quecontendemcomigo; peleja contra os que contra
mim pelejam.
Isaías
41:11Eis que envergonhados
e confundidos serão todos os que estão indignados contra ti; serão reduzidos
a nada, e os quecontendemcontigo perecerão.
Isaías
49:25Mas assim diz o
SENHOR: Por certo que os presos se tirarão ao valente, e a presa do tirano
fugirá, porque eu contenderei com os quecontendemcontigo e salvarei os teus filhos.
Jeremias
18:19Olha para mim,
SENHOR, e ouve a voz dos quecontendemcomigo.
Melhor e mais fácil não contender com o
Senhor, por que quem somos nós para irmos contra aquele que nos dá a vida?
II
Re 19:1 E aconteceu que, tendo Ezequias ouvido isto,
rasgou as suas vestes, e se cobriu
de saco,
e entrou na casa do
SENHOR.
II Re 19:2 Então enviou a Eliaquim,
o mordomo, e a Sebna,
o escrivão, e os anciãos
dos sacerdotes, cobertos de sacos,
ao profeta
Isaías, filho de Amós.
II Re 19:3 E disseram-lhe:
Assim diz Ezequias: Este
dia é dia de angústia, de
vituperação e
de blasfêmia; porque os filhos chegaram
ao
parto, e não há força para dá-los à luz.
II Re 19:4 Bem pode ser
que o SENHOR teu Deus ouça
todas as
palavras de Rabsaqué, a quem enviou o seu
senhor, o rei
da Assíria, para afrontar o Deus vivo,
e para
vituperá-lo com as palavras que o SENHOR
teu
Deus tem ouvido; faze, pois, oração pelo
restante
que subsiste.
II
Re 19:5 E os servos do rei Ezequias foram a Isaías.
II Re 19:6 E Isaías lhes disse:
Assim direis a vosso
senhor:
Assim diz o
SENHOR:
Não temas as palavras
que ouviste, com as quais os servos do
rei da
Assíria me blasfemaram.
II Re 19:7 Eis que porei
nele um espírito, e ele ouvirá um
rumor, e
voltará para a sua terra;
à
espada o farei cair na sua terra.
II Re 19:8 Voltou, pois, Rabsaqué, e
achou o rei da Assíria pelejando
contra Libna, porque
tinha ouvido que o rei
havia partido
de Laquis.
II Re 19:9 E, ouvindo ele dizer de
Tiraca, rei da Etiópia:
Eis que saiu para te
fazer guerra; tornou a enviar mensageiros
a Ezequias,
dizendo:
II Re 19:10 Assim
falareis a Ezequias, rei de Judá:
Não te engane
o teu Deus, em quem confias, dizendo:
Jerusalém não
será entregue na mão do rei da Assíria.
II Re 19:11 Eis que já
tens ouvido o que fizeram os reis da
Assíria a
todas as terras, destruindo-as totalmente;
e
tu, te livrarás?
II Re 19:12 Porventura
as livraram os deuses das nações,
a quem meus
pais destruíram, como a Gozã, a Harã,
a
Resefe, e aos filhos de Éden,
que
estavam em Telassar?
II Re 19:13 Que é feito
do rei de Hamate, do rei de Arpade,
e do rei da
cidade de Sefarvaim, Hena e Iva?
II Re 19:14 Recebendo, pois,
Ezequias as cartas das mãos dos
mensageiros e lendo-as,
subiu à casa do SENHOR;
e Ezequias as
estendeu perante o SENHOR.
II Re 19:15 E orou Ezequias perante
o SENHOR e disse:
O SENHOR Deus de Israel,
que habitas entre os querubins,
tu mesmo, só tu és Deus
de todos os reinos da terra;
tu fizeste os céus e a terra.
II Re 19:16 Inclina,
SENHOR, o teu ouvido, e ouve;
abre, SENHOR,
os teus olhos, e olha;
e
ouve as palavras de Senaqueribe,
que
enviou a este, para afrontar o Deus vivo.
II Re 19:17 Verdade é, ó
SENHOR, que os reis da Assíria
assolaram as
nações e as suas terras.
