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quinta-feira, 4 de dezembro de 2014

Isaías 7:1-25 - OS DOIS FILHOS DE ISAÍAS E O JULGAMENTO ASSÍRIO

Começaremos agora a terceira parte de nossa divisão de quatro partes de todo o livro de Isaías com seus 66 capítulos. A época corresponde ao período entre 740 a.C e 686 a.C que se encontra detalhada em II Re 15:1 a 20:21, envolvendo os públicos de Israel e Judá.
Parte III – A RESPOSTA DE ISAÍAS AO JULGAMENTO ASSÍRIO – 7:1 – 39:8.
Esses capítulos, da parte III, resumem o ministério do profeta durante o severo e duro período do julgamento assírio.
Para fins didáticos dividiremos a parte III, em três grandes partes: A. A resposta de Isaías ao julgamento assírio – 7:1 a 12:6. B. Levante internacional durante o julgamento assírio – 13:1 a 27:13. C. A invasão de Senaqueribe – 28:1 a 39:8.
Isaías revelou o envolvimento de Deus nos acontecimentos em torno da coalizão sírio-israelita contra a Assíria. Ele advertiu quanto ao severo julgamento contra Israel e Judá por meio da agressão assíria, mas também assegurou os seus ouvintes a respeito da restauração final.
Também dividiremos essa parte “A”, em três outras partes. 1. O julgamento assírio e os filhos de Isaías – 7:1 a 8:18. 2. O julgamento assírio e Israel – 8:19 a 10:4. 3. O julgamento assírio e Judá – 10:5 a 12:6.
1. O julgamento assírio e os filhos de Isaías – 7:1 a 8:18.
Isaías teve dois filhos que serviram como sinais do julgamento que viria sobre Israel e Judá em conexão com a resposta assíria à coalizão sírio-fenícia – 736-734 a.C.
A aliança sírio-fenícia representava uma séria ameaça para Acaz. O rei Rezim da Síria (Arã) e o rei Peca de Israel ofereceram ao rei Acaz de Judá a opção de se juntar a eles contra os assírios ou sofrer o ataque deles.
Acaz, filho de Jotão e pai de Ezequias, era o portador da semente messiânica – ele era uma daquelas 77 que Mateus (Mt 1:1-17) menciona - o herdeiro legal da promessa dinástica de Davi – II Sm 7:12-16; I Cr 17:10-14. Acaz e o povo de Judá ficaram aterrorizados diante da ameaça da Síria e de Israel.
Deus manda Isaías sair com seu filho que se chama Um-Resto-Volverá, ou Sear-Jasube (veja 10:20-22). Esse nome tinha dupla implicação.
·       Primeira: no aspecto positivo, ele prometia salvação e vida para o remanescente fiel depois da iminente destruição que seria trazida pelo ataque assírio.
·       Segunda: no lado negativo, indicava que o povo de Deus sofreria um julgamento tão severo que apenas um remanescente retornaria do exílio.
Deus mandou Isaías com seu filho dizer ao rei Acaz que estava na outra extremidade do aqueduto do açude superior, junto ao caminho do campo do lavandeiro para:
·       Acautelar-se.
·       Aquitar-se.
·       Não temer.
·       Não se desanimar.
Por causa dos dois tocos de tições fumegantes, ou seja, tanto a Síria (Arã) quanto Israel estavam prestes a ser destruídos pelos assírios: Damasco por Tiglate-Pileser III (732 a.C.) e Samaria por Sargão II (722 a.C.).
O profeta estava incentivando Acaz para levantar seus olhos acima da situação política e a aceitar a proteção de Deus.
A ameaça deles era de subir contra Judá e o amedontrar com a possibildade de conquista para fazer reinar o filho de Tabeal – estes é um nome aramaico, que significa "bondade de Deus", é parodiado em hebraico como Tabal, que significa "não serve para nada".
Deus falou que isso não aconteceria – vs. 7. Era o Senhor que estava garantindo a Acaz proteção contra Síria (Arã) e Israel (8:9-10; 40:23-24; SI 2:4; 33:10-11; 56:4,11).
Também disse que Efraim seria destruído e deixaria de ser povo. O fato é que os assírios assentaram povos estrangeiros nos territórios do Reino do Norte em 670 a.C. Esses recém-chegados se casaram com israelitas que haviam permanecido na Terra Prometida e, assim, formaram os “samaritanos", o povo miscigenado que ficou bastante conhecido a partir dos evangelhos.
E ainda Deus continuou a falar com Acaz e o provocou a pedir um sinal que tanto fazia se este viesse debaixo ou dos céus, mas Acaz não aceitou a provocação e nada pediu de sinal por temer estar tentando ao Senhor - Êx 17.2; Dt 6.16.
Um sinal autenticava as mensagens proféticas relativas ao futuro ao revelar a determinação de Deus de executar a predição (veja 37 30; 38.7).
Acaz simplesmente fingia piedade. Ele não pediu um sinal porque não queria aumentar a sua culpa por recusar-se a crer – vs. 12.
Ele se recusara a pedir, mas o profeta falava por Deus e Deus escolheu por ele.
