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sábado, 13 de junho de 2015

Joel 1 1-20 - OS GAFANHOTOS E A SECA - JUÍZOS DE DEUS.

SOBRE O LIVRO DE JOEL
Autor:
O profeta Joel, filho de Petuel.
Propósito:
Chamar o povo de Deus ao arrependimento para que pudessem escapar do juízo e desfrutar das bênçãos trazidas com a chegada do Dia do Senhor.
Data:
Desconhecida, mas o profeta deve ter vivido em Jerusalém num período de grandes atividades no templo de Deus. A Bíblia em Ordem Cronológica o coloca como tendo sido escrito no século 9 a.C., durante o reinado de Joás – próximo a 835a.C.
Verdades fundamentais – palavra chave: arrependimento.
           Os juízos de Deus temporários e históricos chamavam o povo ao arrependimento.
           Os juízos de Deus temporários indicavam a importância do arrependimento para o grande Dia do Senhor.
           Ao povo arrependido Deus havia a promessa de livramento do juízo e infindáveis bênçãos no futuro.
Propósito e características[1]
           É um livro que apresenta unidade em sua forma e construção.
           Um tema teológico central no livro de Joel é o conceito do "Dia do SENHOR" que está associado a um dia de julgamento contra o próprio povo de Deus.
ü  O Dia do Senhor era como um dia "terrível" (2.11).
ü  "Dia de escuridade e densas trevas, dia de nuvens e negridão" (2.2).
ü  Um dia em que o Senhor liderará o seu exército contra Israel.
Contudo, na segunda parte do livro, Joel concentra-se no Dia do Senhor como um dia de julgamento dos inimigos do povo de Deus, enquanto o povo de Deus será protegido e abençoado (Is 13; Jr 46-51; Ez 25-32).
ü  No Dia do Senhor, as nações serão responsabilizadas pelos seus crimes contra o povo da aliança do Senhor e serão julgadas de acordo (3.2-16,19). Mas o povo da herança de Deus será protegido, bem como abençoado espiritual e fisicamente (2.28-32; 3.16-18,20-21).
           Outro tema central presente no livro é o arrependimento.
ü   Essa chamada ao arrependimento era feita a todo o povo de Deus que foi chamado a voltar-se para ele.
ü  Também era para todos os jovens e velhos, homens e mulheres, líderes e seguidores e até mesmo aqueles que pudessem ser considerados dispensados das responsabilidades comunitárias (p. ex., as mães que amamentam e os recém-casados [1.13-14; 2.15-17]).
ü  Joel conclama ainda o povo a voltar-se para Deus com todo o seu ser. Esse arrependimento deveria ser manifestado externamente por meio de ações como lamento, choro, clamor ao Senhor e jejum.
ü  Ele chamou ao arrependimento diante da praga do gafanhoto (1.13-14) e do ainda futuro dia do Juízo (2.15-17). Contudo, as manifestações de arrependimento puramente exteriores ou rituais eram inadequadas, e o Senhor convoca o seu povo a demonstrar a sinceridade do seu arrependimento voltando-se para ele de todo o coração (2.12-13).
ü  Joel também lembra o povo de Deus que a correta motivação para o arrependimento reside firmemente na natureza de Deus: "Ele é misericordioso, e compassivo, e tardio em irar-se, e grande em benignidade" (2.13).
ü  Ao mesmo tempo, Joel enfatiza que a possibilidade de arrependimento está não com o povo, mas com Deus, que é livre para exercer a sua soberana liberdade e graça em conceder perdão ao seu povo.
Cristo no livro de Joel.
           O livro de Joel tem ocupado um lugar importante na vida da igreja.
           O Novo Testamento deixa claro que Jesus e seus seguidores estavam familiarizados com os escritos de Joel, e sua influência está mais evidente nas passagens do Novo Testamento que falam dos últimos dias (A BEG recomenda neste momento ver seu artigo teológico "O Plano das eras", em Hb 7).
           Essas passagens baseiam-se nas imagens vívidas usadas por Joel para descrever o Dia do Senhor e a praga dos gafanhotos (p. ex., Mc 13.24; Lc 21.25; Ap 6.9; 9.2).
