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terça-feira, 23 de junho de 2015

Amós 8 1:14 - A FOME E A SEDE PELA PALAVRA DE DEUS

Como já dissemos, o livro de Amós é um livro que revela a severidade do julgamento divino por causa da infidelidade pactual em Israel e em Judá e declara a esperança de grande restauração depois da destruição e do exílio que estava se aproximando.
Agora, estaremos vendo o capítulo 8, da seção “B”, da parte IV. VISÕES CONTRA ISRAEL (7.1 - 9.10).
B. Julgamentos não abrandados (7.7 - 9.10) - continuação.
Já dissemos que até 7.6, Deus havia se arrependido do mal que iria fazer, mas depois a história seria diferente.
Assim, tínhamos dividido essa seção “B” seis etapas: 1. A visão do prumo (7.7-9) – já vimos; 2. Elaboração (7.10-17) – já vimos; 3. A visão do cesto de frutos (8.1-3) – veremos agora; 4. Elaboração (8.4-14) – veremos agora; 5. A visão do altar (9.1-4); e, 6. Elaboração (9.5-10).
3. A visão do cesto de frutos (8.1-3).
Amós teve uma visão de um cesto de frutos de verão - 2Sm 16.1-2, o qual ilustrava a condição de Israel.
O Senhor mostra a Amós e com ele interage perguntando o que tinha visto para em seguida dar o seu recado profético. Amós dizia que tinha visto um cesto de frutos.
Conforme a BEG, em hebraico “cesta de frutos” significa "frutos de verão... o fim havia chegado". As palavras hebraicas para "frutos de verão" e "fim" são semelhantes e são colocadas juntas num jogo de palavras. A visão dos frutos de verão indicava que o fim se aproximava rapidamente para Israel.
O fim chegava rápido e o Senhor não mais o pouparia – vs. 2.
Assim, naquele dia, isto é, o dia do Senhor (2.16; 5.18) declara o Senhor, o Soberano Senhor que as canções no templo se tornariam lamentos, por causa da multidão de corpos atirados por todos os lados.
Os cânticos do templo, cujo estrondo Deus não mais podia tolerar (5.23), dariam lugar a uivos de privação quando o Senhor viesse em julgamento.
Uma abundância de cadáveres era típica nas cidades derrotadas do antigo Oriente Próximo, especialmente naquelas conquistadas pelos assírios (cf. Na 3.19).
4. Elaboração (8.4-14).
Até o verso 14, veremos que o profeta desenvolveu a visão do cesto de frutos por meio de oráculos que revelavam as acusações que Deus fazia:
·         De injustiça social.
·         De desonestidade comercial.
·         De indiferença quanto aos dias sagrados.
A palavra inicial é destinada aos que pisavam os pobres e arruinavam os necessitados da terra. Eles pisavam os necessitados, e destruíam os miseráveis da terra com suas atitudes egoístas, gananciosas e enganosas.
O ponto aqui não era que os ricos deliberadamente tinham gana contra os necessitados, mas sim que a opressão privava os necessitados de tal modo que eles sequer tinham recursos para as necessidades mais básicas da vida e, portanto, pereciam.
A Lua Nova (festa) era celebrada toda quarta semana com várias oferendas (Nm 28.11-15). Por costume, se não explícito pela lei, nesse período as compras e vendas eram suspensas. O que eles desejavam era que esse período passasse para poderem ganhar alguma coisa.
O sábado, o qual era observado todas as semanas, era baseado nos atos da criação (Êx 20.8-11) e redenção (ou seja, nova criação; Dt 5.12-15) de Deus. O trabalho de qualquer espécie era proibido. Isso também os incomodava, pois que não poderiam ganhar o dinheiro sujo deles.
Além de nada respeitarem, nem observarem em temor a Deus e respeito ao povo de Deus, ainda se valiam de balanças enganosas e pesos injustos, além de muitas outras trapaças. Tais práticas de trapaça eram contra a lei do Senhor (cf. Lv 19.36; Dt 25.14) e resultariam em julgamento.
O objetivo deles era comprarem pobres por dinheiro e os necessitados por um par de sandálias, pois que estariam tão arruinados (isso repete 2.6).
Até mesmo o refugo do trigo era vendido – vs. 6. Os proprietários rurais vendiam até mesmo os resíduos que caiam no chão após o trigo ter sido trilhado. Eles os misturavam com o trigo, desse modo enganando o comprador.
Assim, jurou o Senhor pela glória de Jacó - a expressão pode se referir ao Senhor ou à terra de Israel, que é chamada em outro lugar de "nossa herança, a glória de Jacó" (SI 47.4) – que nunca haveria de se esquecer de nenhuma de suas obras. Ou seja, o juízo estava decretado e era certo.
A terra haveria de estremecer e todos os que nela habitam, haveriam de gemer. Toda ela se levantaria como o Nilo e seria agitada e diminuída – vs. 8.
Todos os anos o Nilo subia e inundava as suas margens, alagando os campos e deixando ricos depósitos aluviais. A imagem é usada aqui para descrever a inundação do julgamento que estava por vir, a saber, os assírios (cf. Is 8.7-8), que trariam grande convulsão social e política.
O Senhor, então, naquele dia, faria o sol se pôr ao meio-dia e em plena luz do dia, escureceria a terra. O sol era adorado em Judá (cf. 2Rs 23.5,11) e provavelmente em Israel também, uma vez que Israel estava envolvida com a adoração dos astros (cf. 5.26), embora essa prática fosse proibida pela aliança (Dt 4.19).
