quarta-feira, 23 de março de 2016
quarta-feira, março 23, 2016
Jamais Desista
I João 2 1-29 - AQUELE QUE NEGA QUE JESUS É O CRISTO É MENTIROSO.
Como já dissemos, João, o apóstolo amado,
escreveu sua primeira epístola para alertar sobre os falsos mestres que ensinavam
que Cristo não tinha verdadeiramente vindo em carne e incentivar um estilo de
vida apropriado para os seguidores do Cristo encarnado. Estamos vendo o
capítulo 2/5.
Breve
síntese do capítulo 2.
É bom que não pequemos, mas se pecarmos... ora o que isso significa se
não dizer que sou pecador e que portanto necessito do perdão de Deus? Qual a
regra áurea do perdão? Perdoar!
Temos este advogado justo junto ao Pai que é a nossa propiciação pelos
nossos pecados e obviamente se é a propiciação pelos nossos, o será pelos do
mundo inteiro.
Agora que temos advogado e que ele é a nossa propiciação pecaremos mais
abundantemente para assim valorizarmos seu sacrifício por nós? Nunca, jamais! A
graça de Deus em mim, pelo contrário, me faz viver em santidade diante do
Senhor.
João
vai falar dos que o conhecem e vai dar as suas principais características:
guardar os seus mandamentos e vivermos em comunhão com nossos irmãos.
Vejamos o presente capítulo com mais
detalhes, conforme ajuda da BEG:
II. "DEUS É LUZ" E SUAS IMPLICAÇÕES MORAIS (1.5-2.2) - continuação.
Como falamos, dos vs. 1.5 ao 2.2, veremos
João explanando que “Deus é luz” e as suas implicações morais. Estamos seguindo
a divisão proposta pela BEG: A. Deus, a luz (1.5) – já vimos; B. Vivendo na luz (1.6-2.2) – concluiremos agora; C. Obediência aos mandamentos (2.3-6) – veremos agora; D. O novo mandamento
(2.7-11) – veremos agora; E. A
garantia (2.12-14) – veremos agora;
e, F. O amor por Deus e pelo mundo (2.15-17) – veremos agora.
B. Vivendo na luz (1.6-2.2) - continuação.
Como já falamos, a afirmação de João que
Deus é luz apresenta uma base para a sua visão de que verdadeiros cristãos
caminham na luz de Deus ao se esforçarem para ser santos, assim como Deus é.
João estava escrevendo essas coisas para
não pecarmos. A disponibilidade do perdão não elimina a nossa obrigação de
obedecer aos mandamentos de Deus.
O desejo de João de que seus leitores
respondessem à misericórdia de Deus ao viverem vidas de obediência está
difundido em 1João (veja também 2Jo 4-6; 3Jo 3-4).
Seu repetido estímulo à fiel obediência
mostra o seu interesse por aqueles entre os quais ele tinha servido (cf. 1Sm
12.24). Isso não fornece nenhum apoio à visão de que os oponentes docetistas
viviam em aberta imoralidade.
Apesar de João estar escrevendo essas
coisas para não pecarmos, mas e se pecarmos? João também nos explica que temos
um Advogado junto ao Pai.
Essa expressão traduz um termo grego que
também é encontrado nos sermões de Jo 14-16 como um nome para o Espírito Santo.
O termo tem conotações legais que são refletidas nas controvérsias entre Deus e
"o mundo" em Jo 14-16.
Nessa controvérsia, o Espírito encoraja os
cristãos e promete refutar "o mundo" (todos os que se opõem a Deus; Jo
16.8-14). O Espírito é chamado de "outro Consolador" (Jo 14.16)
porque a sua obra de encorajamento e refutação é uma continuação da própria
obra de Jesus (Jo 15.18-25).
A obra de Cristo de defender os cristãos
que pecam faz parte de sua "sessão" no céu (Rm 8.34; a BEG recomenda
ler seu excelente artigo teológico "A ascensão de Jesus", em Hb 8).
Essa obra é necessária para a aplicação do perdão que os cristãos recebem
quando confessam seu pecado.
Ele escrevia para não pecarmos, mas somos
pecadores e o que faz um pecador? Peca! Então, mesmo não querendo pecar,
pecamos, por causa de nossa natureza. Sim, pecamos, mas nosso modo de vida não
é mais ditado pelo pecado, mas pelo Espírito Santo.
Em nossa caminhada até a glória não podemos
nos deter no pecado, nem ficar no pecado, mas ele ocorrerá em nossa vida e é aí
que entra nosso Advogado. O pecado em nossa vida deve ser, portanto, um
acidente de percurso não um modo de vida!
João nos lembra de que Jesus é a propiciação
pelos nossos pecados. Jesus recebeu o castigo e a ira de Deus contra o pecado
em sua própria pessoa, absorvendo totalmente esse castigo pela sua morte (1 Pe
2.24).
Em sua sessão, ele continuamente defende a
causa dos cristãos pecadores com base no mérito do seu sacrifício (a BEG
recomenda outro de seu excelente artigo teológico "A ascensão de Jesus",
em Hb 8).
A propiciação pelos pecados alcança os
pecados do mundo inteiro. Isso não sugere que a morte de Jesus resgata os
pecados de todas as pessoas, no entanto é potencial, ou seja, poderia. Se o
mundo inteiro se convertesse, se o mundo inteiro fosse eleito, ele alcançaria
todos.
João nos ensina, portanto, que ele é a
única propiciação pelo pecado que está disponível em todo o mundo - todos os
que procuram perdão e purificação por meio da confissão de seus pecados (1.9)
devem se aproximar Deus por meio de Jesus (cf. vs. 22-23; 4.15; 5.1-5,12,19).
Que Jesus está disponível para todos no
mundo proíbe qualquer atitude que veja a provisão graciosa de Deus como uma
propriedade exclusiva de qualquer grupo étnico particular. Em sua sessão, Jesus
fala ao Pai em nome dos eleitos de todas as partes do mundo (a BEG recomenda
aqui outra leitura em seu excelente artigo teológico "A ascensão de
Jesus", em Hb 8; veja também Jo 10.14-16; 25-29).
C. Obediência aos mandamentos (2.3-6).
Aqueles que conhecem verdadeiramente a
Cristo também obedecem a ele.
João usou a mesma palavra para dizer duas
coisas diferentes: se obedecemos aos mandamentos de Deus, "sabemos" (no sentido de
ter confiança) que "conhecemos" (no sentido de intimidade pessoal) a Cristo.
Ele é privilégio apenas dos cristãos, e os cristãos obedecem ao Senhor (Jo
14.15; Ef 2.10), embora imperfeitamente.
Se alguém obedece à sua palavra, nele
verdadeiramente o amor de Deus tem sido aperfeiçoado. Não está perfeitamente
claro se isso se refere ao amor de Deus por nós ou ao nosso amor por ele.
