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sábado, 26 de março de 2016

I João 5 1-21 - NÃO TENHA MEDO NÃO: JESUS É MESMO DEUS. INVOQUE-O!

Como já dissemos, João, o apóstolo amado, escreveu sua primeira epístola para alertar sobre os falsos mestres que ensinavam que Cristo não tinha verdadeiramente vindo em carne e incentivar um estilo de vida apropriado para os seguidores do Cristo encarnado. Estamos vendo o capítulo 5/5, o último.
Breve síntese do capítulo 5.
Tem gente que tem medo (ou ainda não o conhece) de chamar e de invocar a Jesus Cristo, Filho de Deus, como Deus legítimo, a segunda pessoa da Trindade. Não tenha medo! Creia que é o Espírito Santo que está te levando adorá-lo, logo, adore-o com toda a intensidade de sua alma.
Quem lê e estuda João, o discípulo amado, o discípulo do amor, fatalmente vai se deparar com uma pessoa cheia do Espírito Santo cujo discurso, resumidamente, é Jesus é Deus, veio em carne – nasceu de uma virgem, cresceu, morreu e ao terceiro dia ressuscitou – Deus é amor, devemos amar a nossos irmãos e os seus mandamentos são para serem vividos.
Reparem que ele exalta Deus, a sua palavra que são os seus mandamentos e o amor que deve ser expresso pelos irmãos como prova de que amamos verdadeiramente a Deus.
Vejamos o presente capítulo com mais detalhes, conforme ajuda da BEG:
V. "JESUS É O CRISTO" E SUAS IMPLICAÇÕES MORAIS (5.1 -5).
Experimentar o renascimento em Deus conduz à fé em Jesus como o Cristo. Se nascemos de Deus, amaremos outros aos quais ele ama.
Dos vs. 1 ao 5, veremos que "Jesus é o Cristo" e suas implicações morais. João retornou para as afirmações doutrinárias de que Jesus é o Cristo e Filho de Deus para enfatizar os resultados dessas crenças na vida dos cristãos. Essa parte foi dividida em duas seções as quais veremos todas agora: A. Fé e renascimento (5.1); e, B. Amando os filhos de Deus (5.2-5.5).
A. Fé e renascimento (5.1).
Crer que Jesus é o Cristo leva ao renascimento que leva os cristãos invariavelmente a amar os outros filhos de Deus.
Todos os que confessam que Jesus é o Cristo - veja 2.22 – é nascido de Deus. Aqui João se referiu ao ensino de Jesus sobre o renascimento de cima, do mesmo modo que ele havia relatado isso anteriormente no seu Evangelho (Jo 3.1-18,31).
Assim, todo aquele que ama ao que gerou também ama ao que dele é nascido. Seguindo a analogia do nascimento e ascendência, João observou que aqueles nascidos de Deus o amam como seu pai. Além disso, se os cristãos amam a Deus como seu pai, então eles amarão os outros filhos de Deus, os quais ele ama.
B. Amando os filhos de Deus (5.2-5.5).
Os cristãos expressam o amor por Deus e pelos seus filhos ao obedecerem aos seus mandamentos.
O amor pelo povo de Deus deve ser claramente definido. João fez isso em termos da obediência aos mandamentos de Deus. Todos os mandamentos de Deus foram designados para dar a honra que é devida a Deus e ao seu povo.
Portanto, não foi deixado aos cristãos especular sobre o que significa amar os outros. Seguir os mandamentos de Deus (isto é, guardar o sábado, não roubar, e assim por diante) é a maneira correta de demonstrar amor pelos outros.
A prova de que amamos os filhos de Deus é o fato de que amamos a Deus e guardamos os seus mandamentos. Esse amor de Deus deve ser expresso em que guardemos os seus mandamentos, os quais não são penosos. João esclarece que todo aquele que é nascido de Deus vence o mundo; e esta é a vitória que vence o mundo: a nossa fé. Ele explica então que aquele que vence o mundo é justamente aquele que crê que Jesus é o Filho de Deus – vs. 2 ao 5.
Quem duvida disso, aposta que Deus é mentiroso e isso o afasta de Jesus e o aproxima do diabo.
VI. O TRÍPLICE TESTEMUNHO (5.6-12).
Três testemunhos apoiam as palavras de João nessa carta. A água e o sangue derramado na morte de Jesus mostraram que ele era verdadeiramente humano, e o Espírito Santo no ministério de João também contribuiu para esse fato.
João voltou-se para uma prolongada declaração do testemunho que apoia a afirmação que ele fez nessa carta.
Ele então fala que ele é aquele que veio, ou possivelmente "veio através de". O significado dessa frase depende basicamente do significado da "água e sangue".
Ela é passível de muitas nuanças incluindo "perseverou", "vivenciou" e "chegou por meio de", mas não limitado a isso.
O que pode ser que ele veio por água e com o sangue? Há várias interpretações dessas palavras e nenhuma está isenta de dificuldades.
Alguns sugerem que elas se referem ao batismo e à crucificação de Jesus, o que faria sentido como uma refutação aos docetistas que acreditavam que o Cristo estava com Jesus em seu batismo, mas não em sua crucificação.
O uso do nome composto "Jesus Cristo" também contribui para essa interpretação como uma negação de que Jesus e o Cristo são entidades separadas.
Contra essa visão estão os fatos que João em seu Evangelho não relatou o batismo de Jesus e que "água" como uma referência ao batismo é algo vago.
Conforme a BEG, outros sugerem que "água e sangue" referem-se aos dois sacramentos do Novo Testamento: o Batismo e a Ceia do Senhor. Essa visão é falha no sentido de que João não mencionou esses ritos em sua carta ou relatou a sua instituição em seu Evangelho, e que nem "água" e nem "sangue", é uma referência clara aos sacramentos.
Ela fornece, no entanto, uma boa explicação para o motivo pelo qual é dito que "água" e "sangue" "testificam" (vs. 7-8), desde que tanto o batismo como a Ceia do Senhor proclamam visivelmente o evangelho de Cristo.
