Estamos
vendo o livro de Neemias nessa Parte III e este é nossa mapinha de leitura:
Parte
III. O REGRESSO DE NEEMIAS E A RECONSTRUÇÃO DO MURO – 1:1 a 7:3.
B.
A reconstrução do muro – 2:11 a 7:3.
Como
já dissemos, Neemias se dedicou a reconstruir os muros de Jerusalém visando não
apenas à estabilidade política, mas também a criação de uma cidade santa para o
templo de Deus.
Essa
parte “B” foi, assim, dividia em oito etapas para melhor compreendermos o
assunto da reconstrução de Neemias: 1. A reconstrução é proposta – 2:11-18 – já
vimos. 2. Oposição externa - 2:19-20 – já vimos. 3. A reconstrução é iniciada -
3:1-32 – já vimos. 4. Mais oposições externas - 4:1-15 – já vimos. 5. A
reconstrução tem continuidade - 4:15-23 – já vimos. 6. Oposições internas - 5:1-19
– já vimos. 7. Oposição final - 6:1-14 – veremos agora. 8. A reconstrução é
concluída - 6:15-7:3 – veremos e encerraremos agora.
7. Oposição final -
6:1-14.
Neemias
aqui está tratando do último estágio das oposições enfrentadas (cap. 2; 4; 5 e
agora no 6) e o muro está perto de sua conclusão.
Sambalate,
novamente, e Tobias, Gesem, o árabe, e o resto dos nossos inimigos novamente é
citado como tendo ouvido que a obra de reconstrução dos muros estava muito
adiantada, inclusive com as suas brechas tampadas, faltando apenas agora a
coloção das portas.
O
fato é que essa frase “tendo ouvido...” dá continuidade à série de frases semelhantes
e procura trazer o leitor de volta ao assunto principal de Ne 1:1-7.3, do qual as
oposições internas do capítulo 5:1-19, foi uma digressão.
O
conflito se intensifica até chegar ao seu clímax quando o muro está
praticamente pronto. A última tentativa de interromper o trabalho tem três
objetivos:
(1)fazer
mal (vs. 2-4).
(2)amedrontar
(vs. 5-9).
(3)desacreditar
(vs. 10-13).
O
mesmo está tentando Satanás fazer com a evangelização, com a entrega da
mensagem de Deus, que não pode ser de jeito nenhum aprisionada. Ali, ele
procurava atingir Neemias; hoje, tenta atingir cada crente na face da terra,
pois sabe que a obra que Deus colocou nas suas mãos não pode ser impedida, mas
ele sempre tentará.
Quando
Jesus Cristo subiu aos céus, levou cativo o cativeiro, e deu dons aos homens –
Ef 4:8 – e, tendo despojado os principados e potestades, os exibiu publicamente
e deles triunfou na mesma cruz – Cl 2:15.
Agora,
todo o poder lhe foi entregue e ele sabe disso que pouco tempo lhe resta e ele
irá perseguir os filhos da mulher procurando impedir a obra de Deus – agora,
não a reconstrução dos muros da cidade – a proclamação da Palavra de Deus. Veja
o que diz o texto de Mateus, o último capítulo, quando Jesus fala aos seus
discípulos e a nós.
Mateus 28:18 E, chegando-se Jesus, falou-lhes, dizendo:
É-me dado todo o poder no céu e na terra.
Mateus 28:19 Portanto ide, fazei discípulos de todas as
nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo;
Mateus 28:20 Ensinando-os a guardar todas as coisas que
eu vos tenho mandado; e eis que eu estou convosco todos os dias, até a
consumação dos séculos. Amém.
Sabendo
disso, ele procura fazer mal, amedontrar e desacreditar os evangelistas. Ele
pode até tentar fazer calar e aprisionar os corpos de Paulos e Silas, mas
somente aprisionará os seus corpos, pois a Palavra de Deus não pode ser
aprisionada jamais.
Sambalate
estava intencionalmente decidido a matar e a parar a obra que Neemias empreendia,
por isso tanto insistia com ele para que atendesse aos seus chamados
persistentes.
Neemias
sempre lhe dava a mesma resposta e dizia estar ocupado com a reconstrução e que
não haveria motivos para ir até ele.