II Re 19:18 E lançaram
os seus deuses no fogo;
porquanto não
eram deuses, mas obra de mãos de
homens,
madeira e pedra; por isso os destruíram.
II Re 19:19 Agora, pois,
ó SENHOR nosso Deus,
te suplico,
livra-nos da sua mão;
e
assim saberão todos os reinos da terra
que
só tu és o SENHOR Deus.
II Re 19:20 Então Isaías, filho de
Amós, mandou dizer a Ezequias:
Assim diz o SENHOR Deus
de Israel:
O que me
pediste acerca de Senaqueribe,
rei
da Assíria, ouvi.
II Re 19:21
Esta é a palavra que o SENHOR
falou
dele: A virgem, a filha de Sião,
te
despreza, de ti zomba; a filha de
Jerusalém
meneia a cabeça por detrás de ti.
II Re 19:22 A
quem afrontaste e blasfemaste?
E contra quem
alçaste a voz e ergueste os teus olhos
ao
alto? Contra o Santo de Israel?
II Re 19:23
Por meio de teus mensageiros afrontaste
o
Senhor, e disseste:
Com a
multidão de meus carros subi ao alto dos
montes,
aos lados do Líbano, e cortarei os
seus
altos cedros e as suas mais formosas
faias,
e entrarei nas suas pousadas extremas,
até
no bosque do seu campo fértil.
II Re 19:24 Eu cavei, e
bebi águas estranhas;
e com as
plantas de meus pés sequei
todos
os rios do Egito.
II Re 19:25 Porventura
não ouviste que já dantes fiz isto,
e já desde os
dias antigos o planejei?
Agora, porém, o fiz vir,
para que fosses tu que reduzisses
as cidades
fortificadas a montões desertos.
II Re 19:26 Por isso os
moradores delas, com pouca força,
ficaram
pasmados e confundidos; eram como a erva do
campo, e a
hortaliça verde, e o feno dos telhados,
e
o trigo queimado, antes de amadurecer.
II Re 19:27 Porém o teu
assentar, e o teu sair e o teu entrar,
e o teu furor
contra mim, eu o sei.
II Re 19:28 Por causa do
teu furor contra mim,
e porque a
tua revolta subiu aos meus ouvidos,
portanto
porei o meu anzol no teu nariz e o meu freio
nos
teus lábios, e te farei voltar
pelo
caminho por onde vieste.
II Re 19:29 E isto te
será por sinal; este ano se comerá
o que nascer
por si mesmo, e no ano seguinte o que daí
proceder;
porém, no terceiro ano semeai
e
segai, plantai vinhas, e comei os seus frutos.
II Re 19:30 Porque o que
escapou da casa de Judá, e restou,
tornará a lançar raízes
para baixo, e dará fruto para cima.
II Re 19:31 Porque de
Jerusalém sairá o restante,
e do monte
Sião o que escapou; o zelo do SENHOR
dos
Exércitos fará isto.
II Re 19:32 Portanto, assim diz o
SENHOR
acerca do rei da
Assíria:
Não entrará
nesta cidade, nem lançará nela flecha
alguma;
tampouco virá perante ela com escudo,
nem
levantará contra ela trincheira alguma.
II Re 19:33 Pelo caminho
por onde vier, por ele voltará;
porém nesta
cidade não entrará, diz o SENHOR.
II Re 19:34 Porque eu
ampararei a esta cidade, para a livrar,
por amor de
mim e por amor do meu servo Davi.
II
Re 19:35 Sucedeu, pois, que naquela mesma noite
saiu o anjo do SENHOR, e feriu no
arraial dos assírios
a cento e oitenta e
cinco mil deles;
e, levantando-se pela
manhã cedo, eis que todos eram cadáveres.
II Re 19:36 Então Senaqueribe, rei
da Assíria, partiu, e se foi,
e voltou e ficou em
Nínive.
II Re 19:37 E sucedeu que, estando
ele prostrado na casa de Nisroque,
seu deus, Adrameleque e
Sarezer, seus filhos,
o feriram à
espada;
porém eles
escaparam para a terra de Ararate;
e
Esar-Hadom,
seu
filho, reinou em seu lugar.