Outros acreditam que esse dito reflete Jo 19.34. Um tema-chave no Evangelho de João é o testemunho que Deus dá de Jesus, seu Filho. O sangue e a água que fluíam do lado de Jesus após a sua morte atestaram a realidade de sua morte; o lado ferido de Jesus confirmou mais tarde a realidade de sua ressurreição corpórea (Jo 20.20,25-27).
Em favor dessa visão é que Jo 19.34 utiliza ambas as palavras, "água" e "sangue", e que esses elementos podem ser razoavelmente entendidos como testificando da humanidade de Jesus e contra aqueles que se opunham a João e negavam a verdadeira humanidade de Cristo (4.2).
Um ponto fraco dessa visão é que a ênfase de João no sangue como um elemento diferente da água não é tão claramente significativa, a não ser como um testemunho adicional para perfazer o número requerido pela lei.
Quem dá testemunho desse fato é o Espírito, porque o Espírito é a verdade – vs. 7.
Pois há três que dão testemunho – vs. 7 e 8. A lei no Antigo Testamento exigia duas ou três testemunhas para condenar uma pessoa por um crime (Dt 17.6; 19.15).
João referiu-se ao tríplice testemunho quanto à plena humanidade de Jesus. Tanto o sangue como a água que fluíram do lado perfurado de Jesus quando ele estava na cruz (veja o vs. 6) testemunharam que Jesus era um homem.
A ação do Espírito nos ministérios dos apóstolos também confirmava a mensagem de que Jesus era Deus encarnado.
Se recebemos o testemunho dos homens pelo fato de haverem duas ou três testemunhas, imagine o testemunho de Deus. Ele é muito maior.
Ao apelar diretamente para Deus como testemunha, João, como Jesus, invalidou todas as contestações humanas (Jo 6.33-40).
João afirma que quem crê no Filho de Deus, em si mesmo tem o testemunho; já os que não creem, fazem de Deus mentiroso, pois não creem no testemunho que Deus deu de seu Filho. E o testemunho é este: que Deus nos deu a vida eterna, e esta vida está em seu Filho.
O Filho é tanto vivo quanto a fonte de vida para os cristãos (cf. Cl 2.20).
João afirmou que a salvação não pode ser encontrada à parte da fé em Jesus como o Filho de Deus. Isso para mim foi algo de uma sabedoria fenomenal, pois a exigência quanto aos homens está no fato de simplesmente crerem e não em méritos, obras, status social, condição intelectual, fama ou qualquer outro meio diferenciador entre homens e homens.
A vida em Jesus está tão presente e viva que ele é a própria vida e a fonte de vida para todos nós que cremos e obedecemos aos seus mandamentos os quais não são penosos.
VII. CONCLUSÃO (5.13-21).
Ao entender essa carta, podemos ter a certeza total da vicia eterna. Podemos orar com confiança em favor de outras pessoas que possam se desviar, e podemos estar certos da vitória sobre o maligno.
João encerrou a carta com vários resumos e algumas instruções finais. O Evangelho de João foi escrito para levar os leitores à fé em Jesus (Jo 20.31); 1João foi escrita para dar aos cristãos a habilidade para encontrar segurança em sua salvação.
João nos lembra da confiança que temos nele, ou que deveríamos ter, que se pedirmos alguma coisa segundo a sua vontade, ele nos ouve. Ou seja, Deus está mesmo muito atento às nossas orações. Agora, em função disso, -vs. 15 - se sabemos que ele nos ouve em tudo o que pedimos, sabemos que já alcançamos as coisas que lhe temos pedido. Que interessante esses versículos e que confiança e segurança!
Quatro convicções se combinam para motivar esse pedido de João no tocante ao fato de alguém ver seu irmão cometer pecado que não é para a morte.
(1)      Filhos de Deus e pecadores são categorias mutuamente excludentes (vs. 18). Os cristãos oram para que seus companheiros cristãos deixem o caminho do pecado.
(2)      Todos que não pertencem a Deus ou, estão com o mundo em geral, ou estão sob o domínio do diabo (vs. 19). Os cristãos oram para que Deus os mantenha fora das mãos do diabo.
(3)      O Filho de Deus veio com as boas-novas de que o verdadeiro Deus oferece a vida eterna (vs. 20). Os cristãos oram pedindo que essas boas-novas libertem seus irmãos e irmãs do pecado. O verdadeiro Deus é Aquele que enviou seu Filho para libertar o povo do pecado e do diabo.
(4)      Jesus é o único salvador do mundo (2.2). Qualquer promessa de outro modo de libertação ou qualquer presunção de que essa libertação é possível é idolatria (vs. 21 - o fato de substituir o verdadeiro Deus por um falso Deus).
Quanto a essa questão do pecado para morte, vemos na BEG que alguns ligam esse pecado com o pecado imperdoável mencionado em Mt 12.31-32 (veja também Mc 3.28-39; Lc 12.10; veja ainda o excelente artigo teológico da BEG: "Blasfêmia contra o Espirito Santo", em Mc 3).
No entanto, é mais provável que João estivesse se referindo à teimosa recusa de aceitar a mensagem do evangelho, como em Jo 8.24 (vs. 1.8).
João distinguiu entre "pecado para morte" e "pecado não para morte". Por aqueles que não renunciaram totalmente ao caminho da fé e do amor, nós podemos orar com plena confiança de que Deus os restaurará, mas por aqueles que renunciaram a esse caminho, não podemos orar com essa confiança.
Sabemos que em um ou noutro caso, nosso dever é orar para que não fiquem presos aos laços do diabo que é aquele responsável por cegar os seus entendimentos. Reparem, contudo, que o diabo não tem poder de cegar os que tem fé, os que creem, mas apenas os incrédulos!
Alguns também têm sugerido que isso se refere a um pecado que leva à punição de morte física, tal como a profanação escandalosa da Ceia do Senhor (1 Co 11.30).
Que alívio sabermos que somos de Deus e que pesadelo entendermos que o mundo jaz no Maligno – vs. 19. O diabo prendeu a raça humana pela tentação (3.8; 4.4), e ninguém pode escapar do ciclo da tentação, pecado e condenação sem a ajuda divina.
