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quarta-feira, 25 de março de 2015

Jeremias 52:1-34 - O CATIVEIRO DE JUDÁ NA BABILÔNIA.



Terminaremos agora o livro de Jeremias. Estaremos vendo a décima oitava parte – a última - de nossa divisão proposta de dezoito delas, nos baseando na estruturação apresentada pela BEG. Estamos no capítulo 52.
XVIII. EXÍLIO E LIBERTAÇÃO DA PRISÃO (52.1-34)
Embora o povo de Deus tivesse sido exilado, evidências de bênçãos futuras podiam ser observadas nos acontecimentos que ocorriam na Babilônia.
O último capítulo de Jeremias descreve a queda de Jerusalém e relembra como muitas das suas profecias já haviam se cumprido. Apesar de sua mensagem de julgamento divino pelo pecado, essa passagem é muito semelhante a II Re 24:18-25:22; 27:30.
É provável que os dois livros tenham usado a mesma fonte, apesar de Jeremias ser mais completo em certas partes e dar mais atenção a alguns detalhes.
Como o livro de II Reis, Jeremias termina em tom de esperança chamando a atenção para a misericórdia demonstrada a Joaquim, o rei de Judá, enquanto este se encontrava exilado na Babilônia – 52:31-34; II Re 25:27-30.
A queda de Jerusalém e o cativeiro de Judá.
Dos versos 1 ao 30, veremos a queda de Jerusalém e o cativeiro de Judá, conforme se encontram também nos textos paralelos de II Re 24:18 a 25:22; II Cr 36:10 a 21; Jr 39:1 a 10.
Em um mapa intitulado “Exílio de Judá”, p. 524, da BEG, temos um breve resumo do exílio, com alguns detalhes interessantes, conforme a seguir:
Exílio de Judá
A cidade de Jerusalém começou a ser cercada em janeiro de 587 a.C., e o cerco durou dezoito meses (II Cr 36:13-21; Jr 21: 1-10; 34:1-5; 39:1-10; 52:4-11; Ez 24:2). A cidade foi conquistada e o templo destruído (o livro de Lamentações expressa poeticamente a consternação e o desconcerto produzidos por esses dolorosos acontecimentos – veremos em seguida).
Os judeus perderam a sua independência e foram levados como prisioneiros para a Babilônia. Ali ficaram até 538 a.C., quando Ciro, o rei persa, conquistou a Babilônia e mandou os judeus de volta para a sua terra.
Os exilados de Judá foram levados à grande cidade de Babilônia que Nabucodonosor havia construído. A cidade interna era protegida por largo fosso e paredes duplas revestidas de ladrilhos (de 3,7m e 6,5m de largura), com espaço entre elas para uma estrada militar no nível do parapeito.
Das oito grandes portas, a mais conhecida é a Porta de Istar, construída em honra ao deus babilónico Marduque. O pórtico era decorado com fileiras de touros (símbolo do deus Bel) alternadas com fileiras de dragões (símbolo do deus Marduque), feitas de tijolo esmaltado.
A rua das procissões (pela qual eram transportadas as estátuas dos deuses no festival do ano novo) levava da porta até o centro da cidade e aos grandes templos. As paredes eram de ladrilho azul esmaltado, com relevos de leões (símbolo da deusa Istar) em vermelho, amarelo e branco.
A Babilônia tinha cerca de cinquenta e três templos, um grande templo-torre (zigurate) e uma cidadela com o complexo de palácios. Daniel foi levado para ali para que se unisse à corte do rei.
A rebelião de Zedequias contra o rei da Babilônia provocou o ataque dos babilônios. O resultado foi a destruição de Jerusalém – inclusive do templo – e a deportação de Zedequias e da maioria do povo de Judá.
O ano era de 586 a.C. e apesar de ser um vassalo nomeado por Nabucodonosor, Zedequias se juntou ao Egito e outras nações numa conspiração contra os babilônios – Jr 27:3-8; Ez 17:11-21.
