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sexta-feira, 19 de junho de 2015

Amós 4 1-27 - ... PREPARA-TE PARA TE ENCONTRARES COM TEU DEUS ...

Como já dissemos, o livro de Amós é um livro que revela a severidade do julgamento divino por causa da infidelidade pactual em Israel e em Judá e declara a esperança de grande restauração depois da destruição e do exílio que estava se aproximando.
Estamos vendo ainda a parte III - ORÁCULOS CONTRA ISRAEL (3.1 6.14). Encontramos-nos na seção “A”, no capítulo 4.
A. A acusação de Israel (3.1 4.13) - continuação.
Estamos vendo a acusação de Israel. O profeta estabeleceu seus argumentos sobre duas ações judiciais contra a nação (3.1-15; 4 1-13), que, justamente, formou nossa subdivisão didática: 1. O primeiro processo da aliança (3.1-15) – já vista; 2. O segundo processo da aliança (4.1-13) – veremos agora.
2. O segundo processo da aliança (4.1-13).
Neste capítulo de apenas treze versículos, veremos o segundo processo da promessa. Amós descreveu a segunda ação judicial contra Israel, o qual estabeleceu a razão de Deus para enviar os assírios contra o reino de norte.
Até o versículo cinco, veremos que Deus acusou os habitantes da Samaria de pecados sociais e religiosos.
Ele começa dizendo para as vacas de Basã ouvirem a sua palavra, ou seja, ele está se dirigindo às mulheres ricas de Samaria, que haviam sido mimadas como o gado de primeira qualidade de Basã, uma área fértil a oeste do Jordão. Basã anteriormente havia sido o reino de Ogue (Nm 21.33-35).
As vacas de Basã:
·         Estavam no monte de Samaria.
·         Oprimiam os pobres.
·         Esmagavam os necessitados,
·         Diziam aos seus maridos (literalmente, "senhor", uma palavra hebraica que indica um homem de alta posição social): Dai cá, e bebamos.
Eraessa uma sentença severa contras as mulheres de Samaria que estava sendo anunciada quando jurou o SENHOR Deus, pela sua santidade – vs. 2. A mesma frase aparece em SI 89.35. Ela indica (conforme a BEG) a fidelidade do Senhor para cumprir a sua promessa, seja para bênção ou para maldição.
Nenhuma promessa poderia ser maior ou mais definitiva. O exílio dessas mulheres ricas de Samaria seria irreversível. Veja Hb 6.13-14. Os dias estariam vindo em que elas seriam levadas com anzóis, com fisga de pesca. Com frequência, os assírios conduziam prisioneiros de guerra por cordas presas a anéis ou ganchos no nariz ou nos lábios deles.
Amós continua a falar para as mulheres, e não para a nação como um todo, que seriam lançadas para a direção do Hermom. Segundo algumas versões antigas – conforme a BEG -, Hermom é tomado como um local, no entanto, com uma divisão diferente das palavras em hebraico (veja a Septuaginta) poder-se-ia ser “ó montanha de opressão” ao invés de monte Hermom.
No verso 4, o profeta fala a toda a população de Samaria, tanto homens como mulheres. Ele zombou das práticas religiosas deles, acusando-os de pecados sérios.
Tanto Betel (Gn 28.10-22) quando Gilgal (Is 4.19-20) eram cidades importantes na história antiga de Israel e também importantes locais de culto.
Durante o período dos juízes (Jz 20.18,26), Betel havia sido um santuário, e Samuel julgou lá e também em Gilgal (1 Sm 7.16). Ambas eram importantes centros de adoração nos dias de Amós (cf. 5.5; Os 4.15; 9.15; 12.22).
Eles ofereceriam os seus sacrifícios cada manhã e os seus dízimos no terceiro dia, ou a cada três dias. Embora a palavra hebraica para "dia" possa ser usada para um ano, geralmente o contexto deixa claro quando está sendo usada dessa maneira.
Aqui, três dias parecem ser uma crítica irônica à observância religiosa de Israel, que ia além do que pedia a lei. As pessoas eram entusiasmadas com os rituais, mas não tinham um relacionamento vivo com Deus. Eles tinham uma forma de religião, enquanto implicitamente negavam o seu poder.
Eles ficavam oferecendo sacrifício de louvores do que era levedado, mas a aliança deixava claro que os israelitas não deveriam cozer pão levedado (Lv 2.11; 6.17; 7.12), pelo contrário, pão ázimo deveria ser utilizado como uma lembrança do pão ázimo que eles haviam preparado antes de sair do Egito.
