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sexta-feira, 27 de março de 2015

Lamentações 2:1-22 - A IRA DO SENHOR CONTRA JUDÁ.

Estamos refletindo no livro de Lamentações o qual é composto de cinco poemas distintos que representam os lamentos (tanto da comunidade, quanto do indivíduo) que possuem as seguintes características:
·         Queixas sobre a adversidade.
·         Confissão de confiança.
·         Súplica por livramento.
·         Confiança na resposta de Deus — com frequência incluindo a certeza de que os inimigos e perseguidores iriam, por sua vez, defrontar-se com a sua ira (veja, p. ex., SI 74).
Este livro se propõe a expressar e orientar outros em seus lamentos sobre as terríveis condições impostas sobre Jerusalém e sobre o povo de Deus pelos babilônicos. Agora veremos o segundo capítulo.
II. A ira do Senhor contra Judá (2.1-22)
Nesse capítulo, veremos a ira de Deus contra Judá. Ele é o segundo lamento sobre a situação de Jerusalém. Enfoca o julgamento e a ira de Deus contra a nação.
Ele começa dizendo que cobriu de nuvens a sua ira, ou seja, faz uma referência à nuvem de glória que pairava sobre Jerusalém, dessa vez em ira, em vez de proteção (Is 4.5; Ez 1).
Com a sua ira, não veio a lembrança do que estaria sob o escabelo de seus pés, isto é, não agiu em benefício da cidade. Surpreendente para Judá, a promessa de Deus a Davi parecia estar invalidada (Sl 89, especialmente os vs. 38-51). O que estaria sob o escabelo de seus pés, ou sob o estrado de seus pés? Seria uma imagem que descreve a arca da aliança (1 Cr 28.2; SI 132.7) e Sião (SI 99.5,9; veja também Is 66.1, onde a imagem se refere também a Jerusalém).
Isaías havia garantido a proteção de Deus a Sião (p. ex., 37.35), e Judá havia se comportado como se essa promessa fosse incondicional, esquecendo-se de sua obrigação de guardar a aliança com Deus.
O Senhor devorou, sem piedade, todas as moradas de Jacó e suas fortalezas, ou seja, a destruição das cidades de Judá representou a maldição de Deus sobre a sua infidelidade (Lv 26.31,33). Ele as abateu até ao pó e tratou como profanos, o reino e seus príncipes.
Judá perdeu sua força e prosperidade (contraste com o v. 17; Sm 2.1) e não pode ser páreo ao arco entesado do Senhor que sobre ela derramou o seu furor. O seu alvo eram os profetas, Judá (e Israel) (cf. Os 5.10; veja Jr 6.11; 7.20). Esse verso 4 é uma metáfora da guerra santa, mais frequentemente usada com referência ao julgamento de Deus sobre as nações (SI 69.24).
Deus usou os inimigos de Judá como seus instrumentos para proferir julgamento contra o seu desobediente povo da aliança (cf. 1.15). Ele multiplicou na filha de Judá - sinónimo de "Filha de Sião" – o pranto e a lamentação.
Nada escapou da destruição. Nem o seu tabernáculo, nem o lugar de sua congregação, nem o templo, nem o altar ou mesmo o seu santuário. O julgamento de Deus destruiu não apenas o lugar da sua morada, mas o meio pelo qual Israel se aproximava dele em adoração. Os gritos dos inimigos triunfantes substituíram os gritos das assembleias em adoração.
Eles até achavam que por causa das coisas sagradas que eles tinham em especial e diferentemente de todas as outras nações e povos, eles estariam protegidos como se fosse tudo aquilo um amuleto forte contra todo mal, no entanto, se esqueceram do principal, da aliança com seu Deus. De nada valia tudo aquilo sem qualquer compromisso com Deus.
Como se fazendo um levantamento da cidade para destruição (cf. Is 34.11; Am 7.7ss.), o Senhor estendeu o seu cordel – vs. 8 – sobre o muro da filha de Sião abalando todas as suas estruturas e rompendo todas as suas defesas.
Como o rei e o povo haviam sido exilados e viviam em servidão, eles não tinham mais possibilidade de observar muitos mandamentos da lei. A lei em si não havia sido anulada (cf. Mt 5.17-19), mas essa situação contingencial fazia com que não somente a lei, mas também as visões e os profetas, estivessem todos destruídos. Não apenas o templo foi destruído, mas a visão profética também havia cessado (veja 1Sm 3.1; Jr 8.8-10; 18.18).
Em profundo lamento – vs. 10 – estavam os anciãos da filha de Sião calados e com pós sobre as suas cabeças, cingidos de cilicio. Era essa uma descrição de lamento típica do Antigo Testamento (1.4; Jó 2.12ss.).