Que ruína na vida deste homem
Senaqueribe que seus próprios filhos conspiraram contra ele para tomarem o seu
reino e assumir o poder de governar a Assíria.
Dois filhos o mataram e um terceiro
reinou em seu lugar. Há poucos instantes estava ele cercando e zombando de
Jerusalém. É Deus quem nos livra do inimigo e permite que vivamos mais um tempo
para sua glória, honra e louvor.
Ezequias foi livrado dos Assírios diante
da morte certa e iminente porque buscou a Deus, se humilhou, ouviu o homem de
Deus e apresentou a Deus a sua oração, ou seja, ele confiou piamente em Deus
para o socorrer.
Parte
III – SOMENTE JUDÁ (715-586 A.C.) – 18:1 – 25:30
Estava, agora, Israel, o Reino do
Norte, no cativeiro da Assíria, de seu rei Sargão II. Porquanto ele e os seus
reis, no total 20, incluindo-se Oseias, haviam abandonado a Deus e tinham adorado
deuses pagãos – II Re 17:7-18; 21-23; 18:12.
Essa deportação de populações inteiras
para outras regiões do império tinha por objetivo a garantia de seu domínio. Assim
ficavam eliminados os possíveis focos de resistência nos territórios submetidos
– II Re 17:6,24. Mais tarde, os babilônios empregariam o mesmo método - II Re
25:1-12, com Judá.
Isso também afetava de um modo especial
as classes dirigentes, como funcionários do reino, sacerdotes, administradores
dos bens da coroa e grandes latifundiários – II Re 24:14.
Os deportamentos, diz a BEG, eram feitos levando-os para o norte da Mesopotânia e para a região da Média, a leste do rio Tigre. Tanto Gozã como “as cidades dos medos” ficavam na fronteira do império assírio, em áreas que haviam sido anexadas ao império pouco tempo antes.
Agora, o narrador bíblico estava concentrado com a narrativa de somente para Judá para continuar com a descrição dos reis de Judá.
Veremos que os últimos anos de Judá revelarão
como Deus recompensará a fidelidade de modo maravilhoso e como julgará a casa
de Davi com severidade por causa de sua apostasia ostensiva. E, no entanto, a
história se encerrará com um lembrete sutil de que Deus havia prometido
restaurar a casa de Davi depois do exílio.
Essa última parte de I e II de Reis será
dividida em 9 partes, indo de “A” até “I”, que abordará as histórias dos reis
Ezequias, Manassés, Amom, Josias, Jeoacaz, Jeoaquim, Joaquim, Zedequias e,
finalmente, o exílio.
A.
Ezequias (715-686 a.C.) – 18:1 – 25:30.
A história do rei Ezequias, muito
elogiado, no início deste capítulo pelo narrador bíblico, a ponto de considerá-lo
o melhor antes e não havendo melhor depois dele, também
dividiremos em quatro partes. 1. O início do reinado – 18:1-4. 2. Resumo do
reinado de Ezequias – 18:5-8. 3. As invasões assírias – 18:9-20:19. 4. O final
do reinado – 20:20-21.
1.
O início do reinado – 18:1-4.
Ao contrário de seu pai Acaz, Ezequias
foi um exemplo no seu reinado. Ele foi um rei extraordinário em vários sentidos, inclusive na sua oposição
à idolatria.
O ano em que começou a reinar foi o
terceiro do rei Oseias, filho de Elá, rei de Israel. Começou com apenas 25 anos
e reinou por 29 anos. Sua mãe se chamava Abi, filha de Zacarias. Fez o que era
reto diante do Senhor, conforme fez Davi, seu pai.
É interessante que o modelo de
comparação dos reis de Judá sempre tiveram por base o rei Davi – I Re 3:14;
9:4; 11:4; 14:8; 15:3; II Re 8:18,19; 22:2. Davi, como pai de Salomão, cometeu
muitos erros – II Sm 11; 12; 24:1-15; I Re 15:5 – porém, mesmo quando pecava, a
atitude contrita de Davi era exemplar – II Sm 12:16,17; 24:9-17.
