Deuteronômio, o quinto livro da
Bíblia, também começou e terminou no deserto. Não posso precisar que tenha sido
concluído no deserto, mas sua história que ele narra, que são os discursos de
Moisés, sim, foram todos produzidos no deserto. Vejam o que está escrito em Dt
31:24 e confiram.
Uma segunda geração então é preparada
em substituição à primeira geração para sob a liderança também de um novo
líder, Josué, entrar e tomar posse da terra prometida por Deus a Abraão, Isaque
e Jacó.
Deuteronômio começa com estas
palavras: “Estas são as palavras que
Moisés falou a todo o Israel...” e, então, teremos os seus quatro discursos
pronunciados com o objetivo de orientar e preparar o povo da segunda geração
para entrarem e possuírem a Terra Prometida, conforme promessa do Senhor.
Estaremos seguindo aqui a proposta divisória do livro conforme a Bíblia
de Estudo de Genebra – BEG, de onde tirei muito dos seus comentários citados neste
estudo.
Assim, esse estudo foi dividido em quatro grandes
partes, com suas partes tendo suas subpartes e seções:
I.O
primeiro discurso de Moisés – o prólogo histórico - 1:1 a 4:43.
II.O
segundo discurso de Moisés – as condições da aliança - 4:44 a 26:19.
III.O
terceiro discurso de Moisés – bênçãos e maldições – 27:1 a 30:20.
IV.O
encerramento do ministério de Moisés – sucessão na liderança – 31:1 a 34:12.
Se eu fosse dar um nome a toda a
história de Deuteronômio, eu não daria a palavra latina que lhe deu origem o
nome “Deuteronômio”, ou seja, a segunda lei, nem daria a palavra hebraica, a primeira
que aparece (Devarim = palavras;
"Elleh ha-devarim" – הַדְּבָרִ֗י - Estas são as palavras). mas daria o seguinte nome: Moisés,
o pregador!
Nas histórias da Bíblia o que mais
vejo é Deus falando, Deus fazendo, Deus mostrando, Deus instruindo, Deus
aparecendo, Deus se revelando, Deus fazendo alianças, Deus se aproximando, Deus
conduzindo. E o homem? Este sendo convidado a pregar a palavra de Deus e não
suas opiniões e filosofias.
O termo Deuteronômio vem de Deuteronomium, dado na
Vulgata, baseado na Septuaginta – a tradução grega do Antigo Testamento -,
deuteros = segunda; nomos = lei, segunda lei. Com certeza não se tratava de uma
segunda lei porque não era assim, antes são explicações em forma de discursos
feitas por Moisés que estava interpretando e ensinando a lei à segunda geração.
Dessa forma seu nome mais apropriado seria não
segunda, mas a repetição da lei.
No hebraico, era o costume judaico dividir seus livros
e citar como nome do capítulo, o nome de sua primeira palavra: דברים - (Devarim =
palavras; "Elleh
ha-devarim" – הַדְּבָרִ֗י - Estas são as
palavras).
Nas palavras de meu amigo e irmão em Cristo, Pb.
Gilson Souza, “Deuteronômio é uma palavra
grega formada de duas outras palavras, "deutero" que significa
"segunda" e "nomos" " lei", portanto deuteronômio
significa, "segunda lei".
Na septuaginta o
livro recebe esse nome porque é a reapresentação da lei para a nova geração dos
israelitas, pois a primeira havia morrido no deserto e a segunda estava se preparando
para entrar em Canaã.
No hebraico, o
livro é chamado de "debarim" que significa "palavras”. Este
livro foi escrito por Moisés provavelmente no ano 1405 a.C. O último capítulo
narra a sua morte e foi escrito por Josué (de acordo com a tradição).
Este livro faz uma
retomada ao passado fazendo uma retrospectiva da história de Israel. Moisés
também fala de profecias que vão desde os seus dias até o retorno final de
Israel a Palestina e sua exaltação, são escritos os discursos finais de Moisés
onde se retrata com grande beleza poética o amor de Deus.