O profeta também se expressa com lágrimas consumindo os seus olhos, numa expressão clara da empatia do profeta pela agonia do povo de Deus (cf. Jr 4.19; 9; Mq 1.8), onde até desfalecem os meninos e crianças de peito. Essas imagens de devastação focalizam as crianças em sofrimento e morrendo (cf. v. 20).
Diante de tanta desgraça ao se desfalecerem e ao verem seus corpos mortos e atirados no chão como sementes, eles perguntam onde está o trigo e o vinho, ou o sustento e a alegria?
À vista de todas essas coisas o que poderia ser dito? Ou, que poderei dizer em seu benefício? Ou, o que poderei dizer sobre as calamidades suportadas por Judá?  
Eles tinham crido nas visões falsas dos falsos profetas. Falsas profecias haviam sido e continuavam a ser uma questão decisiva na história de Israel (p. ex., Dt 18.21ss.; Jr 5.12ss.; 23.9-40; 28). O que fazer então, se há falsos profetas? O fato é que esses profetas falsos foram enviados por causa da grande procura deles por haverem rejeitado ao Senhor que lhes falava de dia e de noite, mas não era ouvido.
Agora – vs. 15 – a desgraça deles era a alegria de toda a terra. A beleza do lugar escolhido de Deus é descrita de modo extravagante (veja SI 48.2; 50.2) por aqueles que zombavam da ruína e da agonia de Jerusalém.
Deus (vs. 2,5) usou os inimigos de Judá para exercer julgamento contra o seu povo desobediente. As nações erroneamente atribuíram a vitória à sua própria força.
Os propósitos de julgamento de Deus já haviam sido declarados há muito tempo nas maldições da aliança (veja Lv 26.23-39; Dt 28.15-68); Deus havia cumprido a sua palavra (vs. 3).
Agora o coração de Jerusalém clama ao Senhor reconhecendo Deus como a verdadeira muralha que deveria ser invocada nessas horas – vs.17. A muralha é personificada; o símbolo da força da cidade é convocado para chorar pelo sofrimento do seu povo. O impacto dessa imagem é intensificado pela ironia de que a muralha construída para proteger a cidade era inútil e não podia fazer nada, a não ser chorar. Já o Senhor, sim, esse seria uma muralha a qual tinham desprezado.
Embora já sofrendo grande mal, deveriam orar e buscar ao Senhor e clamarem de dia e de noite - Dt 28.67. Clamarem desesperadamente pelos seus filhinhos – vs. 19.
Hão de as mulheres comer o fruto de si mesmas – vs. 20? O tema do sofrimento alcança aqui o seu clímax no repugnante canibalismo praticado dentro das famílias judaicas (Jr 19.9). O poeta está chocado não apenas pela depravação das mulheres judaicas comendo os próprios filhos, mas, também, pela disposição de Deus em mandar maldição tão extrema sobre Judá. O poder desse apelo a Deus é enfatizado quando o próprio relacionamento paternal de Deus com o seu povo escolhido é considerado.
Tanto o moço e o velho eram alvos da destruição, da tragédia da morte na juventude ou no apogeu da vida em oposição à bênção de atingir uma idade avançada (Jó 42.17). Foram todos mortos no dia da ira; foram trucidados sem misericórdia.
Calamidades, em vez de celebrações, afluem à cidade. As metáforas do terror banqueteando-se sobre Jerusalém retomam as imagens de canibalismo (v. 19) e do povo de Deus sendo devorado (vs. 2,5,16).
Era esse o dia da ira de Deus. O poema termina onde começou, sem alívio do quadro sombrio.
Lm 2:1 Como cobriu o Senhor de nuvens na sua ira a filha de Sião!
derrubou do céu à terra a glória de Israel,
e no dia da sua ira não se lembrou do escabelo de seus pés.
Lm 2:2 Devorou o Senhor sem piedade todas as moradas de Jacó;
derrubou no seu furor as fortalezas da filha de Judá;
abateu-as até a terra.
Tratou como profanos o reino e os seus príncipes.
Lm 2:3 No furor da sua ira cortou toda a força de Israel;
retirou para trás a sua destra de diante do inimigo;
e ardeu contra Jacó, como labareda de fogo
que tudo consome em redor.
Lm 2:4 Armou o seu arco como inimigo,
firmou a sua destra como adversário,
e matou todo o que era formoso aos olhos;
derramou a sua indignação como fogo
na tenda da filha de Sião.
Lm 2:5 Tornou-se o Senhor como inimigo;
devorou a Israel, devorou todos os seus palácios,
destruiu as suas fortalezas,
e multiplicou na filha de Judá o pranto
e a lamentação.
