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quinta-feira, 12 de fevereiro de 2015

Jeremias 11:1-23 - AI DOS QUE INTENTAVAM CONTRA JEREMIAS, PROFETA DO ALTÍSSIMO.

Estamos no primeiro capítulo, de nossa sexta parte, de nossa divisão proposta de dezoito delas, nos baseando na estruturação apresentada pela BEG. Estamos no capítulo 11.
VI. A QUEBRA DA ALIANÇA (11.1-13.27).
De 11.1 a 13.27, estaremos vendo a aliança rompida. Esses capítulos começam com um enfoque explícito sobre a violação flagrante da aliança por Judá, uma violação que condenou a nação à maior de todas as maldições da aliança, o exílio.
Esse enfoque inicial é seguido de várias narrativas e discurso, confirmando que o julgamento é inevitável.
Esta parte VI foi dividida em três seções: A. A maldição da aliança (11.1-17) – veremos agora; B. O julgamento dos opositores de Jeremias (11.18-12.17) – também começaremos agora; e, C. A maldição da aliança é confirmada (13.1-27).
A. A maldição da aliança (11.1-17).
Até ao verso 17, deste capítulo, veremos a maldição da aliança. O Senhor lembra os judaítas que os termos de sua aliança com ele incluem a maldição do exílio daqueles que violassem os seus mandamentos de modo flagrante e contínuo.
As palavras deste pacto ou aliança se referem aos mandamentos de Deus e as estruturas de bênção e maldição associadas a esses mandamentos. Já o termo aliança designa o relacionamento no qual Deus entrou por sua iniciativa:
ü  Com toda a humanidade na criação (Gn 1-3).
ü  Com toda a humanidade nos dias de Noé (Gn 9.1-17).
ü  Com Abraão, como pai de Israel (Gn 17.1-21).
ü  Com Israel no Sinai (Êx 19-24).
ü  Com Davi (25m 7.12-16; SI 89.3).
ü  A nova aliança (31.31-34).
Na BEG, gentileza conferir o quadro bem didático "As principais alianças na Bíblia", em Gn 9. Na verdade mesmo, a aliança de Deus com a humanidade é uma só que vai ao longo dos tempos sendo revelada e ganhando assim novas facetas, dimensões, detalhamentos.
O verso 3 é uma conclusão dos versos 1 e 2 que remetem o leitor diretamente ao ponto em que se está querendo focar dentro do tema aliança e pacto que é justamente a quebra dele, por isso que já logo diz que maldito o homem - Dt 27.15-26 – que não ouvir as palavras deste pacto.
Reparem no verbo “ouvir”. Toda palavra oriunda de Deus gera em seu ouvinte, por consequência uma reação e exige, obrigatoriamente, uma resposta e um compromisso. Deus não é como os homens, uma vez que ele falou, falado está.
Deus os faz relembrar que foi ele quem os tirou da terra do Egito, da fornalha de ferro, se referindo a Dt 4.20 onde ele ordenou que se desse ouvidos à sua voz e era mister se fazer tudo segundo o que ele estava mandando que se fizesse. Esses conceitos aparecem com frequência em Deuteronômio (p. ex., 4.1-2; 5.1; 6.3). Se praticassem o que eles estavam ouvindo e fossem fiéis, eles seriam o seu povo - 7.23.
Um aspecto da aliança com Abraão era a promessa de que seus descendentes um dia herdariam a terra de Canaã (Gn 15.17-21; Dt 4.31). Essa promessa foi apenas o estágio inicial de uma expectativa maior de herdar o mundo inteiro (Rm 4.13-17). Sob o controle soberano de Deus, o modo e a ocasião em que essa promessa se cumpriria dependiam da fidelidade do povo de Deus. Os israelitas violaram a aliança de tal modo que foram expulsos da Terra Prometida. Em sua misericórdia superabundante, Cristo -como representante do povo de Deus - garantiu, por meio de sua obediência, a herança nos novos céus e nova terra por vir (Ap 21.7).
A sua terra prometida iria manar leite e mel - Êx 3.8; Dt 6.3. Então Jeremias responde ao Senhor amém, indicando a sua aceitação dos termos definidos (veja Dt 27.15-26). O que Deus estava pedindo era muito simples: que fossem fieis à sua aliança e assim sendo, seriam muito felizes; caso contrário, muitas coisas ruins lhes sucederiam.
Dos versos de 6 a 8, Deus ordena a Jeremias para anunciar a sua palavra e relembrá-los do pacto e das bênçãos e maldições já sabendo que este era um povo de dura cerviz que não ouviria Jeremias. Ao pregar e o povo não obedecer, o resultado esperado era o juízo que seriam as maldições da lei, entre elas a mais temível, o exílio.