Foi o livro mais
citado por Cristo em seu ministério, sendo também o mais lembrado no Novo
Testamento.
Deuteronômios 28 e
30 se cumpriram diversas vezes e em muitos sentidos na história de Israel que
torna sua força profética impressionante. Alerta o povo contra práticas
ocultistas e artes divinatórias em geral, que são explicitamente condenáveis
por Deus.
O texto que fala
do grande profeta que haveria de se levantar no meio de Israel (Dt 18. 15-19)
se refere ao Messias, cumprido na pessoa de nosso Senhor Jesus Cristo (At
3.22-26).
Dai meu estimado
amigo estude com muita atenção e carinho esse precioso livro da Bíblia e com
certeza Deus o abençoará abundantemente levando-o a uma grande reflexão e
transformação, certamente movido pelo Poder do Espírito Santo. Deus te abençoe
poderosamente.”
Depois de um breve resumo geral do livro pelo meu
amigo, iremos dar ao presente livro a mesma sequência que estamos dando aos
demais livros que temos tido a oportunidade de segmentar e comentar.
Quero me valer nesta hora da Bíblia de Estudo de
Genebra – BEG e aproveitar a sua divisão para seguirmos nosso caminho.
Deuteronômio é, praticamente, o livro dos discursos de
Moisés e nele encontraremos, como já mencionado acima, 3 discursos principais e
uma conclusão: I. O primeiro discurso de Moisés – o prólogo histórico – 1:1 a
4:43. II. O segundo discurso de Moisés – as condições – 4:44 a 26:19. III. O
terceiro discurso de Moisés – maldições e bênçãos – 27:1 a 30:20. IV. O encerramento
do ministério de Moisés – a sucessão na liderança – 31:1 a 34:12.
Vamos para nossa primeira parte, o primeiro discurso
de Moisés que apresenta um prólogo histórico – 1:1 a 4:43.
Nos primeiros 4 versículos Moisés se identifica como o
autor, como aquele que mediou a aliança de Israel com Deus. Ele faz um resumo
das circunstâncias a que estavam enfrentando um pouco antes de sua morte e de
Israel atravessar o Jordão.
O livro começa com “estas são as palavras que Moisés
falou a todo Israel”. De Horebe, caminho do Monte Seir até Cades-Barnéia temos
uns 280 km que se foram feitos em onze jornadas ou dias, foi algo muito rápido.
O livro registra de forma precisa o dia, mês e ano em
que Moisés falou aos filhos de Israel: 01/11/40 (no ano quadragésimo, no mês undécimo, no primeiro dia do mês). O
último evento registrado assim com precisão foi a
morte de Arão, por exemplo, ele morreu dia primeiro, no quinto mês, no
quadragésimo ano (05/01/40), com 123 anos de idade.
A precisão dos eventos e fatos registrados somente
comprova o zelo que Israel tinha com sua história a qual era passada de pai
para filho e de geração à geração.
O livro de Números deve ter sido interrompido entre
essas duas datas e Deuteronômio começa bem próximo a este 5/1/40. No verso 5,
Moisés começa a falar do seu primeiro discurso. O objetivo era fazer com que os
israelitas deveriam aprender a gratidão e a fidelidade ao Senhor com base nas
suas próprias experiências e nas experiências da geração anterior.
Este primeiro discurso será dividido em três grandes
partes:
A.A
narração da história – 1:5 a 3:29.
B.O
chamado à fidelidade – 4:1-40.
C.Uma
observação sobre as cidades de refúgio na Transjordânia – 4:41-43.
Nesta primeira parte, teremos uma introdução – vs 5, o
chamado para deixar o Sinai – vs 6-8, a instituição dos juízes – vs 9-18 e os
fatos em Cades-Barnéia – vs. 19-46.
Moisés lembra o fato da péssima escolha dos israelitas
da primeira geração e narra de forma meticulosa os fatos que culminaram com o
grande tempo que passaram no deserto.
