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domingo, 21 de junho de 2015

Amós 6 1-14 - ELES TRANSFORMAVAM O DIREITO EM VENENO E O FRUTO DA JUSTIÇA EM AMARGURA.

Como já dissemos, o livro de Amós é um livro que revela a severidade do julgamento divino por causa da infidelidade pactual em Israel e em Judá e declara a esperança de grande restauração depois da destruição e do exílio que estava se aproximando.
Estamos vendo agora a ver a parte III - ORÁCULOS CONTRA ISRAEL (3.1 6.14). Encontramos-nos na seção “B”, no capítulo 6.
B. A severidade do julgamento (5.1 6.7) - continuação.
Estamos vendo até ao verso 7, a severidade do julgamento. Num oráculo de lamentação (5.1-17) e em dois oráculos de angústia (5.18-27; 6.1-7), Amós expressou o quanto seriam terríveis os julgamentos que estavam por vir. Assim, também dividiremos essa seção “B”, em três partes: 1. Lamento pela virgem Israel (5.1-17) – já vimos; 2. Ai daqueles que desejam (5.18-27) – já vimos; e, 3. Ai dos complacentes (6.1-7) – veremos agora.
3. Ai dos complacentes (6.1-7).
Até o verso 7, estaremos vendo como é este ai dos complacentes. Em acréscimo ao "ai" pronunciado sobre aqueles que oravam e aguardavam pelo dia do Senhor, o profeta também declarou um "ai" sobre os habitantes complacentes da Samaria e de Sião, que se imaginavam salvos de qualquer mal. Era este o terceiro ai.
O ai era sobre aqueles que viviam sossegados em Sião e daqueles que estavam seguros no monte de Samaria. Eles se julgavam homens notáveis da primeira entre as nações (a frase também ocorre em Nm 24.20 - sobre Amaleque. Israel se tornou poderosa e próspera sob Jeroboão II e pode ter imaginado a si mesma como a primeira entre as nações), aos quais o povo de Israel recorria.
Como seus contemporâneos (veja, p. ex., Is 9.8-21; Os 6.11; Mq 1.3-5), Amós recebeu uma profecia que falava sobre ambos os reinos (cf. 2.4-5).
A palavra dizia para esses irem a Calné e olharem para ela. A identidade dessa cidade é incerta, mas pode ser a Calno que é mencionada em Is 10.9, a qual foi conquistada por Sargão II da Assíria em 710 a.C.
Depois deveriam prosseguir até a grande Hamate a qual era localizada ao norte de Dã no rio Orontes na Síria e teve o seu controle recuperado pelos israelitas por Jeroboão II (2Rs 14.23-28).
Em seguida até Gate. Uma das cinco maiores cidades da Filístia (1.8). Uzias a recuperou do controle sírio (2Rs 12.17; 2Cr 26.6).
Seriam esses territórios melhores ou maiores? Significa "sois melhores que estes reinos?" O paralelismo indica a resposta para ambas as perguntas. Os territórios dessas cidades não eram maiores do que Israel; então, a resposta para a segunda pergunta deve ser negativa.
A resposta implícita para a primeira pergunta retórica também deve ser negativa. Isso era trágico, pois com a revelação especial de Deus, Israel e Judá deveriam ser muitos melhores que esses outros reinos. Porém, se esses pagãos, não escapariam da conquista, Israel e Judá também não escapariam.
Israel havia entronizado a violência (p. ex., extorsão e abuso dos pobres) como estilo de vida, enquanto simultaneamente negava que o dia do mal, o dia do julgamento (cf. 5.13), estava por vir.
Em seguida, o profeta elenca uma série de características negativas deles pelos quais não haveriam de escapar e ainda serem os primeiros a irem ao cativeiro – vs. 4-6:
·         Deitavam-se em camas de marfim.
·         Espreguiçavam-se em seus sofás.
·         Comiam os melhores cordeiros e os novilhos mais gordos - esses bezerros eram mantidos no cevadouro onde eram engordados para ocasiões especiais. Esse era o alimento normal dos ricos da Samaria.
·         Dedilhavam em suas liras como Davi, ou cantavam à toa. O significado é incerto, mas (a julgar pelo cognato árabe – conforme a BEG) pode significar algo como "cantar canções fúteis". Essa comparação com Davi é intensamente irônica. As canções de Davi nunca foram fúteis, mas ele compôs muitos salmos para a glória do Senhor (cf. 2Sm 23.1).
·         Improvisavam instrumentos musicais.
