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domingo, 15 de fevereiro de 2015

Jeremias 14:1-22 - AS ORAÇÕES DE JEREMIAS E AS RESPOSTAS DE DEUS.


Começamos a sétima parte, de nossa divisão proposta de dezoito delas, nos baseando na estruturação apresentada pela BEG. Estamos no capítulo 14.
VII. O JULGAMENTO POR MEIO DA SECA (14.1-15.21).
De 14.1 a 15.21, estaremos vendo o julgamento de Judá por meio da seca.
Esses capítulos declaram que os judaítas se encontravam de tal modo empedernidos em seu pecado que Deus se recusou a responder até mesmo a súplica de Jeremias para que o povo fosse livrado da seca.
Deus responde à pergunta de Jeremias em 14.19 — Acaso Deus havia rejeitado Judá completamente? — dizendo que o julgamento vindouro era inevitável devido aos pecados de Judá, mas também garante a Jeremias o livramento pessoal das mãos de seus inimigos.
Para melhoria de nossa reflexão, dividiremos esta parte VII em duas seções: A. Uma descrição da seca (14.1-6); e, B. As  três orações de Jeremias acompanhadas das respostas de Deus (14.7-15.21).
A. Uma descrição da seca (14.1-6).
Até ao verso 6, Jeremias descreverá um período de seca inclemente. Jeremias proferiu essas palavras durante um período não especificado de seca devastadora em Judá.
Juntamente com outras maldições sobre a natureza, a seca era um dos castigos ameaçados pela lei de Moisés (Lv 26.19-20; Dt 28.22-24). Catástrofes naturais desse tipo também são associadas à guerra, como é o caso aqui.
O fato é que veio uma palavra do Senhor a Jeremias específica sobre uma seca. A descrição de Judá é terrível e ela está chorando em busca de água, mas não a encontra de forma suficiente,
Canaã dependia da água das chuvas que eram concedidas ou retidas pelo Senhor (Dt 11.10-15; 28.12).
A falta de água afetava toda a vida na região e até os animais, criações sofriam por causa das consequências da escassez da água. Sem água, não havia o pasto e sem o pasto, o gado morria.
B. As  três orações de Jeremias acompanhadas das respostas de Deus (14.7-15.21).
Do vs. 7 até 15.21 veremos as orações e as respostas de Deus a Jeremias. Essa seção se alterna entre as orações de Jeremias e as respostas de Deus.
·         O profeta ora em favor do povo na esperança de encontrar perdão (14.7-9), mas Deus responde com palavras de condenação (14.10-12).
·         Jeremias ora novamente (14.13) e Deus responde com uma condenação dos falsos profetas (14.14-18).
·         O profeta ora pela terceira vez (14.19-22) e Deus lhe diz que a sua oração não adiantará de nada (15.1-9).
·         Jeremias ora novamente (15.10) e Deus responde com palavras sobre Jeremias e Judá (15.11-14).
·         O profeta ora pela última vez (15.15-18) e Deus lhe responde com encorajamento e uma advertência (15.19-21).
A primeira oração e a resposta negativa de Deus a Jeremias.
Jeremias clama pedindo que o povo seja livrado da grande seca.
A sua oração é espetacular, pois logo reconhece que o que nos separa de Deus são nossas iniquidades. No entanto, apesar disso, ele invoca a Deus na certeza de que ele o responderá. Opera, Senhor, opera por meio de nós e apesar de nós, seria a suma de sua súplica.
Apesar de nós, age o Senhor com sua graça e misericórdia, pois o que haveria de encontrar em nós se não os nossos pecados, nossas iniquidades? Ele invoca a Deus e o lembra de seu nome e não de suas necessidades ou de suas ações.
Se Deus resolvesse agir, ele o faria, por causa de seu nome que estava com eles, mas não por causa de qualquer coisa que teriam feito.
Ele invoca a Deus, o Senhor, como a esperança de Israel e de fato, ele é mesmo essa esperança, mas o termo também significa "reservatório de água", uma sugestão impressionante numa época de seca. O Senhor é a esperança mesmo de Israel e ao mesmo tempo é a reserva de água que o povo necessitava.
Ele também era o Redentor, ou "Libertador", um termo com conotações militares que nos tempos de angústia seria aquele que os resgataria ou libertaria de seus inimigos.
Ele esperava que Deus assim fosse para com eles e não como o estrangeiro na terra ou como o viajante que logo estaria indo embora e ali estivesse apenas de passagem. Não, o Senhor era aquele que habitava com eles e nele esperavam.
Ele lembra ao Senhor que eles eram chamados pelo seu nome. Isso explica a força da motivação apresentada no vs. 7. A honra do Senhor estava em jogo no destino do seu povo. Ou ele agiria em defesa dela, ou ela seria afetada.
