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quarta-feira, 3 de dezembro de 2014

Isaías 6:1-13 - O CHAMAMENTO DE ISAÍAS COMO PROFETA DO SENHOR E SUA DURA MISSÃO

Estamos no livro de Isaías e já estamos no capítulo 6/66, na parte II. Nós nos encontramos aqui:
Parte II – A MENSAGEM DE JULGAMENTO E RESTAURAÇÃO PREGADA POR ISAÍAS – 1:2 a 6:13.
Como já falamos, esses capítulos – do 1 ao 6 - fornecem um resumo das profecias de Isaías. Ele proferiu palavras de julgamento contra Israel e Judá, mas também forneceu a esperança de restauração após o exílio.
Também já dividimos essa segunda parte em três blocos:
A.      Julgamento e restauração à retidão e à justiça (1:2-2.5) – com suas subdivisões: 1. Demanda contra a impiedade e a injustiça (1:2-31) – já vista. 2. A justiça e a retidão futuras de Sião (2:1-5) – já vista
B.       Julgamento e restauração naquele dia (2:6-4.6) – com suas subdivisões:  1. Orgulho e sincretismo naquele dia (2:6-22) – já vista. 2. Os lideres de Jerusalém naquele dia (3:1-15) – já vista. 3. As mulheres altivas naquele dia (3:16-4.1) – já vista.4. O Renovo do Senhor naquele dia (4:2-6) – já vista.
C.       Julgamento que leva à restauração (5:1-6:13) – com suas subdivisões:  1. O cântico da vinha (5:1-7) – já vista. 2. Os ais contra o povo de Deus (5:8-30) – já vista. 3. A missão de Isaías de julgamento e restauração (6:1-13) – veremos agora.
C. Julgamento que leva à restauração (5.1-6.13) - continuação. 
Nesses versículos, esse resumo de abertura da mensagem de condenação e esperança proferida por Isaías concentra-se na questão de como o julgamento de Deus tinha de ser levado a cabo (5:1-30) até que a destruição prevista acontecesse (6:1-13).
Esse material divide-se, como já vimos acima, entre a parábola ou o cântico da vinha (5:1-7) – já vista, uma série de ais contra o povo de Deus (5:8-30) – também já vista e o chamado de Isaías para a sua missão profética difícil de julgamento e restauração (6:1-13) – veremos agora.
3. A missão de Isaías de julgamento e restauração (6:1-13)
Esse último ciclo dos julgamentos e da restauração (à retidão e à justiça - 1:2-2.5 -, naquele dia - 2:6-4.6 - e o julgamento que leva à restauração - 5:1-6:13) se encerra com um registro do chamado do profeta (seu comissionamento) e a apresentação do modo como as mensagens de julgamento e restauração relacionam-se umas com as outras na missão de Deus para a vida de Isaias.
Conforme já vimos, esse rei leproso (II Cr 26:16-21) morreu em 740 a.C., o ano da visão de Isaías que ele teve do Senhor no alto e sublime trono (o trono do Senhor no seu templo terreno era a representação do seu trono no seu templo celestial – 66:1), onde as abas de suas vestes enchiam o templo.
Isaías ficou totalmente deslumbrado diante da majestade real de Deus na sua sala do trono, o templo. O templo celestial de Deus e a sala do trono se cruzavam no templo terreno.
Isaías é apresentado como se estivesse no templo celestial ao qual os profetas eram frequentemente levados (cf. Ap 4,1-8).
Os Serafins (termo hebraico significa "abrasadores' – Nm 21:6) estavam por cima dele e a sua descrição falava de uma criatura alada de seis asas, bastante comuns na iconografia do Oriente Médio.
Cada par de asas dos Serafins tinha uma finalidade específica, dois pares serviam para cobrir, esconder algo: o seu rosto, os seus pés e um par, servia para voar. Eles também clamavam uns para os outros dizendo santo, santo, santo.
Os serafins participavam repetidamente desse ritual celeste, revelando que eles estavam deslumbrados pela santidade e pela glória de Deus.
A grandeza de Deus na sua sala do trono não deixa dúvidas de que ele é Rei de todo o mundo (2:19,21; 11:4,9,12; 42:1,4-5; 65:17; 66.1, 22; Lc 2:14).