No entanto, não pode haver evasão da responsabilidade pela acusação do diabo (Gn 3.13), pois a escravidão ao pecado é totalmente voluntária (Tg 1.13-15). Somente o Filho de Deus pode quebrar o ciclo e substituí-lo pelo ciclo do perdão, gratidão e obediência (3.8).
O Pai é referido como Aquele que é "o verdadeiro", cujo Filho é Jesus Cristo. Isso sugere que "o verdadeiro Deus" também se refere ao Pai, embora gramaticalmente possa referir-se ao Filho.
Depois de explicar-nos que toda injustiça é pecado que não há pecado que não seja para a morte- vs. 17 -, João nos lembra do que já sabemos e que deve permanecer em nós de forma avivada e ensinável:
·         Sabemos que todo aquele que é nascido de Deus não vive pecando; antes o guarda aquele que nasceu de Deus (Jesus), e o Maligno não lhe toca.
Em nossa atual fase de vida, aguardando pela ressurreição ou transformação de nossos corpos, o pecado não deve ser uma constante, mas um acidente no percurso. A garantia de que não seremos dominados pelo pecado não é a nossa força, mas o fato de sermos guardados por Jesus, por isso que o Maligno não nos toca.
·         Sabemos que somos de Deus, e que o mundo inteiro jaz no Maligno.
Isso, como já dissemos acima, traz grande alegria e grande pesar ao mesmo tempo. O que podemos fazer para amenizar a dor é pregarmos o evangelho e sermos fieis testemunhas do amor de Deus a todos os homens, orando por eles e sempre crendo que Deus é poderoso para salvar.
·         Sabemos também que já veio o Filho de Deus, e nos deu entendimento para conhecermos aquele que é verdadeiro; e nós estamos naquele que é verdadeiro, isto é, em seu Filho Jesus Cristo. Este é o verdadeiro Deus e a vida eterna.
Ele veio. Ele nos deu entendimento. Ele nos deu a vida eterna.
A última recomendação do apóstolo amado, que carinhosamente nos chama de filhinhos, é para que nos guardemos dos ídolos. Nisso devemos mesmo ser muito cuidadosos, pois tudo o que nos rouba do Senhor e entra em nosso coração é usurpação. Há ídolos físicos, mas os piores são os que estão dentro de nosso coração que somente o Espírito Santo sabe.
I Jo 5:1 Todo aquele que crê que Jesus é o Cristo
é nascido de Deus;
e todo aquele que ama ao que o gerou
também ama ao que dele é nascido.
I Jo 5:2 Nisto conhecemos que amamos os filhos de Deus:
quando amamos a Deus
e praticamos os seus mandamentos.
I Jo 5:3 Porque este é o amor de Deus:
que guardemos os seus mandamentos;
ora, os seus mandamentos não são penosos,
 I Jo 5:4 porque todo o que é nascido de Deus
vence o mundo;
e esta é a vitória que vence o mundo:
a nossa fé.
I Jo 5:5 Quem é o que vence o mundo,
senão aquele que crê ser Jesus o Filho de Deus?
I Jo 5:6 Este é aquele que veio por meio de água e sangue,
Jesus Cristo; não somente com água,
mas também com a água e com o sangue.
E o Espírito é o que dá testemunho,
porque o Espírito é a verdade.
I Jo 5:7 Pois há três que dão testemunho [no céu:
o Pai,
a Palavra
e o Espírito Santo;
e estes três são um.
I Jo 5:8 E três são os que testificam na terra]:
o Espírito,
a água
e o sangue,
e os três são unânimes num só propósito.
I Jo 5:9 Se admitimos o testemunho dos homens,
o testemunho de Deus é maior;
ora, este é o testemunho de Deus,
que ele dá acerca do seu Filho.
I Jo 5:10 Aquele que crê no Filho de Deus
tem, em si, o testemunho.
Aquele que não dá crédito a Deus
o faz mentiroso,
porque não crê no testemunho que Deus dá
acerca do seu Filho.
I Jo 5:11 E o testemunho é este:
que Deus nos deu a vida eterna;
e esta vida está no seu Filho.
I Jo 5:12 Aquele que tem o Filho tem a vida;
aquele que não tem o Filho de Deus não tem a vida.
I Jo 5:13 Estas coisas vos escrevi,
a fim de saberdes que tendes a vida eterna,
a vós outros que credes em o nome do Filho de Deus.
I Jo 5:14 E esta é a confiança que temos para com ele:
que, se pedirmos alguma coisa segundo a sua vontade,
ele nos ouve.
I Jo 5:15 E, se sabemos que ele nos ouve
quanto ao que lhe pedimos,
estamos certos de que obtemos
os pedidos que lhe temos feito.
I Jo 5:16 Se alguém vir a seu irmão cometer pecado não para morte,
pedirá, e Deus lhe dará vida,
aos que não pecam para morte.
Há pecado para morte,
e por esse não digo que rogue.
I Jo 5:17 Toda injustiça é pecado,
e há pecado não para morte.
I Jo 5:18 Sabemos que todo aquele que é nascido de Deus
não vive em pecado;
antes, Aquele que nasceu de Deus
o guarda,
e o Maligno não lhe toca.
I Jo 5:19 Sabemos que somos de Deus
e que o mundo inteiro jaz no Maligno.
I Jo 5:20 Também sabemos que o Filho de Deus
é vindo e nos tem dado entendimento
para reconhecermos o verdadeiro;
e estamos no verdadeiro,
em seu Filho,
Jesus Cristo.
Este é o verdadeiro Deus
e a vida eterna.
I Jo 5:21 Filhinhos,
guardai-vos dos ídolos.
Quem é nascido de Deus não vive na prática do pecado! É óbvio que somos pecadores e portanto o que mais sabemos fazer é pecar... quando praticamos a justiça proveniente da fé é por causa da graça de Deus por isso não há glória nelas.
O que é a prática do pecado se não o egoísmo ao extremo? A minha preocupação com o outro na busca de minhas satisfações egoísticas vai até somente o limite do que ele poderá contribuir para eu me satisfazer nele, o restante não importa... Deus não nos chamou para isso!
A Deus toda glória! p/ pr. Pr. Daniel Deusdete. 