No verso 9, Deus avisa Jeremias de uma conspiração. Pode indicar resistência às palavras de Jeremias, à reforma de Josias, ou mesmo a Nabucodonosor. Uma vez que o rei da Babilônia seria um instrumento da ira de Deus, conspirar contra ele seria o mesmo que conspirar contra o Senhor (27.8).
Que coisa terrível, o verso 10 fala que eles tornaram às iniquidades como seus primeiros pais, ou seja, é possível que o profeta tenha em mente as gerações anteriores que haviam se desviado de Deus. No entanto, é mais provável que esteja se referindo à primeira geração que vagou pelo deserto, com a qual a aliança do Sinai foi feita e que pereceu no deserto.
Por conta disso, verso 12, Deus estaria trazendo sobre eles coisas terríveis das quais não poderiam escapar e devido a elas, clamariam a Deus, mas Deus não os ouviria. Em Deus não os ouvindo, iriam ter uma atitude pior ainda que a quebra da aliança, pois buscariam auxílio em outros deuses que não tinham como os livrar no tempo de sua calamidade.
Eles tinham se entregado tanto à idolatria que elas eram tantas quantas eram as suas cidades – vs. 13. Eram altares à impudência e para queimarem incenso a Baal. A queima de incenso era uma característica comum dos cultos pagãos e da adoração ao Senhor (1.16; 7.9; 18.15; Êx 30.7-9). A diferença essencial estava na divindade para a qual o incenso era queimado.
Jeremias recebeu orientação de Deus para que não orasse por aquele povo por que ele mesmo já teria resolvido que faria com eles e não mudaria. A oração, entendemos, é um privilégio que Deus nos concede na regência de seu universo. Se ele nos convida, oremos; se ele proíbe, não oremos.
Usando uma expressão condizente com uma imagem romântica e nupcial – 2.2 ; 3.1 – que, pelo seu desenrolar, poderia conduzir à linguagem do divórcio – Os 2.2-13 -, o Senhor indaga Judá de seus direitos em sua casa - 7.10-11; Ez 8.6-13. Quais direitos teria ela que somente produzia um culto ao Senhor ritualista que produzia uma alegria baseada falsamente na salvação oferecida por Deus?
O Senhor a comparou a uma oliveira verde, de bons frutos, apetitosos, saborosos, mas que pegou fogo à voz de um grande tumulto e, pobrezinha, se quebraram os seus ramos.
B. O julgamento dos opositores de Jeremias (11.18-12.17).
Do verso 18 até o próximo capítulo, verso 17, estaremos vendo o julgamento dos opositores de Jeremias. O anúncio de que a maldição derradeira da aliança, o exílio, estava prestes a recair sobre Judá, incita oposição ao profeta. Deus promete castigar os seus opositores.
Deus promete amaldiçoar os inimigos de Jeremias que surgiram dentro de sua própria família. Essa passagem é a primeira das seções chamadas, com frequência, de "confissões" de Jeremias (11.18-23; 12.1-4; 15.10-21; 17.12-18; 18.18-23; 20.7-18).
Jeremias descreve a sua ingenuidade acerca dos seus inimigos em termos de um sacrifício: “eu era como um manso cordeiro que se leva à matança” (SI 44.11). Jeremias usa com frequência a linguagem dos salmos de lamento. Prefigura, desse modo, o sofrimento de Cristo (cf. Is 53.7).
O povo parecia irado com Jeremias e queriam mesmo dar um fim nele e destruí-lo para que nem mais memórias dele se ouvisse, principalmente por não ter descendentes. Esse era considerado o pior de todos os destinos. No entanto, por ironia, o próprio livro de Jeremias constitui um memorial ao profeta, enquanto o nome de seus inimigos nem sequer é citado (cf. Rt 4.1-6, em que o nome do parente resgatador mais próximo não é citado, apesar de ele ter procurado preservar a sua herança).
Graças a Deus, exclamava o profeta, tendo ciência e firme convicção de que o seu Deus era com ele. Um Deus justo que prova o coração e a mente para retribuir a cada um conforme as suas próprias obras. Ele descobriu a sua causa para ele, Deus, e portanto, não seria confundido, mas veria a sua vingança sobre eles – vs. 20.
Eram eles os homens de Anatote, uma cidade natal de Jeremias (1.1). Os detalhes dessa trama revelam que a oposição mais intensa ao profeta veio daqueles que eram mais próximos dele (cf. SI 69.7-9; Mt 10.36 [citando Mq 7.6]; 13.57).
Jr 11:1 A palavra que veio a Jeremias, da parte do Senhor, dizendo:
Jr 2:2 Ouvi as palavras deste pacto, e falai aos homens de Judá,
e aos habitantes de Jerusalém.