           De igual importância são as promessas encontradas em 2.28-32, citadas por Pedro e consideradas como cumpridas durante o acontecimento do Pentecostes (At 2.16-21).
           Paulo também fez referência a essa profecia em Rm 10.13, onde usou JI 2.32 para embasar seu argumento de que "não há distinção entre judeu e grego" (Rm 10.12).
ü  A salvação é para todos, como declarou o profeta Joel: "E acontecerá que todo aquele que invocar o nome do SENHOR será salvo" (2.32).
           A igreja continua a considerar o ensinamento de Joel sobre o Dia do Senhor como uma importante fonte de esperança e conforto, por um lado, e uma palavra de advertência, por outro.
ü  Em momentos de aflição e desespero, os cristãos têm considerado consoladoras e inspiradoras as promessas em relação à bênção, à proteção e à defesa da comunidade da aliança do Senhor.
           Ao mesmo tempo, a vívida descrição que Joel faz dos terríveis aspectos do Dia do Senhor tem servido como um lembrete da santidade e do julgamento de Deus como um chamado contínuo ao arrependimento pleno e à santidade de vida.
           Por fim, o grande Dia do Senhor é o dia da volta de Cristo, o dia em que ele julgará o mundo inteiro, lançando seus inimigos no lago de fogo e enxofre e abençoando os crentes com uma herança eterna nos novos céus e na nova terra. Sabemos que em breve o senhor estará de volta. Maranata!
Esboço do livro de Joel para estarmos seguindo.
Conforme a BEG, estaremos dividindo o livro em três partes principais.  
1. APRESENTAÇÃO (1.1) – veremos agora.
II. CRISES QUE EXIGEM ARREPENDIMENTO (1.2-2.17) – iniciaremos agora.
III. RESPOSTAS DIVINAS AO ARREPENDIMENTO (2.18 3.21).
1. APRESENTAÇÃO (1.1)
A mensagem de Joel veio do Senhor e deveria ser recebida como sua palavra de autoridade.
O livro começa com uma identificação do profeta Joel e as primeiras palavras são – vs. 1.1 “Palavra do SENHOR”. Conforme a BEG, esse título breve e simples anuncia que o que se segue é a palavra do Senhor. Compara-se a Jn 1.1 (cf. os títulos mais extensos em Jr 1.2; Ez 1.3; Os 1.1; Mq 1.1; Sf 1.1; Ag 1.1; Zc 1.1; MI 1.1).
Essa palavra do Senhor foi dirigida a um homem, Joel. Seu nome significa "o SENHOR é Deus". O qual era filho de Petuel. O nome do pai de Joel não é encontrado em nenhum outro lugar das Escrituras.
II. CRISES QUE EXIGEM ARREPENDIMENTO (1.2-2.17)
Nesta segunda parte, veremos que uma praga de gafanhotos e a seca prenunciavam a necessidade de arrependimento para o iminente dia de um julgamento ainda maior.
Seguindo a estruturação proposta pela BEG, dividiremos essa parte em duas seções. A. A recente devastação provocada por gafanhotos e a seca (1.2-20) – veremos agora; B. A futura devastação no Dia do Senhor (2.1-17).
A. A recente devastação provocada por gafanhotos e a seca (1.2-20).
Até o segundo capítulo, estaremos vendo as crises que exigiam arrependimento.
Duas crises levaram os judeus a se confrontar com as consequências de seus pecados: (1) a recente devastação da Terra Prometida (1.2-20) por gafanhotos (1.4-8) e a pela seca (1.10-12,16-20) – veremos agora; e (2) a iminente invasão da terra por parte do exército do Senhor (2.1-17).
Se o povo se arrependesse do seu pecado e se voltasse para o Senhor, eles poderiam ser libertos. A condicional presente indicava claramente que algo deveria ser feito por parte dos responsáveis de acordo com que o Senhor desejava. O problema era o de sempre, corações obstinados e rebeldes.
(1) A recente devastação da Terra Prometida (1.2-20).
Até ao verso 20, estaremos vendo a recente devastação provocada pelos gafanhotos e pela seca.