Aqui, ironicamente, o povo está sendo ordenado a continuar em desobediência apregoando ofertas voluntárias e publicando-as porque disso é que gostavam. Amós apontou a hipocrisia dos israelitas que se vangloriavam de sua piedade hipócrita.
A frase “porque disso gostais” pode significar "Esta é a maneira como vocês gostam de fazer". Entretanto, no antigo Oriente Próximo, o termo "gostar" tinha significado especial nas alianças: ele indicava um amor pelo soberano que exigia obediência (cf. Jo 14.15: "Se me amais, guardareis os meus mandamentos"). Então, aqui, esta parece ser a crítica: "Esta é a maneira pela qual me amam: desobedecendo às minhas ordens".
Dos versos 6 ao 11, veremos que essa seção é um resumo histórico do que o Senhor havia feito para alertar o seu povo e chamar a atenção deles para si. Todos os desastres mencionados haviam sido ameaçados na aliança com Moisés (Dt 28).
Israel deveria ter percebido o que estava acontecendo e ter se arrependido. No entanto, o povo não o fez; por isso a repetição – 5 vezes apenas neste capítulo - "não vos convertestes a mim" (4.6,8-11).
O Senhor literalmente os deixou passar fome justamente para enfatizar esse alerta a eles. O Senhor destacou o seu próprio papel em alertá-los, assim como para mostrar que ele havia feito tudo quanto podia, inclusive, os dentes deles estavam limpos, ou seja, não tinham nada para comer. A aliança original alertava para fome e necessidade (Dt 28.47-48) como punição para a desobediência.
Além da fome, o Senhor reteve a chuva – vs. 7 e 8. As chuvas de inverno que normalmente caíam entre outubro e fevereiro eram essenciais para as plantações começarem bem o seu ciclo de crescimento. As chuvas da primavera, ou "atrasadas", de março e abril, iriam prover a água necessária para o crescimento.
O Senhor havia prometido essas chuvas enquanto Israel obedecesse às suas ordens (Lv 26 3-4), mas ele também alertou que reteria as chuvas caso o seu povo escolhesse a desobediência (Lv 26.18-19; Dt 28.23-24).
A fome e a sede eram muito intensas, mas mesmo assim, não se voltavam para Deus que sobre essas coisas tinha o poder – vs. 8.
Além disso, ainda o Senhor os castigou com crestamento e ferrugem. Compare com Ag 2.17. O Senhor ameaçou aqueles que faziam parte da aliança (Dt 28.22).
Até os gafanhotos foram usados. Em hebraico, a palavra significa "o tosquiador/cortador". O gafanhoto era um inseto devorador e devastador (cf. JI 1.4; 2.25).
Ironicamente, a punição descrita aqui é igual àquela que o Senhor infligiu ao Egito (SI 105.34-35), cujo Faraó estava em rebelião contra Deus. Israel, semelhantemente rebelada, recebeu a mesma punição e, assim como o Faraó, não se arrependeu.
Também sobre eles enviou pragas, pestes como no Egito. Na sua aliança com Israel, o Senhor também havia ameaçado enviar pestilência (Dt 28.21), juntamente com todas as doenças do Egito (Dt 28.60) que ele havia infligido antes do êxodo (Êx 7.14-12.30).
Também aos seus jovens matou-os à espada. Essa frase também tem uma relação com a aliança em Ex 22.24, onde o Senhor ameaçou "matar [Israel] à espada" caso o seu povo oprimisse os fracos e indefesos.
A situação ficou tão intensa que os mortos causavam mau cheiro em seus acampamentos, mesmo assim, não se voltavam para Deus que sobre essas coisas tinha poder e controle absoluto.
Até cidades foram destruídas – vs. 11 - como Deus subverteu a Sodoma e Gomorra. A frase está fundamentada na advertência pactual ao povo de Deus em Dt 29.23, onde Sodoma e Gomorra eram (como aqui) um modelo para o julgamento de Israel.
A mesma frase é usada em oráculos contra a Babilônia (Is 13.19; Jr 50.40) e Edom (Jr 49.18). O Senhor destruiu Sodoma e Gomorra com uma chuva cataclísmica de enxofre por causa dos pecados deles (Gn 19.24-25).
Deus estava dizendo que ele havia subvertido alguns de Israel com igual eficácia, embora por meios diferentes; ou seja, as maldições da aliança, já descritas e cumpridas em 4.6-10.
O castigo foi tão implacável que até ficaram como um tição arrebatado da fogueira - compare com Zc 3.2 -, no entanto, ainda assim eles não se voltaram para ele.