A decisão infeliz do rei de Judá de se rebelar contra a Babilônia pode ter recebido o incentivo de Faraó Ofra – Apries – que subiu ao poder em 589 a.C.
Foram quase dois anos exatos do cerco dos babilônios contra Jerusalém, aproximadamente uns 539 dias contados de 10 do 10 do ano 9 até 9 de 4 do ano 11. A fome apertou e não havia pão para comerem. Foi nesse momento que a cidade foi arrombada e alguns deles fugiram, inclusive o rei.
No entanto, foram alcançados, presos e fizeram subir o rei de Judá ao rei da Babilônia, a Ribla e ali foi pronunciada a sentença contra Zedequias. Seus filhos foram mortos à espada às suas vistas e Zedequias teve os seus olhos vazados e seus pés presos em cadeias e assim levados cativos para a Babilônia.
Se Zedequias tivesse ouvido os profetas Jeremias e Ezequiel – Jr 38:14-28; Ez 12:13 -, nada disso teria acontecido a ele. Jeremias tinha tentado convencer o rei a se render, pois o julgamento do Senhor era inevitável.
Quem sabe uma rendição pacífica teria poupado tanto a Jerusalém quanto ao templo? A sua rebeldia trouxe consequências terríveis tanto a ele quanto a sua família e ao povo sofrido de Judá. Ao final morre na Babilônia – Jr 52:11.
Oito anos após isso, no décimo dia do quinto mês do ano décimo nono – vs. 12 (em II Re 25:8, o dia era o sétimo e não o décimo – provavelmente algum erro em nossas traduções), Nebuzaradã, chefe da guarda e servidor do rei da Babilônia, veio a Jerusalém e queimou a Casa do Senhor, a casa do rei, todas as casas da cidade, além de todos os edifícios importantes. Saquearam o templo e levaram consigo tudo o que tinha valor e era de ouro ou de prata e bronze. Ainda derrubaram os muros em redor de Jerusalém.
Nebuzaradã ainda levou cativos mais gente do povo que tinha ficado na cidade, principalmente líderes do alto escalão e militares e somente deixou ali dos mais pobres da terra como vinheiros e lavradores. Como governador deles, deixou o rei da Babilônia a Gedalias, filho de Aicão, filho de Safã.
Quando os que foram levados cativos chegaram a Ribla, o rei da Babilônia foi implacável com eles e os mataram todos os militares e os que tinham poder e influência nos escalões de liderança de Judá.
Dos vs. 28 ao 30, temos as duas mais uma deportações mais importantes de judaítas para a Babilônia que totalizaram 4.600 (3023+832+745) pessoas sendo levadas em cativeiro:
1.      A primeira em 597 a.C. – “no sétimo ano” – 3023 judeus.
2.      A segunda em 586 a.C. – “no décimo oitavo ano” – contrastar com “no ano décimo nono”, no vs. 12, que usa um sistema diferente de contagem. Foram levadas 832 pessoas.
3.      A terceira – “no ano vigésimo terceiro” - uma deportação menor também é mencionada, sendo resultante de uma ofensa da qual não se tem registro. Foram levadas 745 pessoas.
Jr 52:1 Era Zedequias da idade de vinte e um anos quando começou a reinar,
e reinou onze anos em Jerusalém.
O nome de sua mãe era Hamutal, filha de Jeremias, de Libna.
Jr 52:2 E fez o que era mau aos olhos do Senhor,
conforme tudo o que fizera Jeoiaquim.
Jr 52:3 Pois por causa da ira do Senhor,
chegou-se a tal ponto em Jerusalém
e Judá que ele os lançou da sua presença.
E Zedequias rebelou-se contra o rei de Babilônia.
Jr 52:4 No ano nono do seu reinado, no mês décimo,
no décimo dia do mês, veio Nabucodonosor, rei de Babilônia,
contra Jerusalém, ele e todo o seu exército,
e se acamparam contra ela,
e contra ela levantaram tranqueiras ao redor.