Com intuito de fazer com que o povo ponderasse sobre as implicações da recente praga dos gafanhotos e da seca e se arrependessem, Joel apelou:
·         Aos velhos (vs. 2).
·         Aos ébrios (vs. 5).
·         Aos lavradores (vs. 11).
·         Aos sacerdotes (vs. 13).
A palavra estava sendo dirigida aos anciãos (os líderes religiosos e comunitários - o mesmo termo é usado em 2.28, mas ali ele parece referir-se mais especificamente à idade cronológica) e a todos os moradores da terra (isto é, toda a população de Judá e Jerusalém é chamada a ouvir) e falava no imperativo para ouvirem e escutarem.
Essa série de imperativos chama o povo a reconhecer as ramificações pessoais e espirituais da invasão dos gafanhotos.
Conforme a BEG, o paralelismo de pensamento no primeiro e no segundo versos, repetido no terceiro e no quarto versos, é típico da poesia hebraica.
O fato deveria ser contado aos filhos, e eles aos seus netos, e os seus netos, à geração seguinte. Os juízos de Deus, assim como suas misericórdias, devem ser passados às futuras gerações (cf. Dt 4.9; 6.7; 32.7; SI 78.1-8).
O vs. 4 fala dos gafanhotos e os seus tipos.
·         Gafanhoto cortador.
·         Gafanhoto migrador.
·         Gafanhoto devorador.
·         Gafanhoto destruidor.
Tudo parece começar com o cortador que deixa um resto que é consumido pelo migrador, que deixa outro resto que é consumido pelo devorador, que deixa ainda mais um outro resto para, finalmente, ser devorado ou destruído pelo destruidor.
Repetições poéticas enfatizam a minuciosidade da destruição promovida pelos gafanhotos.
As quatro diferentes designações dos gafanhotos podem ser uma referência aos diferentes estágios de desenvolvimento desse inseto (como sugere a tradução de Almeida), embora diferenças nas cores ou no tipo e região de origem possam estar refletidas tanto aqui quanto em 2.25.
Também é possível que as descrições tenham o único propósito de indicar a presença de diferentes enxames. De qualquer modo, quando os gafanhotos são entendidos como um instrumento divino de punição, era de arrependimento que se tratava (Dt 28.38; Am 7.1; Is 33.4).
Os imperativos agora falam com os bêbados para despertarem e chorarem. O primeiro chamado ao arrependimento foi dado aos ébrios (bêbados), que representam a atitude de muitos que não estão atentos às coisas de importância espiritual ao seu redor.
Somente aqueles que estão despertos são capazes de responder ao juízo de Deus.
Os gafanhotos agora são comparados a uma nação invasora que possui o mesmo ímpeto de um leão (cf. 2.4-9; Ap 9.7-9). Nos tempos antigos, os gafanhotos eram muitas vezes comparados aos exércitos.
A literatura mítica ugarítica (século 15 a.C.) equipara um exército a um enxame de gafanhotos em termos de tamanho (veja Jz 6.5; 7.12; Pv 30.27; Jr 51.14,27; Na 3.15-17).
Os bêbados, os ébrios, os que bebiam vinho são convocados ao despertamento e a tirarem da sua boca o álcool porque estaria vindo sobre a terra do Senhor “minha terra” uma nação poderosa e inumerável, como os gafanhotos.
Pronomes pessoais como “minha terra” são usados ao longo de todo o livro, apontando para o relacionamento pactual que liga o Senhor não apenas à Terra Prometida e aos seus vinhedos e figueiras, mas também ao seu povo (1.7; 2.13-14,17-18,23,26-27 3.2-3,17).
Tanto a vide, como a figueira foram afetadas. As presas dos gafanhotos efetivamente destruíram essas valiosas plantas da terra do Senhor. Jesus se comparou a uma videira – eu sou a videira verdadeira (Jo 14.1) e Israel era comparado à figueira.
A vide: [2]
·         É um arbusto bem conhecido pela produção de uvas, cultivada desde os tempos antigos e mencionada muitas vezes nas Escrituras.
·         Noé plantou uma vinha (Gn 9.20).
·         Existia no Egito (Gn 40.9) e em Canaã (Dt 8.8).
·         O tempo da vindima inspirava regozijo e festas (Jz 9.27; Jr 25.30).