Por isso, ele também dizia para o Senhor não ser como um homem surpreendido, como um valoroso que não poderia salvar, mas antes como o Senhor dos Exércitos, o poderoso, forte e capaz de os livrar.
Dos versos de 10 a 12, Deus responde à oração de Jeremias, mas rejeitando o seu pedido.
No verso 10, o Senhor é quem diz e o diz acerca desse povo. É bastante significativo que Deus não tivesse dito "meu povo".
Se o povo tinha gostado de andar errante pelo caminho, por que ele, o Senhor os livraria agora? Por que não detiveram os seus pés quando podiam, antes sem qualquer freio se entregaram à iniquidade?
Deus não poderia aceitá-los, pois não havia ali arrependimento algum, antes somente queriam se livrar da seca e nada mais de compromissos com aquele que poderia livrá-los.
Além de não responder favoravelmente a Jeremias, ele ainda lhe diz para não rogar por eles! Isso porque o Senhor estava ainda querendo abençoá-los, por isso que falou aquilo a Jeremias para o bem deles – vs. 11. Veja que aqui, a proibição vem depois da intercessão feita nos vs. 7-9.
De nada adiantaria eles jejuarem ou oferecerem sacrifícios, holocaustos e ofertas de manjares. Deus criticava os seus rituais vazios (cf. Is 1.11-17; Mq 6.6-8). Além de não se agradar deles em suas tentativas de mudar as consequências, ele diz que haveria de consumi-los pela espada, pela fome e pela peste.
Essa expressão de que iria devorá-los “pela espada, pela fome e pela peste” era a primeira de treze ocasiões em que essa combinação é falada em Jeremias (p. ex., 15 2). Ela é usada para resumir os horrores que o julgamento de Deus pode provocar (Dt 32.24-25).
Novamente a oração de Jeremias é rejeitada.
Jeremias intercede mais uma vez pelo povo, afirmando que eles haviam sido iludidos, pelos falsos profetas, aqueles que profetizavam falsamente a paz e a segurança de Judá (vs. 13; 6.1-4; 8.11).
Deus responde – vs 14 ao 18 - à oração feita por Jeremias no vs. 13, afirmando que os profetas eram falsos e deveriam ter sido reconhecidos como tal devido à sua idolatria (Dt 13.1-5; 18.20).  
Era como entender que os falsos profetas profetizaram falsamente por que o povo queria uma profecia falsa para eles e não buscavam ao Senhor em sinceridade de coração e desejo de verdade e justiça.
O povo tinha exatamente o que desejava, os seus falsos profetas. Deus condena os falsos profetas e fala com eles com rigor, mas não poupa os que ouviam as falsas profecias que ele não tinha ordenado nem falado.
Com Deus não se brinca de forma alguma. Se não levamos ele a sério, ele não nos tem por inocente ou entende que foi uma simples brincadeirinha.
Rejeitada em absoluto a terceira intercessão de Jeremias.
Dos versos 19 ao 22, Jeremias ora confessando os pecados de Judá e pedindo que Deus opere por amor à sua própria glória. A resposta, porém, somente será dada no próximo capítulo.
O entendimento que havia em Jeremias da soberania de Deus é algo muito especial que se percebe na sua forma particular de orar, de confessar os seus pecados, de rogar a Deus por sua glória, por seu nome.
De fato haveria uma cura final a qual seria moral e física a se revelar somente em Cristo Jesus. No entanto, eles estavam esperando por uma falsa paz, uma expectativa equivocada decorrente dos ensinamentos dos falsos profetas (vs. 13).
Jr 14:1 A palavra do Senhor, que veio a Jeremias, a respeito da seca.
Jr 14:2 Judá chora, e as suas portas estão enfraquecidas;
eles se sentam de luto no chão;
e o clamor de Jerusalém já vai subindo.
Jr 14:3 E os seus nobres mandam os seus inferiores buscar água;
estes vão às cisternas, e não acham água;
voltam com os seus cântaros vazios;
ficam envergonhados e confundidos,
e cobrem as suas cabeças.
Jr 14:4 Por causa do solo ressecado,
pois que não havia chuva sobre a terra,
os lavradores ficam envergonhados
e cobrem as suas cabeças.
Jr 14:5 Pois até a cerva no campo pare, e abandona sua cria,
porquanto não há erva.
Jr 14:6 E os asnos selvagens se põem nos altos escalvados e,
ofegantes, sorvem o ar como os chacais;
desfalecem os seus olhos, porquanto não ha erva.
Jr 14:7 Posto que as nossas iniquidades testifiquem contra nós,
ó Senhor, opera tu por amor do teu nome;
porque muitas são as nossas rebeldias;
contra ti havemos pecado.