Se
o muro estava sendo reconstruído, Judá tinha um histórico de rebelião contra os
seus governantes e, ainda, Neemias era um líder de grande competência que amava
a sua terra natal, o temor e a acusação deles de revolta era bem plausível, por
isso que insistiam nisso. No entanto, era a inveja o que mais os motivava a
procurar desanimá-los e mesmo subjugá-los.
Por
fim, pela quinta vez, Sambalate envia o seu moço com uma carta aberta, não
selada – toda carta naquela época costumava ser selada. O propósito da carta
era, a primeira vista, atemorizar o povo. Na verdade, porém, tinha como
objetivo maior impedir que a reconstrução do muro fosse concluída.
Neemias
em mais uma das suas curtas orações pede a Deus que fortaleça a sua mão para
justamente continuar a obra que tanto tentavam impedir. Quem dera fôssemos
assim com a obra que temos de fazer de evangelização no mundo todo!
Tobias
e Sambalate estavam mesmo decididos a executarem o mal contra Neemias. Como seus
mensageiros e ameaças não tinham dado certo, nem a carta tinha alcançado seu
objetivo, eles usaram de um um falso profeta, provavelmente subornado por eles,
para mentirem a Neemias e o conduzirem
ao templo.
O
inimigo estava apostando na ingenuidade do homem de Deus que poderia cair em
seus laços por causa de seu temor e reverência às coisas do Senhor e devido à sua simplicidade,
mas este, como nos orientou o próprio Senhor, era de fato símplice como a
pomba, mas astuto como a serpente.
Neemias
é o sucessor de Zorobabel e aquele que estava dando continuidade às obras. Se Neemias
caísse em seus laços, seria possível que pudesse buscar asilo no pátio do
templo (Ex 21:12-14), mas, uma vez que não era sacerdote, não podia entrar no
templo propriamente dito (Nm 18:7).
A
razão para essa manobra é revelada no v. 13. Mais uma vez, a coragem de Neemias
fica evidente. Neemias percebeu que Semaías era um falso profeta porque o seu
conselho contrariava à lei (Dt 13:1-5).
A
manobra final visava amedrontar Neemias e levá-lo a tomar atitudes pecaminosas
que destruiriam a sua reputação e, por fim, garantiriam que o muro não fosse
concluído.
Pela
terceira vez ele usa, em oração, a expressão "lembra-te" e também vemos
aqui que é a sua segunda oração imprecatória uma vez que, nesse caso, a
lembrança – vs 14 - é para executar julgamento.
8. A reconstrução é
concluída - 6:15-7:3.
A
despeito de todas as provocações e ameaças, Neemias permaneceu firme em seu
propósito e a reconstrução é concluída. Apesar da forte oposição, o muro ao
redor de Jerusalém foi completado com sucesso.
Na
verdade, esse versículo constitui a conclusão da seção anterior iniciada no v.
1, com o v. 16 introduzindo o episódio final de Ne 1.1-7.3. As últimas seis
tentativas de interromper o trabalho haviam fracassado.
A
conclusão da obra se deu em 25 de elul, após 52 dias (4 x 13 dias) de grande
trabalho e concentração, aproximadamente em agosto-setembro de 445 a.C.
A frase “ouvindo-o todos os nossos inimigos” gera
uma expectativa nos leitores de mais conflito, mas, em vez disso, diz-nos a
BEG, Neemias prossegue relatando a resolução do caso: os inimigos cessaram suas
tentativas de interromper o trabalho.
Ne
6:1 Sucedeu que, ouvindo Sambalate, Tobias, Gesem, o árabe,
e o resto dos nossos inimigos,
que eu tinha edificado o muro,
e que nele já não
havia brecha alguma,
ainda
que até este tempo não tinha posto
as
portas nos portais,
Ne 6:2 Sambalate e Gesem
mandaram dizer-me:
Vem, e
congreguemo-nos juntamente nas aldeias,
no
vale de Ono. Porém intentavam fazer-me mal.
Ne 6:3 E enviei-lhes mensageiros
a dizer:
Faço uma grande
obra, de modo que não poderei descer;
por
que cessaria esta obra, enquanto eu a deixasse,
e
fosse ter convosco?
Ne 6:4 E do mesmo modo enviaram
a mim quatro vezes;
e da mesma forma
lhes respondi.