Caso se refira ao nosso amor por ele, ele é
"aperfeiçoado" pela realização em obediência. Caso se refira ao seu
amor por nós, é "aperfeiçoado" pela produção do seu resultado
pretendido: obediência.
Nisto sabemos que estamos nele: aquele que
afirma que permanece nele, deve andar como ele andou – vs. 6. A obediência a
Deus pode vir somente mediante a nova vida que os cristãos recebem quando estão
unidos a Cristo; portanto, a obediência garante aos cristãos tanto a sua união
com Cristo quanto a sua salvação.
João presumiu que seus leitores tinham um
amplo conhecimento sobre a vida e os propósitos de Jesus - o tipo de
conhecimento fornecido pelo Evangelho de João.
D. O novo mandamento (2.7-11).
João voltou-se para um mandamento
específico de Deus que enfatizou como uma real preocupação em toda a sua carta:
o mandamento para amar.
João lembrou a descrição de Jesus do
mandamento "vos ameis uns aos outros" como "novo
mandamento" (Jo 13.34).
Esse mandamento é tanto antigo como novo. É
antigo porque se origina da lei de Moisés (Lv 19.18), mas é novo porque tem
novo significado e implicação para aqueles que vivem após a primeira vinda de
Cristo.
Com frequência “novo” se refere ao período
histórico que Jesus iniciou com sua morte e ressurreição (a BEG recomenda aqui
a leitura de outro de seu excelente artigo teológico "O plano das
eras", em Hb 7).
Agora que os cristãos são verdadeiramente o
corpo de Cristo, unidos para formar o templo santo de Deus, o mandamento de
amar uns aos outros toma um significado novo, definitivo.
A realidade do amor distingue o reino da
luz do reino das trevas, onde o ódio ainda governa. João fala do amor pelo
nosso "irmão" (vs. 9), que foi o mandamento de Jesus para a primeira
comunidade cristã (Jo 13.34; 15.17).
Jesus traçou um nítido contraste entre o
amor que domina dentro da comunidade cristã e o ódio que o mundo mostra com
respeito aos cristãos (Jo 15.18-19). O amor de uns pelos outros resulta do amor
de Cristo por nós (Jo 15.12); o ódio de outros com respeito aos cristãos se
origina do ódio deles por Cristo (Jo 15.18).
Conquanto João fizesse uso ocasional dessa
palavra “princípio” para se referir ao começo de todas as coisas (1.1; 2.13-14;
possivelmente 3.18), aqui ele estava se referindo ao princípio do movimento
cristão na vida e no ensino de Jesus (2.24; 3.11).
A vinda de Jesus foi o ponto decisivo que
introduziu uma nova época, o nascimento de um novo dia (como mostra o próximo
versículo).
João é muito claro ao nos ensinar que quem
afirma estar na luz mas odeia seu irmão, continua nas trevas e quem ama seu
irmão permanece na luz, e nele não há causa de tropeço, mas quem odeia seu
irmão está nas trevas e anda nas trevas; não sabe para onde vai, porque as
trevas o cegaram. (1 João 2:9-11).
E. A garantia (2.12-14).
Tendo conclamados seus leitores a se
comprometerem com a lei do amor, João fez uma pausa para assegurá-los da
confiança que ele tinha neles.
Ele se dirige aos filhinhos, aos pais e aos
jovens e para cada um ele dá uma explicação do porquê lhes escrevia.
Aos filhinhos porque os seus pecados foram
perdoados, por causa do seu nome. O poder do nome de Jesus era fundamental na
antiga proclamação cristã (At 2.38; 3.6; 4.12). O nome Jesus, o qual foi dado
ao Salvador pela autoridade de Deus, significa "Jeová salva". O nome
de Deus pertence legitimamente ao Filho de Deus e indica a sua autoridade e
missão divinas para salvar o seu povo do pecado (Mt 1.21; Lc 1.31; 2.21).
Aos pais porque eles conheciam aquele que é
desde o princípio.
Aos jovens porque eles tinham vencido o
Maligno. O tema sobre vencer aparece novamente em 5.3-5, onde a vitória é sobre
"o mundo" que se opõe a Deus.
O tipo de vitória que João descreveu (resistência
contra a tentação e fidelidade à palavra de Deus) contrasta com a derrota
sofrida pela raça humana na queda (Gn 3).
Da perspectiva de João, "a verdadeira
luz já brilha" (vs. 8); no entanto, a batalha contra a tentação já está
ganha (1Jo 5.4).
F. O amor por Deus e pelo mundo (2.15-17).
O fato de João ter focalizado no amor como
uma característica da vida dos cristãos levantou a questão do amor pelo mundo.
João insistiu que o amor por Deus é incompatível com o amor pelo mundo.
A advertência a não amar o mundo é tanto um
conselho prático quanto uma exigência moral, pois já está claro que o mundo
está passando (vs. 17).
O mundo aqui se refere ao sistema de
rebelião e orgulho que busca eliminar Deus e seu governo. É esse sistema
pecaminoso, e não a ordem criada em si mesma, que já está marcado para o
julgamento e a destruição (Jo 12.31).
Mas aqueles que não são do mundo — aqueles
que receberam a palavra do Pai proveniente de Jesus (Jo 17.14) — mostram pela
sua resposta a essa palavra que eles estão marcados para a salvação e a vida
eterna.
As características daqueles que amam o
mundo refletem uma perspectiva de curto prazo: o desejo e a intenção de serem
satisfeitos e honrados agora (Lc 6.24-26). Em contraste, aqueles que amam o Pai
têm uma perspectiva de um longo prazo e esperam pela recompensa de Deus (Lc
6.20-23).
O mundo e a sua cobiça passam, mas aquele,
porém, que faz a vontade de Deus permanece eternamente. João não estava
ensinando que a nossa obediência merece a vida eterna. Somente a perfeita
obediência de Jesus é digna da vida eterna, mas João estava comparando o
destino do mundo — e, pela implicação, daqueles que amam o mundo — com o
destino daqueles que amam a Deus.
III. “JESUS É O CRISTO" E SUAS IMPLICAÇÕES MORAIS (2.18 - 3.24).
Jesus o Cristo era totalmente homem, e
aqueles que negam essa verdade fundamental são anticristos. Aqueles que são
filhos de Deus devem aprender a ser justos como Deus e manifestar essa retidão
pelo amor mútuo.
Dos vs. 2.18 ao 3.24, veremos João falando
de que “Jesus é o Cristo" e suas implicações morais. Tendo explicado como
a crença de que Deus é luz nos leva a amar a Deus e aos nossos companheiros
cristãos, João voltou-se para outra questão que preocupava os seus leitores: a
influência daqueles que negavam que o homem Jesus é o Cristo.
