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quarta-feira, 13 de agosto de 2014

Jó 34:1-37 - O SEGUNDO DISCURSO DE ELIÚ - A JUSTIÇA DIVINA

Segue nossa localização na leitura atual:


Parte IV – OS MONÓLOGOS – 29:1 A 42:6.
B. Os discursos de Eliú – 32:1 a 37:24.
Como já visto, essa seção “B. Os discursos de Eliú – 32:1 a 37:24” foi subdividida em 5 partes: 1. Introdução aos seus discursos – 32:1-5 – já vista. 2. O primeiro discurso – 32:6 – 33:33 – já vista. 3. O segundo discurso – 34:1 – 37 – veremos agora. 4. O terceiro discurso – 35:1 – 16. 5. O quarto discurso – 36:1 – 37:24.
3. O segundo discurso – 34:1 – 37.
No seu segundo discurso, Eliú usa uma das declarações de Jó – a sua afirmação de inocência. Jó tinha uma consciência imperturbável, por isso que alegava inocência e não admitia de forma alguma que o que estava sofrendo tinha ligações com sua vida diante de Deus.
Embora esteja ocupando apenas o capítulo 34, dividiremos ele em 4 partes. a. Chamado aos sábios – 34:1-4. b. Palavras equivocadas de Jó – 34:5-9. c. A justiça divina – 34:10-30. d. Chamado ao arrependimento – 34:31-37.
a. Chamado aos sábios – 34:1-4.
Com ousadia e fala que beira mesmo à arrogância, Eliú desafia e chama os sábios para darem atenção à sua fala, ao seu discurso. Ele compara a sua fala com a língua, pois como o paladar prova a comida antes de ingeri-la, assim, o ouvido prova as palavras para saber se elas são boas ou não.
Eliú também parece-se incomodado com as falas de Jó e com a incapacidade de seus três amigos de lhe darem uma resposta adequada.
No verso 3, usando o plural, ele busca o que é direito e o que é bom. A justiça e a bondade pertencem somente a Deus, sendo portanto inegociáveis quaisquer dúvidas contra o ser divino.
O uso do plural majestático é para reforçar a ideia de que a busca de sabedoria deve ser feita em associação com outros sábios, permanecendo elusiva e impossível de ser compreendida plenamente – cap. 28.
b. Palavras equivocadas de Jó – 34:5-9.
Já começa dizendo que Jó está acusando Deus por ter tirado o direito dele, estando ele certo, justo, diante do Senhor. Jó alega sua inocência e a sustenta veementemente. Dizia ele na fala de Eliú: sou justo. Ora, todos sabemos que Jó não se tinha por justo, o fato é que ele não se sentia merecedor do que estava tendo de suportar.
De certa forma, Jó tem toda a razão. Somente podemos perceber isso por que temos a visão de todo o livro de Jó e dos acontecimentos de bastidores, que ninguém ali tem, exceto o narrador bíblico.
Jó está convicto de sua inocência e também convicto de que o que estava lhe acontecendo era por permissão divina devido a sua fé na soberania absoluta de Deus sobre toda a carne.
Por exemplo, se minha esposa está brava comigo por uma razão óbvia, é também óbvio que uma vez tratado do assunto na raiz do problema, a sua ira passará, bem, pelo menos deveria. Logo, sou responsável por sua ira e sofro as consequências disso tudo. No entanto, como crentes na soberania de Deus, entendemos que se ela está endurecida em seu coração e portanto irada, isso Deus permitiu.
Duas verdades teológicas que defendo até a morte: 1. Deus sempre será justo e perfeito, permitindo ou não permitindo qualquer endurecimento. 2. Nós sempre seremos responsáveis por nossos atos havendo ou não qualquer endurecimento de coração.
A ira contra Deus, nesse sentido é insensatez. Se Jó tinha ira, ai sim, ele estava em grande erro, mas atribuir a Deus a responsabilidade soberana e alegar a sua inocência, mostra para mim, Jó como um grande homem de Deus e não digno de reprovação.
Nesses versos, Eliú está citando palavras de Jó que não são difíceis de refutação – 12:4; 13:18; 27:2,6. Jó se sentia acusado de mentiroso pelos seus conselheiros – 15:5 – e, por sua vez, também lhes acusava do mesmo – 13:4.
O fato é que cada um aqui está buscando a verdade dos fatos, mas conforme seus pressupostos, cada vez mais se distanciavam dela, exceto Jó, que era o que mais próximo estava sempre da verdade. Deus permanece em silêncio total e absoluto, como alguém que está a dizer que ninguém precisa mais do que já tem.
c. A justiça divina – 34:10-30.
Fiel à sua raiva com Jó, diz a BEG, Eliú defende a bondade e a justiça de Deus. Independentemente das circunstâncias de Jó, concluir que Deus era injusto era uma resposta inadequada.
Deus não somente é bom e justo como afirma Eliú, mas também soberano:
­    é SOBERANO, ÚNICO SOBERANO (I Tm 6:15, Ap 6:10 - faz o que quer, quando quer, da forma que quiser, com quem quiser);