·         A mesma figura de Israel às vezes é expressa pela videira, outras vezes pela vinha.
·         Em linguagem figurada, é a nação de Israel mencionada como parábola em Salmo 80.8-16.
ü Deus trouxe uma vinha do Egito e plantou numa terra, cujas nações foram lançadas fora (vs. 8). Sob a direção de Moisés o povo foi liberto da escravidão do Egito e, comandado por Josué, venceu os povos de Canaã.
ü Fez com que suas raízes se aprofundassem, seus ramos se tornassem como cedros e chegassem até o mar (vs. 9-11).
ü Tornou-se um reino próspero com a sabedoria e a grandeza de Salomão.
·         Aparece também a parábola da videira em Isaías 5.1-7, apelando para o concerto que Deus fez com os pais quando os tirou do Egito. "...julgai, vos peço, entre mim e a minha vinha”.
ü Que mais se podia fazer à minha vinha, que eu lhe não tenha feito? E como, esperando eu que dessem uvas, veio a produzir uvas bravas?" - (Is 5.3b,4).
ü Israel foi escolhido por Deus para tornar conhecida a lei de Deus aos outros povos.
ü Sua missão era servir de exemplo, de testemunho às nações que não conheciam a vontade do Senhor.” E ser-me-eis santos, porque eu, o Senhor, sou santo, e separei-vos dos povos, para serdes meus" (Lv 20.26).
ü A responsabilidade de Israel era ser fiel a Deus, conservar o testemunho da santidade de Deus, do poder, da justiça e da misericórdia, para que os pagãos incrédulos conhecessem a palavra de Deus, que lhe foi confiada primeiro (Rm 3.1,2).
ü Os judeus falharam nesta missão, "produziram uvas bravas" (Is 5.4b); em vez de justiça, praticaram opressões, caíram na idolatria, indo a uma condição de que Deus disse: “... andaram após deuses estranhos para servi-los". "Segundo o número das tuas cidades, foram os teus deuses, ó Judá" (Jr 11.10b,13a).
ü Como resultado, veio o castigo, cumprindo-se as predições de Deuteronômio 28 e dos profetas, especialmente Jeremias.
ü Vieram também os exércitos da Assíria contra Samaria e de Babilônia contra Jerusalém, destruíram as cidades, os muros e o Templo e levaram para suas terras o restante do povo como cativo.
ü Acabou-se, portanto, a glória do povo de Israel. É o que significa a expressão: "O javali da selva a devasta, e as feras do campo a devoram "(SI 80.13). Deus mesmo declarou: "...tirarei a sua sebe, para que sirva de pasto..." (Is 5.5b)e "...já não há uvas na vide..." (Jr 8.13b).
·         Jesus Cristo pronunciou uma parábola para os judeus nos mesmos termos daquelas do Salmo 80 e Isaías 5.
ü Um homem plantou uma vinha, tomou todas as providências de proteção e segurança e arrendou-a a uns lavradores.
ü Estes, no tempo de dar conta dos frutos, espancaram uns servos, mataram outros e por fim mataram o próprio filho do proprietário (Mt 21.33-39). Os judeus espancaram e mataram os profetas e crucificaram o Filho de Deus. Então Jesus perguntou "...o Senhor da vinha, que fará àqueles lavradores?"
E eles responderam:''...
Dará afrontosa morte aos maus, e arrendará a vinha a outros lavradores, que a seu tempo lhe dêem os frutos... Portanto eu vos digo que o reino de Deus vos será tirado, e será dado a uma nação que dê os seus frutos'' (Mt21.40b,41b,43).
·         "... Como a videira entre as árvores do bosque, que tenho entregado ao fogo para que seja consumida, assim entregarei os habitantes de Jerusalém" (Ez 15.6b).
·         Cumpriu-se de um modo mais detalhado, espiritualmente, em Atos 13.46b "...Era mister que a vós se vos pregasse primeiro a palavra de Deus; mas, visto que a rejeitais, e vos não julgais dignos da vida eterna, eis que nos voltamos para os gentios".