Essa parte foi dividida em duas seções: A. Advertência
sobre a heresia do anticristo (2.18-27) – veremos
agora; e, B. Vivendo como filhos de Deus (2.28-3.24) – começaremos a ver agora.
A. Advertência sobre a heresia do anticristo (2.18-27).
Nessa advertência sobre a heresia do
anticristo, João identificou abertamente um falso ensino de que Jesus não era o
Cristo, e advertiu que aqueles que seguissem esse ensino eram anticristos.
João afirma que já estamos na última hora.
Essa terminologia está estreitamente associada com o conceito dos "últimos
dias", que o Novo Testamento usa para descrever todo o período que vai da
primeira vinda de Cristo até o seu retorno (At 2.17; 2Tm 3.1; Hb 1.2; 1Pe
1.20).
João distinguiu "o anticristo"
(um só homem) dos "anticristos" (aqueles que apoiam a causa do
anticristo antes do seu surgimento). Muitos intérpretes associam o anticristo
com o "homem da iniquidade" (2Ts 2.3) e a "besta" (Ap
13.2), mas essas identificações são difíceis de serem estabelecidas com
certeza.
Aparentemente, João esperava algum homem
(talvez um líder religioso ou político) que fosse contrário à igreja e que
seria chamado de "anticristo".
Mesmo assim, os falsos mestres e apóstatas,
aos quais João se referiu aqui, eram "anticristos" no sentido de que
o espírito demoníaco do anticristo já estava trabalhando neles por causa da
oposição que faziam à fé cristã (veja 4.3).
Esse versículo 19 que diz que eles saíram
de nosso meio explica claramente como alguns que professam fé em Cristo
desviam-se dessa profissão e provam que eles nunca tiveram a fé que salva.
A participação na igreja não garante a
salvação (veja o excelente artigo teológico da BEG: "A igreja visível e a
invisível", em 1 Pe 4). A apatia ou hostilidade interior ao evangelho pode
ser disfarçada pela conformidade exterior.
Os apóstatas revelam essa hostilidade
interior pelo fato de se afastarem. A saída deles para opor-se à palavra do
evangelho era, como a saída de Judas da Santa Ceia (Jo 13.30), a renúncia à
igreja e à sua mensagem da salvação.
João explica no vs. 20 que apesar disso, temos
a unção que vem do Santo a qual nos ensina. Em contraste com os anticristos, os
cristãos foram ungidos pelo Espírito Santo e tiveram o coração e a mente abertos
para que pudessem conhecer a verdade salvadora (veja 2.27).
O próprio Espírito permanecerá com os
cristãos sempre e irá protegê-los do tipo de falsidade que poderia levá-los
para longe de Cristo.
O Espírito permanece onde a mensagem do
evangelho é recebida, e onde o Espírito permanece, o Filho e o Pai estão
presentes também (veja 2.24).
O Novo Testamento revela que Cristo foi
ungido por Deus diretamente com o Espírito Santo para ser o profeta, sacerdote
e rei consumado (At 10.38; Hb 1.1-9).
De um modo secundário, os cristãos também
têm responsabilidades proféticas, sacerdotais e reais e são ungidos com o
Espírito Santo para essa obra (2Co 1.21-22).
João nos mostra como identificar o
mentiroso. Ele é aquele que nega que Jesus é o Cristo. A ênfase do falso ensino
parece ter sido a negação de que Jesus (o homem) é o Cristo (o Salvador).
O anticristo nega a plena humanidade de
Cristo. Separar Cristo o Salvador do homem Jesus era um sinal distintivo do
docetismo.
Assim, todo o que nega o Filho também não
tem o Pai; quem confessa publicamente o Filho tem também o Pai. Devemos ter
cuidado para que aquilo que ouvimos desde o princípio permaneça em nós. Se o
que ouvimos desde o princípio permanecer em nós, também permaneceremos no Filho
e no Pai – vs. 23 e 24.
Há uma promessa para nós por parte dele: a
vida eterna. Esse é o dom supremo de Deus que foi negado aos rebeldes Adão e
Eva após a queda (Gn 3.22), mas concedido a Jesus Cristo em resposta à sua
obediência (Jo 16.46) e dado a nós como um presente por meio da fé em Cristo (Jo
3.16; 1Jo 5.11,13).
Os cristãos são iluminados diretamente por
Deus por meio do ministério do Espírito Santo, que esclarece a Palavra e os
protege do perigo do afastamento da verdade do evangelho.
Entretanto, os cristãos são obrigados a
ouvirem de maneira receptiva aos outros cristãos que podem adverti-los e
instruí-los, pois eles também têm o Espírito. A confusão produzida pelo falso
ensino é um perigo (4.1-6).
É por isso que João nos diz que quanto a
nós, a unção que recebemos dele permanece em nós, e não precisamos que alguém
nos ensine. A unção dele recebida, que é verdadeira e não falsa, nos ensina
acerca de todas as coisas, portanto, desta forma, devemos permanecer nele como
ele nos ensinou – vs. 27.
Essa unção que nos ensina acerca de todas
as coisas não é, obviamente, uma promessa de que o Espírito nos torna oniscientes.
João tinha em vista que o Espírito estava instruindo seus leitores sobre
diversos ensinos falsos com os quais eles depararam e especificamente sobre a
afirmação enganosa feita por aqueles que tentavam desviar os cristãos do
caminho correto (veja 2.26).
B. Vivendo como filhos de Deus (2.28-3.24).
Dos vs. 2.28 ao 3.24, veremos como é na
ótica de João viver como filhos de Deus. Tendo identificado os falsos mestres e
seus erros com respeito à total humanidade de Cristo, João voltou-se para as
implicações práticas e morais da verdade da encarnação de Cristo ao conclamar
seus leitores a viverem como filhos de Deus. Essa seção também foi dividida em
duas: 1. Puro e justo (2.28-3.10) – veremos
agora; 2. Amar uns aos outros (3.11-24).
1. Puro e justo (2.28-3.10).
Dos vs. 2.28 ao 3.10, veremos João nos
ensinar que a primeira implicação de ser filho de Deus é que os cristãos devem
lutar pela pureza e pela justiça.
João diz que devemos permanecer nele para
que quando ele se manifestar, ou seja, quando ocorrer o retorno de Cristo, nós
sejamos encontrados fiéis a ele. Os cristãos devem esforçar-se para viver em
obediência a Deus para garantir que eles não precisarão ser envergonhados no
dia do julgamento, quando cada pessoa terá de prestar contas (Rm 14.12).
Devemos mesmo tomar cuidado, pois poderemos
ser envergonhados diante dele na sua vinda. Essa sua vinda, refere-se ao
retorno visível e final de Cristo no final dos tempos, quando ele voltará como
juiz. Aqueles que "permanecem nele" pela confiança na mensagem do evangelho
(vs. 24) não precisam temer a condenação (Jo 3.17-18).