Ne 6:5 Então Sambalate ainda
pela quinta vez me enviou seu servo
com uma carta
aberta na sua mão;
Ne 6:6 E na qual estava escrito:
Entre os gentios
se ouviu, e Gesem diz:
Tu
e os judeus intentais rebelar-vos,
então
edificas o muro; e tu te farás rei deles
segundo
estas palavras;
Ne
6:7 E que puseste profetas, para pregarem de ti
em
Jerusalém, dizendo:
Este
é rei em Judá; de modo que o rei o ouvirá,
segundo
estas palavras; vem, pois, agora,
e
consultemos juntamente.
Ne 6:8 Porém eu mandei
dizer-lhe:
De tudo o que
dizes coisa nenhuma sucedeu; mas tu,
do
teu coração, o inventas.
Ne 6:9 Porque todos eles
procuravam atemorizar-nos, dizendo:
As suas mãos
largarão a obra, e não se efetuará.
Agora,
pois, ó Deus, fortalece as minhas mãos.
Ne 6:10 E, entrando eu em casa
de Semaías, filho de Delaías,
o filho de
Meetabel (que estava encerrado), disse ele:
Vamos
juntamente à casa de Deus,
ao
meio do templo, e fechemos as portas do templo;
porque
virão matar-te; sim, de noite virão
matar-te.
Ne 6:11 Porém eu disse:
Um homem como eu
fugiria? E quem há, como eu, que entre
no
templo para que viva?
De
maneira nenhuma entrarei.
Ne 6:12 E percebi que não era
Deus quem o enviara;
mas esta profecia
falou contra mim, porquanto Tobias
e
Sambalate o subornaram.
Ne 6:13 Para isto o subornaram,
para me atemorizar,
e para que assim
fizesse, e pecasse, para que tivessem alguma
causa
para me infamarem, e assim me vituperarem.
Ne 6:14 Lembra-te, meu Deus, de
Tobias e de Sambalate,
conforme a estas
suas obras, e também da profetiza Noadia,
e
dos mais profetas que procuraram atemorizar-me.
Ne 6:15 Acabou-se, pois, o muro
aos vinte e cinco do mês de Elul;
em cinqüenta e
dois dias.
Ne 6:16 E sucedeu que, ouvindo-o
todos os nossos inimigos,
todos os povos
que havia em redor de nós temeram,
e
abateram-se muito a seus próprios olhos;
porque reconheceram
que o nosso Deus fizera esta obra.
Ne 6:17 Também naqueles dias
alguns nobres de Judá escreveram
muitas cartas que
iam para Tobias; e as cartas de Tobias
vinham
para eles.
Ne 6:18 Porque muitos em Judá
lhe eram ajuramentados,
porque era genro
de Secanias filho de Ará; e seu filho Joanã
se
casara com a filha de Mesulão,
filho
de Berequias.
Ne 6:19 Também as suas boas
ações contavam perante mim,
e as minhas
palavras transmitiam a ele;
portanto
Tobias escrevia cartas para me atemorizar.
Nada
melhor do que uma grande obra sendo concluída na presença do Senhor. Até os
seus inimigos reconheceram que realmente não foi uma tarefa simples terminar toda
aquela obra de reforma dos muros em menos de dois meses.
Foram
oposições externas e internas que os obrigaram a trabalhar com uma mão e porem
mãos às armas com a outra. Com um olho fechavam as brechas do muro e os
reparavam e com o outro vigiavam o inimigo.
Sem
dúvida, a obra foi reconhecida como um milagre de Deus, que tinha infundido tal
confiança e persistência nos trabalhos dos judeus.
Deus
está nesse negócio e o melhor a fazermos – posso dizer que pensavam assim os
seus inimigos, é respeitarmos essa grande obra! Em breve, muito breve, o
Messias estaria por ali, naquela cidade, naquele templo.
Estamos
vendo o livro de Neemias nessa Parte III e este é nossa mapinha de leitura:
Parte
III. O REGRESSO DE NEEMIAS E A RECONSTRUÇÃO DO MURO – 1:1 a 7:3.
B.
A reconstrução do muro – 2:11 a 7:3.
Como
já dissemos, Neemias se dedicou a reconstruir os muros de Jerusalém visando não
apenas à estabilidade política, mas também a criação de uma cidade santa para o
templo de Deus.
Essa
parte “B” foi, assim, dividia em oito etapas para melhor compreendermos o assunto
da reconstrução de Neemias: 1. A reconstrução é proposta – 2:11-18 – já vimos.