Lm 2:6 E arrancou a sua cabana com violência,
como se fosse a de uma horta;
destruiu o seu lugar de assembléia;
o Senhor entregou ao esquecimento em Sião
a assembléia solene e o sábado;
e na indignação da sua ira rejeitou com desprezo
o rei e o sacerdote.
Lm 2:7 Desprezou o Senhor o seu altar,
detestou o seu santuário;
entregou na mão do inimigo os muros dos seus palácios;
deram-se gritos na casa do Senhor,
como em dia de reunião solene.
Lm 2:8 Resolveu o Senhor destruir o muro da filha de Sião;
estendeu o cordel, não reteve a sua mão de fazer estragos;
fez gemer o antemuro e o muro;
eles juntamente se enfraquecem.
Lm 2:9 Sepultadas na terra estão as suas portas;
ele destruiu e despedaçou os ferrolhos dela;
o seu rei e os seus príncipes estão entre as nações;
não há lei;
também os seus profetas não recebem visão alguma
da parte do Senhor.
Lm 2:10 Estão sentados no chão os anciãos da filha de Sião,
e ficam calados; lançaram pó sobre as suas cabeças;
cingiram sacos; as virgens de Jerusalém abaixaram
as suas cabeças até o chão.
Lm 2:11 Já se consumiram os meus olhos com lágrimas,
turbada está a minha alma,
o meu coração se derrama de tristeza
por causa do quebrantamento da filha do meu povo;
porquanto desfalecem os meninos
e as crianças de peito pelas ruas da cidade.
Lm 2:12 Ao desfalecerem, como feridos, pelas ruas da cidade,
ao exalarem as suas almas no regaço de suas mães,
perguntam a elas:
Onde está o trigo e o vinho?
Lm 2:13 Que testemunho te darei, a que te compararei,
ó filha de Jerusalém?
A quem te assemelharei, para te consolar,
ó virgem filha de Sião?
pois grande como o mar é a tua ferida;
quem te poderá curar?
Lm 2:14 Os teus profetas viram para ti visões falsas e insensatas;
e não manifestaram a tua iniqüidade,
para te desviarem do cativeiro;
mas viram para ti profecias vãs
e coisas que te levaram ao exílio.
Lm 2:15 Todos os que passam pelo caminho batem palmas contra ti;
eles assobiam e meneiam a cabeça sobre a filha de Jerusalém,
dizendo:
E esta a cidade que denominavam a perfeição da formosura,
o gozo da terra toda?
Lm 2:16 Todos os teus inimigos abrem as suas bocas contra ti,
assobiam, e rangem os dentes; dizem:
Devoramo-la;
certamente este e o dia que esperávamos;
achamo-lo, vimo-lo.
Lm 2:17 Fez o Senhor o que intentou;
cumpriu a sua palavra, que ordenou
desde os dias da antigüidade;
derrubou, e não se apiedou;
fez que o inimigo se alegrasse por tua causa,
exaltou o poder dos teus adversários.
Lm 2:18 Clama ao Senhor, ó filha de Sião;
corram as tuas lágrimas, como um ribeiro, de dia e de noite;
não te dês repouso, nem descansem os teus olhos.
Lm 2:19 Levanta-te, clama de noite no princípio das vigias;
derrama o teu coração como águas diante do Senhor!
Levanta a ele as tuas mãos, pela vida de teus filhinhos,
que desfalecem de fome à entrada de todas as ruas.
Lm 2:20 Vê, ó Senhor, e considera a quem assim tens tratado!
Acaso comerão as mulheres o fruto de si mesmas,
as crianças que trazem nos braços?
ou matar-se-á no santuário do Senhor o sacerdote e o profeta?
Lm 2:21 Jazem por terra nas ruas o moço e o velho;
as minhas virgens e os meus jovens vieram a cair à espada;
tu os mataste no dia da tua ira;
trucidaste-os sem misericórdia.
Lm 2:22 Convocaste de toda a parte os meus terrores,
como no dia de assembléia solene;
não houve no dia da ira do Senhor
quem escapasse ou ficasse;
aqueles que eu trouxe nas mãos e criei,
o meu inimigo os consumiu.
Podemos ver quão terrível foi a situação de Judá, de Jerusalém, de Israel e de todo o povo de Deus no dia da ira de Deus. Por haverem rejeitado a Deus, conseguiram para si profetas que lhes atendeu o seu ventre com mensagens vindas do inferno para infernizarem as suas próprias vidas.
Se há no mundo atual, século XXI, alguma ordem e decência e progresso, isso é por causa da grande graça e misericórdia de um Deus paciente. A história também registra que não devemos abusar disso.
A Deus toda glória! p/ Daniel Deusdete
http://www.jamaisdesista.com.br
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No entanto, lembre-se de juntar Cl 3:17 com 1 Co 10:31 :
devemos tudo fazer para a glória de Deus e em nome de Jesus! Deus o abençoe.