Em nenhuma ocasião o narrador bíblico
registra que Davi tenha adorado a algum deus falso. Sua devoção constante a
Deus era inabalável. Por isso que era, é e sempre será um modelo a ser seguido como
rei e um modelo de homem segundo o coração de Deus.
Ezequias, inclusive, removeu os altos,
coisa que nenhum rei antes dele teve coragem de fazer. Ele reformou o culto do
se povo destruindo os santuários pagãos. Ainda quebrou ele as colunas e deitou
abaixo o poste-ídolo e fez em pedaços a serpente de bronze que Moisés fizera,
porque até àquela época os filhos de Israel lhe queimavam incenso e lhe
chamavam Neustã.
Essa serpente foi preservada no inicio
como memorial da misericórdia de Deus para com os israelitas quando estavam no
deserto – Nm 21:6-9 -, com o tempo, havia se tornado um objeto de adoração
idólatra que fazia o povo pecar. Ezequias, temente a Deus e zeloso dele, a
destruiu evitando assim que novas gerações caíssem nesse erro maligno.
2.
Resumo do reinado de Ezequias – 18:5-8.
Aqui nesses versos, o escritor
apresenta uma visão geral do caráter e das realizações de Ezequias.
Já começa rasgando um elogio a ele de
forma muito especial porquanto sua opção foi a de confiar no Senhor. É uma das
qualidades de homem de Deus que mais prezo e a que mais mexe comigo em meu ser.
Ezequias foi especialmente notável –
padrão - na maneira como confiou no Senhor – vs 5, assim, como foram notáveis
também, Salomão pela sua sabedoria – I Re 3:12 – e Josias, pela reforma que fez
– II Re 23:25.
Sendo essa a sua opção a de confiar no
Senhor e a ele se apegar não deixando de segui-lo e guardando os seus
mandamentos, o Senhor foi com ele. Para onde ia, lograva bom êxito e assim, rebelou-se
contra o rei da Assíria e não o serviu; feriu os filisteus até Gaza e seus
limites, desde as atalaias dos vigias até à cidade fortificada.
3.
As invasões assírias – 18:9-20:19.
O narrador bíblico descreve vários
aspectos importantes das invasões assírias à Terra Prometida. Seu registro
apresenta duas partes principais: a
destruição anterior de Samaria – 18:9 a 12 - e o ataque de Senaqueribe a Judá –
18:13 – 20:19.
a.
A queda de Samaria – 18:9-12.
Nesses versos, o narrador fornece um resumo
da queda de Samaria, um acontecimento narrado em detalhes em 17:1-6 e comentado
em 17:7-23 o que serve de prelúdio para o conteúdo a seguir.
O interessante é o período do cerco que
durou três anos. Tempo esse que daria condições de se arrepender e ter assim
mudada a sua história, no entanto a opção deles foi pelo endurecimento de seus
corações. Não obedeceram à voz do SENHOR seu Deus, antes transgrediram a sua
aliança; e tudo quanto Moisés, servo do SENHOR, tinha ordenado, nem o ouviram
nem o fizeram.
b.
A invasão de Judá por Senaqueribe - 18:13 – 20:19.
Já se havia passado alguns anos do
exílio de Israel, mais precisamente, 10 anos, se contados a partir do cerco de
Israel, e Senaqueribe, rei da Assíria subiu contra as cidades fortificadas de
Judá e as tomou. Este tinha substituído a Sargão II, em 705 a.C.
Percebendo o perigo do cerco de Judá,
Ezequias reúne mensageiros para irem ao encontro de Senaqueribe para pagar
tributos a fim de ficar livre. O rei assírio diz o valor dos tributos que seria
de trezentos talentos de prata e trinta de ouro.
Ezequias, inadvertidamente, indo contra
a sua fé e confiança característica dele, usa os recursos do tesouro do templo
e do palácio para pagá-lo. Ao fazer isso se fez igual aso reis que o
antecederam Asa – I RE 15:18 – e seu próprio pai, Acaz – II Re 16:8-9.