Em virtude disso, e por isso, foi que Deus os castigou e ainda os castigaria mais ainda.
Temos de considerar que o hebraico é ambíguo e essa frase “... porque isso te farei”, ou “porque isso pe o que eu fiz para vocês” – vs. 12 - pode indicar que, como o Senhor já havia se mostrado completamente preparado para levar em frente as maldições de sua aliança, o povo deveria igualmente se preparar para se encontrar com o seu Deus.
Interessante observar que dentro do mesmo versículo 12, a frase “prepara-te ó Israel para te encontrares com teu Deus” deriva de Ex 19.15-17, onde, após um período de três dias de santificação ("Estai prontos... ao encontro de Deus"), o povo foi ao monte Sinai para encontrar-se com o Deus que estava vindo em punição por causa da quebra da aliança por parte deles.
»AMÓS [4]
Am 4:1 Ouvi esta palavra, vós,
vacas de Basã,
que estais no monte de Samária,
que oprimis os pobres,
que esmagais os necessitados,
que dizeis a vossos maridos:
Dai cá, e bebamos.
Am 4:2 Jurou o Senhor Deus,
pela sua santidade,
que dias estão para vir sobre vós,
em que vos levarão com anzóis,
e aos que sairdes por último com anzóis de pesca.
Am 4:3 E saireis pelas brechas,
cada qual em frente de si,
e sereis lançadas para Harmom, diz o senhor.
Am 4:4 Vinde a Betel, e transgredi;
a Gilgal, e multiplicai as transgressões;
e cada manhã trazei os vossos sacrifícios,
e de três em três dias os vossos dízimos.
Am 4:5 E oferecei sacrifício de louvores
do que é levedado,
e apregoai ofertas voluntárias,
publicai-as; pois disso gostais,
ó filhos de Israel, diz o Senhor Deus.
Am 4:6 Por isso também vos dei limpeza de dentes
em todas as vossas cidades,
e falta de pão em todos os vossos lugares;
contudo não vos convertestes a mim, diz o Senhor.
Am 4:7 Além disso, retive de vós a chuva,
quando ainda faltavam três meses para a ceifa;
e fiz que chovesse sobre uma cidade,
e que não chovesse sobre outra cidade;
sobre um campo choveu, mas o outro,
sobre o qual não choveu, secou-se.
Am 4:8 Andaram errantes duas ou três cidades,
indo a outra cidade para beberem água,
mas não se saciaram;
contudo não vos convertestes a mim, diz o Senhor.
Am 4:9 Feri-vos com crestamento e ferrugem;
a multidão das vossas hortas,
e das vossas vinhas,
e das vossas figueiras,
e das vossas oliveiras,
foi devorada pela locusta;
contudo não vos convertestes a mim, diz o Senhor.
Am 4:10 Enviei a peste contra vós, à maneira de Egito;
os vossos mancebos matei à espada,
e os vossos cavalos deixei levar presos,
e o fedor do vosso arraial fiz subir aos vossos narizes;
contudo não vos convertestes a mim, diz o Senhor.
Am 4:11 Subverti alguns dentre vós,
como Deus subverteu a Sodoma e Gomorra,
e ficastes sendo como um tição arrebatado do incêndio;
contudo não vos convertestes a mim, diz o Senhor.
Am 4:12 Portanto assim te farei,
ó Israel, e porque isso te farei,
prepara-te, ó Israel,
para te encontrares com o teu Deus.
Am 4:13 Porque é ele o que forma os montes,
e cria o vento,
e declara ao homem qual seja o seu pensamento,
o que faz da manhã trevas,
e anda sobre os lugares altos da terra;
o Senhor, o Deus dos exércitos é o seu nome.
Esse versículo 13 está na forma de uma série de títulos ou epítetos que glorificam as ações ou os poderes de um deus ou rei. Aqui eles descrevem o grande Rei, que é abundantemente capaz de levar em frente as maldições que ele havia originalmente ameaçado na aliança. Para a forma, veja Is 44.24-28 e, ironicamente, Am 4.1.  
O SENHOR, o Deus dos Exércitos, é o seu nome:
·         Aquele que forma os montes.
·         Que cria o vento.
·         Que revela os seus pensamentos ao homem.
·         Aquele que transforma a alvorada em trevas.
·         Pisa sobre as montanhas da terra.
A Deus toda glória! p/ Daniel Deusdete
http://www.jamaisdesista.com.br
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No entanto, lembre-se de juntar Cl 3:17 com 1 Co 10:31 :
devemos tudo fazer para a glória de Deus e em nome de Jesus! Deus o abençoe.