...
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sexta-feira, 25 de março de 2016

I João 4 1-21 - EXAMINAI OS ESPÍRITOS!

Como já dissemos, João, o apóstolo amado, escreveu sua primeira epístola para alertar sobre os falsos mestres que ensinavam que Cristo não tinha verdadeiramente vindo em carne e incentivar um estilo de vida apropriado para os seguidores do Cristo encarnado. Estamos vendo o capítulo 4/5.
Breve síntese do capítulo 4.
João, o discípulo amado, está nos ensinado com paciência e mansidão nos provando e demonstrando o amor de Deus por meio de seu Filho o qual ele enviou para nossa salvação.
Não podemos simplesmente dar crédito a qualquer um espírito que nos fala, mas temos de prová-los se eles provêm ou não de Deus e como os provaremos? Por meio de seu Filho! Falar em Deus e em seus atributos, mas negar o Filho não é fazer parte de Deus.
Não basta tão somente crer no Filho, mas confessar que este veio em carne! Toda pregação que não conduz o ouvinte a Cristo não é pregação, mas um discurso que pode ou não ser agradável, mas não é pregação, nem pode gerar neles a salvação da vida dos homens.
Vejamos o presente capítulo com mais detalhes, conforme ajuda da BEG:
IV. "CRISTO ERA CARNE" E SUAS IMPLICAÇÕES MORAIS (4.1-21).
Cristo era totalmente humano, e qualquer pessoa que ensine algo diferente disso segue o espírito do anticristo. Deus demonstrou maravilhoso amor por nós ao enviar o seu Filho para se tornar carne. Nós temos de aprender a demonstrar o mesmo tipo de amor uns pelos outros.
Veremos dos vs. 1 ao 21que "Cristo era carne" e as suas implicações morais. João voltou-se para mais uma perspectiva doutrinária que havia perturbado os seus leitores. A proposta de divisão da BEG foi em 4 seções (veremos todas agora): A. Discernindo os espíritos (4.1-6); B. Vivendo a encarnação (4.7-12); C. Confiança na encarnação (4.13-16a); e, D. Vivendo no amor de Deus (4.16b-21).
A. Discernindo os espíritos (4.1-6).
Como iremos discernir os espíritos, ou, como lhes provaremos. A menção de João do Espírito Santo em 3.24 trouxe à mente a obra de outros espíritos na igreja e o modo de distinguir aqueles associados com o Espírito Santo daqueles associados com o espírito do anticristo.
João, carinhosamente chamando seus leitores de amados, os exorta dizendo para que eles não cressem a todo espírito, mas, antes, provassem se os espíritos vêm de Deus; porque muitos falsos profetas tinham saído pelo mundo.
Essa prova consistia em conhecer, primeiro, o Espírito de Deus. Todo espírito que confessa que Jesus Cristo veio em carne é de Deus; e todo espírito que não confessa a Jesus não é de Deus; mas é o espírito do anticristo. Essa questão já tinha sido previamente avisada de que esse espírito enganador viria e já, naquela época operava.
Nessa passagem – vs. 1 -, João mencionou espíritos múltiplos. Ele provavelmente estava se referindo às forças sobrenaturais (anjos e demônios) que influenciavam os mestres na igreja.
Ele queria que seus leitores testassem os espíritos porque havia muitos falsos profetas (cf. 1Co 12.10; 2Ts 2:2). João não via o problema do falso ensino como uma questão meramente humana.
Ele chamou a atenção para as influências sobrenaturais nos mestres porque percebeu que a igreja está envolvida numa guerra espiritual (Ef 6.10-11).
João escolheu a maneira mais ostensiva para expressar a plena encarnação de Jesus ao empregar a palavra "carne", um termo frequentemente associado no Novo Testamento com o mundo pecaminoso.
Jesus não era pecador, mas ele tornou parte deste mundo pecaminoso. Embora existam outros critérios a serem considerados, a questão-chave na situação de que João tratou era a perspectiva de um mestre e seu espírito na encarnação de Cristo: somente o espírito que afirmava a encarnação era proveniente de Deus.
João consola os seus leitores dizendo para eles que eles eram de Deus e que, portanto, já tinham vencido o maligno, pois muito maior era o que estava neles do que o que operava no mundo. João apontou para o mundo em sua hostilidade contra Deus como impregnado pelos propósitos do diabo e por essa razão em antítese aos propósitos de Deus (veja 2.15-17).
Sendo do mundo, falam e são plenamente ouvidos, mas estão mesmo em grandes apuros, presos nas redes do diabo. Como despertá-los? João declarou claramente que um sinal distintivo dos verdadeiros cristãos é que eles se submetem aos ensinamentos dos apóstolos.
Na igreja primitiva, falsos mestres levavam muitos a negar a autoridade dos apóstolos que haviam sido designados por Jesus. Nos tempos modernos, ações semelhantes são propostas por aqueles que negam a autoridade de todo o ensino dos apóstolos no Novo Testamento.
Seguir Cristo significa seguir os ensinos das autoridades que ele designou sobre a igreja (veja 1Co 14.37). Esse é um dos testes cruciais para distinguir a obra Espírito da verdade do espírito da falsidade.
B. Vivendo a encarnação (4.7-12).
João, a partir do vs. 7, voltou-se novamente para a sua principal preocupação moral nesse livro: amar uns aos outros. Ele trabalhou o tema da verdade da encarnação para fornecer um modelo de amor cristão.
Deus é amor – vs. 8;  veja também 4.16. A principal preocupação de João era que seus leitores entendessem que o ato de Deus de enviar seu unigênito Filho ao mundo (4.9) foi a manifestação suprema do amor.
Esse ato demonstrou tão magnífico amor que João era capaz de dizer que Deus é amor, e que o amor é uma parte tão integral do seu ser que ele personifica essa qualidade.
Dois equívocos comuns a respeito desse versículo – nos chama a atenção a BEG - devem ser distinguidos da intenção do João.
(1)   João não disse: "o amor é Deus" (ou seja, que amor e Deus são sinônimos ou permutáveis em todos os aspectos).
