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domingo, 7 de junho de 2015

Oseias 9:1-17 - O PERIGO DA REJEIÇÃO DO CONHECIMENTO DE DEUS.

Estamos fazendo nossa devocional de hoje no capítulo 9, de Oseias. Estamos na parte III. Como já dissemos, a palavra do Senhor foi pregada por ele nos tempos dos reis de Judá Uzias, Jotão, Acaz e Ezequias; e, nos tempos do rei do norte, Jeroboão II (cerca de 786-746 a.C.), filho de Joás.
Em nossa leitura e reflexão, nos encontramos aqui:
Parte III - A MENSAGEM PROFÉTICA DE OSEIAS (4.1-14.9); A. O processo, a guerra e o lamento (4.1-9.9) – já vista.
1. Duas ações judiciais contra Israel (4.1-5.7) – já vimos.
2. A iminente derrota na guerra (5.8-8.14) – já vimos.
3. O lamento pela derrota (9.1-9).
Até o verso 9, estaremos vendo o lamento pela derrota. Seguindo suas profecias sobre a derrota de Israel na guerra (5.8-8.14), Oseias convocou Israel para lamentar a derrota que sofreriam.
As alegres celebrações da anual Festa da Colheita (cf. Ex 23.16; Dt 16.13-17; Lv 23.33-43), que se tornaram maculadas pelo paganismo, seriam substituídas pela dor do exílio (vs. 3).
O capítulo começa dizendo para Israel que não era para se regozijar, nem se alegrar com as outras nações porque eles estavam em prostituição e, portanto, abandonaram o seu Deus, recebendo o salário da prostituição em cada eira de trigo.
A eira era uma área aberta usada para debulhar o trigo e a cevada, era também um local onde Israel se entregava a ritos sensuais de fertilidade relacionados à adoração de Baal.
Os produtos da eira e do lagar - literalmente, "prensa", um instrumento usado para vinho e óleo – não serviriam mais para alimentar o povo, ou seja, a terra já não mais alimentaria o povo; os israelitas estariam sob uma maldição e até o seu vinho novo iria lhe faltar.
Eles não permaneceram na terra do Senhor, também citada como a casa do Senhor (8.1; 9.15). A Terra Prometida pertencia ao Senhor, não a Baal e nem mesmo a Israel (Lv 25.23), por isso que o Senhor os puniria fazendo eles tornarem ao Egito – ver 7.16, 8.13; 9 6; 11.5,11; Dt 28.68 e na Assíria, os faria comerem comida impura. Naquela terra estranha, os alimentos ali produzidos eram considerados imundos (ou seja, cerimonialmente impuros) - Ez 4.13; Am 7.17.
Nem ofertas de vinho, nem sacrifícios que agradassem ao Senhor, antes tais sacrifícios seriam para eles como a comida dos pranteadores, ou seja, a comida na casa de pranteadores era considerada imunda por causa do contato com um cadáver (Nm 19.11-22; Dt 26.14; Jr 16.7). No exílio, esses sacrifícios e as ofertas não seriam apresentados na Casa do Senhor (Êx 29.40; Lv 23.13; Nm 15.1-12).
O que haveriam de fazer eles no dia de suas festas fixas e nos dias de festa do Senhor – provavelmente a festa anual da colheita ou dos tabernáculos (Lv 23.33-36,39-43; Dt 16.13-15)?
Eles estariam fugindo da destruição das invasões assírias e buscando ajuda no Egito - o lugar de onde Israel havia sido uma vez liberto se tornaria o lugar de ajuntamento para destruição e morte. Ali, Mênfis os sepultaria - usado como um par poético com "Egito", a alusão é aos grandes cemitérios, tumbas e pirâmides da cidade. Ou seja, lugar de morte e esquecimento para sempre.
O exílio deixaria para trás seus ídolos de prata e altares ou, simplesmente, suas posses pessoais.
O pecado dos israelitas era tão grande que eles até consideravam o profeta como um insensato e falador inútil (cf. Pv 1 0.8,1 0) e o homem de espírito - usado em paralelo com "profeta", provavelmente, outra expressão para "homem de Deus" (cf. 1Sm 10.6; 1Rs 18.12; 22.21-28; 2Rs 2.9,16) – um louco violento. Uma pessoa instável, perturbada e de discurso desconexo (1 Sm 21.13-15; 2Rs 9.11; Jr 29.26).