·         Bebiam vinho em grandes taças (literalmente, "em bacias". A palavra hebraica faz referência a grandes bacias, como aquelas utilizadas para aspergir sangue sobre o altar - Lv 1.5,11. Elas eram aparentemente pesadas, feitas de metal valioso. Naassom ofereceu "uma bacia de prata, [do peso] de setenta siclos" - Nm 7.13 - para a consagração do altar do tabernáculo mosaico) e ungiam-se com os mais finos óleos, mas não se entristecem com a ruína de José.
A consequência disso é que iriam para o cativeiro e ainda na fileira da frente! Em hebraico, essa frase é um trocadilho com a expressão anterior "principal das nações" (6.1).
Os líderes da Samaria e de Jerusalém se imaginavam como os primeiros em importância, mas na verdade eles seriam os primeiros entres os prisioneiros.
C. A certeza do juramento divino (6.8-14).
Doravante, até o versículo 14, estaremos vendo a certeza do juramento divino.
Esse juramento é posicionado ao fim desses oráculos (3.1-6.14) porque ele representa a conclusão final do Senhor. Ele jurou que a cidade da Samaria seria destruída, fazendo com que esse resultado fosse inevitável. Os assírios realizaram isso em 722 a.C.
Diz a palavra que o Senhor soberano jurou por si mesmo. Para, essencialmente, a mesma frase, do juramento, veja 4.2; Gn 22.16; Êx 32.13; Is 45.23. Esse juramento declarava que a questão era irreversível (Hb 6.13-14), embora alguns detalhes (como? quando? quanto? precisamente para quem? etc.) pudessem variar.
Ele começa falando, em seu juramento, de sua ojeriza pela soberba de Jacó. Isso pode se referir ao orgulho dele, às coisas das quais ele tinha orgulho ou (mais provavelmente) a ambos. Também que ele odiava os seus palácios ou castelos. Logo, a cidade e tudo o que nela havia seria entregue aos invasores.
Ainda que se numa casa ficarem dez homens, também eles haveriam de morrer. O significado aqui não é claro. As possibilidades – conforme a BEG – são:
(1)   Apenas dez homens deixados numa casa grande e rica.
(2)   Apenas dez membros restantes de uma casa.
(3)   Apenas dez soldados (sendo as unidades de dez homens as menores do exército) deixados na única casa que restou.
Mais ainda que se um parente que tiver de queimar os corpos vier para tirá-los da casa e perguntar a alguém que ainda estiver escondido ali se haveria mais alguém com ele e a resposta fosse que não, ele diria “Calado! Não devemos sequer mencionar o nome do SENHOR”.
A BEG comentando este versículo nos diz que provavelmente a referência seja a uma mesma pessoa. Ele não veio para "queimar corpos", mas para fazer uma fogueira em honra dos mortos (cf. Jr 34.5).
Já o fato de não mencionar o nome do SENHOR, essa tradução dá a entender que seria perigoso mencionar o Senhor. Também pode ser traduzido "não invoques o nome do SENHOR" (veja Is 48.1).
Se essa ultima tradução está correta, significa que podemos invocar o nome do Senhor em circunstâncias normais, mas no dia do julgamento não devemos fazê-lo, pois o Deus da aliança viria para julgar o seu próprio povo. Particularmente, entendo que devamos invocar o Senhor em todo o tempo, quer seja estando em juízo ou não.
Salmos 145: 18 diz: “Perto está o SENHOR, de todos os que o invocam, de todos os que o invocam em verdade.” Em Lamentações 3:55-57 lemos: “Invoquei o teu nome, SENHOR, desde a mais profunda masmorra (cova, situação de morte, perigo, tristeza etc...). Ouviste a minha voz; não escondas o teu ouvido ao meu suspiro, ao meu clamor. Tu te aproximaste no dia em que te invoquei; e me disseste: Não temas.” e Salmos 116:3- 6 diz: “Os cordéis da morte me cercaram, e angústias do inferno se apoderaram de mim; encontrei aperto e tristeza. Então invoquei o nome do SENHOR, dizendo: Ó SENHOR, livra a minha alma. Piedoso é o SENHOR e justo; o nosso Deus tem misericórdia. O SENHOR guarda aos símplices; fui abatido, mas ele me livrou.”.
A ordem é do Senhor – vs. 11 – para ser destroçada, feita em pedaços, em ruínas, a casa grande e a pequena.
As referências não são à "casa de verão" e "casa de inverno" de 3.15, uma vez que ambas estas casas pertenciam aos ricos e imaginava-se que fossem "grandes". Na verdade, tanto as casas grandes dos ricos quanto as casas pequenas dos pobres seriam destroçadas pelo julgamento por vir. Aqui, como frequentemente no hebraico, a palavra "casa" pode ter a conotação secundária de "família".