Eu fico imaginando como posso conter
tamanho conteúdo em mim, miserável pecador, sem explodi-lo por onde quer que eu
ande e esteja. É muita glória a nós reservada que não pode mesmo ser comparada
a leve – por pior que seja – e momentânea tribulação presente. Ah se
despertássemos do sono letárgico da indolência...
Se vocês sabem que ele é justo, saibam
também que todo aquele que pratica a justiça é nascido dele – vs. 29. Neste versículo
final do capítulo 2, João introduziu a ideia de viverem como filhos de Deus ao
tirar uma conclusão lógica a partir do caráter justo de Deus.
Se Deus é justo, então é impossível que
alguém que não seja justo tenha nascido dele (1Jo 3.7). Se uma pessoa recebeu
de Deus uma nova vida, então essa nova vida será distinguida pela retidão. Mais
uma vez, João não estava falando da perfeita impecabilidade, mas de um estilo
de vida caracterizado pela obra santificadora do Espírito.
para que não pequeis.
Se, todavia, alguém pecar,
temos Advogado junto ao
Pai,
Jesus Cristo, o Justo;
I Jo 2:2 e ele é a propiciação
pelos nossos pecados
e não somente pelos nossos
próprios,
mas ainda pelos do mundo
inteiro.
I Jo 2:3 Ora, sabemos que o temos conhecido por isto:
se guardamos os seus mandamentos.
I Jo 2:4 Aquele que diz:
Eu o conheço e não guarda os seus mandamentos
é mentiroso, e nele não
está a verdade.
I Jo 2:5 Aquele, entretanto, que guarda a sua
palavra,
nele, verdadeiramente, tem
sido aperfeiçoado
o amor de Deus.
Nisto sabemos que estamos nele:
I Jo 2:6 aquele que diz que permanece nele,
esse deve também andar
assim como ele andou.
I Jo 2:7 Amados, não vos escrevo mandamento novo,
senão mandamento antigo, o qual, desde o princípio,
tivestes.
Esse mandamento antigo é a
palavra que ouvistes.
I Jo 2:8 Todavia, vos escrevo novo mandamento,
aquilo que é verdadeiro nele e em vós,
porque as trevas se vão
dissipando,
e a verdadeira luz já
brilha.
I Jo 2:9 Aquele que diz estar na luz
e odeia a seu irmão, até agora, está nas trevas.
I Jo 2:10 Aquele que ama a seu irmão permanece na luz,
e nele não há nenhum tropeço.
I Jo 2:11 Aquele, porém, que odeia a seu irmão
está nas trevas,
e anda nas trevas,
e não sabe para onde vai,
porque as trevas lhe
cegaram os olhos.
I Jo 2:12 Filhinhos, eu vos escrevo,
porque os vossos pecados são perdoados,
por causa do seu nome.
I Jo 2:13 Pais, eu vos escrevo,
porque conheceis aquele que existe desde o
princípio.
Jovens, eu vos escrevo,
porque tendes vencido o Maligno.
I Jo 2:14 Filhinhos, eu vos escrevi,
porque conheceis o Pai.
Pais, eu vos escrevi,
porque conheceis aquele que existe desde o
princípio.
Jovens, eu vos escrevi,
porque sois fortes,
e a palavra de Deus permanece em vós,
e tendes vencido o Maligno.
I Jo 2:15 Não ameis o mundo
nem as coisas que há no mundo.
Se alguém amar o mundo,
o amor do Pai não está nele; I
Jo 2:16 porque tudo que há no mundo,
a concupiscência da carne,
a concupiscência dos olhos
e a soberba da vida,
não procede do Pai,
mas procede do mundo.
I Jo 2:17 Ora, o mundo passa,
bem como a sua concupiscência;
aquele, porém, que faz a vontade de Deus
permanece eternamente.
I Jo 2:18 Filhinhos, já é a última hora;
e, como ouvistes que vem o anticristo,
também, agora, muitos anticristos têm surgido;
pelo que conhecemos que é a
última hora.
I Jo 2:19 Eles saíram de nosso meio;
entretanto, não eram dos nossos;
porque, se tivessem sido
dos nossos,
teriam permanecido conosco;
todavia, eles se foram para que ficasse manifesto
que nenhum deles é dos
nossos.
I Jo 2:20 E vós possuís unção que vem do Santo
e todos tendes conhecimento.
I Jo 2:21 Não vos escrevi porque não saibais a verdade;
antes, porque a sabeis,
e porque mentira alguma jamais procede da verdade.
I Jo 2:22 Quem é o mentiroso,
senão aquele que nega que Jesus é o Cristo?
Este é o anticristo,
o que nega o Pai
e o Filho.
I Jo 2:23 Todo aquele que nega o Filho,
esse não tem o Pai;
aquele que confessa o Filho
tem igualmente o Pai.
I Jo 2:24 Permaneça em vós
o que ouvistes desde o princípio.
Se em vós permanecer o que desde o princípio ouvistes,
também permanecereis vós no Filho e no Pai.
I Jo 2:25 E esta é a promessa que ele mesmo nos fez,
a vida eterna.
I Jo 2:26 Isto que vos acabo de escrever
é acerca dos que vos procuram enganar.
I Jo 2:27 Quanto a vós outros,
a unção que dele recebestes permanece em vós,
e não tendes necessidade de que alguém vos ensine;
mas, como a sua unção vos
ensina
a respeito de todas as
coisas,
e é verdadeira,
e não é falsa,
permanecei nele,
como também ela vos
ensinou.
I Jo 2:28 Filhinhos, agora, pois, permanecei nele,
para que, quando ele se manifestar,
tenhamos confiança
e dele não nos afastemos
envergonhados na sua vinda.
I Jo 2:29 Se sabeis que ele é justo,
reconhecei também que todo aquele que pratica a
justiça
é nascido dele.
O sinal em João de que andamos em santidade, com o Senhor e aguardando a
sua vinda é a nossa vida exercitada na prática da justiça. O nosso galardão é a
vida eterna.
A Deus toda glória! p/ pr. Pr. Daniel
Deusdete.
...
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terça-feira, 22 de março de 2016
terça-feira, março 22, 2016
Jamais Desista
I João 1 1-10 - JESUS É DEUS - A LUZ DO MUNDO.
João, o apóstolo amado, escreveu sua
primeira epístola para alertar sobre os falsos mestres que ensinavam que Cristo
não tinha verdadeiramente vindo em carne e incentivar um estilo de vida
apropriado para os seguidores do Cristo encarnado. Estamos vendo o capítulo 1/5.
Breve
síntese do capítulo 1.
Jesus está sempre atento às nossas vidas,
interessa-se por nós e toma a iniciativa de nos encontrar a fim de nos anunciar
a sua palavra. Aqueles que são dele, o ouvirão e o obedecerão; os demais, o
rejeitarão.