O profeta não era um louco, mas alguém que vigiava Israel (5.8; 8.11; cf. Jr 6.1; Ez 3.17; 33 2,6,7), contudo laços o aguardariam em todas as suas veredas, e a hostilidade no templo do seu Deus, ou seja, na Terra Prometida.
Estavam eles mergulhando na corrupção como nos dias em Gibeá. Esta cidade era de fama vergonhosa por causa do estupro da concubina do levita por um grupo de homens e pela série de atos violentos e abusivos e pelas guerras que se seguiram (Jz 19-21). A origem dos pecados de Israel salientou a gravidade da situação e demonstrou a necessidade de uma renovação total da natureza de Israel.
As inúmeras violações da aliança que Israel cometeu incitaram o castigo de Deus (cf. 8.13).
B. Reflexões históricas e o futuro de Israel (9.10-13.16).
Iniciaremos doravante até o capítulo 13 algumas reflexões históricas e veremos o futuro de Israel. Esses capítulos contêm uma variedade de profecias em torno de reflexões metafóricas sobre o passado e o futuro de Israel. As profecias falam do julgamento pelos assírios e da restauração após o exílio.
Conforme a BEG, cinco metáforas organizam esse material em quatro grupos: 1. Uvas e figos (9.10-17) – veremos agora; 2. Uma vide luxuriante (10.1-10); 3. Uma bezerra domada (10.11-15); 4. Uma criança em desenvolvimento (11.1-13.16).
1. Uvas e figos (9.10-17).
Oseias anunciou que Israel era como uvas e figos que prometiam uma colheita abundante, mas que a rebelião contra Deus havia arruinado a nação. Os israelitas estavam destinados ao julgamento.
As uvas no deserto eram um achado extraordinariamente raro e delicioso. Os primeiros brotos da figueira nova não são apenas muito delicados, mas bastante raros (cf. Is 28.4).
Foi dessa forma que Israel foi encontrada como uvas no deserto os primeiros antepassados eram como ver os primeiros frutos de uma figueira. Essas imagens reforçam o caráter excepcional e gentil da primeira aliança de relacionamento de Deus feita com Israel e o potencial para uma maravilhosa colheita.
Era tudo maravilhoso até virem a Baal-Peor. Uma dolorosa alusão ao local onde os israelitas rejeitaram ao Senhor por sucumbir aos adultérios espiritual e sexual (Nm 25), bastante semelhante aos praticados pelos contemporâneos de Oseias.
Por terem se consagrado àquele ídolo vergonhoso, se tornaram repugnantes tanto quanto amavam o falso deus. Assim, eles se tornaram abomináveis. Por terem se juntado ao deus da vergonha, Baal, os israelitas tornaram-se detestáveis.
Em consequência a glória de Efraim lhe fugiria como pássaro. Talvez (conforme a BEG) uma referência ao seu poder militar, político e histórico. O contexto, todavia, sugere referir-se à sua grande população.
A bênção de Deus sobre José/Efraim tornou o povo frutífero (Gn 48.16; 49.22-26), no entanto, a sua glória voaria como pássaro e já não mais haveria nascimento, gravidez, concepção. Ou seja, a participação nas religiões da fertilidade resultou na maldição da infertilidade, não na bênção de uma descendência crescente (Dt 28.18).
Ainda que criem filhos, Deus os porá todos de luto, principalmente ao se afastar deles, pois eles não entendiam que o que lhes sustentavam era a graça de Deus. A política de Efraim o estaria conduzindo à destruição e à morte.
O profeta pergunta a Deus o que ele daria a eles e a resposta é que lhes seriam dados ventres estéreis – vs. 14. Oseias respondeu em oração, pedindo que as bênçãos divinas sobre a fertilidade fossem retiradas (Gn 49.25; Ex 23.26; Dt 28.4,11). O profeta podia apenas concordar com o justo julgamento de Deus.
Livro de Oseias – capítulo 9:
1 Não te alegres,
ó Israel,
não exultes como os povos;
pois te prostituíste, apartando-te do teu Deus;
amaste a paga de meretriz sobre todas
as eiras de trigo.
2 A eira e o lagar não os manterão,
e o vinho novo lhes faltará.
3 Na terra do Senhor não permanecerão;
mas Efraim tornará ao Egito,
e na Assíria comerão comida imunda.
4 Não derramarão libações de vinho ao Senhor,
nem lhe agradarão com as suas ofertas.
