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quinta-feira, 22 de janeiro de 2015

Isaías 56:1-12 - ISAÍAS, O SÁBADO, A JUSTIÇA, OS JUDEUS, OS GENTIOS E O ARREPENDIMENTO.

Em nossa leitura, meditação e reflexão, capítulo por capítulo, nós nos encontramos aqui no capítulo 55 e nas seguintes partes:
Parte IV – ISAÍAS E O JULGAMENTO BABILÔNICO – 40:1 – 66:24.
D. O caminho de arrependimento e restauração que Israel precisava percorrer para poder desfrutar da restauração (56:1 – 66:24).
Esta é a última seção da parte IV, o que significa que nos aproximamos do final deste livro maravilhoso, parecendo mesmo ser uma minibíblia dentro da Bíblia, com seus 66 capítulos, como representando os 66 livros da Bíblia toda.
Veremos nesses 9 capítulos restantes, tendo por base a estruturação da BEG: o pecado, o arrependimento e a restauração de Israel. Todos na verdade somos pecadores, mas a diferença crucial entre pecadores e pecadores está no fato de que alguns irão ter reconhecimento de seus erros e buscar o perdão, enquanto outros, nem irão querer saber o que é pecado.
O profeta encerrará o seu livro com mensagens que ele proferiu em diferentes períodos de seu ministério, todas se concentrando na necessidade de arrependimento de Israel como a única maneira de experimentar a gloriosa restauração após o exílio.
Esses capítulos resumem, portanto, a mensagem do profeta aos exilados. Os exilados precisavam reconhecer a importância da justiça e da retidão, e sua esperança de uma gloriosa restauração mundial dependia de seu humilde arrependimento.
Dividiremos, conforme já propusemos, esta seção “D” em duas partes principais: 1. A importância do sábado da justiça (56:1-58:14) e 2. O arrependimento que leva à restauração (59:1-66:24).
1. A importância do sábado da justiça (56:1-58:14).
De 56:1 a 58:14, desta parte “1”, veremos a ênfase na importância do sábado da justiça, não pelo sábado em si, mas por causa da palavra de Deus e do senso da justiça. Nesses capítulos Isaías se concentra na guarda do sábado como uma provisão de justiça e retidão de Israel.
Esse material divide-se em três partes principais: a. Os judeus e os gentios e o sábado e a justiça (56:1-8); b. A divisão entre justos e ímpios em Israel (56:9-57:21); e, c. A necessidade de guardar o sábado como um dia de justiça (58:1-14).
a. Os judeus e os gentios e o sábado e a justiça (56.1-8).
A decisiva importância da guarda do sábado e da sua mão de cometer o mal – vs. 2.
Para enfatizar a importância do arrependimento para os exilados, Isaías indica que a justiça e a retidão deveriam estar presentes entre o povo de Deus.
Essa exigência é tão fundamental que até mesmo os gentios e os eunucos que guardavam o sábado, por estar ele ligado à justiça, seriam incluídos nas bênçãos da restauração após o exílio.
O que é guardar o sábado ou observar o sabá? Certamente, não consiste em regras humanas de fazer ou deixar de se fazer algo, mas em viver esse dia na consciência clara de que o dia pertence ao Senhor, para a glória de seu nome e que assim estabeleceu Deus para ser observado por todos os homens.
Não necessariamente o sabá deve coincidir com o sábado, mas foi no sétimo dia que Deus entrou em seu descanso e dos sete dias de sua criação, um foi dedicado ao descanso e portanto ao sabá.
Shabat (do hebraico שבת, shabāt; shabos ou shabes na pronúncia asquenazita, "descanso/inatividade"), também grafado como sabá (português brasileiro) ou sabat (português europeu), é o nome dado ao dia de descanso semanal no judaísmo, simbolizando o sétimo dia em Gênesis, após os seis dias de Criação. Segundo hillel 2º; Antes o Shabat era originalmente dependente do ciclo lunar (Holiday universal jewish enciclopedia. p.410) Apesar de ser comumente dito ser o sábado de cada semana, é observado a partir do pôr-do-sol da sexta-feira até o pôr-do-sol do sábado. O exato momento de início e final do shabat varia de semana para semana e de lugar para lugar, de acordo com o horário do pôr-do-sol. O shabat é observado tanto por judeus quanto por cristãos, como por exemplo adventistas do sétimo dia e batistas do sétimo dia.
O shabat é observado tanto por mandamentos positivos, como as três refeições festivas (jantar de sexta-feira, almoço de sábado e refeição de final de tarde no sábado), e restrições. As atividades proibidas no Shabat derivam de trinta e nove ações básicas (melachot, livremente traduzido como "trabalhos") que são descritas pelo Talmud a partir de fontes bíblicas.
(...)
Segundo o Talmude (Mishná Shabat 7,2), são 39 as atividades que são proibidas de se fazer durante todo o Shabat. Excepcionalmente, contudo, em caso de risco de morte, quaisquer das proibições podem ser deixadas de lado, eis que o valor mais caro ao judaísmo é a vida. Dizem os sábios que tais tarefas foram aquelas realizadas durante a construção do Tabernáculo..[1]
Devemos guardar e observar o sabá? Sim, devemos e bem o fazemos se ensinarmos que se deve guardar e observar, mas não como fazem os homens, nem segundo as tradições humanas, mas como Cristo nos ensinou e Paulo nos demonstrou em sua palavra sobre o assunto.