A palavra hebraica almah refere-se a uma donzela em idade de casamento, com conotações de virgindade (Gn 24:43); ela aparece sete vezes, sendo que em nenhuma delas como uma donzela que tenha perdido a virgindade.
A Septuaginta (a tradução grega do AT) apoia enfaticamente a tradução "virgem", assim como o faz o Novo Testamento (Mt 1.23). Todavia, o sinal não especificava que essa mulher conceberia ainda como virgem, como veremos a seguir.
O sinal do Senhor:
·       A virgem conceberá.
·       Dará a luz um filho.
·       Seu filho se chamará Emanuel, literalmente, "Deus conosco".
Esse nome Emanuel era simbólico, não se tratando do nome real da criança (9:6). A implicação era que a criança simbolizaria a disposição de Deus de acompanhar Judá na batalha contra a Síria, Israel e a Assíria (II Cr 13:12).
Deus se ofereceu para proteger Judá da coalizão sírio-israelita e da Assíria, mas Acaz rejeitou a oferta.
Desse modo, a criança Emanuel que nasceria mais tarde revelaria a insensatez de se rejeitar a oferta graciosa de Deus.
O Novo Testamento, nos recorda a BEG, identifica o nascimento virginal de Jesus como o cumprimento desse sinal (Mt 1.23), mas os cristãos têm assumido visões diferentes quanto à maneira de entender esse cumprimento.
A compreensão tradicional cristã é que o próprio Isaías tinha em mente o nascimento sobrenatural do Messias e apontou diretamente para esse acontecimento no futuro distante como um sinal contra a descrença de Acaz.
As principais dificuldades com essa visão são que esse sinal foi dirigido a Acaz, que morreu centenas de anos antes do nascimento de Cristo, e que o nascimento da criança Emanuel deveria acontecer antes da destruição da Síria (Arã) e Israel (vs. 16), o que aconteceu pouco depois de a profecia ter sido declarada.
Segundo, um grande número de comentaristas sustenta que Isaías estava se referindo a uma virgem com a qual ele estava comprometido para se casar (8:3), depois da morte de sua primeira esposa.
De acordo com essa visão, quem ele tinha em mente era Rápido-Despojo-Presa-Segura ("Maer-Salal-Hás-Baz"), descrito no capítulo seguinte (cf. 7:15-16, 8:3-4).
A partir dessa perspectiva, a mulher e a criança dos dias de Isaías eram tipos ou prefigurações do nascimento virginal de Jesus.
Assim como a criança da época de Isaías foi tanto um sinal de redenção do povo de Deus como um julgamento contra a descrença, do mesmo modo Jesus foi o sinal derradeiro de que Deus resgataria o seu povo fiel e traria julgamento contra a descrença entre os judeus que haviam rejeitado a oferta de Deus de salvação nele.
A manteiga e o mel não eram alimentos normais de uma criança pequena. Tal dieta coloca-se em contraste com o pão e o vinho.
O pão e o vinho, produtos de campos cultivados, representam um tempo de prosperidade e paz anterior à invasão assíria; manteiga e mel simbolizam um tempo em que a terra estava desolada (vs. 22; Dt 32:13-14).
Assim, a criança nasceria durante um tempo de dificuldade para o povo de Deus. Manteiga suficiente para sustentar uma família exigiria pelo menos "uma vaca nova e duas ovelhas" (vs. 21).
A expressão em hebraico normalmente significa "para saber rejeitar". A criança mal teria acabado de alcançar a plena maturi-dade moral antes que os assírios destruíssem a Síria e Israel.
Acaz já sabia que Efraim seria destruída (7:8). Agora, ele descobria que ela seria destruida antes que a criança alcançasse plena maturidade moral.
Com seus inimigos aniquilados, a criança se colocaria como um sinal do julgamento contra Acaz por ter rejeitado a oferta de proteção feita por Deus.

Dos vs. 18 ao 25, por quatro vezes, o profeta fala “naquele dia” indicando terríveis males que viriam sobre Jerusalém. 1. Moscas e abelhas. 2. Grande humilhação de Jerusalém pelos Assírios. 3. Tempos de dificuldade – manteiga e mel contra o vinho e o pão. 4. Espinheiros e abrolhos cobrindo toda a terra.
 Is 7:1 Sucedeu, pois, nos dias de Acaz, filho de Jotão, filho de Uzias,
                rei de Judá, que Rezim, rei da Síria, e Peca, filho de Remalias,
                               rei de Israel, subiram a Jerusalém,
                                               para pelejarem contra ela,
                                                               mas nada puderam contra ela.
                Is 7:2 E deram aviso à casa de Davi, dizendo:
                               A Síria fez aliança com Efraim.
                                               Então se moveu o seu coração,
                                                               e o coração do seu povo, como se movem as
                                                                              árvores do bosque com o vento.
                Is 7:3 Então disse o SENHOR a Isaías:
                               Agora, tu e teu filho Sear-Jasube, saí ao encontro de Acaz,
                                               ao fim do canal do tanque superior,
                                                               no caminho do campo do lavandeiro.