O fato é que a palavra era do Senhor. Ele estava dando
garantias de conquistas, de vitórias e de sucesso, mas o povo simplesmente
rejeitou o Senhor de forma bruta, grosseira, ignorante e desprezível.
Fizeram suas próprias escolhas e rejeitaram o Senhor
com veemência. Moisés explica para a segunda geração esse péssimo caminho da
primeira geração na expectativa de que eles agora não mais teriam comportamento
similar.
Reparem nos vs 29 a 31 a grande ênfase da palavra do
Senhor: “Então eu vos disse: Não vos
espanteis, nem os temais. O SENHOR vosso Deus que vai adiante de vós, ele
pelejará por vós, conforme a tudo o que fez convosco, diante de vossos olhos,
no Egito; Como também no deserto, onde vistes que o SENHOR vosso Deus nele vos
levou, como um homem leva seu filho, por todo o caminho que andastes, até
chegardes a este lugar.”
Ainda assim, rejeitaram o Senhor e as consequências
todos sabemos. Mesmo tendo levantados os principais juízes entre eles,
escolhidos os melhores, os príncipes de Israel, o trabalho que fizeram, com
exceção de Josué e Calebe, foi apenas desmotivar todo o povo que já tinha a
tendência negativa.
Eles e todo o povo eram um só e como um só sofreram o
juízo de Deus por causa do desprezo que tiveram à palavra de Deus.
Dt
1:1 Estas são as palavras que Moisés falou a todo o Israel além do Jordão,
no deserto, na planície defronte
do Mar Vermelho, entre Parã e Tófel,
e Labã, e
Hazerote, e Di-Zaabe.
Dt 1:2 Onze jornadas há desde
Horebe, caminho do monte Seir,
até Cades-Barnéia.
Dt
1:3 E sucedeu que, no ano quadragésimo, no mês undécimo,
no primeiro dia do mês, Moisés
falou aos filhos de Israel,
conforme a tudo o
que o SENHOR lhe mandara acerca deles. Dt
1:4 Depois que feriu a Siom, rei dos amorreus,
que habitava em
Hesbom,
e a Ogue, rei de Basã, que
habitava em Astarote, em Edrei.
Dt
1:5 Além do Jordão, na terra de Moabe, começou Moisés
a declarar esta lei, dizendo:
Dt
1:6 O SENHOR nosso Deus nos falou em Horebe, dizendo:
Assaz vos haveis demorado neste
monte.
Dt 1:7 Voltai-vos, e parti, e ide
à montanha dos amorreus,
e a todos os seus
vizinhos, à planície, e à montanha,
e ao vale, e ao
sul, e à margem do mar; à terra dos cananeus,
e ao Líbano, até
ao grande rio, o rio Eufrates.
Dt 1:8 Eis que tenho posto esta
terra diante de vós;
entrai e possuí a
terra que o SENHOR jurou a vossos pais,
Abraão,
Isaque e Jacó, que a daria a eles
e
à sua descendência depois deles.
Dt
1:9 E no mesmo tempo eu vos falei, dizendo:
Eu sozinho não poderei levar-vos.
Dt 1:10 O SENHOR vosso Deus
já vos tem
multiplicado; e eis que em multidão sois hoje
como
as estrelas do céu.
Dt 1:11 O SENHOR Deus de vossos
pais vos aumente,
ainda mil vezes
mais do que sois; e vos abençoe,
como
vos tem falado.
Dt 1:12 Como suportaria eu
sozinho os vossos fardos,
e as vossas
cargas, e as vossas contendas?
Dt 1:13 Tomai-vos homens sábios e
entendidos, experimentados
entre as vossas
tribos, para que os ponha por chefes
sobre
vós.
Dt
1:14 Então vós me respondestes, e dissestes:
Bom é fazer o que tens falado.