Veremos aqui nesse capítulo que Deus é luz
e que nele não há trevas alguma e assim por ele ser luz, a comunhão resplandece
e conseguimos nos relacionar exercitando o perdão.
Vejamos o presente capítulo com mais
detalhes, conforme ajuda da BEG:
I. PRÓLOGO (1.1-4).
João testemunhou a respeito da realidade da
encarnação de Jesus, que ele tinha visto diretamente, na esperança de que seus
leitores reafirmassem essa verdade essencial do evangelho.
João iniciou o seu escrito fazendo um
resumo dos acontecimentos importantes da sua vida e do seu ministério cristão.
Jesus Cristo foi o ponto principal de sua vida. João era um das testemunhas
escolhidas que foram privilegiados por terem visto, ouvido e tocado alguém que
existiu desde o início: o Filho de Deus, cuja comunhão eterna com o Pai estava
sendo agora estendida a outras pessoas.
A expansão dessa comunhão ocorre por meio
das proclamações de João e dos outros apóstolos; isso é feito por meio da
própria escrita de I João, que convida seus leitores a receberem essa
proclamação e a se alegrarem por ela.
João sempre gostou de falar de Cristo
começando no princípio, desde a criação, desde os primórdios. Assim, esse
versículo repete Jo 1.1 (o qual repete Gn 1.1); ambas as passagens realçam a
encarnação como um acontecimento tão importante quanto a própria criação, pois
foi o começo de uma nova criação, a recriação dos céus e da terra (Is 65.17;
66.22; 2Co 5.17; Gl 6.15; Ap 21.1).
Esses verbos vívidos e sensoriais “ouvido”,
“visto”, “contemplamos”, “apalparam” defendem a realidade da natureza humana de
Cristo contra a especulação docética de que Jesus não era totalmente humano
(2.22; 4.2-3).
O que era desde o princípio, o que ouvimos,
o que vimos com os nossos olhos, o que contemplamos e as nossas mãos apalparam
— isto proclamamos – vs. 1 - a respeito da Palavra da vida ou do Verbo da vida.
O tema da proclamação de João é Jesus, a
Palavra encarnada (Jo 1.1,14). João proclamou também a mensagem sobre a vida
eterna concedida por Jesus. Esses verbos “visto” e “ouvido” no pretérito
perfeito referem-se às palavras ditas anteriormente em 1.1-2 e enfatizam que a
proclamação de João era sobre o Cristo encarnado.
O testemunho de João é convincente e forte.
A vida se manifestou; nós a vimos e dela testemunhamos, e proclamamos a vocês a
vida eterna, que estava com o Pai e nos foi manifestada – vs. 2.
A vida se manifestou para ter comunhão
conosco. Houve um propósito claro nisso tudo e ele foi movido pelo amor. Na
verdade mesmo a vida estava nele e ele era a vida e a luz que dá vida aos
homens. Somente por ouvir e crer na proclamação do evangelho era possível que
alguém tivesse comunhão com João e com os outros apóstolos.
Participar dessa comunhão era importante
porque os apóstolos haviam desfrutado de uma relação íntima com o Pai e seu
Filho. O relacionamento com o povo de Deus não pode ser separado do
relacionamento com Deus. Ambos são possíveis somente por meio da crença no
evangelho.
Por isso é que nós proclamamos – vs. 3 - e
devemos mesmo abrir nossas bocas sobre o que vimos e ouvimos para que outros
também tenham comunhão conosco. Nossa comunhão é com o Pai e com seu Filho
Jesus Cristo.
João afirma que escrevia essas coisas para
que a nossa alegria fosse completa. João provavelmente estava se referindo a si
mesmo e ao seu grupo.
Até aqui, os leitores foram referidos com
'vós' e ‘vossos’. É possível, no entanto, que ele tivesse em mente não apenas o
seu próprio regozijo, mas também o de seus leitores.
João mostrou que, por causa do que ele
sabia de seus leitores, ele ainda não estava cheio de alegria. No entanto, se
eles entendessem as suas instruções, cressem nelas e as seguissem, o seu regozijo
seria completo.
Os cristãos deveriam regozijar-se pelo que
havia de louvável nos companheiros cristãos, bem corno entristecer-se pelas
suas imperfeições (1Co 12.26-27; 1 Ts 3.6).
II. "DEUS É LUZ" E SUAS IMPLICAÇÕES MORAIS (1.5-2.2).
Deus é pura luz, e aqueles que o seguem
devem ser puros como Deus e seguir os seus mandamentos — especialmente o
mandamento para amar.
Dos vs. 1.5 ao 2.2, veremos João explanando
que “Deus é luz” e as suas implicações morais. João começou a abordar os
problemas que os seus leitores apresentavam ao chamar a atenção para a
santidade moral de Deus e as implicações dessa santidade para os cristãos.
Seguindo a divisão proposta pela BEG, dividiremos
essa parte em cinco seções: A. Deus, a luz (1.5) – veremos agora; B. Vivendo na luz (1.6-2.2) – começaremos a ver agora; C. Obediência aos mandamentos (2.3-6); D.
O novo mandamento (2.7-11); E. A garantia (2.12-14); e, F. O amor por Deus e
pelo mundo (2.15-17).
A. Deus, a luz (1.5).
O vs. 5 é claro ao afirmar que Deus é luz e
que nele não há treva alguma. João descreveu a santidade de Deus equiparando-a
à luz, pois Deus é luz. Essas palavras lembram o capítulo de abertura do
Evangelho de João, no qual Jesus é chamado de “a verdadeira luz” (Jo 1.9).
Também isso nos remete aos capítulos 8 e 9
de João onde ele proclama na Festa dos Tabernáculos que ele era a luz da vida
que rompeu num mundo de pecado e trevas.
No capítulo 9 do evangelho de João os
discípulos e os fariseus queriam entender porque aquele homem nascera cego e,
ignorantemente, associavam sua cegueira à sua condição de pecador, mas Jesus
lhes disse que ele assim nascera para que nele se manifestassem as obras de
Deus. Do que falava o Senhor? Daquele cego de nascença específico ou de todos
os cegos de nascença em geral?
Ai, então ele proclama uma verdade
fundamental: EU SOU A LUZ DO MUNDO!
Esse capítulo 9 que ora acabamos de
sintetizar está dentro da primeira parte da divisão em três partes do Evangelho
de João, qual seja, o ministério público de Jesus. Até o próximo capitulo –
cap. 10 -, vê-se Jesus curando e ensinando, como sempre fez e faz em seu
ministério.
Jesus, a luz do mundo (8.12; 9.5) concedeu
visão a um homem cego (9.1-34). Esse é um relato que serve para expor a
condenação da cegueira espiritual daqueles que o rejeitam (9.35-10.21).
Reparem que foi no capítulo 8, depois de
acudir a mulher apanhada em adultério, na Festa dos Tabernáculos, que falando
novamente ao povo, Jesus se levantou para proclamar algo muito forte de que ele
era a luz do mundo!