·         Todavia a promessa feita a Abraão de abençoar sua descendência permanece no plano de Deus. Na mesma figura da videira (Ez 17.1-10,22-24), referindo-se a Israel, Deus acrescenta a figura do cedro, que representa majestade, prometendo fazer reverdecer a árvore seca
A Figueira:[3]
·         Árvore originária do Oriente, é muito abundante na Ásia e na Europa.
·         Adão e Eva fizeram roupas de folhas de figueira - Gn 3.7,  para esconder sua nudez, mas quando ouviram a voz de Deus, se esconderam. Aquela roupa não satisfazia.
·         Era costume oriental descansar debaixo da figueira, ato que significava paz e prosperidade, "... habitavam seguros, cada um debaixo de sua videira, e debaixo de sua figueira..." -1 Reis 4.25; Miqueias  4.4; Zacarias  3.10.
·         O fruto da figueira é comido fresco e pode ser conservado em forma de passas - 1Samuel  25.18.
·         Há no Velho Testamento muitas referências ao uso da Figueira e seus frutos. Servia o figo ainda de remédio, como no exemplo da doença do rei Ezequias, quando foi colocada na chaga uma pasta de figos e sarou - 2 Reis 20.7.
·         Foi usada também massa de figos para animar um moço desfalecido pela fome de três dias - 1 Samuel 30.11,12.
·         O vento derruba grande parte dos figos verdes "...como quando a figueira lançade si os seus figos verdes, abalada por um vento forte" - Apocalipses 6.13b.
·         Os que amadurecem são chamados temporãos - Miquias 7.1 e Na 3.12).
·         Um quadro bem rico de imagens está em Cantares usando a figueira: "A figueira já deu os seus figuinhos" (Promessa de abundância) "as vides em flor exalam o seu aroma" (deleite, acompanhando a esperança de boa colheita), "levanta-te, amiga minha, e vem" (convite para um despertamento dirigido a quem espiritualmente está dormindo) - (Ver Mq 2.10 e Ef 5.14).
·         Jeremias teve uma visão de dois cestos de figos. Um cesto tinha figos bons; e o outro, figos tão ruins que não se podiam comer.
ü Os figos bons representavam os judeus fiéis, que iam para o cativeiro, mas Deus havia de trazê-los de volta para Jerusalém.
ü Os figos maus eram os que acompanhavam o rei Zedequias na maldade e na desobediênciaa Deus, que seriam castigados, levados para Babilônia e destruídos por lá. (Ver Jr 24.1-10).
·         Jesus avistou uma figueira perto do caminho por onde passava, dirigiu-se a ela procurando fruto e não achou senão folhas, então disse à figueira: ”Nunca mais nasça fruto em ti". E a figueira secou imediatamente (Mt 21.19 e Mc 11.12-14). Foi como aquela geração dos judeus de seu tempo, que não produziram os frutos que Deus queria, e foi destruída.
·         Quando os discípulos pediram um sinal da vinda de Jesus e do fim do mundo, Ele disse: "Aprendei pois esta parábola da figueira: Quando já os seus ramos se tornamtenros e brotam folhas, sabeis que está perto o verão'' (Mt 24.3 e 32).
·         A figueira foi castigada com a destruição de Jerusalém no ano 70 d.C. pelo exército romano. Os judeus foram dispersos e ficaram sem Pátria durante quase dois mil anos.
·         Ultimamente a figueira está reverdecendo. Em 1948 foi proclamado o Estado de Israel, e na guerra dos seis dias, em junho de 1967, o povo judeu reconquistou o território que formava a Palestina nos dias de Jesus Cristo. Dali para cá o progresso vai avançando a passos largos. Segundo a profecia de Jesus, "o verão está próximo"(Mt24.32b).
O lamento do vs 8 deveria ser como o da jovem que perdeu o seu amado antes do casamento, por isso que estaria cingida de pano de saco. Esse material, tecido de modo rude, normalmente era feito de pelo de cabra e era usado tipicamente nos períodos de luto (veja o vs. 13; Gn 37.34; 2Sm 3.31; 1Rs 21.27; Is 32.11-12).
