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domingo, 20 de dezembro de 2015

I Coríntios 5 1-13 - ESTAMOS TODOS NO MESMO BARCO!

Como já dissemos, Coríntios foi escrita para, principalmente, combater a rebeldia, as divisões e a falta de amor que tinham sido causadas pelo orgulho e pela presunção na igreja de Corinto. Estamos vendo a parte II, cap. 5/16.
Breve síntese do capítulo 5.
Houve alguém em Coríntios que ultrapassou os limites e cometeu atrocidade tal que nem mesmo entre os gentios se tinha ouvido. Aquele era um caso gravíssimo e não poderiam as coisas prosseguirem sem uma exemplar punição.
O fato é que estamos todos no mesmo barco, Cristo, a caminho da pátria celestial e dentro deste barco estão reunidos aqueles por quem Cristo morreu. Ninguém no barco era flor que se cheirava, pelo contrário todos fedíamos.
Agora somos salvos, mas a salvação ainda não foi completada na presente era por causa de nossa natureza e porque Deus ao nos salvar não nos levou embora, mas nos deixou em convivência uns com os outros.
É natural, pois que surjam problemas, intrigas e muitas coisas desagradáveis, mas todas elas parecem ter limites. Paulo não tolerava nem no barco os que se dizendo salvos eram, declaradamente e sem temor a Deus, voltados ao pecado.
Vejamos o presente capítulo com mais detalhes, conforme ajuda da BEG:
II. RELATÓRIO FEITO PELOS DA CASA DE CLOE (1.10-6.20) - continuação.
Dos vs. 1.10 ao 6.20, estamos vendo esse relatório feito pelos da casa de Cloe. Paulo volta a sua atenção para algumas questões que haviam sido relatadas a ele "pelos da casa de Cloe" (1.11). Ele tem duas preocupações principais, que formarão nossas divisões, seguindo a BEG: A. Divisões na igreja (1.10-4.21); B. Problemas morais e éticos (5.1-6.20).
B. Problemas morais e éticos (5.1-6.20).
Até ao capítulo 6.20, estaremos vendo os problemas morais e éticos. Além de fomentar divisões, a arrogância dos coríntios havia gerado vários problemas morais e éticos, segundo o relatório dos da casa de Cloe. Paulo trata de três questões: um caso de incesto dentro da igreja (5.1-13), processos judiciais entre cristãos (6.1-11) e imoralidade sexual (6.12-20). Eles formarão nossa divisão proposta, conforme a BEG: 1. Um caso de incesto (5.1-13) – veremos agora;2. Litígios (6.1-11); e, 3. Imoralidade sexual (6.12-20).
1. Um caso de incesto (5.1-13).
Veremos neste capítulo, um caso de incesto e como Paulo lidou com ele. Os coríntios estavam tão confiantes em si mesmos que não enxergavam a gravidade do incesto para a igreja.
Não sabemos se o pai desse homem já estava morto ou se esse filho casou-se de fato com a sua madrasta. Em qualquer caso, fica explícito o relacionamento sexual incestuoso, conforme condenado em Lv 18.8.
O verbo grego "possuir" pode significar "viver um relacionamento sexual imoral com" e fica evidente pela reação de Paulo nesse capítulo que esse era o sentido em questão.
Ainda que a cultura greco-romana nos dias de Paulo tolerasse discretamente uma vasta ordem de atividades imorais, até mesmo os gentios censuravam esse tipo de incesto.
O problema fundamental da igreja em Corinto não era a imoralidade de um de seus membros, mas a arrogância ao tolerar e aceitar a prática de um ato incestuoso (vs. 6).
Os coríntios tinham tanto orgulho de sua tolerância que passaram não apenas a desprezar os padrões morais bíblicos como também a adotar os costumes dos ímpios (vs. 1). O orgulho os levou até mesmo a desconsiderar os primeiros ensinamentos apostólicos de Paulo a essa igreja (5.9).
Nos vs. de 3 a 5, temos uma passagem bastante difícil. Embora distante da comunidade, Paulo emitiu sentença de julgamento profético como se estivesse em Corinto.
De fato, Paulo deu ordens à igreja para expulsar o transgressor ("entregue a Satanás"). Essa expulsão visava ao arrependimento e à salvação da pessoa, algo que só poderia ser alcançado por meio da "destruição da carne", isto é, quando esse homem obtivesse domínio sobre suas tendências carnais.
De acordo com uma das interpretações de 2Co 2.5-11, esse homem se arrependeu de seu pecado. Eles se reuniram em nome do Senhor Jesus, juntamente com Paulo, em espírito, ou seja, eles tinham conhecimento de sua vontade no tocante a isso. A igreja reunida em assembleia possui autoridade delegada por Jesus (Jo 14.13).