Durante aquela Festa dos Tabernáculos,
velas eram acesas durante a celebração e simbolizavam a coluna de fogo que
conduziu os israelitas pelo deserto.
Sem dúvida a festa representa esse fato, uma
vez que Jesus é a luz simbolizada na coluna de fogo. Ele é a presença gloriosa
de Deus que os israelitas viram no deserto (cf. 1.9).
Essa declaração é muito interessante e
equivale a afirmar a sua divindade, pois somente Deus é identificado com a luz (I
Jo 1.5).
As palavras "Eu sou" relembram Êx
3.14 (6.35) e quando ele diz que quem o segue terá a “luz da vida”, Jesus
estava se referindo claramente a sua realidade espiritual.
Quando ele diz que era a luz do mundo ele
estava afirmando a segunda ou terceira ocorrência de sete, no total,
relacionada ao “EU SOU” no Evangelho de João.
Ele estava relembrando as palavras de
Êxodos 3.14 (E disse Deus a Moisés: EU SOU O QUE SOU. Disse mais: Assim dirás
aos filhos de Israel: EU SOU me enviou a vós.) e desse modo constituindo uma
afirmação explícita de sua divindade.
Aqui em I João e em seu Evangelho, João
aludiu à luz primeva que rompeu nas trevas da criação (Gn 1.1-4). Nessas
passagens, as trevas representam o pecado e a morte; e a luz, a bondade e a
vida, e não há nele treva nenhuma.
Embora a luz seja também associada com a
glória de Deus (a BEG recomenda ler seu excelente artigo teológico “A glória de
Deus", em Ez 1), aqui está mais estreitamente associada com a santidade
moral de Deus e ao fato de que ele não tem ligação com as trevas do mal.
Deus é perfeito, inteiramente sem pecado, e
seu povo deveria buscá-lo por essa mesma qualidade.
B. Vivendo na luz (1.6-2.2).
A afirmação de João que Deus é luz
apresenta uma base para a sua visão de que verdadeiros cristãos caminham na luz
de Deus ao se esforçarem para ser santos, assim como Deus é.
A partir do vs. 6 até ao 10, ele, João,
inicia uma série de conjecturas envolvendo o “se isso..., então aquilo”:
·
Se
afirmarmos que temos comunhão com ele, mas andamos nas trevas,
Mentimos e não praticamos a
verdade.
João
contrastou em termos absolutos duas maneiras opostas de viver. O verbo grego
traduzido como "andarmos" sugere que ele tinha em mente exemplos
comuns da vida, ou estilos de vida consistentes.
Caminhar
na luz não significa perfeição ou impecabilidade. Todos pecam (1.8,10), e até
mesmo aqueles que caminham na luz pecam quando os objetivos e os padrões de
suas vidas extraviam-se pelos caminhos das trevas.
·
Se,
porém, andamos na luz, como ele está na luz,
Temos comunhão uns com os outros,
e o sangue de Jesus, seu Filho, nos purifica de todo pecado.
É
por isso que João advertiu seus leitores contra o pecado (2.1). Os verdadeiros
cristãos são libertos do domínio ou da dominação do pecado, mas não de suas
influências (mais uma recomendação da BEG de seu excelente artigo teológico
'Santificação', em Tt 3).
Como
João enfatizou ao longo de toda a sua carta, um relacionamento correto com Deus
por meio do sangue de Cristo está intimamente ligado à comunhão com outros
cristãos.
Aqueles
que são perdoados de seus pecados viverão na comunhão e no amor com outros que
também foram perdoados. Amor, luz, comunhão, relacionamento, pecado e perdão
estão vivamente presentes em I João.
·
Se
afirmarmos que estamos sem pecado,
Enganamo-nos a nós mesmos, e a
verdade não está em nós.
Se
dissermos que não temos pecado – vs. 8 – estaremos mentindo. Provavelmente não
uma negação do pecado como culpa geral ou uma influência ativa, mas a recusa a
admitir ter cometido qualquer ato pecaminoso.
João
não tinha em vista os cristãos que ocasionalmente interpretavam erroneamente a
pecaminosidade de suas ações ou negavam seus pecados a fim de escondê-lo dos
outros, mas os incrédulos que se viam como impecáveis.
Quem
esconde a verdade dessa forma a si mesmo está se enganando. O grego sugere uma
ativa rejeição da verdade e não simplesmente uma concepção incorreta. A verdade
não está em nós – vs. 8 – é uma forte afirmação de que aqueles que enganam a si
mesmos desse modo não são salvos (cf. 2.4; 5.6).
Ao
negar seus pecados, eles também negam suas necessidades do perdão encontrado em
Cristo e, desse modo, rejeitam a verdade do evangelho.
·
Se
confessarmos os nossos pecados,
Ele é fiel e justo para perdoar
os nossos pecados e nos purificar de toda injustiça.
Apesar
do pecado, no entanto, se confessarmos nossos pecados – vs. 9 – ele é poderoso
para nos perdoar e nos purificar.
Quando
depositamos a confiança em Cristo, somos justificados e perdoados no tribunal
do céu (Rm 5.1; I Jo 2.12; a BEG recomenda ler seu excelente artigo teológico
“Justificação e mérito”, em Rm 3).
Nesse
sentido final, o destino último dos verdadeiros cristãos não depende da
confissão de seus pecados diários. Mesmo assim, nós não experimentamos o total
benefício de nossa justificação nesta vida.
Como
resultado, como os cristãos verdadeiros pecam, eles necessitam da experiência
do perdão de Deus. Nós desfrutamos mais das bênçãos de Deus do que de sua
disciplina temporária (Hb 12.5-11) quando reconhecemos imediatamente os nossos
pecados diante dele.
A
inflexível e repetida rebelião contra Deus pode indicar que uma pessoa não tem
a fé que salva, mas aqueles que genuinamente confiam em Cristo para a salvação
irão atender aos chamados de João para a confissão.
·
Se
afirmarmos que não temos cometido pecado,
Fazemos de Deus um mentiroso, e a
sua palavra não está em nós.
Dizer
que não temos cometido pecado é uma negação explícita de ter cometido atos
pecaminosos (cf. o vs. 8). Assim, sua palavra não está em nós. Outra
insistência de que aqueles que negam seus próprios pecados não são salvos (cf.
o v. 8; 2.14).
Exatamente
como a verdade não está naqueles que negam seus pecados (vs. 8), a palavra de
Deus também não está.
Essas
palavras advertem contra qualquer alegação de que os cristãos possam viver sem
pecar nesta vida.
o que temos ouvido,
o que temos visto com os nossos próprios olhos,
o que contemplamos,
e as nossas mãos apalparam,
com respeito ao Verbo da vida
I Jo 1:2 (e a vida se
manifestou,
e nós a temos visto,
e dela damos testemunho,
e vo-la anunciamos,
a vida eterna,
a qual estava com o Pai
e nos foi manifestada),
I Jo 1:3 o que temos visto
e ouvido anunciamos também a vós outros,
para que vós, igualmente, mantenhais comunhão
conosco.