­    é SÁBIO (seus atos são feitos com sabedoria e guardam propósito, finalidade, inteligência – Sl 104:24, Pv 3:19);
­    é AMOROSO, JUSTO, BOM E MISERICORDIOSO (sua motivação maior em tudo o que faz é o amor, seguidos de sua justiça, bondade e misericórdia);
Sendo assim:
·           Eu estou onde Deus quer que eu esteja. No dia que Deus quiser te tirar desse lugar, ninguém poderá impedi-lo. Há um propósito nisso e somente depois de concluí-lo é que eu poderei sair.
·           Eu sou o que Deus quer que eu seja. Porque me lamentar? Deus me fez especial e somente eu poderei cumprir com êxito aquilo que ele preparou para eu fazer.
·           Eu tenho o que Deus quer que eu tenha. Deus pode tornar-me rico ou pobre em instantes, por isso, não me angustiarei querendo ir além. Acalme-se, minha alma, que Deus está te dando e continuará a te dar tudo o que você necessita:
­    nem mais para eu não me orgulhar e cair,
­    nem menos para eu não lamentar e murmurar e também cair.
Não podemos negociar de forma alguma com Deus, ou com quem quer que seja, esses atributos de Deus.
·           Deus é muito mais do que justo, ele é a própria justiça!
·           Deus é muito mais do que bom, ele é amor!
·           Deus é muito mais do que soberano, ele é a soberania.
Também, cada vez mais me convenço de que o homem é cem por cento responsável por seus atos e por eles, portanto, responderá quer por ação, quer por omissão, quer por palavras, quer por pensamentos, quer por obras, que pela ausência delas – I Pe 4:5; Hb 4:13.
d. Chamado ao arrependimento – 34:31-37.
Eliú pede que Jó ajuste a sua visão, pois está a falar sem conhecimento, sem sabedoria, com rebelião em seu coração e até com desprezo.
Eliú sustenta que Jó não havia aceitado a verdade de que Deus é justo e, por isso, óbvio, estaria sendo injusto para com ele. O fato de Deus estar sendo duro demais com ele, e Jó tinha razão nisso, não fazia de Jó acusador de que Deus era injusto.
Aqui também Eliú está sendo preconceituoso para com Jó e querendo defender o que imagina ser sua crença em Deus. Eliú tenta defender a Deus contra Jó, mas eu não vejo Jó atacar a Deus, antes defender-se e se queixar de que suas dores estão sendo além do normal.
Diz-nos a BEG que o texto em hebraico contém algumas dificuldades nos vs 31-33. Em geral, a admoestação é que Deus nunca está sujeito aos homens.
Jó 34:1 Respondeu mais Eliú, dizendo:
                Jó 34:2 Ouvi, vós, sábios, as minhas razões;
                               e vós, entendidos, inclinai os ouvidos para mim.
                Jó 34:3 Porque o ouvido prova as palavras,
                               como o paladar experimenta a comida.
                Jó 34:4 O que é direito escolhamos para nós;
                               e conheçamos entre nós o que é bom.
Jó 34:5 Porque Jó disse:
                Sou justo, e Deus tirou o meu direito.
                Jó 34:6 Apesar do meu direito sou considerado mentiroso;
                               a minha ferida é incurável,
                                               embora eu esteja sem transgressão.
                Jó 34:7 Que homem há como Jó,
                               que bebe a zombaria como água?
                Jó 34:8 E caminha em companhia dos que praticam a iniquidade,
                               e anda com homens ímpios?
                Jó 34:9 Porque disse:
                               De nada aproveita ao homem o comprazer-se em Deus.
Jó 34:10 Portanto vós, homens de entendimento, escutai-me:
                Longe de Deus esteja o praticar a maldade
                                               e do Todo-Poderoso o cometer a perversidade!
                Jó 34:11 Porque, segundo a obra do homem, ele lhe paga;
                               e faz a cada um segundo o seu caminho.
                Jó 34:12 Também, na verdade, Deus não procede impiamente;
                               nem o Todo-Poderoso perverte o juízo.
                Jó 34:13 Quem lhe entregou o governo da terra?
                               E quem fez todo o mundo?
                Jó 34:14 Se ele pusesse o seu coração contra o homem,
                               e recolhesse para si o seu espírito e o seu fôlego,
                                               Jó 34:15 Toda a carne juntamente expiraria,
                                                               e o homem voltaria para o pó.
                Jó 34:16 Se, pois, há em ti entendimento, ouve isto;
                               inclina os ouvidos ao som da minha palavra.