Jr 14:8 Ó esperança de Israel, e Redentor seu no tempo da angústia!
por que serias como um estrangeiro na terra?
e como o viandante que arma a sua tenda
para passar a noite?

Jr 14:9 Por que serias como homem surpreendido,
como valoroso que não pode livrar?
Mas tu estás no meio de nós, Senhor,
e nós somos chamados pelo teu nome;
não nos desampares.
Jr 14:10 Assim diz o Senhor acerca deste povo:
Pois que tanto gostaram de andar errantes,
e não detiveram os seus pés,
por isso o Senhor não os aceita,
mas agora se lembrará da iniquidade deles,
e visitará os seus pecados.
Jr 14:11 Disse-me ainda o Senhor:
Não rogues por este povo para seu bem.
Jr 14:12 Quando jejuarem, não ouvirei o seu clamor,
e quando oferecerem holocaustos e oblações,
não me agradarei deles;
antes eu os consumirei
pela espada, e pela fome e pela peste.
Jr 14:13 Então disse eu:
Ah! Senhor Deus, eis que os profetas lhes dizem:
Não vereis espada, e não tereis fome; antes vos darei
paz verdadeira neste lugar.
Jr 14:14 E disse-me o Senhor:
Os profetas profetizam mentiras em meu nome;
não os enviei, nem lhes dei ordem, nem lhes falei.
Visão falsa, adivinhação, vaidade e o engano do seu coração
é o que eles vos profetizam.
Jr 14:15 Portanto assim diz o Senhor acerca dos profetas
que profetizam em meu nome, sem que eu os tenha mandado,
e que dizem:
Nem espada, nem fome haverá nesta terra:
À espada e à fome serão consumidos esses profetas.
Jr 14:16 E o povo a quem eles profetizam será lançado
nas ruas de Jerusalém, por causa da fome e da espada;
e não haverá quem os sepulte a eles,
a suas mulheres, a seus filhos e a suas filhas;
porque derramarei sobre eles a sua maldade.
Jr 14:17 Portanto lhes dirás esta palavra:
Os meus olhos derramem lágrimas de noite e de dia,
e não cessem; porque a virgem filha do meu povo
está gravemente ferida, de mui dolorosa chaga.
Jr 14:18 Se eu saio ao campo, eis os mortos à espada,
e, se entro na cidade, eis os debilitados pela fome;
o profeta e o sacerdote percorrem a terra,
e nada sabem.
Jr 14:19 Porventura já de todo rejeitaste a Judá?
Aborrece a tua alma a Sião?
Por que nos feriste, de modo que não há cura para nós?
Aguardamos a paz, e não chegou bem algum;
e o tempo da cura, e eis o pavor!
Jr 14:20 Ah, Senhor! reconhecemos a nossa impiedade
e a iniquidade de nossos pais; pois contra ti havemos pecado.
Jr 14:21 Não nos desprezes, por amor do teu nome;
não tragas opróbrio sobre o trono da tua glória;
lembra-te, e não anules o teu pacto conosco.
Jr 14:22 Há, porventura, entre os deuses falsos das nações,
algum que faça chover? Ou podem os céus dar chuvas?
Não és tu, ó Senhor, nosso Deus?
Portanto em ti esperaremos; pois tu tens feito
todas estas coisas.
Novamente, confessa os seus pecados e os de seu povo e intercede por eles. Ele os declara em sua confissão como se fosse ele também responsável. E faz os seguintes pedidos a Deus – vs. 21:
·         Jeremias pede a Deus para não desprezá-los.
·         Jeremias apela para que Deus tenha amor do seu nome.
·         Jeremias faz referencia ao templo quando diz ao Senhor para não trazer opróbrio à sua glória. (2Rs 19.15).
·         Jeremias lembra a aliança de Deus com Abraão, Isaque e Jacó (Gn 15.12-21; 26.3-5; 28.13-15; Lv 26.42-45).
Depois, procura alcançar Deus pela adoração e exaltação dele acima de todos os outros deuses. Haveria algum dos falsos deuses que fosse como o Senhor? Controlariam os tempos, as estações, a natureza ou os homens de alguma forma?
A esperança deles não poderia estar em outro lugar, exceto em Deus e unicamente nele, portanto somente nele haveria esperanças uma vez que ele era o autor, o sustentador e o mantenedor de todas as coisas.
A Deus toda glória! p/ Daniel Deusdete
http://www.jamaisdesista.com.br
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No entanto, lembre-se de juntar Cl 3:17 com 1 Co 10:31 :
devemos tudo fazer para a glória de Deus e em nome de Jesus! Deus o abençoe.