Jr 52:5 Assim esteve cercada a cidade,
até o ano undécimo do rei Zedequias.
Jr 52:6 No quarto mês, aos nove do mês,
a fome prevalecia na cidade, de tal modo que não havia pão
para o povo da terra.
Jr 52:7 Então foi aberta uma brecha na cidade;
e todos os homens de guerra fugiram,
e saíram da cidade de noite, pelo caminho da porta
entre os dois muros,
a qual está junto ao jardim do rei,
enquanto os caldeus estavam ao redor
da cidade; e foram pelo caminho da Arabá.
Jr 52:8 Mas o exército dos caldeus perseguiu o rei,
e alcançou a Zedequias nas campinas de Jericó;
e todo o seu exército se espalhou, abandonando-o.
Jr 52:9 Prenderam o rei, e o fizeram subir ao rei de Babilônia
a Ribla na terra de Hamate,
o qual lhe pronunciou a sentença.
Jr 52:10 E o rei de Babilônia matou os filhos de Zedequias
à sua vista; e também matou a todos os príncipes de Judá
em Ribla.
Jr 52:11 E cegou os olhos a Zedequias;
e o atou com cadeias; e o rei de Babilônia
o levou para Babilônia,
e o conservou na prisão até o dia da sua morte.
Jr 52:12 No quinto mês, no décimo dia do mês,
que era o décimo nono ano do rei Nabucodonosor, rei de Babilônia,
veio a Jerusalém Nebuzaradão, capitão da guarda,
que assistia na presença do rei de Babilônia.
Jr 52:13 E queimou a casa do Senhor, e a casa do rei;
como também a todas as casas de Jerusalém, todas as casas
importantes, ele as incendiou.
Jr 52:14 E todo o exército dos caldeus,
que estava com o capitão da guarda,
derribou todos os muros que rodeavam Jerusalém.
Jr 52:15 E os mais pobres do povo, e o resto do povo
que tinha ficado na cidade,
e os desertores que se haviam passado
para o rei de Babilônia,
e o resto dos artífices, Nebuzaradão, capitão da guarda,
levou-os cativos.
Jr 52:16 Mas dos mais pobres da terra Nebuzaradão,
capitão da guarda, deixou ficar alguns,
para serem vinhateiros e lavradores.
Jr 52:17 Os caldeus despedaçaram as colunas de bronze
que estavam na casa do Senhor,
e as bases, e o mar de bronze,
que estavam na casa do Senhor,
e levaram todo o bronze para Babilônia.
Jr 52:18 Também tomaram
as caldeiras, as pás, as espevitadeiras, as bacias,
as colheres, e todos os utensílios de bronze,
com que se ministrava.
Jr 52:19 De igual modo o capitão da guarda levou os copos,
os braseiros, as bacias, as caldeiras, os castiçais, as colheres,
e as tigelas.
O que era de ouro, levou como ouro,
e o que era de prata, como prata.
Jr 52:20 Quanto às duas colunas, ao mar,
e aos doze bois de bronze que estavam debaixo das bases,
que fizera o rei Salomão para a casa do Senhor,
o peso do bronze de todos estes vasos
era incalculável.
Jr 52:21 Dessas colunas, a altura de cada um era de dezoito côvados;
doze côvados era a medida da sua circunferência;
e era a sua espessura de quatro dedos; e era oca.
Jr 52:22 E havia sobre ela um capitel de bronze;
e a altura dum capitel era de cinco côvados,
com uma rede e romãs sobre o capitel ao redor,
tudo de bronze;
e a segunda coluna tinha as mesmas coisas com as romãs.
Jr 52:23 E havia noventa e seis romãs aos lados;
as romãs todas, sobre a rede ao redor eram cem.