                Jó 34:17 Porventura o que odiasse o direito se firmaria?
                               E tu condenarias aquele que é justo e poderoso?
                Jó 34:18 Ou dir-se-á a um rei: Oh! Vil?
                               Ou aos príncipes: Oh! ímpios?
                Jó 34:19 Quanto menos àquele, que não faz
                               acepção das pessoas de príncipes,
                                               nem estima o rico mais do que o pobre;
                                                               porque todos são obras de suas mãos.
                Jó 34:20 Eles num momento morrem;
                               e até à meia noite os povos são perturbados, e passam,
                                               e os poderosos serão tomados não por mão humana.
                Jó 34:21 Porque os seus olhos estão sobre os caminhos de cada um,
                               e ele vê todos os seus passos.
                Jó 34:22 Não há trevas nem sombra de morte,
                               onde se escondam os que praticam a iniquidade.
                Jó 34:23 Porque Deus não sobrecarrega o homem mais do que é justo,
                               para o fazer ir a juízo diante dele.
                Jó 34:24 Quebranta aos fortes, sem que se possa inquirir,
                               e põe outros em seu lugar.
                Jó 34:25 Ele conhece, pois, as suas obras;
                               de noite os transtorna, e ficam moídos.
                Jó 34:26 Ele os bate como ímpios que são,
                               à vista dos espectadores;
                Jó 34:27 Porquanto se desviaram dele,
                               e não compreenderam nenhum de seus caminhos,
                Jó 34:28 De sorte que o clamor do pobre subisse até ele,
                               e que ouvisse o clamor dos aflitos.
                Jó 34:29 Se ele aquietar, quem então inquietará?
                               Se encobrir o rosto, quem então o poderá contemplar?
                                               Seja isto para com um povo,
                                                               seja para com um homem só,
                               Jó 34:30 Para que o homem hipócrita nunca mais reine,
                                               e não haja laços no povo.
Jó 34:31 Na verdade, quem a Deus disse:
                Suportei castigo, não ofenderei mais.
                Jó 34:32 O que não vejo, ensina-me tu;
                               se fiz alguma maldade, nunca mais a hei de fazer?
                Jó 34:33 Virá de ti como há de ser a recompensa,
                               para que tu a rejeites? Faze tu, pois, e não eu, a escolha;
                                               fala logo o que sabes.
                Jó 34:34 Os homens de entendimento dirão comigo,
                               e o homem sábio que me ouvir:
                                               Jó 34:35 Jó falou sem conhecimento;
                                                               e às suas palavras falta prudência.
                Jó 34:36 Pai meu! Provado seja Jó até ao fim,
                               pelas suas respostas próprias de homens malignos.
                Jó 34:37 Porque ao seu pecado acrescenta a transgressão;
                               entre nós bate palmas,
                                               e multiplica contra Deus as suas palavras.
Novamente, amigos e conselheiros que somente viam o pecado em Jó e como eram grandes as suas falhas, mas onde está o amor, o abraço, a força que deveriam transmitir a ele, Jó, primeiramente?
Será que somos semelhantes a Elifaz, Bildade, Zofar e Eliú ou piores do que ele que se apressam em primeiro julgar o outro que caiu ou está em grandes apuros?
Ninguém acreditava em Jó! Não é o princípio básico de todo relacionamento a confiança no outro acima de tudo? Como eu costumo dizer: - eu prefiro ser traído por você, do que trair a minha confiança depositada em ti.
A Deus toda glória! p/ Daniel Deusdete – 
http://www.jamaisdesista.com.br
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1 comentários:

Gostei muito do comentário bíblico. Jó realmente estava falando sobre o que sentia, não julgando Deus como injusto. Continue o bom trabalho, irmão.

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No entanto, lembre-se de juntar Cl 3:17 com 1 Co 10:31 :
devemos tudo fazer para a glória de Deus e em nome de Jesus! Deus o abençoe.