A consequência dessa destruição era que estaria cortada da casa do Senhor a oferta de manjares e a libação que deixaram os sacerdotes entristecidos. Essas ofertas, que deveriam ser feitas duas vezes por dia (Êx 29.38-42; Lv 2.1-2; 23.13), não estavam sendo feitas por causa da devastação das lavouras.
Com a devastação do campo por causa dos gafanhotos, a terra estava arrazada e agora a seca acompanhava a invasão dos gafanhotos trazendo ainda mais destruição que aquela provocada pelo destruidor.
Os campos estavam arruinados e a terra estava seca:
·         O trigo estava destruído.
·         O vinho novo tinha acabado.
·         O azeite estava em falta.
O cereal, a vide e as olivas, nas Escrituras, esses ingredientes necessários para as ofertas diárias tradicionalmente apareciam nessa ordem (2.19; Os 2.8).
O momento era difícil e era para desespero dos agricultores, dos produtores de vinho porque a colheita estava toda destruída. Cinco tipos de árvores são mencionados, o que leva à enfática declaração de que todas as árvores do campo estavam secas. A alegria secou-se juntamente com a vegetação.
·         A vide secou.
·         A figueira murchou.
·         A romeira secou.
·         A palmeira secou.
·         A macieira secou.
Os sacerdotes receberam instruções precisas – vs. 13 e 14 - sobre como deveriam reagir pessoalmente ao juízo de Deus. As precisas instruções dadas aos sacerdotes aqui e em 2.15-17 sugerem que o livro de Joel foi planejado para servir de orientação ao arrependimento nacional em qualquer que fosse a situação.
Os sacerdotes, os ministros do altar, deveriam:
·         Colocarem vestes de luto.
·         Prantearem, chorarem alto.
·         Passarem a noite vestidos de luto.
·         Decretarem um jejum santo. Os sacerdotes também deveriam exercer a liderança da comunidade ao promulgar um jejum público de modo que toda a nação pudesse interromper todas as atividades comuns por algum tempo (provavelmente por um dia, como em Jz 20.26; 1 Sm 14.24; Jr 36.6-9) para reconhecer o juízo de Deus e se arrepender.
·         Convocarem uma assembléia sagrada.
·         Reunirem as autoridades e todos os habitantes do país no templo do Senhor, do seu Deus.
·         Todos juntos para clamarem ao Senhor.
A magnitude da devastação que já experimentavam apontava para um dia ainda mais agourento, o dia do julgamento que estava para chegar – vs. 15.
Essa expressão "Dia do SENHOR", conforme a BEG, aparece cinco vezes em Joel (1.15; 2.1,11,31; 3.14) e outras onze vezes no Antigo Testamento (Is 13.6,9; Ez 13 5; Am 5.18a,18b,20; Ob 15; Sf 1.7,14a,14b; MI 4.5). Aqui (e em 2.1,11) é uma referência ao dia da ira do Senhor contra os seus inimigos e de bênçãos para o povo fiel de Deus (2.31; 3.14).
A maioria dos judeus acreditava que a sua identidade étnica garantia que todos eles seriam abençoados quando o Senhor viesse para julgar, mas os profetas deixavam claro que o infiel no meio do povo de Israel seria julgado juntamente com os gentios não arrependidos.
O profeta não via o Dia do Senhor como uma ocorrência distante. Em vez disso, o via como um acontecimento iminente – vs. 15; 2.1; 3.14).
O dia do Senhor estava perto na mente do profeta e seria um dia de assolação do Todo-Poderoso. Essa frase pode ser traduzida como o dia do "poder do Todo-Poderoso", uma tradução que capta o sentido do jogo de palavras no hebraico shod ("destruição") do Shaddai, "o Todo-Poderoso" (Is 13.6).
Do vs. 16 ao vs. 18, Joel reforçou sua posição sobre o Dia do Senhor lembrando mais uma vez o seu público quanto ao juízo de Deus, os sinais dele que podiam ser vistos na seca que os cercava.
A verdade era que a comida tendo sido eliminada, a alegria e a satisfação tinham se ido embora também do templo de Deus. Até as sementes estavam murchas, os celeiros em ruínas e os depósitos derrubados, pois a colheita tinha mesmo sido perdida.