Nos anais de Senaqueribe, conforme BEG,
constam uma campanha contra a Fenícia, Judá e cidades da Filístia e o Egito.
Ele declara ter tomado 46 cidades e muitos vilarejos. Também se orgulha de ter
prendido Ezequias em Jerusalém, como “um pássaro na gaiola”, mas os mesmos
registros não declaram que tenha conquistado Jerusalém. Em seus anais também
contam que Ezequias lhe enviou um grande tributo.
A partir do verso 17, começa a
descrição do ataque à Jerusalém, onde Senaqueribe a sitiou fazendo a destruição
de Ezequias parecer inevitável.
Estudiosos do assunto, afirmam que essa
investidura de Senaqueribe tenha se dado uns 12 a 13 anos depois de sua primeira
investida contra Ezequias. O fato é que Ezequias enviou o tributo a ele, mas
não abdicou, como era o costume dos reis assírios fazer com os reis que eles
dominavam de alguma forma.
Rabsaqué, da parte do rei da Assíria,
começa a afrontar tanto a Ezequias quanto ao Senhor – vs 19 a 26. E o tema da
afronta é, principalmente, a confiança no Senhor é inútil diante dos assírios.
Naquele momento pediram a Rabsaqué para
falar em aramaico somente para que não caísse
no ouvido do povo, pois eles lhes falavam em judaico.
Foi então que Rabsaqué ficou ainda mais
ousado e atrevido e falava em judaico abertamente para que todos ouvissem e
ficassem atemorizados com os assírios.
A sua afronta atingiu o ápice quando
disse em alto e bom som que como eram eles, os deuses das nações que não
puderam livrá-los de suas mãos, tal seria para o Senhor ser impossível o seu
socorro – vs 33 a 35.
O povo ficou calado e nada respondeu,
pois assim tinha ensinado o rei Ezequias para que ficassem calados. Todos
estavam apavorados, em pânico, em panos de saco e cinzas, com suas vestes
rasgadas e humilhando-se diante do Senhor.
II
Re 18:1 E sucedeu que, no terceiro ano de Oséias, filho de Elá, rei de Israel,
começou a reinar Ezequias, filho de
Acaz, rei de Judá.
II Re 18:2 Tinha vinte e cinco anos
de idade quando começou a reinar,
e vinte e nove anos
reinou em Jerusalém;
e era o nome de sua mãe
Abi, filha de Zacarias.
II Re 18:3 E fez o que era reto aos
olhos do SENHOR,
conforme tudo o que
fizera Davi, seu pai.
II Re 18:4 Ele tirou os altos,
quebrou as estátuas,
deitou abaixo os
bosques, e fez em pedaços a serpente de metal
que Moisés
fizera; porquanto até àquele dia os filhos
de
Israel lhe queimavam incenso,
e
lhe chamaram Neustã.
II Re 18:5 No SENHOR Deus de Israel
confiou,
de maneira que depois
dele não houve quem lhe fosse
semelhante
entre todos os reis de Judá,
nem
entre os que foram antes dele.
II Re 18:6 Porque se chegou ao
SENHOR, não se apartou dele,
e guardou os mandamentos
que o SENHOR tinha dado
a Moisés.
II Re 18:7 Assim foi o SENHOR com
ele; para onde quer que saía
se conduzia com
prudência; e se rebelou contra o rei da Assíria,
e não o
serviu.
II Re 18:8 Ele feriu os filisteus
até Gaza, como também os seus
termos, desde a torre
dos atalaias até à cidade fortificada.
II Re 18:9 E sucedeu, no quarto ano
do rei Ezequias
(que era o sétimo ano de
Oséias, filho de Elá, rei de Israel),
que Salmanasar, rei da
Assíria, subiu contra Samaria,
e a cercou.
II Re 18:10 E a tomaram ao fim de
três anos, no ano sexto de
Ezequias, que era o ano
nono de Oséias, rei de Israel,
quando
tomaram Samaria.