Cada um deve estar bem seguro quanto a isso, pois alguns fazem distinção entre dias e dias e outros, não. Quem faz, para o Senhor faz, mas quem não faz, para o Senhor não faz. (Rm 14:6). Eu ouso a dizer que agora em Cristo, sendo nós nova criatura, todos os dias devem ser dedicados ao Senhor para honra e glória de seu nome – I Co 10:31.
Fica claro no texto que Deus observará aqueles que amam e seguem a justiça e que observam o seu sabá. Não é um ou o outro, mas ambos.
Manter a retidão e fazer a justiça – vs. 1 - é uma ordem para todos os homens, filhos de Adão. O juízo - o tratamento justo e piedoso dispensado aos outros - era uma preocupação central para Isaías.
Por meio do seu profeta, Deus condenou Judá ao exílio por causa da injustiça e enfatizou a justiça como uma característica do período de restauração (1:21,27; 5:7,16,23; 9:7; 10:2; 11:4; 16:5; 28:6,17,21; 29:21; 30:18; 32:1,16; 33:5; 42:1,3-4; 51:4-5; 56:1; 59:4,8-9,11,14-15; 61:8). Em todas as Escrituras iremos notar que Deus abomina a injustiça e a impiedade, sendo que todos os que a buscarem estarão fazendo as obras de Deus.
Ele pediu a justiça e a observação do sábado por causa da sua justiça que estaria preste a se manifestar. Deus usou o arrependimento pela injustiça como um critério para determinar quem entraria na era de bênçãos posterior ao exílio.
A salvação não é por obras, mas pela fé, no entanto, obviamente ela não alcançará aquele coração que anda insistentemente de encontro ao que é justo. O candidato à salvação, digamos assim, é aquele que reconhece que é pecador, que é falho, mas que se sente atraído pela justiça, ao contrário do ímpio, que também reconhece o pecado, mas que o prefere no lugar da justiça.
Embora esse termo - minha salvação está prestes a vir (na perspectiva dos exilados) - seja uma referência à restauração do exílio que Deus promovera em 539 a.C., o estágio final da salvação de Deus vem somente em Cristo.
No verso 2, o profeta não propôs a salvação por meio do cumprimento da lei ,mas apontou aqueles que seriam alcançados pela palavra da pregação da fé salvadora. Ele simplesmente falou da guarda do sábado da justiça como uma expressão fundamental da fé salvadora.
Guardar esse sinal da aliança, o sabá, (Ex 31:13-17) significava lealdade ao Senhor e à sua aliança (58:13; Ez 20:20). Uma vez que o sábado era observado como um benefício aos seres humanos (Dt 5:4-5), ele estava intimamente associado à justiça, à retidão e à prática da piedade (58:7-9).
Nem o estrangeiro, nem o eunuco, normalmente excluído da plena participação na comunidade da aliança no Antigo Testamento (Dt 23:1), deveriam dizer que o Senhor os estaria excluindo como imprestáveis, como separados do povo e como uma árvore seca. Pelo contrário, todos os que tanto observam o sabá quanto os que escolhem o que agrada ao Senhor e que ainda abraçam o seu pacto, Deus lhes daria na sua casa e dentro dos seus muros um memorial, com um nome melhor do que o de filhos e filhas, um nome eterno que nunca será apagado, ou seja, a vida eterna no templo de Deus (vs. 7; 2:2; At 8:27,38-40).
Os estrangeiros que se unirem ao Senhor para o servirem e o amarem, escolhendo ser servos do Deus vivo, que escolhem o seu sabá para o observar e não profanar e que abraçam o seu pacto, seriam aceitos por Deus. Deus queria incluir os gentios fiéis na comunhão consigo mesmo (2:2-4; Sl 15:1; I Re 8:41-43; Mc 11:17).
O Senhor é aquele que congrega os dispersos, que depois do exílio reuniria tanto judeus quanto não judeus numa única comunidade (11:11-12; Jo 10:16).
b. A divisão entre justos e ímpios em Israel (56:9-57:21).
De 56:9 a 57:21 veremos o justo e o ímpio em Israel. Depois de enfatizar a justiça (e o sábado) ao indicar que os gentios que mostrassem ter compromisso com esse ideal receberiam salvação, Isaías adverte que, entre os israelitas no exílio, haveria os justos e os ímpios.
O arrependimento seria a chave para determinar o destino individual dos israelitas. Também é a chave que distingue os que são ou não salvos, pois ímpio algum haverá de se arrepender, como foi o caso de Judas, ímpio, que não se arrependeu, apesar de ter convivido com o Senhor por três anos e meio.
Um convite é feito a partir do verso 9 aos animais do campo e do bosque, ou seja, trata-se de uma metáfora para indicar as nações hostis (18:6; Jr 12:8-9; Ez 34:5,8,25; I Co 15:32) que estariam sendo convidadas a comerem.
Todos os seus atalaias, ou vigias, que advertiam a cidade quanto à aproximação de perigo são acusados de cegueira. Embora estivessem ali para verem e darem o alarme, nada viam, portanto, alarme nenhum seria soado avisando a cidade do perigo real. No presente contexto, essa seria uma representação dos profetas (21:6; 57:11; Jr 6:17; Ez 3:.17; 33:2-7) que serviam na qualidade de líderes (vs. 11). Até mesmo os profetas de Israel frequentemente se recusavam a ver o que deveriam ter visto.
São também acusados – vs 11 – de serem preguiçosos e gostarem de dormir. Em hebraico, a palavra que significa "dormir" tem um som parecido com a palavra "vidente" nessa língua (um termo antigo para "profeta").