Dt
1:15 Tomei, pois, os chefes de vossas tribos,
homens sábios e experimentados, e
os tenho posto por cabeças
sobre vós, por
capitães de milhares, e por capitães de cem,
e
por capitães de cinqüenta, e por capitães de dez,
e
por governadores das vossas tribos.
Dt
1:16 E no mesmo tempo mandei a vossos juízes, dizendo:
Ouvi a causa entre vossos irmãos,
e julgai justamente entre
o homem e seu
irmão, e entre o estrangeiro que está com ele.
Dt 1:17 Não discriminareis as
pessoas em juízo;
ouvireis assim o
pequeno como o grande;
não temereis a
face de ninguém, porque o juízo é de Deus;
porém a causa que vos for difícil
fareis vir a mim, e eu a ouvirei.
Dt
1:18 Assim naquele tempo vos ordenei todas as coisas que havíeis de fazer. Dt
1:19 Então partimos de Horebe, e caminhamos por todo aquele grande
e tremendo deserto que vistes,
pelo caminho das montanhas
dos amorreus, como
o SENHOR nosso Deus nos ordenara;
e
chegamos a Cades-Barnéia.
Dt
1:20 Então eu vos disse:
Chegados sois às montanhas dos
amorreus,
que o SENHOR nosso
Deus nos dá.
Dt 1:21 Eis aqui o SENHOR teu
Deus tem posto esta terra
diante de ti;
sobe, toma posse dela, como te falou o SENHOR
Deus
de teus pais; não temas, e não te assustes.
Dt
1:22 Então todos vós chegastes a mim, e dissestes:
Mandemos homens adiante de nós,
para que nos espiem a terra e,
de volta, nos
ensinem o caminho pelo qual devemos subir,
e as
cidades a que devemos ir.
Dt
1:23 Isto me pareceu bem; de modo que de vós tomei doze homens,
de cada tribo um homem. Dt 1:24 E
foram-se, e subiram à montanha,
e chegaram até ao
vale de Escol, e o espiaram.
Dt 1:25 E tomaram do fruto da
terra nas suas mãos,
e no-lo trouxeram
e nos informaram, dizendo:
Boa
é a terra que nos dá o SENHOR nosso Deus.
Dt 1:26 Porém vós não quisestes
subir;
mas fostes
rebeldes ao mandado do SENHOR nosso Deus.
Dt 1:27 E murmurastes nas vossas
tendas, e dissestes:
Porquanto o SENHOR
nos odeia, nos tirou da terra do Egito
para
nos entregar nas mãos dos amorreus,
para
destruir-nos.
Dt 1:28 Para onde subiremos?
Nossos irmãos fizeram
com que se
derretesse o nosso coração, dizendo:
Maior
e mais alto é este povo do que nós,
as
cidades são grandes e fortificadas até aos céus;
e
também vimos ali filhos dos gigantes.
Dt
1:29 Então eu vos disse:
Não vos espanteis, nem os temais.
Dt 1:30 O SENHOR vosso Deus
que vai adiante de
vós, ele pelejará por vós,
conforme
a tudo o que fez convosco,
diante
de vossos olhos, no Egito;
Dt
1:31 Como também no deserto, onde vistes que o SENHOR vosso Deus
nele vos levou, como um homem
leva seu filho,
por todo o caminho
que andastes, até chegardes a este lugar. Dt 1:32 Mas nem por isso crestes no
SENHOR vosso Deus,
Dt 1:33 Que foi adiante de vós
por todo o caminho,
para vos achar o
lugar onde vós deveríeis acampar;
de noite no fogo,
para vos mostrar o
caminho por onde havíeis de andar,
e de dia na nuvem.
Dt
1:34 Ouvindo, pois, o SENHOR a voz das vossas palavras,
indignou-se, e jurou, dizendo:
Dt
1:35 Nenhum dos homens desta maligna geração verá esta boa terra
que jurei dar a vossos pais.
Dt 1:36 Salvo
Calebe, filho de Jefoné; ele a verá,
e a
terra que pisou darei a ele e a seus filhos;
porquanto
perseverou em seguir ao SENHOR.