Conforme a BEG, a adoração das estrelas e do sol eram práticas universais no antigo Oriente Próximo. Aqui a afirmação de que o Senhor faria o sol se pôr confirma que ele é Deus e o sol é apenas uma das suas criações.
O escurecimento da terra pode ser traduzido mais especificamente como o escurecimento do reino, uma vez que o reino de Israel seria punido. A fraseologia recorda diretamente a praga de escuridão que o Senhor mandou sobre a terra do Egito (cf. Êx 10.21-22; SI 105.28).
Aqui o Senhor estava prestes a julgar Israel com um veredicto similar - para outras menções sobre escuridão em dia claro no dia do julgamento a BEG recomenda ver Jó 5.14; Is 58.10; Jr 15.9.
Assim, esse dia seria um dia triste, de grande luto, de sofrimento e de dores, de forma que todos vestiriam roupas de luto e raspassem a cabeça.
Esse era o material rústico – o pano de saco - do qual os sacos eram feitos, era áspero contra a pele e normalmente não era para ser vestido, mas era usado pelas pessoas que estavam de luto para indicar que os prazeres da vida não mais importavam (cf. Gn 37.34; 2Sm 3.31) por causa do grande sofrimento e das tragédias que tinham por que passar.
Outro sinal de luto – a calva sobre toda cabeça -  era proibido na aliança (Dt 14.1); talvez porque fosse visto como uma deformação do corpo que degradava a imagem de Deus e porque era praticada pelos pagãos (cf. Is 15.2-3; Ez 27.30-31).
O Senhor faria que aquele dia fosse um dia de luto por um filho único, e o fim dele, como um dia de amargura – vs. 10 – como consequência final do pecado (cf. 2Sm 2.26; Pv 5.4).
Também o Senhor faria que houvesse fome na terra, não a fome comum, mas a fome pela ausência da palavra do Senhor, ou seja, fome e sede de ouvir as palavras do Senhor.
Essa maldição tem origem na aliança (Dt 4.28-29; 32.20; cf. Os 3.4). No período dos juízes, quando o pecado abundava (Jz 21.25), "a palavra do SENHOR era mui rara" (1Sm 3.1). Compare com Lc 17.22 (Depois disse aos seus discípulos: "Chegará o tempo em que vocês desejarão ver um dos dias do Filho do homem, mas não verão).
»AMÓS [8]
1 O Senhor Deus assim me fez ver:
e eis aqui um cesto de frutos do verão.
Am 8:2 E disse:
Que vês, Amós?
Eu respondi: um cesto de frutos do verão.
Então o Senhor me disse:
Chegou o fim sobre o meu povo Israel;
nunca mais passarei por ele.
Am 8:3 Mas os cânticos do templo serão gritos de dor naquele dia,
diz o Senhor Deus;
muitos serão os cadáveres;
em todos os lugares serão lançados fora em silêncio.
Am 8:4 Ouvi isto,
vós que pisais os necessitados,
e destruís os miseráveis da terra,
Am 8:5 dizendo:
Quando passará a lua nova, para vendermos o grão?
e o sábado, para expormos o trigo,
diminuindo a medida,
e aumentando o preço,
e procedendo dolosamente
com balanças enganadoras,
Am 8:6 para comprarmos os pobres por dinheiro,
e os necessitados por um par de sapatos,
e para vendermos o refugo do trigo?
Am 8:7 Jurou o Senhor pela glória de Jacó:
Certamente nunca me esquecerei de nenhuma das suas obras.
Am 8:8 Por causa disso não estremecerá a terra?
e não chorará todo aquele que nela habita?
Certamente se levantará ela toda como o Nilo,
e será agitada, e diminuirá como o Nilo do Egito.
Am 8:9 E sucederá, naquele dia, diz o Senhor Deus,
que farei que o sol se ponha ao meio dia,
e em pleno dia cobrirei a terra de trevas.
Am 8:10 E tornarei as vossas festas em luto,
e todos os vossos cânticos em lamentações;
porei saco sobre todos os lombos,
e calva sobre toda cabeça;
e farei que isso seja como o luto por um filho único,
e o seu fim como dia de amarguras.
Am 8:11 Eis que vêm os dias, diz o Senhor Deus,
em que enviarei fome sobre a terra;
não fome de pão, nem sede de água,
mas de ouvir as palavras do Senhor.
Am 8:12 Andarão errantes de mar a mar,
e do norte até o oriente; correrão por toda parte,
buscando a palavra do Senhor,
e não a acharão.
Am 8:13 Naquele dia as virgens formosas
e os mancebos desmaiarão de sede.
Am 8:14 Os que juram pelo pecado de Samária, dizendo:
Pela vida do teu deus, ó Dã;
e: Pelo caminho de Berseba; esses mesmos cairão,
e não se levantarão mais.
A busca pela palavra do Senhor naqueles dias seria intensa e de uma extremidade à outra, mas nada encontrariam.
Mesmo os jovens e vigorosos estariam no fim de suas forças (cf. Is 51.20) e desmaiariam de sede - isso inclui a sede física (cf. 4.7-8) e também a espiritual (8.11) – sem nada encontrarem.
No fim, cairiam todos os que juram:
·         Pelo pecado de Samaria.
·         Pela vida do teu deus, ó Dã.
·         Pelo caminho de Berseba.
No antigo Oriente Próximo, jurar por um deus significava tomar esse deus como seu. Os idólatras juravam pelo que não era deus (Jr 5.7), mas demônio (Dt 32.17). Os israelitas, no entanto, eram ordenados a jurar pelo Senhor (Dt 6.13; 10.20).
A Deus toda glória! p/ Daniel Deusdete
 http://www.jamaisdesista.com.br
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1 comentários:

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No entanto, lembre-se de juntar Cl 3:17 com 1 Co 10:31 :
devemos tudo fazer para a glória de Deus e em nome de Jesus! Deus o abençoe.