O Senhor estava incitando a Assíria, o seu instrumento de julgamento, a se levantar contra Israel.
»AMÓS [6]
Am 6:1 Ai dos que vivem sossegados em Sião,
e dos que estão seguros no monte de Samária,
dos homens notáveis da principal das nações,
e aos quais vem a casa de Israel!
Am 6:2 Passai a Calné, e vede; e dali ide à grande Hamate;
depois descei a Gate dos filisteus;
porventura são melhores que estes reinos?
ou são maiores os seus termos do que os vossos termos?
Am 6:3 ó vós que afastais o dia mau
e fazeis que se aproxime o assento da violência.
Am 6:4 Ai dos que dormem em camas de marfim,
e se estendem sobre os seus leitos,
e comem os cordeiros tirados do rebanho,
e os bezerros do meio do curral;
Am 6:5 que garganteiam ao som da lira,
e inventam para si instrumentos músicos, assim como Davi; Am 6:6 que bebem vinho em taças,
e se ungem com o mais excelente óleo;
mas não se afligem por causa da ruína de José!
Am 6:7 Portanto agora irão em cativeiro
entre os primeiros que forem cativos;
e cessarão os festins dos banqueteadores.
Am 6:8 Jurou o Senhor Deus por si mesmo,
diz o Senhor Deus dos exércitos:
Abomino a soberba de Jacó,
e odeio os seus palácios;
por isso entregarei a cidade e tudo o que nela há.
Am 6:9 E se ficarem de resto dez homens numa casa, morrerão.
Am 6:10 Quando o parente de alguém, aquele que o queima,
o tomar para levar-lhe os ossos para fora da casa,
e disser ao que estiver no mais interior da casa:
Está ainda alguém contigo?
e este responder:
Ninguém; então lhe dirá ele:
Cala-te, porque não devemos f
azer menção do nome do Senhor.
Am 6:11 Pois eis que o Senhor ordena,
e a casa grande será despedaçada,
e a casa pequena reduzida a fragmentos.
Am 6:12 Acaso correrão cavalos pelos rochedos?
Lavrar-se-á ali com bois?
Mas vós haveis tornado o juízo em fel,
e o fruto da justiça em alosna;
Am 6:13 vós que vos alegrais de nada, vós que dizeis:
Não nos temos nós tornado poderosos
por nossa própria força?
Am 6:14 Pois eis que eu levantarei contra vós,
ó casa de Israel, uma nação, diz o Senhor Deus dos exércitos,
e ela vos oprimirá,
desde a entrada de Hamate até o ribeiro da Arabá.
O Senhor pergunta se acaso corriam os cavalos sobre os rochedos?  E se poderia alguém ará-los com bois? Obviamente, a resposta esperada é um enfático "Não!" É possível lavrar o solo fértil, não rochas; nem os cavalos poderiam correr em lugar tão perigoso.
Ainda sim:
·         Eles transformavam o direito em veneno.
·         Eles transformavam o fruto da justiça em amargura.
·         Eles se regozijam pela conquista de Lo-Debar (fazia fronteira com Gileade) e diziam: “Acaso não conquistamos Carnaim (uma cidade na planície de Basã, no caminho para Damasco) com a nossa própria força?”.
Mas aparentemente ambas foram retomadas das mãos de Hazael por Jeoás (2Rs 10.32-33; 13.25), porém mais tarde foram conquistadas pela Assíria (2Rs 15.29).
Os nomes significam, respectivamente, "nada" e "um par de chifres". Um trocadilho é pretendido, pelo qual Amós declarou que Israel se alegrou pela conquista de nada (pois a conquista de Lo-Debar, que logo seria tomada pela Assíria, foi efêmera) e disse, "Tomamos um par de chifres [símbolo de força militar no antigo Oriente Próximo; cf. 1 Rs 22.11] com nossas próprias forcas".
As conquistas israelitas não dariam em nada e suas forças desapareceriam antes do julgamento do Senhor.
A Assíria seria a nação que Deus levantaria contra a casa de Israel – vs. 14 – que os oprimiria desde a entrada de Hamate até o ribeiro da Arabá. Estas eram as fronteiras ao norte e ao sul do reino, como restauradas por Jeroboão II (2Rs 14.25).
A Deus toda glória! p/ Daniel Deusdete
http://www.jamaisdesista.com.br
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4 comentários:

Verifique os originais sagrados hebraícos, nomes corretos.

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No entanto, lembre-se de juntar Cl 3:17 com 1 Co 10:31 :
devemos tudo fazer para a glória de Deus e em nome de Jesus! Deus o abençoe.