Dt
1:37 Também o SENHOR se indignou contra mim por causa de vós,
dizendo:
Também tu lá não
entrarás.
Dt 1:38 Josué, filho de Num, que
está diante de ti, ele ali entrará;
fortalece-o,
porque ele a fará herdar a Israel.
Dt
1:39 E vossos meninos, de quem dissestes:
Por presa serão; e vossos filhos,
que hoje não conhecem
nem o bem nem o
mal, eles ali entrarão, e a eles a darei,
e
eles a possuirão.
Dt 1:40 Porém vós virai-vos, e
parti para o deserto,
pelo caminho do
Mar Vermelho.
Dt
1:41 Então respondestes, e me dissestes:
Pecamos contra o SENHOR; nós
subiremos e pelejaremos,
conforme a tudo o
que nos ordenou o SENHOR nosso Deus.
E armastes-vos, cada um de vós, dos
seus instrumentos de guerra,
e estivestes
prestes para subir à montanha.
Dt
1:42 E disse-me o SENHOR:
Dize-lhes:
Não subais nem
pelejeis, pois não estou no meio de vós;
para que não
sejais feridos diante de vossos inimigos.
Dt 1:43 Porém, falando-vos eu,
não ouvistes;
antes fostes
rebeldes ao mandado do SENHOR,
e
vos ensoberbecestes, e subistes à montanha.
Dt 1:44 E os amorreus, que
habitavam naquela montanha,
vos saíram ao
encontro; e perseguiram-vos
como
fazem as abelhas e vos derrotaram
desde
Seir até Horma.
Dt 1:45 Tornando, pois, vós, e
chorando perante o SENHOR,
o SENHOR não ouviu
a vossa voz, nem vos escutou.
Dt 1:46 Assim permanecestes
muitos dias em Cades,
pois ali vos
demorastes muito.
O povo tinha feito a sua escolha ao não subir e foram
rebeldes e murmuraram e passaram a dizer que o Senhor os odiava e que os tirou
do Egito para os entregarem nas mãos dos Amorreus a fim de destruí-los.
A consequência dessa escolha foi pesada para eles e
Deus os rejeitou mesmo a ponto de os querer eliminar. Se não fosse Moisés
intercedendo por eles, todos teriam sido destruídos.
Perceberam então a grande furada que deram e tentaram
se retratar ao seu modo, novamente desprezando ao Senhor que os queria punir e
se foram, por sua própria conta e risco contra os amorreus, mas o Senhor não
estava com eles e voltaram e choraram. O Senhor não os ouviu, nem os escutou,
por isso permaneceram muitos dias em Cades.
Finalizando Números, finalizando a terceira subparte
3). Olhando para a conquista futura que vai de 32:1 ao 36:13, a qual foi
dividida em 6 seções, estaremos vendo agora a sexta e última seção: 6) Uma observação adicional acerca das
heranças – 36:1-13.
A observação adicional diz que os chefes de família de
um clã de Manassés apresentaram a Moisés um problema decorrente de sua decisão
anterior – 27:8 – segundo a qual, se um homem não tivesse nenhum filho, uma
filha poderia receber a herança. Esses chefes temiam que isso resultasse na transferência
de terras de uma tribo para outra.
Com isso, tudo agora estava preparado para o avanço
esperado e todos aguardavam este momento que não poderia se dar com Moisés
vivo.
Uma nova fase, com um novo líder, com uma nova
proposta e trabalho, estava prestes a começar e, com certeza, havia, entre o
povo, uma grande expectativa dos eventos a seguir.
Todas as instruções foram dadas e o povo apenas
deveria obedecer para que o sucesso fosse total e cabal. Tudo pronto! No
entanto, muita coisa estava ainda para acontecer. Jamais podemos deixar de
perceber em todos os relatos a preservação da semente messiânica que traria o
Messias no futuro distante de Israel.