A chegada de Deus teofânica é acompanhada pelo rearranjo radical do cosmos, nesse caso expressando o julgamento contra Israel (vs. 9-1 3), demonstrado no tremor da terra e na presença de fumaça e muitas vezes também de fogo (13:13; 24:17-18; 29:6; 30:26-31; Ex 19:18-19; I Rs 19:11 -13; Sl 18:7-15; Ez 20:47-48; Mq 1:3-4; Na 1:3b-8; Hc 3:31 5).
Essa visão impactou Isaías de tal forma que ele - vs 5 - temia que os seus próprios pecados e os do povo fizessem com que o santo Rei mandasse julgamento contra eles. A frase que ele disse – vs 6 - reflete o que somos quando estamos diante do Santo Deus de Israel:
·         Ai de mim! (juízo!).
·         Estou perdido! (como nos sentimos quando estamos diante da santidade do Justo Juiz que exerce juízo e faz justiça na terra).
·         Habito no meio de um povo de impuros lábios (nascemos em iniquidade e nela nos concebeu a nossa mãe – o pecado original. Jamais de nós mesmos conseguiríamos nos purificar).
·         E os meus olhos viram o Rei, o Senhor dos Exércitos. (todos nós um dia teremos um encontro com o Senhor para o julgamento. Se não fosse Cristo, justiça nossa, como poderia uma criatura pecadora contemplar o Rei e Senhor dos Exércitos sem enfrentar a morte?)
Depois disso, sua sensação era de que tivesse ele chegado ao fim, por causa do que estava se sucedendo e como se sentia imundo. Foi preciso um dos serafins que cobriam com suas asas os seus pés e cabeça, voar até  ele com uma "brasa viva" tirada do altar específica para isso. O altar não foi identificado, mas, relembrando-se os escritos, brasas eram sempre levadas ao Santo dos Santos a cada ano, no Dia da Expiação (Lv 16:12).
A brasa do altar tocou os seus lábios e a sua iniquidade foi passada dele bem assim os seus pecados foram perdoados. O profeta tinha admitido a sua própria pecaminosidade e inadequação como profeta, mas declarou, após ser tocado, que estava qualificado a falar porque Deus purificara a sua boca (Jr 1:9).
Após isso, é que Isaías pode ouvir a voz do Senhor que dizia: “A quem enviarei, e quem há de ir por nós?” Vemos nesse “nós”  - vs 8 - uma referência ao Senhor e ao conselho da corte celestial. Tal como outros profetas, Isaías servia na corte de Deus e proclamava o que vira e ouvira ali tanto para os reis quanto para as pessoas comuns (I Re 22:19-20; Jr 23:18,22). Nas religiões pagãs, de modo geral apenas os deuses serviam como mensageiros da corte celestial, enquanto no Antigo Testamento essa função era exercida pelos profetas.
Sua resposta foi imediata ao seu chamado: “eis-me aqui, envia-me a mim” – vs 8. A missão de Isaías envolvia dois aspectos, tal como a missão de Jesus (Mt 13:13-15; Rm 11:7-10,25). A palavra profética deveria ser entregue de tal maneira que muitos não compreendessem (29:9-12), mas também revelaria a verdade ao humilde a quem Deus tivesse escolhido. Eu vejo isso como a função dupla da espada de dois gumes da pregação.
Toda pregação tem dois efeitos imediatos. Uma, a conversão do fiel, pois ela desperta nele a fé salvadora. Outra, o juízo para o infiel, pois a pregação ao invés de despertar nele a fé salvadora, o que seria de se esperar, não encontra nele um coração receptivo e ele tem seu coração endurecido.
O profeta entendeu prontamente a sua dura missão – como foi dura a de Cristo e como é dura a nossa, depois de Cristo -, mas ficou em dúvida quanto ao tempo em que Deus permaneceria irado com o seu povo, por isso lhe pergunta: “até quando, Senhor?” – vs 11.
O profeta queria falar diretamente, de modo que o povo pudesse arrepender-se, mas o seu desejo ia na direção contrária do plano de Deus de purificar a nação por meio do julgamento do exílio. Ele se perguntava quando a determinação de Deus de julgar o seu povo chegaria ao fim.
A resposta de Deus à pergunta de Isaías está nos vs de 11 a 13. A sua determinação iria mesmo até quase o fim. O juízo de Deus seria severo e abrangeria toda a nação até que não sobrasse quase nada dela, mas apensas a “santa semente” – vs 13 – o seu toco.