(2)   Nem disse: "Deus é somente amor" (ou seja, que todos os outros atributos de Deus — tais como santidade, justiça, poder ou sabedoria — são insignificantes, ou nulos ou subcategorias do seu amor).
Todavia, nós deixamos de entender o louvor oferecido a Deus nessa afirmação a menos que vejamos que João estava dominado pelo divino amor demonstrado na encarnação do Filho de Deus.
João argumentou que o amor humano diminui em importância quando comparado ao amor que Deus demonstrou a nós e por nós. Nisto está o amor: não em que nós tenhamos amado a Deus, mas em que ele nos amou a nós, e enviou seu Filho como propiciação pelos nossos pecados – vs. 10.
A lógica de João é que se Deus assim nos amou, devemos também amar-nos uns aos outros. O amor de Deus deveria influenciar os cristãos a amarem-se mutuamente. Tanto amor foi demonstrado aos cristãos que eles não devem hesitar em mostrar o amor pelos outros.
O Espírito de Deus, que é amor, vive no interior dos cristãos. Como resultado, a vida dos cristãos deveria ser caracterizada pelo amor às outras pessoas. Os cristãos amam porque indiretamente quem os ama está dentro deles. Deus pode ser visto indiretamente no fruto do amor que seu Espírito produz nos cristãos. 
Ninguém jamais viu a Deus e, no entanto devemos amá-lo acima de todas as coisas e como será esse amor se não demonstrarmos isso com nossos irmãos feitos à sua imagem e à sua semelhança?
C. Confiança na encarnação (4.13-16a).
João garantiu aos seus leitores que eles poderiam confiar no seu testemunho de que Jesus era realmente Deus em carne.
Nisto conhecemos que permanecemos nele e ele em nós: em que ele nos deu de seu Espírito! Essa, provavelmente, é uma referência a João e aos outros apóstolos, como em 4.14. João sabia que ele estava em Cristo por causa das demonstrações do Espírito em sua vida.
O testemunho de João com respeito a Jesus era certo porque ele havia visto Jesus durante o ministério terreno dele.
Jesus é o Filho de Deus! Pelo menos alguns docetistas afirmavam que Cristo era o Filho de Deus, no entanto, eles não criam que eles eram a mesma pessoa humana e divina ao mesmo tempo. Eles afirmavam que Jesus era simplesmente um ser humano em quem Cristo, o Filho de Deus, habitou temporariamente. A declaração de João nega claramente esse ensino.
São verdades claras nesses trechos (vs. 13 a 16a):
ü  Ele nos deu do seu Espírito.
ü  João tinha visto e testificado que o Pai o tinha enviado.
ü  Quem confessa o Filho, tanto Deus, como seu Espírito permanecessem nele.
ü  Deus é amor.
ü  Quem permanece em amor, permanece em Deus e Deus nele.
D. Vivendo no amor de Deus (4.16b-21).
Dos vs. 16b ao 21, João vai falar do viver no amor de Deus. O amor de Deus transforma aqueles nos quais o amor habita, criando neles o amor por Deus e pelos outros.
Novamente João trabalha a ideia de que Deus é amor! Com isso, João não quis dizer que qualquer pessoa que ame algo ou alguém vive em Deus. João tinha em mente o tipo de amor que ele afirmou em 1João: o amor dentro da comunidade cristã.
Repare que João trabalha neles a ideia do dia do juízo preparando-os para manterem confiança diante dele. Novamente João enfatizou quão importante é o amor ao se referir ao julgamento final (veja 2.28).
Embora eles não sejam como Cristo em termos de perfeição em sua obediência, os cristãos são como ele em suas orientações básicas, e eles permaneciam como Cristo fez em comparação com o mundo em geral (Jo 5.44; 17.16). Isso acontece por causa do seu Espírito que em nós está.
Assim, no amor não existe o medo! O amor de Deus é perfeito em si, e é também implicitamente perfeito (completo) quando os cristãos o recebem (2.5; 4.12,17).
Os cristãos em si, no entanto, são aperfeiçoados (completos) no amor de Deus no devido tempo (3.2). Mesmo assim, o resíduo do medo pode temporariamente coexistir com o amor. O "perfeito amor" de Deus "lança fora o medo" gradualmente, não instantaneamente.
No vs. 20, João foi de uma clareza fenomenal. Se alguém afirma que ama a Deus e odeia a seu irmão, como nele o amor de Deus se aperfeiçoa? João esclarece que quem não ama a seu irmão, ao qual vê, não pode amar a Deus, a quem não vê. João antecipou uma objeção para sua ênfase no amor entre os cristãos.
Alguns poderiam dizer que eles amam Deus apesar do fato de não amarem uns aos outros. João negou totalmente essa possibilidade. Seus antagonistas não conseguiam ver que amar o Deus invisível é muito mais difícil do que amar as pessoas visíveis.
O amor de um cristão por Deus inevitavelmente transborda no amor pelas outras pessoas. João afirmou aqui que o amor pelas pessoas é uma prova essencial do amor a Deus.
No vs. 21, João aludiu ao ensino de Jesus de que o maior mandamento deve estar junto com o segundo maior mandamento (Mt 22.38-39). Os dois mandamentos são inseparáveis. O próprio amor às outras pessoas brota do amor de Deus; o amor por Deus é evidenciado pelo amor às outras pessoas.
I Jo 4:1 Amados, não deis crédito a qualquer espírito;
                antes, provai os espíritos se procedem de Deus,
                               porque muitos falsos profetas têm saído pelo mundo fora.
I Jo 4:2 Nisto reconheceis o Espírito de Deus:
                todo espírito que confessa
                               que Jesus Cristo veio em carne é de Deus;
                I Jo 4:3 e todo espírito que não confessa
                               a Jesus não procede de Deus;
                                               pelo contrário, este é o espírito do anticristo,
                                                               a respeito do qual tendes ouvido que vem
                                                                              e, presentemente, já está no mundo.
I Jo 4:4 Filhinhos,
                vós sois de Deus
                e tendes vencido os falsos profetas,
                               porque maior é aquele que está em vós
                                               do que aquele que está no mundo.