2. Oposição externa - 2:19-20 – já vimos. 3. A reconstrução é iniciada - 3:1-32
– já vimos. 4. Mais oposições externas - 4:1-15 – já vimos. 5. A reconstrução
tem continuidade - 4:15-23 – já vimos. 6. Oposições internas - 5:1-19 – veremos
agora. 7. Oposição final - 6:1-14. 8. A reconstrução é concluída - 6:15-7:3.
6. Oposições
internas - 5:1-19.
A
despeito de todas as provocações e ameaças, Neemias permaneceu firme em seu propósito.
No entanto agora o desafio era outro e não os inimigos lá fora, mas os de
dentro, motivos econômicos.
Havia,
conforme a BEG, pelo menos quatro motivos para os problemas econômicos
existentes:
(1)Judá
se encontrava comercialmente isolada dos povos vizinhos.
(2))
trabalho de reconstrução dos muros resultou numa queda na produção de cereais,
uma vez que os agricultores estavam em Jerusalém (4.22).
(3)Fatores
climáticos contribuíram para a escassez de alimentos (v. 3).
(4)Os
administradores anteriores haviam explorado o povo (v. 15).
Em
decorrência disso:
·algumas
pessoas não tinham dinheiro para comprar cereais (v. 2);
·algumas
precisaram hipotecar suas propriedades para comprar alimentos (v. 3);
·e
outras tiveram que tomar dinheiro emprestado para pagar os impostos devidos ao
rei persa (v. 4).
A
especulação financeira, possivelmente acompanhada de juros excessivos, tornou a
situação insuportável. Quando alguns dos devedores não conseguiam pagar suas
dívidas, seus filhos eram tomados como escravos (v. 5). A estrutura econômica e
social estava à beira de um colapso.
A
situação deles não era nada fácil e logo começaram a clamar e até as suas mulheres
– vs 1 - começaram a clamar contra os judeus, seus irmãos. Havia uma crise
instalada denotando um grande problema dentro da comunidade, e não fora.
Havia
um grupo – vs 2 - , provavelmente constituído de pessoas que não tinham terras,
que por causa do seu trabalho não remunerado para reconstruir o muro, não
tinham dinheiro suficiente para comprar alimentos para suas famílias numerosas.
Eles pediam apenas o trigo suficiente para não morrerem de fome nem eles nem
seus familiares.
Havia
ainda outro grupo – vs 3 -, constituído de donos de terras cujos campos haviam
sido provavelmente negligenciados, por causa, entre outros motivos, do trabalho
deles no muro. Em decorrência disso, se voltavam para outros para comprar
cereais, mas não tinham dinheiro para pagar por eles. Em resultado, haviam
hipotecado suas propriedades para comprar o trigo necessário.
Sabemos
que a crise era feia em Judá e que muitas vezes, a escassez de alimentos era um
sinal do julgamento de Deus (Dt 11:16-17; I Cr 21:12; Ag 1:7-11). Talvez essa
fome tenha sido um julgamento de Deus por causa das ações e do comportamento
injusto dos líderes.
O
que Neemias enfrentava ali como líder não era nada fácil. Até os inimigos do
lado de fora eram muito mais fáceis de serem enfrentados do que a crise interna
econômica que se alargava ainda mais.
Havia
ainda outros grupo constituído de proprietários de terras que, por falta de
renda, não tinham como pagar os impostos devidos ao rei persa. Para solucionarem
o problema tomaram dinheiro emprestado para pagar os tributos.
O
resultado de tudo isso para esses três grupos era a escravidão. De acordo com
Lv 25:39-43, um homem que ficava pobre podia vender a si mesmo, juntamente com
a sua família, para um outro israelita a fim de recuperar a sua estabilidade
financeira. Devia ser tratado como um trabalhador contratado, e não como
escravo.
Ao
que parece, no tempo de Neemias estavam acontecendo duas coisas erradas (Ex 22:25-27;
Lv 25:36; Dt 23:20):
(1)Somente
os filhos estavam sendo vendidos, o que resultava na desintegração das
famílias.
(2)Os
filhos estavam sendo tratados como escravos, e não como trabalhadores
contratados.