As cidades ficariam desoladas, sem habitantes, as casas sem moradores e a terra de todo assolada porque o Senhor estará afastando dela os homens de modo que o desamparo será grande. Essa desolação seria como se a nação fosse um pé de terebinto ou de carvalho que quando são derribados, permanece apenas o toco, assim seria com a nação dos filhos de Israel, apenas o seu toco, a sua santa semente, ou seja o Messias, haveria de permanecer.
Na seção anterior, a concentração esteve em torno da restauração – 4:2-6 – agora, havia um remanescente purificado ligado ao Messias que receberia as bênçãos da restauração por meio dele, após o exílio.
O toco tanto pode ser um renovo que saí das raízes – 11:1 – quanto um ramo que brota do tronco de uma árvore cujas folhas caíram – 1:30 –
Is 6:1 No ano em que morreu o rei Uzias,
                eu vi também ao Senhor assentado sobre um alto e sublime trono;
                               e o seu séquito enchia o templo.
                Is 6:2 Serafins estavam por cima dele;
                               cada um tinha seis asas;
                                               com duas cobriam os seus rostos,
                                               e com duas cobriam os seus pés,
                                               e com duas voavam.
                Is 6:3 E clamavam uns aos outros, dizendo:
                               Santo, Santo, Santo é o SENHOR dos Exércitos;
                                               toda a terra está cheia da sua glória.
                Is 6:4 E os umbrais das portas se moveram à voz do que clamava,
                               e a casa se encheu de fumaça.
                Is 6:5 Então disse eu:
                               Ai de mim! Pois estou perdido;
                                               porque sou um homem de lábios impuros,
                                               e habito no meio de um povo de impuros lábios;
                                                               os meus olhos viram o Rei,
                                                                              o SENHOR dos Exércitos.
                Is 6:6 Porém um dos serafins voou para mim,
                               trazendo na sua mão uma brasa viva,
                                               que tirara do altar com uma tenaz;
                Is 6:7 E com a brasa tocou a minha boca, e disse:
                               Eis que isto tocou os teus lábios;
                                               e a tua iniquidade foi tirada,
                                                               e expiado o teu pecado.
                Is 6:8 Depois disto ouvi a voz do Senhor, que dizia:
                               A quem enviarei, e quem há de ir por nós?
                                               Então disse eu:
                                                               Eis-me aqui, envia-me a mim.
                Is 6:9 Então disse ele:
                               Vai, e dize a este povo:
                                               Ouvis, de fato, e não entendeis,
                                                               e vedes, em verdade, mas não percebeis.
                                               Is 6:10 Engorda o coração deste povo,
                                                               e faze-lhe pesados os ouvidos,
                                                                              e fecha-lhe os olhos;
                                                               para que ele não veja com os seus olhos,
                                                               e não ouça com os seus ouvidos,
                                                               nem entenda com o seu coração,
                                                               nem se converta e seja sarado.
                Is 6:11 Então disse eu:
                               Até quando Senhor?
                E respondeu:
                               Até que sejam desoladas as cidades
                                               e fiquem sem habitantes,
                                                               e as casas sem moradores,
                                                                              e a terra seja de todo assolada.
                               Is 6:12 E o SENHOR afaste dela os homens,
                                               e no meio da terra seja grande o desamparo.
                               Is 6:13 Porém ainda a décima parte ficará nela,
                                               e tornará a ser pastada;
                                               e como o carvalho, e como a azinheira,
                                                               que depois de se desfolharem,
                                                                              ainda ficam firmes,
                                               assim a santa semente será a firmeza dela.
Santo, santo, santo é o Senhor dos Exércitos. A santidade de Deus envolve uma perfeição moral e uma grandeza transcendente. Na verdade somente Deus é santo. Nós fomos feitos à sua imagem e à sua semelhança, portanto também “podemos” ser santos, mas jamais perfeitos em santidade.
Por isso que Deus nos pede para sermos santos – Lv 11:45. Como nos pede para sermos perfeitos e andarmos em sua luz. Obviamente que guardadas as devidas proporções humanas e divina.
A Deus toda glória! p/ Daniel Deusdete – 
http://www.jamaisdesista.com.br
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1 comentários:

EXCELENTE REVELAÇAO DA PÁLAVRA EM EXPLICAR

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No entanto, lembre-se de juntar Cl 3:17 com 1 Co 10:31 :
devemos tudo fazer para a glória de Deus e em nome de Jesus! Deus o abençoe.