Paulo condenava o orgulho deles que era como um bocado de fermento que poderia levedar toda a massa. Ou melhor, levedura, que na verdade é uma pequena porção da massa fresca que é deixada para azedar.
Depois disso, pode ser adicionada a uma porção maior de massa fresca, causando a fermentação desta. No entanto, esse processo pode envolver riscos para a saúde se a fermentação durar muito tempo.
Como parte do rito anual de purificação da festa da Páscoa, os israelitas precisavam retirar todo o fermento de suas casas (Ex 12.15). Nesse sentido, Paulo usa o fermento para simbolizar a impureza e a corrupção; e a nova massa, sem fermento, para simbolizar a pureza.
Por um lado, os cristãos verdadeiros em Corinto já haviam sido genuinamente purificados por Cristo e, desse modo, Paulo continuou a dispensar à igreja visível o generoso tratamento de considerar seus membros como cristãos genuínos.
No entanto, ao tolerarem o incesto na comunidade, a igreja visível de Corinto havia se tornado corrupta e precisava ser purificada.
A verdadeira natureza de cada indivíduo torna-se mais clara conforme a fé de cada um é examinada e provada pelo tempo (2Co 13.5-6) – aqui a BEG recomenda refletir em seu excelente artigo teológico "A perseverança e a preservação dos santos", em Fp 1.
Paulo desenvolve essa representação da Páscoa ao sugerir que o sacrifício pascal, sendo sombra das coisas reais que virão (1-1b 10.1), apontava para o seu cumprimento definitivo na morte de Jesus Cristo.
O estágio final da argumentação de Paulo, e em particular o mais belo, foi traçar um paralelo entre a festa dos Pães Asmos e a vida pura que os cristãos devem ter. Como povo de Deus vivendo entre a primeira e a segunda vinda de Cristo, todos os dias são motivo para celebrarmos essa festa.
Antes de escrever 1 Coríntios, Paulo havia enviado outra carta (que não chegou até nós) instruindo os coríntios a apartarem-se de cristãos que continuavam a praticar a imoralidade.
Os coríntios não entenderam o que Paulo quis dizer (pensando que a ideia era apartar-se totalmente do mundo) ou tentaram evadir o assunto argumentando que o apóstolo exagerava.
Paulo aproveitou a oportunidade para esclarecer que se referia àqueles que se dizem “irmãos", porém viviam de maneira contraditória com a fé que professavam.
A ordem para banir os transgressores ("com esse tal, nem ainda comais") referia-se principalmente à vida em comunidade e provavelmente não tinha intenção de evitar contato pessoal (veja 2Ts 3.15).
Ao citar a ordem repetitiva em Deuteronômio para expulsar os ímpios de Israel (p. ex., Dt 17.7,12), Paulo apresenta um paralelo importante entre a comunidade da aliança no Antigo Testamento e a igreja cristã (10.1-11).
A igreja visível deve disciplinar seus próprios membros, assim como fazia o povo de Israel no Antigo Testamento. Contudo, os de fora não devem ser disciplinados (isto é, excluídos do contato pessoal; vs. 11) pela igreja.
Nem mesmo Paulo em sua autoridade apostólica julgava "os de fora". Isso não significa que Paulo não tenha criticado e chamado os ímpios ao arrependimento, mas que ele não lhes impunha a disciplina que se aplicava à igreja.
I Co 5:1 Geralmente, se ouve que há entre vós imoralidade e imoralidade tal,
                como nem mesmo entre os gentios, isto é,
                               haver quem se atreva a possuir a mulher de seu próprio pai.
I Co 5:2 E, contudo, andais vós ensoberbecidos
e não chegastes a lamentar,
                para que fosse tirado do vosso meio
                               quem tamanho ultraje praticou?
I Co 5:3 Eu, na verdade,
                ainda que ausente em pessoa,
                               mas presente em espírito,
                                               já sentenciei, como se estivesse presente,
                                                               que o autor de tal infâmia seja,
                                               I Co 5:4 em nome do Senhor Jesus,
                                                               reunidos vós
                                                               e o meu espírito,
                                                               com o poder de Jesus,
                                                                              nosso Senhor,