Nm
36:1 E chegaram os chefes dos pais da família de Gileade,
filho de Maquir, filho de
Manassés, das famílias dos filhos de José,
e falaram diante
de Moisés, e diante dos príncipes,
chefes
dos pais dos filhos de Israel,
Nm
36:2 E disseram:
O SENHOR mandou a meu senhor que,
por sorte,
desse esta terra
em herança aos filhos de Israel;
e a
meu senhor foi ordenado pelo SENHOR,
que
a herança do nosso irmão Zelofeade
se
desse às suas filhas.
Nm 36:3 E, casando-se elas com
alguns dos filhos
das outras tribos
dos filhos de Israel,
então
a sua herança será diminuída da herança
de nossos pais, e
acrescentada à herança da tribo
a
que vierem a pertencer; assim se tirará da sorte
da
nossa herança.
Nm 36:4 Vindo também o ano do
jubileu dos filhos de Israel,
a sua herança será
acrescentada à herança da tribo
daqueles
com que se casarem;
assim a sua
herança será tirada da herança
da
tribo de nossos pais.
Nm
36:5 Então Moisés deu ordem aos filhos de Israel,
segundo o mandado do SENHOR,
dizendo:
A
tribo dos filhos de José fala o que é justo. Nm 36:6 Isto é o que o SENHOR
mandou acerca das filhas de
Zelofeade, dizendo:
Sejam
por mulheres a quem bem parecer aos seus olhos, contanto que se casem
na família da tribo de seu pai.
Nm
36:7 Assim a herança dos filhos de Israel não passará de tribo em tribo;
pois os filhos de Israel se
chegarão cada um à herança
da tribo de seus
pais. Nm 36:8 E qualquer filha que herdar
alguma herança das tribos dos
filhos de Israel se casará com alguém
da família da
tribo de seu pai;
para que os filhos de Israel possuam
cada um a herança de seus pais. Nm 36:9 Assim a herança não passará de uma
tribo a outra;
pois as tribos dos filhos de
Israel se chegarão
cada uma à sua
herança.
Nm
36:10 Como o SENHOR ordenara a Moisés,
assim fizeram as filhas de
Zelofeade.
Nm
36:11 Pois Maalá, Tirza, Hogla, Milca e Noa, filhas de Zelofeade,
se casaram com os filhos de seus
tios. Nm 36:12 E elas casaram-se
nas famílias dos
filhos de Manassés, filho de José;
assim
a sua herança ficou na tribo
da
família de seu pai.
Nm
36:13 Estes são os mandamentos e os juízos que mandou o SENHOR
através de Moisés aos filhos de
Israel nas campinas de Moabe,
junto ao Jordão,
na direção de Jericó.
Números acaba assim de repente, sem sinal de fim. O
próximo evento esperado seria o encerramento do ministério de Moisés com a
sucessão da liderança. Isso apenas veremos no próximo livro, Deuteronômio, do
capítulo 31 ao 34.
Números começou no deserto e acabou no deserto e seu
título no hebraico deriva da quinta palavra do primeiro versículo de Números
cujo significado é este: “no deserto”.
Uma geração começa e termina no deserto sem herdar a
sua herança. Uma segunda geração, surgida no deserto, alguns ainda tinham
nascido no Egito, é que vai entrar na terra santa, da promessa de Deus.
O evento que iniciou Números foi o levantamento do
censo de Israel por Moisés por parte do Senhor que mandou e o último versículo
de Números termina dizendo que estes são os mandamentos e os juízos que mandou
o Senhor, através de Moisés, aos filhos de Israel, nas campinas de Moabe, junto
ao Jordão, na direção de Jericó.
Quem mandou os mandamentos e os juízos foi Deus mesmo
que usou seu mediador Moisés e que está prestes a trocar o mediador por Josué.
Tudo começou em 01/02/02 (no segundo ano, no primeiro dia
do segundo mês) exatamente treze meses depois do êxodo do Egito e relatou os
acontecimentos ocorridos ao longo de 39 anos. A morte de Arão, por exemplo, ele
morreu dia primeiro, no quinto mês, no quadragésimo ano (05/01/40), com 123
anos de idade. Números se encerra antes da morte de Moisés, antes da entrada do
povo na terra prometida.