I Jo 4:5 Eles procedem do mundo;
                por essa razão, falam da parte do mundo,
                               e o mundo os ouve.
I Jo 4:6 Nós somos de Deus;
                aquele que conhece a Deus nos ouve;
aquele que não é da parte de Deus
                não nos ouve.
Nisto reconhecemos
                o espírito da verdade
                e o espírito do erro.
I Jo 4:7 Amados, amemo-nos uns aos outros,
                porque o amor procede de Deus;
                               e todo aquele que ama
                                               é nascido de Deus
                                               e conhece a Deus.
I Jo 4:8 Aquele que não ama
                não conhece a Deus,
                               pois Deus é amor.
I Jo 4:9 Nisto se manifestou o amor de Deus em nós:
                em haver Deus enviado o seu Filho unigênito ao mundo,
                               para vivermos por meio dele.
I Jo 4:10 Nisto consiste o amor:
                não em que nós tenhamos amado a Deus,
                               mas em que ele nos amou
                                               e enviou o seu Filho como propiciação
pelos nossos pecados.
I Jo 4:11 Amados, se Deus de tal maneira nos amou,
                devemos nós também amar uns aos outros.
I Jo 4:12 Ninguém jamais viu a Deus;
                se amarmos uns aos outros,
                               Deus permanece em nós,
                                               e o seu amor é, em nós, aperfeiçoado.
I Jo 4:13 Nisto conhecemos que permanecemos nele, e ele, em nós:
                em que nos deu do seu Espírito.
I Jo 4:14 E nós temos visto e testemunhamos
                que o Pai enviou o seu Filho como Salvador do mundo.
I Jo 4:15 Aquele que confessar que Jesus é o Filho de Deus,
                Deus permanece nele,
                e ele, em Deus.
I Jo 4:16 E nós conhecemos
e cremos no amor que Deus tem por nós.
Deus é amor,
                e aquele que permanece no amor
                               permanece em Deus,
                               e Deus, nele.
I Jo 4:17 Nisto é em nós aperfeiçoado o amor,
                para que, no Dia do Juízo,
                               mantenhamos confiança;
                                               pois, segundo ele é,
                                                               também nós somos neste mundo.
I Jo 4:18 No amor não existe medo;
                antes, o perfeito amor lança fora o medo.
Ora, o medo produz tormento;
                logo, aquele que teme
                               não é aperfeiçoado no amor.
I Jo 4:19 Nós amamos
                porque ele nos amou primeiro.
I Jo 4:20 Se alguém disser:
                Amo a Deus,
                               e odiar a seu irmão,
                                               é mentiroso;
                                                               pois aquele que não ama
                                                                              a seu irmão, a quem vê,
                                                                                              não pode amar a Deus,
                                                                                                              a quem não vê.
I Jo 4:21 Ora, temos, da parte dele, este mandamento:
                que aquele que ama a Deus
                               ame também a seu irmão.
Outra característica forte em João, além do cuidado de sempre de estar nos querendo conduzir ao Filho é a questão do amor e não do amor a Deus de palavras, mas pela demonstração e pela prática com relação aos nossos irmãos.
Quem não ama a seu irmão ao qual vê, não pode, jamais, amar a Deus a quem nem vê. A lógica dele é perfeita e seu argumento bem contundente. Se abrigamos o ódio ou se há em nós intrigas e não o amor, ele é claro: estamos perdidos e não conhecemos o Salvador da vida dos homens!
A Deus toda glória! p/ pr. Pr. Daniel Deusdete. 
...
Obs.: O texto acima foi elaborado com base na Bíblia de Estudo de Genebra - disponível em nossa loja nas cores preta, vinho ou azul. Valor promocional R$ 145,00 (fev/2019 - preço sujeito a variações, conforme o mercado). Adquira conosco e ganhe um ebook da série Projeto 1189. Código: BRINDE_BEG. Envie-nos um email com o comprovante de sua compra na Semeadores: contato@ossemeadores.com.br.

quinta-feira, 24 de março de 2016

I João 3 1-24 - OS FILHOS DO DIABO.

Como já dissemos, João, o apóstolo amado, escreveu sua primeira epístola para alertar sobre os falsos mestres que ensinavam que Cristo não tinha verdadeiramente vindo em carne e incentivar um estilo de vida apropriado para os seguidores do Cristo encarnado. Estamos vendo o capítulo 3/5.
Breve síntese do capítulo 3.

É coisa séria o que está falando o discípulo do amor com relação ao nosso próximo! E não venha me perguntar quem é o nosso próximo como fizeram com Jesus.
Este capítulo é especial quando quisermos chamar a atenção para o que Deus fez por nós. As palavras são duras para quem insiste em desprezar seu irmão, ignorá-lo e não perdoá-lo. João chega a chamá-los de filhos do diabo!
Porque não perdoamos ou queremos não perdoar? Será porque somos melhores que nosso irmão? Se somos melhores do que eles, temos de que nos orgulhar, mas não diante de Deus que tudo vê.
Vejamos o presente capítulo com mais detalhes, conforme ajuda da BEG:
III. “JESUS É O CRISTO" E SUAS IMPLICAÇÕES MORAIS (2.18 - 3.24) - continuação.
Como dissemos, dos vs. 2.18 ao 3.24, estamos vendo João falando de que “Jesus é o Cristo" e suas implicações morais.
Essa parte foi dividida em duas seções: A. Advertência sobre a heresia do anticristo (2.18-27) – já vimos; e, B. Vivendo como filhos de Deus (2.28-3.24) – concluiremos agora.
B. Vivendo como filhos de Deus (2.28-3.24) - continuação.
Como falamos, dos vs. 2.28 ao 3.24, estamos vendo como é na ótica de João viver como filhos de Deus. Essa seção também foi dividida em duas: 1. Puro e justo (2.28-3.10) – concluiremos agora; 2. Amar uns aos outros (3.11-24) – veremos agora.
1. Puro e justo (2.28-3.10) - continuação.
Vimos, dos vs. 2.28 ao 3.10, que João nos ensina que a primeira implicação de ser filho de Deus é que os cristãos devem lutar pela pureza e pela justiça.