Ora, a nossa comunhão é
com o Pai
e com seu Filho, Jesus
Cristo.
I Jo 1:4 Estas coisas, pois, vos escrevemos
para que a nossa alegria seja completa.
I Jo 1:5 Ora, a mensagem que, da parte dele,
temos ouvido
e vos anunciamos é esta:
que Deus é luz,
e não há nele treva
nenhuma.
I Jo 1:6 Se dissermos que mantemos comunhão com ele
e andarmos nas trevas,
mentimos
e não praticamos a verdade.
I Jo 1:7 Se, porém, andarmos na luz,
como ele está na luz,
mantemos comunhão uns com
os outros,
e o sangue de Jesus, seu
Filho,
nos purifica de todo
pecado.
I Jo 1:8 Se dissermos que não temos pecado nenhum,
a nós mesmos nos enganamos,
e a verdade não está em nós.
I Jo 1:9 Se confessarmos os nossos pecados,
ele é fiel e justo
para nos perdoar os pecados
e nos purificar de toda
injustiça.
I Jo 1:10 Se dissermos que não temos cometido pecado,
fazemo-lo mentiroso,
e a sua palavra não está em
nós.
Deus nos chamou para a comunhão e não para intrigas, nem para rachas,
nem para divisões. Se estamos enfrentando intrigas, rachas e divisões o que
faremos diante da palavra de Deus? Vamos nos esforçar, amados, com o custo
próprio de nós mesmos, a fim de que vençamos, pelo amor, as nossas tolices.
Quando achamos que o outro tem de mudar para podermos ter comunhão é
porque ainda somos meninos e não aprendemos a amar. Nunca é o outro que precisa
mudar quando você decide amar....
A
Deus toda glória! p/ pr. Pr. Daniel Deusdete.
...
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segunda-feira, 21 de março de 2016
segunda-feira, março 21, 2016
Jamais Desista
II Pedro 3 1-18 - A HORA SE APROXIMA, CUIDADO PARA NÃO SER ENGANADO.
Como já dissemos, a segunda epístola de
Pedro foi escrita para encorajar os cristãos perseguidos e confusos a
permanecerem unidos em sua fé. Estamos vendo o capítulo 3/3.
Breve
síntese do capítulo 3.
Pedro continua a exortar e a advertir quanto aos escarnecedores e os
seus escárnios que andam segundo as suas próprias paixões e zombando de nós
cobrando a promessa da vinda de Cristo.
Pedro com uma sabedoria celestial, vinda do Espírito Santo de Deus, traz
a lembrança a criação dos céus e da terra à mente deles lhes falando que já de
longo tempo há os céus e a terra.
E não é verdade que esquecemos disso bem como esquecemos que já veio
juízo sobre o homem com o dilúvio, que já veio o Messias e que este cumpriu
tudo o que nas Escrituras se diz dele e porque haveria de ser diferente dos
tempos atuais?
A hora se aproxima e devemos estar cuidadosos para não sermos enganados
e entrarmos no jogo do adversário.
Vejamos o presente capítulo com mais
detalhes, conforme ajuda da BEG:
V. A VERDADE SOBRE O RETORNO DE CRISTO (3.1-16).
Pedro explicou que o retorno de Cristo é
certo, ainda que muitos afirmem que não irá acontecer. Deus tem adiado esse
retorno por causa de sua paciência, mas ele não irá adiar para sempre.
Dos vs. 1 ao 16, veremos a verdade sobre o
retorno de Cristo. Pedro voltou-se para uma apresentação positiva de certos
ensinamentos com respeito ao retorno de Cristo. Sua argumentação se divide em
três partes nas quais ele reiterou o seu propósito (vs. 1-2), declarou a
certeza do retorno de Cristo (vs. 3-10) e explicou algumas das implicações
desse retorno (3.11-16). Elas formarão nossa divisão proposta, conforme a BEG: A.
A reiteração do propósito de Pedro (3.1-2) – veremos agora; B. A certeza do retorno de Cristo (3.3-10) – veremos agora; e, C. As implicações do
retorno de Cristo (3.11-16) – veremos
agora.
A. A reiteração do propósito de Pedro (3.1-2).
Pedro revelou suas intenções de relembrar a
seus leitores alguns ensinos cristãos básicos, mas essenciais.
A primeira epístola pode perfeitamente
referir-se a 1 Pedro. Se é assim, isso significa que os destinatários de ambas
foram os mesmos.
Se 1 Pedro está em vista, a lembrança em
questão era provavelmente o interesse geral de Pedro — o qual está plenamente
evidente em ambas as epístolas — que seus leitores vivessem vidas santas dignas
do evangelho (1 Pe 1.13-2.12; 2Pe 2). Pedro relembrou a sua discussão em
1.16-21.
B. A certeza do retorno de Cristo (3.3-10).
Dos vs. 3 ao 10, veremos Pedro discorrendo
sobre a certeza do retorno de Cristo. Os falsos mestres questionavam se Jesus
iria mesmo voltar. Nessa seção, Pedro se opôs aos pontos de vista deles.
Como já dissemos, os últimos dias são
considerados todo o período entre a primeira e a segunda vindas de Jesus (At
2.17; Hb 1.2). Seria oportuno ler o excelente artigo teológico da BEB: "O
plano das eras", em Hb 7.
Alguns poderão questionar dizendo onde está
a promessa de sua vinda? – vs. 4. Com base na demora do retorno de Cristo, os
falsos mestres concluíram incorretamente que ele nunca voltaria para julgá-los:
Pedro retratou os argumentos deles como evidência irônica de que os últimos dias
já tinham de fato começado.
Pedro no vs. 4 fez uma referência aos
antepassados do Antigo Testamento (Jó 6.31; At 3.13), embora muitos interpretem
isso como uma referência à morte das pessoas pertencentes à primeira geração de
cristãos, principalmente os primeiros líderes cristãos, como Estêvão (Hb 13.7).
Qualquer que seja o caso, os falsos mestres
argumentavam que Deus nunca havia interrompido a História e que nós não
deveríamos, então, esperar que ele fizesse isso no futuro na segunda vinda de
Cristo.
Contra a negação dos falsos mestres de que
Deus interferiria na História, Pedro citou a criação e o dilúvio como
principais exemplos do envolvimento e intervenção de Deus no processo
histórico.
Deus criou a terra primeiro pela separação
das águas em duas partes principais (sob o firmamento e sobre o firmamento; Gn
1.6-7) e, depois, juntou as águas debaixo dos céus num só lugar (Gn 1.9-10). Deus
deu seu comando criativo (Gn 1.3-30; SI 33.6; Hb 11.3), pela sua palavra e
também interveio na História desde o seu início; os céus e a terra passaram a
existir somente após ele ter ordenado isso.