Conclusão do livro de Números.
Novamente, estou satisfeito com o resultado alcançado
se bem que acho que ainda há muito a melhorar. De fato é muito bom terminarmos
algo que começamos! Como é bom termos propósitos e levarmos a sério nossa
missão! Como é bom termos fé neste Deus maravilhoso cuja graça é maior do que a
nossa vida!
O povo de Deus estava no deserto já havia treze meses
e Deus dá ordens a Moisés para fazer um censo e levantar o número de soldados
prontos para a batalha com idade superior a 20 anos.
Assim, pude constatar que este é um livro que possui
um início preciso, pontual, mas não tem um fim certo. Parece até que foi
interrompido bruscamente.
Ele começou com aquela ordem de Deus e termina com o
narrador dizendo que estes são os mandamentos e os juízos que mandou o SENHOR
através de Moisés aos filhos de Israel nas campinas de Moabe, junto ao Jordão,
na direção de Jericó.
Do início ao fim é Deus orientando, esclarecendo,
falando, instruindo, mostrando o quê, como, de que forma, quando, quanto, por
quanto tempo.
Percebe-se assim o Deus imanente na história de Israel
e que se utiliza de líderes por ele escolhidos para realizarem as suas obras,
no caso aqui, para conduzir o povo do Egito à terra de Canaã.
Foram 40 anos num território em que a jornada iria
durar apenas 40 dias. Matematicamente a proporção é de 1:360. Era melhor o povo
ter ficado calado do que ter murmurado.
Mas, até isso foi misericórdia e grande tolerância divina
a qual poderia ter exterminado na hora toda aquela geração incrédula e
reprovada, mas não, a suportou por 40 anos e esperou o seu fim. Todos estavam
morrendo e a nova geração ia surgindo.
Apenas 2 de milhões conseguiram passar para a próxima
faze, por quê? Por que neles houve outro espírito, o Espírito Santo. Aqui a voz
de Deus com certeza não era a voz do povo.
Há tantas lições em Números! E o que dizer das roupas
que cresceram junto com os corpos, do maná que nunca cessou, da nuvem de dia e
da coluna de fogo de noite, dos milagres, das maravilhas, das aventuras e da
presença gloriosa de Deus na vida do povo?
Cada vez que me dedico ao estudo das Escrituras, cada
vez mais me convenço que Deus tanto é onipotente, como soberano.
1ª Igreja
Presbiteriana de Taguatinga - PASTORAL DE
DOMINGO DE 05/01/2014
Tema: RELACIONAMENTOS – Ex 3:1-22
Estamos no primeiro domingo de 2014 e a mensagem de
início é sobre relacionamentos. Que este seja um ano de valorização e
melhoramentos contínuos em todos os tipos de relacionamentos de nossas vidas.
DEUS É A CAUSA MAIOR, A BASE.
Deus, na sua Trindade – Pai, Filho e Espírito Santo
- é a causa maior de todas as coisas. Ele é o centro de tudo e nele tudo
subsiste.
Se não fosse Deus, não haveria vida, nem lugar para
viver, nem gente para nos relacionarmos.
A TRINDADE COMO MODELO DE RELACIONAMENTO PERFEITO
Este Deus, que é a causa maior de todas as coisas, a
base, nos ensinou, por sua vida, exemplo e obras e palavra, que o modelo de
relacionamento perfeito está dentro dele mesmo, na Trindade. Cada um é um com
cada um e os três são um só.
A FÉ, A ESPERANÇA E O AMOR
O nosso modelo de relacionamento perfeito é o
próprio Deus. Sendo assim, devem estar obrigatoriamente presentes, por causa de
Deus, a causa maior, e por nossa causa também,: a fé, a esperança e o amor (I
Co 13:13). O amor é o maior porque será o único a permanecer, pois a fé e a
esperança, um dia, cessarão, quando não mais serão necessárias, uma vez que não
mais andaremos em fé, mas por vista.