Tudo estava afetado pela destruição dos gafanhotos e pela seca. O gado está mugindo, as manadas agitadas sem pasto e os rebanhos de ovelhas em castigo.
»JOEL [1]
1 Palavra do Senhor,
que foi dirigida a Joel, filho de Petuel.
2 Ouvi isto, vós anciãos,
e escutai, todos os moradores da terra:
Aconteceu isto em vossos dias, ou nos dias de vossos pais?
3 Fazei sobre isto uma narração a vossos filhos,
e vossos filhos a transmitam a seus filhos,
e os filhos destes à geração seguinte.
4 O que a locusta cortadora deixou,
a voadora o comeu;
e o que a voadora deixou,
a devoradora o comeu;
e o que a devoradora deixou,
a destruidora o comeu.
5 Despertai, bêbedos, e chorai;
gemei, todos os que bebeis vinho,
por causa do mosto;
porque tirado é da vossa boca.
6 Porque sobre a minha terra
é vinda uma nação poderosa
e inumerável. os seus dentes são dentes de leão,
e têm queixadas de uma leoa.
7 Fez da minha vide uma assolação,
 e tirou a casca à minha figueira;
despiu-a toda, e a lançou por terra;
os seus sarmentos se embranqueceram.
8 Lamenta como a virgem que está cingida de saco,
pelo marido da sua mocidade.
9 Está cortada da casa do Senhor a oferta de cereais e a libação;
os sacerdotes, ministros do Senhor, estão entristecidos.
10 O campo está assolado, e a terra chora;
porque o trigo está destruído,
o mosto se secou,
o azeite falta.
11 Envergonhai-vos, lavradores,
uivai, vinhateiros, sobre o trigo e a cevada;
porque a colheita do campo pereceu.
12 A vide se secou,
a figueira se murchou;
a romeira também,
e a palmeira e a macieira, sim,
todas as árvores do campo se secaram;
e a alegria esmoreceu entre os filhos dos homens.
13 Cingi-vos de saco e lamentai-vos, sacerdotes;
uivai, ministros do altar;
entrai e passai a noite vestidos de saco,
ministros do meu Deus;
porque foi cortada da casa do vosso Deus
a oferta de cereais e a libação.
14 Santificai um jejum, convocai uma assembléia solene,
congregai os anciãos, e todos os moradores da terra,
na casa do Senhor vosso Deus, e clamai ao Senhor.
15 Ai do dia! pois o dia do senhor está perto,
e vem como assolação da parte do Todo-Poderoso.
16 Porventura não está cortado o mantimento
de diante de nossos olhos?
a alegria e o regozijo da casa do nosso Deus?
17 A semente mirrou debaixo dos seus torrões;
os celeiros estão desolados,
os armazéns arruinados;
porque falharam os cereais.
18 Como geme o gado!
As manadas de vacas estão confusas,
porque não têm pasto;
também os rebanhos de ovelhas estão desolados.
19 A ti clamo, ó Senhor;
porque o fogo consumiu os pastos do deserto,
e a chama abrasou todas as árvores do campo.
20 Até os animais do campo suspiram por ti;
porque as correntes d'água se secaram,
e o fogo consumiu os pastos do deserto.
Nos versos 19 e 20, encerrando o capítulo, um forte clamor do profeta e até dos animais. O próprio profeta dá início à lamentação. A devastação vinha do Senhor, aquele que também era a única fonte de restauração. Até mesmo os animais se juntaram a Joel em seu pranto Jó 38.41; Sl 104.21; 147.9) por causa do fogo devorador.
A metáfora do fogo descreve os efeitos da seca, embora em 2.3 ela se aplique à devastação promovida pelos gafanhotos. O fogo é frequentemente associado ao juízo de Deus (Dt 32.22; SI 50.3; 97.3).
A Deus toda glória! p/ Daniel Deusdete
http://www.jamaisdesista.com.br



[1] Para maiores detalhes e aprofundamentos, recomendamos primeiramente conhecerem o inteiro teor da introdução do livro, na BEG.
[3] Adapatado do mesmo site 
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No entanto, lembre-se de juntar Cl 3:17 com 1 Co 10:31 :
devemos tudo fazer para a glória de Deus e em nome de Jesus! Deus o abençoe.