I Co 5:5 entregue a Satanás
                para a destruição da carne,
                               a fim de que o espírito seja salvo no Dia do Senhor [Jesus].
I Co 5:6 Não é boa a vossa jactância.
Não sabeis que um pouco de fermento leveda a massa toda?
I Co 5:7 Lançai fora o velho fermento,
                para que sejais nova massa,
                               como sois, de fato, sem fermento.
Pois também Cristo,
                nosso Cordeiro pascal, foi imolado.
                               I Co 5:8 Por isso, celebremos a festa
                                               não com o velho fermento,
                                               nem com o fermento da maldade e da malícia,
                                                               e sim com os asmos da sinceridade
e da verdade.
I Co 5:9 Já em carta vos escrevi
                que não vos associásseis com os impuros;
                               I Co 5:10 refiro-me, com isto, não propriamente
                                               aos impuros deste mundo,
                                               ou aos avarentos,
                                               ou roubadores,
                                               ou idólatras;
                                                               pois, neste caso, teríeis de sair do mundo.
I Co 5:11 Mas, agora, vos escrevo
                que não vos associeis com alguém que,
                               dizendo-se irmão,
                                               for impuro,
                                               ou avarento,
                                               ou idólatra,
                                               ou maldizente,
                                               ou beberrão,
                                               ou roubador;
                                                               com esse tal, nem ainda comais.
I Co 5:12 Pois com que direito haveria eu de julgar os de fora?
                Não julgais vós os de dentro?
                               I Co 5:13 Os de fora, porém, Deus os julgará.
Expulsai, pois, de entre vós o malfeitor.
Paulo optou pela expulsão deste irmão que cometeu tão grande malignidade, mas garantiu que o mesmo seria ainda salvo. Outro exemplo cruel que temos de convivência difícil foi o caso de Judas, porém judas não se salvou. No caso de Judas, Jesus o amou até o fim para nos mostrar o exemplo da paciência e da fé.
Disciplina eclesiástica e exclusão: Quem deve ser disciplinado?[1]
O conceito cristão de disciplina abrange urna ampla gama de procedimentos que incluem o desenvolvimento, a instrução e o treinamento necessários para formar discípulos de Cristo. A teologia reformada enfatiza a importância da disciplina eclesiástica reconhecendo que a mesma é um dos sinais necessários da verdadeira igreja (juntamente com a pregação da Palavra e a ministração correta dos sacramentos). A disciplina eclesiástica inclui o incentivo informal do aprendizado, da devoção, do culto, da comunhão, da retidão e do serviço num contexto de cuidado e responsabilidade (Mt 28.20; Jo 21.15-17; 2Tm 2.14-26; Tt 2; Hb 13.17). O Novo Testamento também mostra que a disciplina formal ou judicial tem um lugar importante no amadurecimento da igreja e das pessoas (1 Co 5.1-13; 2Co 2.5-11; 2Ts 3.6,14-15; Tt 1.10-14; 3.9-11).
A disciplina judicial foi instituída por Deus no Antigo Testamento e fica evidente em passagens que exigem a aplicação de penas legais para determinados crimes. Por exemplo, correspondendo à exclusão de hoje, a pena por vários crimes no Antigo Testamento era a eliminação do transgressor do meio do seu povo (Gn 17.14; Êx 30.33,38; 31.14; Lv 7.20-21,25,27; 17.4,9; 19.8; 23.29; Nm 9.13; 15.30). No Novo Testamento, Jesus outorga esse poder aos apóstolos, autorizando-os a ligar e desligar (isto é, proibir e permitir; Mt 18.18) e a declarar os pecados perdoados ou retidos (Jo 20.23). Na teologia reformada, as "chaves do reino", que inicialmente foram dadas a Pedro e definidas como o poder de ligar e desligar (Mt 16.19), costumam ser entendidas como a autoridade dos apóstolos de estabelecer doutrinas e impor a disciplina de modo infalível. Esse mesmo poder se reflete, ainda que de modo falível e imperfeito, na pregação do evangelho pela igreja e em sua autoridade nos tribunais eclesiásticos devidamente instituídos.
Nas igrejas reformadas, a disciplina eclesiástica vai desde a admoestação até a exclusão da Ceia do Senhor e exclusão da congregação, que é descrita como entregar uma pessoa a Satanás, o príncipe deste mundo (Mt 18.15-17: 1Co 5.1-5,11; 1Tm 1.20; Tt 3.10-11). Os pecados públicos (isto é, aqueles que foram cometidos diante de a igreja), devem ser corrigidos publicamente na presença da congregação (1Co 5.4-5; 1Tim 5.20; cf. Cl 2.11-14). No caso de uma transgressão pessoal, Jesus ensinou que o procedimento inicial deve ser particular, empregado na esperança de não ser necessário pedir à igreja que repreenda publicamente as pessoas envolvidas (Mt 18.15-17).
O propósito maior da disciplina eclesiástica em todas as suas formas é preservar a pureza e paz da igreja e resgatar aqueles que se desviaram dos caminhos da fé cristã. Mesmo nos casos de exclusão, urna vez que o arrependimento seja constatado pelas autoridades devidamente ordenadas, a igreja deve então reconhecer a remissão de pecados e receber o transgressor de volta à comunhão plena (2Co 2.6-8). Veja CFW 30; CB 32; CH 83,84,85.
A Deus toda glória! p/ pr. Daniel Deusdete.


[1] Extraído da BEG – Artigo Teológico referente a I Coríntios 5.
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1 comentários:

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No entanto, lembre-se de juntar Cl 3:17 com 1 Co 10:31 :
devemos tudo fazer para a glória de Deus e em nome de Jesus! Deus o abençoe.