No entanto, por enquanto precisamos tanto dela como
da esperança. A fé não anda sozinha, ela é dependente. A dependência dela é a
esperança e a esperança somente existe porque Deus falou, fala e ainda falará.
Se não fosse a Palavra de Deus, não haveria o que esperar, nem haveria a fé.
A INDIVIDUALIDADE, O PERDÃO E A COMUNHÃO.
Como andamos por fé e não por vista, agora chegamos
a três características importantes, ou três colunas indispensáveis, no
relacionamento.
1. Respeito
à individualidade – Gn 1:27; Jo 1:12, 13.
Devemos respeitar a pessoa como àquela criada e
formada à imagem de Deus e à sua semelhança. Sem esse respeito e sem
considerarmos que cada um é uma pessoa, não poderemos nos relacionarmos com
ninguém.
Não podemos impor aos outros as nossas vontades e
gostos e jeito como se eles devessem obrigatoriamente gostar das mesmas coisas
que nós e fazer as mesmas coisas que fazemos.
2. Necessidade
contínua de liberação de perdão – Cl 3:13; Mc 11:25
Depois de entendermos que fomos criados únicos no
universo e que somos sua obra prima para o presente momento, deveremos entender
ainda, que por causa da queda do homem e da entrada do pecado no mundo, nos
tornamos pecadores.
Como pecadores, dependemos da graça de Deus e de seu
perdão. Somos, então, dependentes do perdão de Deus e isso nos mostra algo
interessante que ao dependermos do perdão de Deus por causa de nossa natureza,
devemos, igualmente, liberar nosso perdão aos nossos irmãos, nossos semelhantes
que foram criados também à imagem e à semelhança de Deus. O segredo do perdão
então é perdoar.
3. Comunhão
– Jo 17:21; I Jo 4:20; I Co 12:14-27.
Agora sim, podemos viver em comunhão.
Primeiro, porque Deus é a base de tudo. Segundo,
porque temos e andamos por fé e não por vista e que se andamos por fé, temos
esperanças e o amor nos constrange acima de todas as coisas. Terceiro, porque
respeitamos a individualidade de cada ser criado por Deus único e especial. Quarto,
porque entendemos que somos pecadores e que portanto o perdão tem de estar e
ser liberado de contínuo em nossos corações como uma atitude positiva e
adequada ao reino de Deus.
Pronto, a comunhão então agora já faz parte de
nossas vidas. E todos podemos suportar uns aos outros em amor - Cl 3:13.
PALAVRAS FINAIS
Depois disso tudo, eu entendo ainda que nossos
relacionamentos precisam de reciclagens. Ele não é parado, estático e uma vez
atingido, pronto, acabou.
Pelo contrário, ele deve ser cultivado, trabalhado,
para assim ter continuidade.
MELHORIAS CONTINUAS NOS RELACIONAMENTOS
Como melhorar continuamente os relacionamentos
iniciados? Vivendo intensamente e sem medo. Respeitando a individualidade,
esforçando-se em manter o perdão, a comunhão e o temor a Deus.
Temos de ter atitudes proativas em favor do
relacionamento. Temos de ter uma predisposição mental favorável à nossa união e
ao nosso aperfeiçoamento. Tudo assim feito para a glória de Deus!
A Força de Vontade
sempre dá um jeito. A Falta de Vontade
sempre dá desculpas.
Em cada capítulo da Bíblia, você encontrará uma narrativa escrita podendo conter gráficos, tabelas, imagens e textos e um link de vídeo dessa postagem no YouTube. Confira!
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As mensagens do JAMAIS DESISTA do caminho do Senhor são diárias, inéditas, baseadas na Bíblia e buscando sua conformação máxima à teologia reformada e representam o pensamento do autor na sua contínua busca das coisas pertencentes ao reino de Deus e a sua justiça.
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