II Re 18:11 E o rei da Assíria
transportou a Israel para a Assíria;
e os fez levar a Hala e
a Habor, junto ao rio de Gozã,
e às cidades
dos medos;
II Re 18:12 Porquanto não obedeceram
à voz do SENHOR
seu Deus, antes
transgrediram a sua aliança;
e tudo quanto
Moisés, servo do SENHOR,
tinha
ordenado, nem o ouviram nem o fizeram.
II Re 18:13 Porém no ano décimo
quarto do rei Ezequias subiu
Senaqueribe, rei da
Assíria, contra todas as cidades
fortificadas
de Judá, e as tomou.
II Re 18:14 Então Ezequias, rei de
Judá, enviou ao rei da Assíria,
a Laquis, dizendo:
Pequei;
retira-te de mim; tudo o que me impuseres
suportarei.
Então o rei da Assíria impôs a
Ezequias, rei de Judá,
trezentos talentos de
prata e trinta talentos de ouro.
II Re 18:15 Assim deu Ezequias toda
a prata que se achou na casa
do SENHOR e nos tesouros
da casa do rei.
II Re 18:16 Naquele tempo cortou
Ezequias o ouro das portas do
templo do SENHOR, e das
ombreiras, de que ele,
rei de Judá,
as cobrira, e o deu ao rei da Assíria.
II Re 18:17 Contudo enviou o rei da
Assíria a Tartã, e a Rabe-Saris,
e a Rabsaqué, de Laquis,
com grande exército ao rei
Ezequias, a
Jerusalém; subiram, e vieram a
Jerusalém.
E, subindo e vindo eles,
pararam ao pé do aqueduto da piscina
superior, que
está junto ao caminho do campo
do
lavandeiro.
II Re 18:18 E chamaram o rei; e
saíram a eles Eliaquim,
filho de Hilquias, o
mordomo, e Sebna, o escrivão,
e Joá, filho
de Asafe, o cronista.
II Re 18:19 E Rabsaqué lhes disse:
Ora, dizei a Ezequias:
Assim diz o
grande rei, o rei da Assíria:
Que
confiança é esta em que te estribas?
II Re 18:20 Dizes tu
(porém são palavras só de lábios):
Há conselho e
poder para a guerra. Em quem, pois,
agora
confias, que contra mim te rebelas?
II Re 18:21 Eis que
agora tu confias naquele bordão de cana
quebrada, no
Egito, no qual, se alguém se encostar,
entrar-lhe-á
pela mão e a furará; assim é Faraó,
rei do Egito,
para com todos os que nele confiam.
II Re 18:22 Se, porém,
me disserdes:
No SENHOR
nosso Deus confiamos;
porventura
não é esse aquele cujos altos
e
cujos altares Ezequias tirou, dizendo a
Judá
e a Jerusalém:
Perante este
altar vos inclinareis em Jerusalém?
II Re 18:23 Ora, pois, dá agora
reféns ao meu senhor,
o rei da Assíria, e
dar-te-ei dois mil cavalos,
se tu puderes
dar cavaleiros para eles.
II Re 18:24 Como, pois, farias virar
o rosto de um só capitão
dos menores servos de
meu senhor, quando tu confias no Egito,
por causa dos
carros e cavaleiros?
II Re 18:25 Agora, pois, subi eu
porventura sem o SENHOR contra
este lugar, para o
destruir? O SENHOR me disse:
Sobe contra
esta terra, e destrói-a.
II Re 18:26 Então disse Eliaquim,
filho de Hilquias, e Sebna e Joá,
a Rabsaqué:
Rogamos-te
que fales aos teus servos em siríaco;
porque bem o
entendemos; e não nos fales em judaico,
aos ouvidos
do povo que está em cima do muro.
II Re 18:27 Porém Rabsaqué lhes
disse:
Porventura mandou-me meu
senhor somente a teu senhor e a ti,
para falar
estas palavras e não antes aos homens, que
estão
sentados em cima do muro, para que juntamente
convosco
comam o seu excremento
e
bebam a sua urina?
II Re 18:28 Rabsaqué, pois, se pôs
em pé, e clamou em alta voz em
judaico, e respondeu,
dizendo:
Ouvi a palavra
do grande rei, do rei da Assíria.