O pão deles será como pão de pranteadores;
todos os que dele comerem serão imundos;
pois o seu pão será somente para o seu apetite;
não entrará na casa do Senhor.
5 Que fareis vós no dia da solenidade,
e no dia da festa do Senhor?
6 Porque, eis que eles se foram por causa da destruição,
mas o Egito os recolherá,
Mênfis os sepultará;
as suas coisas preciosas de prata as urtigas as possuirão;
espinhos crescerão nas suas tendas.
7 Chegaram os dias da punição,
chegaram os dias da retribuição;
Israel o saberá; o profeta é um insensato,
o homem possesso de espírito é um louco;
por causa da abundância da tua iniqüidade
e do teu grande ódio.
8 O profeta é a sentinela de Efraim, o povo do meu Deus;
contudo um laço de caçador de aves se acha em todos
os seus caminhos,
e inimizade na casa do seu Deus.
9 Muito profundamente se corromperam, como nos dias de Gibeá;
ele se lembrará das iniqüidades deles,
e punirá os seus pecados.
10 Achei a Israel como uvas no deserto,
vi a vossos pais como a fruta temporã da figueira
no seu princípio;
mas eles foram para Baal-Peor,
e se consagraram a essa coisa vergonhosa,
e se tornaram abomináveis
como aquilo que amaram.
11 Quanto a Efraim, a sua glória como ave voará;
não haverá nascimento, nem gravidez, nem concepção.
12 Ainda que venham criar seus filhos, eu os privarei deles,
para que não fique nenhum homem.
Ai deles, quando deles eu me apartar!
13 Efraim, assim como vi a Tiro,
está plantado num lugar aprazível;
mas Efraim levará seus filhos ao matador.
14 Dá-lhes, ó Senhor; mas que lhes darás?
dá-lhes uma madre que aborte e seios ressecados.
15 Toda a sua malícia se acha em Gilgal;
pois ali é que lhes concebi ódio;
por causa da maldade das suas obras
lançá-los-ei fora de minha casa.
Não os amarei mais; todos os seus príncipes são rebeldes.
16 Efraim foi ferido, secou-se a sua raiz;
eles não darão fruto;
sim, ainda que gerem,
eu matarei os frutos desejáveis do seu ventre.
17 O meu Deus os rejeitará,
porque não o ouviram;
e errantes andarão entre as nações. 
Tudo havia começado em Gilgal (repetindo o que já dissemos no capítulo 4, Gilgal era um importante santuário israelita próximo a Jericó, do outro lado do rio Jordão a partir de Baal-Peor (cf. 9.10,15) e por muito tempo associado particularmente a práticas religiosas sincréticas não ortodoxas e perversas (Js 4.19-5.12; 1Sm 11.13-15; Am 4.4; 5.5; cf. Os 9.15; 12.11)) onde o Senhor os tinha mesmo odiado.
Foi por causa dos seus pecados que dali o Senhor os expulsaria da sua terra. Observe o paralelo feito com o banimento dos cananeus feito pelo Senhor (Ex 23.29,30; 33.2; Js 24.18; Jz 2.3,6.9), que seriam exilados da Terra Prometida. Deus é fiel e justo!
Efraim estava ferido com a sua raiz seca e, portanto, não poderia produzir frutos. O Senhor chega a dizer dele que mesmo que criassem filhos, ele mataria sua querida prole. Muito curioso que o Efraim-fruto recordou as metáforas da abertura sobre as uvas e os figos e, ironicamente, ressaltou a tragédia da infertilidade de Israel (em hebraico, o nome Efraim soa como duas vezes frutífero).
O perigo da rejeição está muito claro no último versículo deste capítulo que está dito que Deus os rejeitará porque não lhe deram ouvidos. Eles andarão errantes entre as nações. Por terem se afastado de Deus (7.13), os israelitas, como Caim (veja Gn 4.12), estavam destinados a vaguear errantes entre as nações, separados do paraíso que lhes foi oferecido em Canaã.
Ao contrário do povo, que havia se afastado de Deus (cf. 2.5; 14.4), o profeta permaneceu fiel à aliança.
A Deus toda glória! p/ Daniel Deusdete
http://www.jamaisdesista.com.br
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No entanto, lembre-se de juntar Cl 3:17 com 1 Co 10:31 :
devemos tudo fazer para a glória de Deus e em nome de Jesus! Deus o abençoe.