No mundo de Isaías, os cães – vs 11 - eram animais bravos e carniceiros que representavam a impureza. O cão é usado aqui como uma ilustração da ganância insaciável.
Is 56:1 Assim diz o Senhor:
                Mantende a retidão, e fazei justiça;
                               porque a minha salvação está prestes a vir,
                                               e a minha justiça a manifestar-se.
                Is 56:2 Bem-aventurado o homem que fizer isto,
                               e o filho do homem que lançar mão disto:
                                               que se abstém de profanar o sábado,
                                                               e guarda a sua mão de cometer o mal.
                Is 56:3 E não fale o estrangeiro, que se houver unido ao Senhor,
                               dizendo:
                                               Certamente o Senhor me separará do seu povo;
                               nem tampouco diga o eunuco:
                                               Eis que eu sou uma árvore seca.
                Is 56:4 Pois assim diz o Senhor a respeito dos eunucos
                               que guardam os meus sábados, e escolhem as coisas
                                               que me agradam, e abraçam o meu pacto:
                Is 56:5 Dar-lhes-ei na minha casa
                               e dentro dos meus muros um memorial
                                               e um nome melhor do que o de filhos e filhas;
                                               um nome eterno darei a cada um deles,
                                                               que nunca se apagará.
                Is 56:6 E aos estrangeiros, que se unirem ao Senhor,
                               para o servirem, e para amarem o nome do Senhor,
                                               sendo deste modo servos seus,
                               todos os que guardarem o sábado, não o profanando,
                                               e os que abraçarem o meu pacto,
                               Is 56:7 sim, a esses os levarei ao meu santo monte,
                                               e os alegrarei na minha casa de oração;
                                               os seus holocaustos e os seus sacrifícios
                                                               serão aceitos no meu altar;
                                               porque a minha casa será chamada
                                                               casa de oração para todos os povos.
                Is 56:8 Assim diz o Senhor Deus,
                               que ajunta os dispersos de Israel:
                                               Ainda outros ajuntarei a ele, além dos que
                                                               já se lhe ajuntaram.
                Is 56:9 Vós, todos os animais do campo,
                               todos os animais do bosque, vinde comer.
                Is 56:10 Todos os seus atalaias são cegos, nada sabem;
                               todos são cães mudos, não podem ladrar; deitados,
                                               sonham e gostam de dormir.
                Is 56:11 E estes cães são gulosos, nunca se podem fartar;
                               e eles são pastores que nada compreendem;
                                               todos eles se tornam para o seu caminho,
                                                               cada um para a sua ganância,
                                                                              todos sem exceção.
                Is 56:12 Vinde, dizem,
                               trarei vinho, e nos encheremos de bebida forte;
                                               e o dia de amanhã será como hoje,
                                                               ou ainda mais festivo.
Os pastores são aqui uma ilustração dos governadores (vs. 10; 40:11; Ez 34:1-6) que nada compreendem e que se tornam para o seu caminho de ganância insaciável.
Estes são os que dizem para trazerem mais vinho e se encherem de bebida forte, porque o dia de amanhã seria ainda mais festivo que o dia de hoje.
Eram semelhantes, ou protótipos, dos israelitas que estariam cercados por Senaqueribe que desesperados pelas suas vidas diriam: comamos e bebamos, pois que amanhã morreremos. Era mesmo um tributo à morte e uma ofensa ao Deus da salvação. Ou seja, sua preocupação com o povo de Deus era nenhuma e somente queriam banquetearem-se em seus próprios deleites, totalmente aversos ao reino de Deus, à sua justiça e aos seus sábados.
A Deus toda glória! p/ Daniel Deusdete
http://www.jamaisdesista.com.br


[1] Extraído de http://pt.wikipedia.org/wiki/Shabat em 22/01/2015.
...

1 comentários:

muito bom pra quem estuda a biblia

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No entanto, lembre-se de juntar Cl 3:17 com 1 Co 10:31 :
devemos tudo fazer para a glória de Deus e em nome de Jesus! Deus o abençoe.