II Re 18:29 Assim diz o rei:
Não vos engane Ezequias;
porque não vos poderá livrar da
sua mão; II
Re 18:30 Nem tampouco vos faça
Ezequias
confiar no SENHOR, dizendo:
Certamente nos livrará o
SENHOR, e esta cidade não será
entregue na
mão do rei da Assíria.
II Re 18:31 Não deis
ouvidos a Ezequias; porque assim diz
o rei da
Assíria:
Contratai comigo por
presentes, e saí a mim, e coma cada um
da sua vide e
da sua figueira, e beba cada um a água
da
sua cisterna;
II Re 18:32 Até que eu
venha, e vos leve para uma terra como
a vossa,
terra de trigo e de mosto, terra de pão e de
vinhas, terra
de oliveiras, de azeite e de mel; e assim
vivereis,
e não morrereis;
e não deis
ouvidos a Ezequias; porque vos incita,
dizendo:
O SENHOR nos livrará.
II Re 18:33 Porventura os deuses das
nações puderam livrar,
cada um a sua terra, das
mãos do rei da Assíria?
II Re 18:34 Que é feito dos deuses
de Hamate e de Arpade?
Que é feito dos deuses de Sefarvaim,
Hena e Iva?
Porventura livraram a
Samaria da minha mão?
II Re 18:35 Quais são eles, dentre
todos os deuses das terras,
que livraram a sua terra
da minha mão,
para que o SENHOR
livrasse a Jerusalém da minha mão?
II Re 18:36 Porém calou-se o povo, e
não lhe respondeu uma só
palavra; porque mandado
do rei havia, dizendo:
Não lhe
respondereis.
II Re 18:37 Então Eliaquim, filho de
Hilquias, o mordomo, e Sebna,
o escrivão, e Joá, filho
de Asafe, o cronista, vieram a Ezequias
com as vestes
rasgadas, e lhe fizeram saber as
palavras
de Rabsaqué.
Para um rei cuja bandeira dele era a
confiança em Deus, agora havia uma situação que exigiria dele total confiança
no Senhor, pois Senaqueribe estava ali em cerco a Jerusalém pronto para a
devorar e nada parecia que pudesse ser feito para impedir o grande massacre.
Ezequias como bom servo do Senhor
buscando uma saída resolve fazer uma consulta ao Senhor por meio do seu servo,
seu profeta, Isaias. Continuaremos no próximo capítulo essa história fantástica
que Paulo comenta em Romanos ao falar do medo da morte e do domínio do pecado! Não
perca!
Em cada capítulo da Bíblia, você encontrará uma narrativa escrita podendo conter gráficos, tabelas, imagens e textos e um link de vídeo dessa postagem no YouTube. Confira!
Colabore: faça sua oferta voluntária! Entre em contato conosco para isso: +55-61-995589682
Nosso Projeto 1189 no YouTube começou em 21/04/2016 e foi concluído em 23/07/2019.
Não esqueça de citar a fonte quando for fazer citações, referências em seus posts, pregações e livros. Acompanhe-nos no YouTube e em nossas redes e mídias sociais. Ajude-nos com suas orações!
As mensagens do JAMAIS DESISTA do caminho do Senhor são diárias, inéditas, baseadas na Bíblia e buscando sua conformação máxima à teologia reformada e representam o pensamento do autor na sua contínua busca das coisas pertencentes ao reino de Deus e a sua justiça.
Em cada capítulo da Bíblia, você encontrará uma narrativa escrita - com gráficos, tabelas, imagens e textos - e um link de vídeo dessa postagem no YouTube. Confira!
Paulo Freire – Uma avaliação relâmpago
-
É sempre surpreendente, para mim, ver que a maioria das referências feitas
ao professor Paulo Freire (1921-1997) são benevolentes e eivadas de
admiração. ...
TRANSTORNANDO O CALVINISMO
-
A doutrina Calvinista é a mais bela expressão do ensino bíblico
transmitida a nós pelo seu maior representante - João Calvino. É claro, a
de se ori...