Jr 52:24 Levou também o capitão da guarda a Seraías,
o principal sacerdote, e a Sofonias, o segundo sacerdote,
e os três guardas da porta;
Jr 52:25 e da cidade levou um oficial que tinha a seu cargo
os homens de guerra; e a sete homens dos que assistiam
ao rei e que se achavam na cidade;
como também o escrivão-mor do exército,
que registrava o povo da terra;
e mais sessenta homens do povo da terra
que se achavam no meio da cidade.
Jr 52:26 Tomando-os pois Nebuzaradão, capitão da guarda,
levou-os ao rei de Babilônia, a Ribla.
Jr 52:27 E o rei de Babilônia os feriu e os matou em Ribla,
na terra de Hamate.
Assim Judá foi levado cativo para fora da sua terra.
Jr 52:28 Este é o povo que Nabucodonosor levou cativo:
no sétimo ano três mil e vinte e três judeus;
Jr 52:29 no ano décimo oitavo de Nabucodonosor,
ele levou cativas de Jerusalém
oitocentas e trinta e duas pessoas;
Jr 52:30 no ano vinte e três de Nabucodonosor,
Nebuzaradão, capitão da guarda, levou cativas,
dentre os judeus,
setecentas e quarenta e cinco pessoas;
todas as pessoas foram quatro mil e seiscentas.
Jr 52:31 No ano trigésimo sétimo do cativeiro de Joaquim,
rei de Judá, no mês duodécimo, aos vinte e cinco do mês,
Evil-Merodaque, rei de Babilônia, no primeiro ano do seu reinado,
levantou a cabeça de Joaquim, rei de Judá,
e o tirou do cárcere;
Jr 52:32 e falou com ele benignamente, e pôs o trono dele acima
dos tronos dos reis que estavam com ele em Babilônia;
Jr 52:33 e lhe fez mudar a roupa da sua prisão;
e Joaquim comia pão na presença do rei continuamente,
todos os dias da sua vida.
Jr 52:34 E, quanto à sua ração,
foi-lhe dada pelo rei de Babilônia a sua porção quotidiana,
até o dia da sua morte,
durante todos os dias da sua vida.
O escritor de Reis, bem como de Jeremias, termina sua obra num tom esperançoso chamando a atenção para a misericórdia demonstrada para com Joaquim, rei de Judá, enquanto este se encontrava exilado na Babilônia.
Evil-Merodaque era filho e sucessor de Nabucodonosor e foi extremamente generoso para com Joaquim e seus filhos a ponto de lhes falar benignamente, libertar do cárcere e lhes dar lugar de mais alta honra do que a de reis que estavam com ele na Babilônia.
Reparem que o texto de Dt 4:25-31; 30:1-10 e a oração de dedicação do templo feita por Salomão em I Re 8:46-53 tratam das condições do exílio.
Esses textos insistem no arrependimento – Dt 30:2; I Re 8:47. A oração de Salomão para que os exilados encontrassem compaixão nas mãos de seus captores é respondida no tratamento bondoso que Joaquim recebe.
O trecho bíblico de Dt 30:3-5 promete restauração ao povo de Deus, um processo iniciado em 538 a.C., quando os judeus receberam permissão para voltar para casa – Ed 1:1-4; Is 44:24-28; 45:1-6.
Não há como não perceber que o tratamento preferencial desfrutado por Joaquim oferece um raio de esperança na continuidade das promessas davídicas – II Sm 7:8-16.
A ênfase do escritor nesses últimos capítulos de tom severo é sobre o julgamento de Judá – 21:10-15; 23:26-27; 24:3-4, 20; 25:21 – porém, nesses versículos finais, ele também indica que a destruição de Judá e de Jerusalém não porá um fim à linhagem davídica. Há motivos para encarar o futuro com a mais absoluta confiança em Deus.
A Deus toda glória! p/ Daniel Deusdete
http://www.jamaisdesista.com.br

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No entanto, lembre-se de juntar Cl 3:17 com 1 Co 10:31 :
devemos tudo fazer para a glória de Deus e em nome de Jesus! Deus o abençoe.