Todos os que recebem Cristo desfrutam da maravilha de serem filhos de Deus (veja Jo 1.12). Isso é muita bênção, mas também há muitas responsabilidades.
Assim, entendemos que há dois tipos de filhos de Deus: 1. Por criação, pois, afinal, todos fomos criados por Deus, então, todos somos filhos de Deus; 2. Por adoção. Nem todos somos filhos de Deus, da família de Deus, mas somente os que o recebem.
Se somos filhos de Deus, purificamo-nos a nós mesmos, assim como ele é puro! – Vs. 3. Pelo fato de os cristãos serem filhos de Deus, eles serão glorificados como Cristo quando ele retornar (Rm 8.29-30).
Mas enquanto os cristãos esperam por esse dia, eles devem se abster da contaminação do pecado porque compreendem que Deus é puro.
Esse tema é muito semelhante à ligação anterior entre Deus como luz e os cristãos vivendo na luz (1.5-22).
A promessa do aparecimento de Cristo que gera essa esperança – vs. 3 - enche os cristãos de confiança, e não de preocupação (1Ts 4.13-18).
O contraste fundamental entre luz e trevas e entre os filhos de Deus e aqueles que são do mundo está explicado agora como um contraste entre aqueles que obedecem às leis de Deus e aqueles que quebram essa lei. Repare bem no vs. 4.
Os princípios morais da lei de Deus ainda se aplicam aos cristãos, ainda que eles não mais estejam condenados pela lei (a BEG recomenda aqui a leitura de seu excelente artigo teológico "Os três usos da lei", em SI 119 – pedagógico, civil e moral).
O que Jesus, em suma veio, fazer na terra passando pelo que passou se não, principalmente, para tirar os nossos pecados? Jesus tirou a maldição do pecado, mas ele também eliminou o domínio dele de sobre a vida dos cristãos (Rm 6.6-7).
Como resultado, os cristãos podem agora viver vidas que são agradáveis a Deus. O cristão agora não vive mais pecando – vs. 6. Literalmente esse “vive pecando... vive pecando” é "peca... peca". Essa tradução (cf. vs. 9) sugere que João tinha em mente o comportamento usual ou característico de uma pessoa.
De acordo com essa visão, João reconhecia, mas não desculpava, a possibilidade de pecar. Diversas outras interpretações têm sido sugeridas.
Por exemplo, a forma de expressão de João pode simplesmente indicar o que os cristãos não deveriam fazer (p. ex., "Bons cidadãos não desrespeitam as leis de trânsito").
O significado dessa interpretação para a vida dos cristãos não é muito diferente da primeira interpretação.
Uma terceira visão, no entanto, argumenta que João tinha em mente o pecado específico da apostasia (mencionado em 2.19 e possivelmente aludido em 5.16-18).
Nesse caso, João quis dizer que o verdadeiro cristão não irá abandonar totalmente a sua fé.
Se Jesus veio na terra, passando pelo que passou, para tirar os nossos pecados, então, ele também veio para destruir as obras do diabo – vs. 8 – “Para isso o Filho de Deus se manifestou: para destruir as obras do diabo”.
A oposição entre Cristo e Satanás foi prognosticada já em Gn 3.15. A obra destrutiva de Satanás usou a justa lei de Deus como um instrumento para prender o prisioneiro pecador sob o medo da morte e da condenação. Por ter sofrido a punição devida aos pecadores sob tal lei, Cristo destruiu as obras de Satanás na sua base (Hb 2.14-15).
João esclarece no vs. 9 que todo aquele que é nascido de Deus não pratica o pecado, porque a semente de Deus permanece nele; ele não pode estar no pecado, porque é nascido de Deus.
Dessa forma, fica claro e manifesto quem são os filhos de Deus e quem são os filhos do diabo – vs. 10. Nisto são manifestos os filhos de Deus e os filhos do diabo.
João identificou uma maneira segura de distinguir entre os filhos de Deus e os filhos do diabo. Sua linguagem aludiu tanto às distinções de Gn 3.15, em que os descendentes de Eva são contrastados com os descendentes da serpente, quanto à declaração de Jesus de que o pai dos fariseus era o diabo (Jo 8.44).
No sentido de hábitos e orientação de vida, os filhos de Deus fazem aquilo que é correto. Mencionar de modo geral a vida justa é insuficiente. Como em várias expressões nessa carta, o principal interesse de João era mostrar que vida justa é demonstrada pelo nosso amor pelos outros cristãos.
2. Amar uns aos outros (3.11-24).
Tendo introduzido a ideia de que os filhos de Deus serão puros e justos como Deus o Pai e Cristo, João voltou-se para uma aplicação específica que ele considerava importante para os seus leitores.
Ele esclarece no vs. 11 que essa é a mensagem que temos ouvido desde o princípio: que nos amemos uns aos outros. Provavelmente seja essa uma referência ao ministério terreno de Cristo (veja 1.1; 2.7). A lei do amor não foi uma invenção de João. O mandamento de Cristo é reforçado pelo seu próprio dom do amor (Jo 13.34-35).
A história do mundo é um relato de ódio que remonta ao conflito arquetípico entre Caim e Abel (Gn 4.1-16). João traçou o ódio de Caim com a radical incompatibilidade de seus motivos com os de Abel (Jo 3.19; 8.37).
Essa incompatibilidade existirá sempre entre o mundo e o povo de Deus (vs. 13), mas essa animosidade não faz parte do companheirismo entre os cristãos.
Sua ausência é uma prova concreta de que os cristãos passaram "da morte para a vida" (vs. 14). Porém, se tal animosidade ocorre no companheirismo, isso significa uma rejeição tácita do evangelho de Cristo (vs. 11).
João falando do amor dá provas de sua manifestação ao afirmar que ele nos deu a sua vida – vs. 16-17. Aqui João revelou uma maneira na qual a encarnação é importante para a vida cristã.
Jesus o homem nos amou de tal maneira que deu a vida por nós, aceitando a dor da morte na cruz para que fôssemos salvos da destruição eterna (Jo 10.11-15).