Neemias
ficou a par de tudo o que acontecia e muito se aborreceu – vs 6 - com os fatos,
pelo que repreendeu severamente os nobres e tomou uma medida ousada. Ele os chamou
de usurários e neles acabou se incluindo.
Ao
que parece, tudo indica que Neemias havia contribuído para o problema ao fazer
empréstimos a juros, talvez por simples descuido (1.6-7).
Finalmente
no verso 10, Neemias, arrependido, sugere e todos acatam, que fossem literalmente
perdoados todos empréstimos.
No
verso 11 a restituição teria de acontecer:
·Sobre
as suas terras.
·Sobre
as suas vinhas.
·Sobre
os seus olivais
·Sobre
as suas casas.
E,
ainda mais sobre o centésimo:
·Do
dinheiro.
·Do
trigo,
·Do
vinho
·Do
azeite.
A
tríade trigo-vinho-azeite aparece sempre nessa ordem, refletindo o ciclo de
produção agrícola: a colheita do trigo, depois das uvas (vinho) e, por fim, das
azeitonas (azeite).
Pelo
que aprendemos em Neemias toda restituição ocorre em decorrência de primeiro
liberarmos das prisões aqueles que aprisionamos em nossas usuras querendo obter
deles juros impróprios e condenados pela Lei.
A
crise era séria e envolvia todos os projetos e a fome e a injustiça se
espalhava por sobre a nação. Se não fosse a ação rápida, precisa e tempestiva
desse líder que também teve de dar o exemplo perdoando as dívidas daqueles que
ele aprisionou em sua usura, Judá não teria tido êxito em seus empreendimentos.
No
verso 12, Neemias faz uma renovação das estipulações da aliança mosaica referentes
ao empréstimo de dinheiro e à escravidão decorrente de dívidas.
Com
frequência, a renovação da aliança – vs 13 - envolvia uma dramatização das
maldições que recairiam sobre aqueles que não cumprissem o juramento (Gn 15:9-19;
Jr 34:8-22).
O
povo se sujeitou ao juramento – vs 13 - e o que havia sido prometido foi
colocado em ação. Neemias foi usado por Deus para evitar um outro ataque ao
projeto de construção.
De
445 a 433 a.C. abrange um período de doze anos que compreende o primeiro mandato
de Neemias como governador. Depois disso, ele foi chamado de volta à corte
persa (13:6-7). Posteriormente, Neemias voltou a Jerusalém para um segundo
mandato de duração desconhecida.
Como
governador, Neemias tinha o direito de cobrar impostos para o seu sustento, no
entanto, ele abriu mão desse direito em benefício do povo (vs. 18; I Co 9:4,12;
II Ts 3:8-9), por causa que a sua servidão era muito grande – vs 18.
Sesbazar
(1:8; Ed 5:14) e Zorobabel (Ag 1:1) foram os primeiros governadores, mas é
provável que a referência aqui – vs 15. (os que oprimiram o povo) - não seja a
eles, uma vez que haviam governado cerca de cem anos antes.
Então,
os governadores em questão devem ser os antecessores mais imediatos de Neemias
cujas políticas contribuíram para os problemas econômicos da época (5:1-19). Neemias
se justifica dizendo que ele mesmo estaria fora disso por causa de seu temor a
Deus – vs 15, final do versículo.
Fica
claro no texto e em toda a narrativa desse livro que a razão de Neemias ser
governador era, temendo a Deus, servir o povo de Deus. Ele não estava ali para
se beneficiar pessoalmente. Quando ele falou ao rei no início (2:5), a sua
intenção era pelas coisas de Deus, o que incluía tudo de Judá – o povo, o
templo, a centralidade do culto, a cidade.
Ne
5:1 Foi, porém, grande o clamor do povo e de suas mulheres,
contra os judeus, seus irmãos.
Ne 5:2 Porque havia quem dizia:
Nós, nossos
filhos e nossas filhas, somos muitos;
então
tomemos trigo, para que comamos e vivamos.
Ne 5:3 Também havia quem dizia:
As nossas terras,
as nossas vinhas e as nossas casas
empenhamos,
para tomarmos trigo nesta fome.
Ne 5:4 Também havia quem dizia:
Tomamos
emprestado dinheiro até para o tributo do rei,
sobre
as nossas terras e as nossas vinhas.