                Is 7:4 E dize-lhe:
                               Acautela-te, e aquieta-te; não temas,
                                               nem se desanime o teu coração por causa
                                                               destes dois pedaços de tições fumegantes;
                                                               por causa do ardor da ira de Rezim,
                                                                              e da Síria, e do filho de Remalias.
                Is 7:5 Porquanto a Síria teve contra ti maligno conselho, com Efraim,
                               e com o filho de Remalias, dizendo:
                Is 7:6 Vamos subir contra Judá, e molestemo-lo
                               e repartamo-lo entre nós, e façamos reinar no meio dele
                                               o filho de Tabeal.
                Is 7:7 Assim diz o Senhor DEUS:
                               Isto não subsistirá, nem tampouco acontecerá.
                Is 7:8 Porém a cabeça da Síria será Damasco,
                               e a cabeça de Damasco Rezim;
                                               e dentro de sessenta e cinco anos Efraim
                                                               será destruído, e deixará de ser povo.
                Is 7:9 Entretanto a cabeça de Efraim será Samaria,
                               e a cabeça de Samaria o filho de Remalias; se não o crerdes,
                                               certamente não haveis de permanecer.
                Is 7:10 E continuou o SENHOR a falar com Acaz, dizendo:
                               Is 7:11 Pede para ti ao SENHOR teu Deus um sinal;
                                               pede-o, ou em baixo nas profundezas,
                                                               ou em cima nas alturas.
                Is 7:12 Acaz, porém, disse:
                               Não pedirei, nem tentarei ao SENHOR.
                Is 7:13 Então ele disse:
                               Ouvi agora, ó casa de Davi:
                                               Pouco vos é afadigardes os homens,
                                               senão que também afadigareis ao meu Deus?
                Is 7:14 Portanto o mesmo Senhor vos dará um sinal:
                               Eis que a virgem conceberá, e dará à luz um filho,
                                               e chamará o seu nome Emanuel.
                               Is 7:15 Manteiga e mel comerá, quando ele souber rejeitar
                                               o mal e escolher o bem.
                               Is 7:16 Na verdade, antes que este menino saiba rejeitar
                                               o mal e escolher o bem, a terra, de que te enfadas,
                                                               será desamparada dos seus dois reis.
                Is 7:17 Porém o SENHOR fará vir sobre ti, e sobre o teu povo,
                               e sobre a casa de teu pai, pelo rei da Assíria, dias tais,
                                               quais nunca vieram, desde o dia em que Efraim
                                                               se separou de Judá.
                Is 7:18 Porque há de acontecer que naquele dia assobiará o SENHOR
                               às moscas, que há no extremo dos rios do Egito,
                                               e às abelhas que estão na terra da Assíria;
                Is 7:19 E todas elas virão, e pousarão nos vales desertos
                               e nas fendas das rochas, e em todos os espinheiros
                                               e em todos os arbustos.
                Is 7:20 Naquele mesmo dia rapará o Senhor com uma navalha
                               alugada, que está além do rio, isto é, com o rei da Assíria,
                                               a cabeça e os cabelos dos pés;
                                                               e até a barba totalmente tirará.
                Is 7:21 E sucederá naquele dia que um homem criará
                               uma novilha e duas ovelhas.
                Is 7:22 E acontecerá que por causa da abundância do leite
                               que elas hão de dar, comerá manteiga; e manteiga e mel
                                               comerá todo aquele que restar no meio da terra.
                Is 7:23 Sucederá também naquele dia que todo o lugar,
                               em que houver mil vides, do valor de mil siclos de prata,
                                               será para as sarças e para os espinheiros.
                Is 7:24 Com arco e flecha se entrará ali,
                               porque toda a terra será sarças e espinheiros.
                Is 7:25 E quanto a todos os montes, que costumavam cavar
                               com enxadas, para ali não irás por causa do temor
                                               das sarças e dos espinheiros;
                               porém servirão para se mandarem para lá os bois
                                               e para serem pisados pelas ovelhas.
Acaz foi atacado por Rezim, rei da Síria, Peca, rei de Israel, mas conseguiu se safar deles. O profeta Isaías interferiu nessa crise, aconselhando o indeciso Acaz a confiar no Senhor, conforme já vimos – 7:1-17.
Acaz obteve ajuda de Tiglate-Pileser, rei da Assíria, em troca de ouro e prata que se achavam na Casa do Senhor e nos tesouros da casa do rei – vs 20.
Este aceitou os presentes (que ironicamente era o pagamento que Acaz estava lhe fazendo para ser atacado posteriormente) e atacou a Damasco, matou seu rei Rezim, tomou-a e levou cativo o seu povo para Quir. Essa destruição da Síria foi em cumprimento às profecias de Isaías – Is 7:16 e do profeta Amós – Am 1:5.
A Deus toda glória! p/ Daniel Deusdete – 
http://www.jamaisdesista.com.br
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No entanto, lembre-se de juntar Cl 3:17 com 1 Co 10:31 :
devemos tudo fazer para a glória de Deus e em nome de Jesus! Deus o abençoe.