Jr 11:3 Dize-lhes pois: Assim diz o Senhor, o Deus de Israel:
Maldito o homem que não ouvir as palavras deste pacto,
Jr 11:4 que ordenei a vossos pais no dia em que os tirei
da terra do Egito, da fornalha de ferro, dizendo:
Ouvi a minha voz, e fazei conforme a tudo que vos mando;
assim vós sereis o meu povo, e eu serei o vosso Deus;
5 para que eu confirme o juramento que fiz a vossos pais
de dar-lhes uma terra que manasse leite e mel,
como se vê neste dia.
Então eu respondi, e disse:
Amém, ó Senhor.
Jr 11:6 Disse-me, pois, o Senhor:
Proclama todas estas palavras nas cidades de Judá,
e nas ruas de Jerusalém, dizendo:
Ouvi as palavras deste pacto, e cumpri-as.
Jr 11:7 Porque com instância admoestei a vossos pais,
no dia em que os tirei da terra do Egito, até o dia de hoje,
protestando persistentemente e dizendo:
Ouvi a minha voz.
Jr 11:8 Mas não ouviram, nem inclinaram os seus ouvidos;
antes andaram cada um na obstinação
do seu coração malvado;
pelo que eu trouxe sobre eles todas as palavras deste pacto,
as quais lhes ordenei que cumprissem,
mas não o fizeram.
Jr 11:9 Disse-me mais o Senhor:
Uma conspiração se achou entre os homens de Judá,
e entre os habitantes de Jerusalém.
Jr 11:10 Tornaram às iniqüidades de seus primeiros pais,
que recusaram ouvir as minhas palavras;
até se foram após outros deuses para os servir;
a casa de Israel e a casa de Judá quebrantaram o meu pacto,
que fiz com seus pais.
Jr 11:11 Portanto assim diz o Senhor:
Eis que estou trazendo sobre eles uma calamidade
de que não poderão escapar;
clamarão a mim, mas eu não os ouvirei.
Jr 11:12 Então irão as cidades de Judá e os habitantes de Jerusalém
e clamarão aos deuses a que eles queimam incenso;
estes, porém, de maneira alguma os livrarão
no tempo da sua calamidade.
Jr 11:13 Pois, segundo o número das tuas cidades, são os teus deuses,
ó Judá; e, segundo o número das ruas de Jerusalém,
tendes levantado altares à impudência,
altares para queimardes incenso a Baal.
Jr 11:14 Tu, pois, não ores por este povo,
nem levantes por eles clamor nem oração;
porque não os ouvirei no tempo em que eles
clamarem a mim por causa da sua calamidade.
Jr 11:15 Que direito tem a minha amada na minha casa,
visto que com muitos tem cometido grande abominação,
e as carnes santas se desviaram de ti?
Quando tu fazes mal, então andas saltando de prazer.
Jr 11:16 Denominou-te o Senhor oliveira verde,
formosa por seus deliciosos frutos;
mas agora, à voz dum grande tumulto,
acendeu fogo nela, e se quebraram os seus ramos.
Jr 11:17 Porque o Senhor dos exércitos, que te plantou,
pronunciou contra ti uma calamidade,
por causa do grande mal que a casa de Israel
e a casa de Judá fizeram,
pois me provocaram à ira, queimando incenso a Baal.
Jr 11:18 E o Senhor mo fez saber, e eu o soube;
então me fizeste ver as suas ações.
Jr 11:19 Mas eu era como um manso cordeiro, que se leva à matança;
não sabia que era contra mim que maquinavam, dizendo:
Destruamos a árvore com o seu fruto,
e cortemo-lo da terra dos viventes,
para que não haja mais memória do seu nome.
Jr 11:20 Mas, ó Senhor dos exércitos, justo Juiz,
que provas o coração e a mente,
permite que eu veja a tua vingança sobre eles;
pois a ti descobri a minha causa.
Jr 11:21 Portanto assim diz o Senhor acerca dos homens de Anatote,
que procuram a tua vida, dizendo:
Não profetizes no nome do Senhor,
para que não morras às nossas mãos;
Jr 11:22 por isso assim diz o Senhor dos exércitos:
Eis que eu os punirei; os mancebos morrerão
à espada, os seus filhos e as suas filhas
morrerão de fome.
Jr 11:23 E não ficará deles um resto;
pois farei vir sobre os homens de Anatote
uma calamidade, sim,
o ano da sua punição.
Ai dos que se levantam contra o Senhor! Eles estavam se levantando contra Jeremias por causa do Senhor e por isso que seriam punidos e morreriam à espada, sendo que os seus filhos e filhas, de fome.
No verso 23 a promessa de que deles não sobraria um sequer. Essa ameaça de extinção total contrasta o destino dos inimigos pessoais de Jeremias com os de Judá em geral - 4.27; 5.10; 6.9.
A Deus toda glória! p/ Daniel Deusdete
http://www.jamaisdesista.com.br
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No entanto, lembre-se de juntar Cl 3:17 com 1 Co 10:31 :
devemos tudo fazer para a glória de Deus e em nome de Jesus! Deus o abençoe.