Ne 5:5 Agora, pois, a nossa
carne é como a carne de nossos irmãos,
e nossos filhos
como seus filhos; e eis que sujeitamos nossos
filhos
e nossas filhas para serem servos;
e até algumas de
nossas filhas são tão sujeitas,
que
já não estão no poder de nossas mãos;
e outros têm as
nossas terras e as nossas vinhas.
Ne 5:6 Ouvindo eu, pois, o seu
clamor, e estas palavras,
muito me
indignei.
Ne 5:7 E considerei comigo mesmo
no meu coração;
depois pelejei
com os nobres e com os magistrados,
e
disse-lhes:
Sois
usurários cada um para com seu irmão.
E
convoquei contra eles uma grande assembleia.
Ne 5:8 E disse-lhes:
Nós resgatamos os
judeus, nossos irmãos,
que
foram vendidos às nações, segundo nossas
posses;
e vós outra vez venderíeis a vossos
irmãos,
ou vender-se-iam a nós?
Então
se calaram, e não acharam que responder.
Ne 5:9 Disse mais:
Não é bom o que
fazeis; porventura não andaríeis no temor
do
nosso Deus, por causa do opróbrio das nações,
os
nossos inimigos?
Ne 5:10 Também eu, meus irmãos e
meus servos,
a juros lhes
temos emprestado dinheiro e trigo.
Deixemos
este ganho.
Ne 5:11 Restituí-lhes hoje, vos
peço, as suas terras, as suas vinhas,
os seus olivais e
as suas casas;
como
também a centésima parte do dinheiro,
do
trigo, do mosto e do azeite, que vós exigis deles.
Ne 5:12 Então disseram:
Restituir-lhes-emos,
e nada procuraremos deles;
faremos
assim como dizes.
Então chamei os
sacerdotes, e os fiz jurar que fariam
conforme
a esta palavra.
Ne 5:13 Também sacudi as minhas
vestes, e disse:
Assim sacuda Deus
todo o homem da sua casa
e
do seu trabalho que não confirmar esta palavra,
e
assim seja sacudido e vazio.
E toda a
congregação disse: Amém!
E
louvaram ao SENHOR; e o povo fez
conforme
a esta palavra.
Ne 5:14 Também desde o dia em
que me mandou que eu fosse
seu governador na
terra de Judá, desde o ano vinte,
até
ao ano trinta e dois do rei Artaxerxes, doze anos,
nem
eu nem meus irmãos comemos
o
pão do governador.
Ne 5:15 Mas os primeiros
governadores, que foram antes de mim,
oprimiram o povo,
e tomaram-lhe pão e vinho e,
além
disso, quarenta siclos de prata, como também
os
seus servos dominavam sobre o povo;
porém
eu assim não fiz, por causa do temor de Deus.
Ne 5:16 Como também na obra
deste muro fiz reparação,
e terra nenhuma
compramos; e todos os meus servos
se
ajuntaram ali à obra.
Ne 5:17 Também dos judeus e dos
magistrados, cento e cinqüenta
homens, e os que
vinham a nós dentre as nações
que
estão ao redor de nós, se punham a minha mesa.
Ne 5:18 E o que se preparava
para cada dia era um boi
e seis ovelhas
escolhidas; também aves se me preparavam e,
de
dez em dez dias, muito vinho de todas as espécies;
e
nem por isso exigi o pão do governador, porquanto
a
servidão deste povo era grande.
Ne 5:19 Lembra-te de mim para
bem, ó meu Deus,
e de tudo quanto
fiz a este povo.
No
verso 17, de acordo com os costumes persas, como governador, Neemias deveria
receber os funcionários públicos sob sua liderança e também os dignitários de
outros países.
Neemias
tinha caído nas graças do rei Artaxerxes que substituiu Xerxes. Cumpre-se aqui,
literalmente, provérbios de Salomão: Como
ribeiros de águas assim é o coração do rei na mão do SENHOR; este, segundo o
seu querer, o inclina. (Pv 21:1).
Fica
evidente que Neemias era um homem de muitas posses e grande abnegação, pois os
alimentos relacionados eram suficientes para cerca de setecentas pessoas – vs 18.
No
verso 19, ele pede, em oração para ser lembrado por Deus. A segunda vez que a
expressão "lembra-te" é usada numa oração (1:8) e a primeira de
quatro orações com "lembra-te de mim" (aqui no vs 19 e em 13:14,22,31).
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