O amor dos cristãos uns pelos outros deve ser demonstrado por decisões práticas semelhantes, até mesmo incluindo a disposição de morrer pelo outro. João mencionou a ajuda material como um exemplo menos custoso (vs. 17; cf. Tg 1.27).
Dizer que se ama é muito fácil, por isso que ele nos exorta dizendo que não amemos apenas de boca, mas em ação e em verdade.
Há ocasiões em que o coração dos cristãos não confirma que eles são filhos de Deus, mesmo quando suas vidas se conformam ao ensino de 1João. João assegurou seus leitores – vs. 19 - que nesse caso eles deveriam "tranquilizar o coração". Isso por causa do vs. 18 que pede que o amor vá além das palavras, mas seja pragmático.
E se o nosso coração nos condenar? A palavra é usada também em 4.4, sugerindo um conflito real no qual Deus prevalece sobre o coração dos cristãos. A Palavra de Deus que absolve os cristãos deveria prevalecer sobre a palavra do coração deles, que os condenam.
Como é importante uma boa consciência diante de Deus. Ela nos gera paz, segurança e grande esperança, além de muita confiança com Senhor a ponto de termos certeza, pela fé, de que tudo que pedimos ao Senhor, dele receberemos. Essa confiança deve estar fundamentada, obviamente, na consciência de que os desejos dos cristãos concordam com os de Deus (1Jo 5.14-15).
Ele então expõe esse mandamento: - que creiamos no nome de seu Filho Jesus Cristo e que nos amemos uns aos outros, como ele nos ordenou - vs. 23. As duas partes desse mandamento refletem as duas partes dos Dez Mandamentos, lembrando aos cristãos que a sua relação com Deus tem prioridade sobre os relacionamentos deles com quaisquer outras pessoas. A fé em Cristo orienta corretamente os cristãos para Deus e capacita-os a amar uns aos outros.
Um aspecto da obra do Espírito Santo no coração dos cristãos é assegurá-los de que eles estão em Cristo. No entanto, o sentido que eles têm de sua segurança deve ser divorciado de sua obra mais objetiva de capacitá-los a obedecer à verdade.
I Jo 3:1 Vede que grande amor nos tem concedido o Pai,
a ponto de sermos chamados filhos de Deus;
e, de fato, somos filhos de Deus.
Por essa razão, o mundo não nos conhece,
porquanto não o conheceu a ele mesmo.
I Jo 3:2 Amados, agora, somos filhos de Deus,
e ainda não se manifestou o que haveremos de ser.
Sabemos que, quando ele se manifestar,
seremos semelhantes a ele,
porque haveremos de vê-lo como ele é.
I Jo 3:3 E a si mesmo se purifica todo o que nele
tem esta esperança,
assim como ele é puro.
I Jo 3:4 Todo aquele que pratica o pecado
também transgride a lei,
porque o pecado é a transgressão da lei.
I Jo 3:5 Sabeis também que ele se manifestou
para tirar os pecados,
e nele não existe pecado.
I Jo 3:6 Todo aquele que permanece nele
não vive pecando;
todo aquele que vive pecando
não o viu,
nem o conheceu.
I Jo 3:7 Filhinhos, não vos deixeis enganar por ninguém;
aquele que pratica a justiça é justo,
assim como ele é justo.
I Jo 3:8 Aquele que pratica o pecado
procede do diabo,
porque o diabo vive pecando desde o princípio.
Para isto se manifestou o Filho de Deus:
para destruir as obras do diabo.
I Jo 3:9 Todo aquele que é nascido de Deus
não vive na prática de pecado;
pois o que permanece nele é a divina semente;
ora, esse não pode viver pecando,
porque é nascido de Deus.
I Jo 3:10 Nisto são manifestos
os filhos de Deus
e os filhos do diabo:
todo aquele que não pratica justiça
não procede de Deus,
nem aquele que não ama a seu irmão.
I Jo 3:11 Porque a mensagem que ouvistes desde o princípio é esta:
que nos amemos uns aos outros;
I Jo 3:12 não segundo Caim,
que era do Maligno
e assassinou a seu irmão;
e por que o assassinou?
Porque as suas obras eram más,
e as de seu irmão, justas.
I Jo 3:13 Irmãos, não vos maravilheis se o mundo vos odeia.
I Jo 3:14 Nós sabemos que já passamos da morte para a vida,
porque amamos os irmãos;
aquele que não ama permanece na morte.
I Jo 3:15 Todo aquele que odeia a seu irmão
é assassino;
ora, vós sabeis que todo assassino não tem a vida eterna permanente em si.
I Jo 3:16 Nisto conhecemos o amor:
que Cristo deu a sua vida por nós;
e devemos dar nossa vida pelos irmãos.
I Jo 3:17 Ora, aquele que possuir recursos deste mundo,
e vir a seu irmão padecer necessidade,
e fechar-lhe o seu coração,
como pode permanecer nele o amor de Deus?
I Jo 3:18 Filhinhos, não amemos
de palavra,
nem de língua,
mas de fato e de verdade.
I Jo 3:19 E nisto conheceremos que somos da verdade,
bem como, perante ele, tranqüilizaremos o nosso coração;
I Jo 3:20 pois, se o nosso coração nos acusar,
certamente, Deus é maior do que o nosso coração
e conhece todas as coisas.
I Jo 3:21 Amados, se o coração não nos acusar,
temos confiança diante de Deus;
I Jo 3:22 e aquilo que pedimos dele recebemos,
porque guardamos os seus mandamentos
e fazemos diante dele o que lhe é agradável.
I Jo 3:23 Ora, o seu mandamento é este:
que creiamos em o nome de seu Filho, Jesus Cristo,
e nos amemos uns aos outros,
segundo o mandamento que nos ordenou.
I Jo 3:24 E aquele que guarda os seus mandamentos
permanece em Deus,
e Deus, nele.
E nisto conhecemos que ele permanece em nós,
pelo Espírito que nos deu.
Oremos para que nossos corações insensatos e insensíveis se tornem mais dedicados aos nossos irmãos. Você quer melhorar seu relacionamento com Deus, melhore seu relacionamento com o seu próximo!
A Deus toda glória! p/ pr. Pr. Daniel Deusdete.
...

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