Nessa passagem – vs. 6 -, Pedro dividiu a
história do mundo em três partes:
(1)
O
mundo "daquele tempo" (da criação ao dilúvio).
Deus
também interferiu, em julgamento, com o dilúvio (2.5; Gn 6.5-8.19).
(2)
O
mundo atual dos céus e a terra (vs. 7).
(3)
O
mundo vindouro com um novo céu e uma nova terra (vs. 13).
O que Pedro queria enfatizar era que a intervenção
divina ocorreu no inicio e nos dias do dilúvio. Portanto, não temos razão para
duvidar de que não irá acontecer novamente no retorno de Cristo.
Reparem que a mesma palavra divina criou o
mundo (vs. 5) e trouxe julgamento no tempo do dilúvio (vs. 6). Quer manifestada
pela água ou pelo fogo, a função da palavra todo-poderosa de Deus na criação,
no dilúvio e no julgamento final é enfatizada.
Pedro via Sodoma e Gomorra como o protótipo
do julgamento final, pelo fogo (2.6). Embora esse retrato de um inferno
escatológico e cósmico seja único de Pedro, a ideia do julgamento divino pelo
fogo é comum no Antigo Testamento (p. ex., Dt 32.22; Is 66.15-16; MI 4.1) e é
encontrado também no Novo Testamento (p. ex., Mt 3.11-12; 1Co 3.13; 2Ts 1.7-8).
Essa passagem referente ao um dia ser
comparado com mil anos e SI 90.4 (no qual ela é baseada) às vezes são citados
de maneira implausível para apoiar a teoria segundo a qual, quando um
"dia" é mencionado na profecia bíblica, ele significa literalmente
mil anos.
Porém, o objetivo de Pedro era simplesmente
afirmar a soberania de Deus por todo o tempo e para declarar que a perspectiva
de Deus quanto ao tempo difere radicalmente da perspectiva do homem.
O Senhor não demora em cumprir a sua
promessa, como julgam alguns, considerando demorada. Pelo contrário, ele é
paciente conosco, não querendo que ninguém pereça, mas que todos cheguem ao
arrependimento. Veja o vs. 4.
Pedro queria que os seus leitores cristãos
percebessem que a demora do julgamento divino era um sinal da paciência e
misericórdia de Deus com respeito a eles; particularmente com respeito aos
cristãos no meio deles que haviam sido confundidos e desviados pelos falsos
mestres.
Observe que a extensão da palavra
"todos" está qualificada pela palavra "convosco". O motivo
pelo qual Deus adia o julgamento é o fato de que ele deseja que não somente o
seu povo chegue ao arrependimento, mas as pessoas do mundo em geral. Não é da
vontade de Deus que algum de seus eleitos pereça (Jo 10.28-29).
Pedro reafirma no vs. 10 que o dia do
Senhor nos virá como ladrão, obviamente para os que não o esperam ou desprezam
o seu aviso. Essa é mais uma metáfora do próprio ensino de Jesus (Lc 12.39-40)
que transmite o caráter inesperado do acontecimento.
Embora a igreja celebre a vitória de Deus
semanalmente no Dia do Senhor (At 20.7; Ap 1.10), Pedro tinha em mente aqui o
tempo da intervenção divina e escatológica e do julgamento (Is 13.9-13; lTs
5.2), um dia em que o Senhor destruirá todos os seus inimigos e recompensará o
seu povo (2Ts 2.2).
Ao dizer e afirmar que os céus
desaparecerão com um grande estrondo e os elementos serão desfeitos pelo calor,
e a terra, e tudo o que nela há, será desnudada, Pedro está usando uma linguagem
que lembra as palavras do Antigo Testamento e de Jesus (Is 34.4; 64.1-4; Mt
24.29,35).
Elementos, em grego, stoicheia, um termo
usado para:
(1)
Os
elementos que compõem o mundo de acordo com os antigos: terra, ar, fogo e água.
(2)
Os
corpos celestes tais como o sol, a lua e as estrelas.
(3)
Os
seres angélicos com poderes sobre a natureza.
Muitos intérpretes são favoráveis à segunda
visão ou a uma combinação da segunda com a terceira.
O texto grego para essa frase de que a
terra e as obras que nela existem será desnudada ou serão atingidas é ambíguo.
Possíveis interpretações incluem:
(1) Uma referência à terra e à
história humana "sendo atingidas" antes do olhar de julgamento de
Deus.
(2) Uma referência à destruição da
terra pelo fogo (veja Mt 24.35; Ap 21.1).
(3) Uma afirmação de que a terra e
tudo o que há nela será destruído de um modo que não é especificado.
A forte nota judicial do contexto favorece
a primeira visão, ainda que uma combinação da primeira com a segunda também
seja possível, especialmente por causa da associação comum entre julgamento e
fogo (vs. 7,11-14; cf. 1Co 3.13-15).
A certeza do retorno de Cristo não era uma
mera teoria para Pedro. Ele se voltou imediatamente para algumas implicações
práticas do ensino.
Visto que tudo será assim desfeito, que
tipo de pessoas é necessário que vocês sejam? Vivam de maneira santa e piedosa,
esperando o dia de Deus e apressando a sua vinda.
O Dia de Deus é uma expressão incomum (cf.
Ap 16.14) equivalente ao "dia do Senhor" (3.10). As expressões
"Dia do Senhor" e "Dia de Deus" usadas em conjunto com a
segunda vinda de Cristo indicam a elevada cristologia de Pedro. Aquele que vem
não é ninguém menos que o próprio Deus.
O apressando a vinda do vs. 12 pode ser às
vezes interpretado ou traduzido como "esperando com ansiedade", a
palavra grega aqui geralmente tem o significado "acelerando".
O tempo da vinda de Cristo está determinado
pelo decreto eterno e imutável de Deus, assim como estão todas as coisas (Ef
1.11; cf. CFW 3.1). Todavia, nós caímos no fatalismo não bíblico a menos que também
olhemos para esse acontecimento do ponto de vista das interações das segundas
causas humanas na providência de Deus.
Nesse nível, muitos fatores podem apressar
ou retardar o retorno de Cristo. Pedro já havia explicado que a demora de Deus
é misericordiosa (veja o vs. 9), indicando que a salvação de todos os
escolhidos é um fator relevante (Mc 13.10).
Outros fatores incluem a oração (Lc 11.2;
Ap 8.3-5; 22.20) e a obediência (vs. 11). No retorno de Cristo, as bênçãos e os
julgamentos finais virão. Por essa razão, os cristãos deveriam fazer tudo o que
podem para apressar a vinda desse dia.
De acordo com a sua promessa, nós esperamos
novos céus e nova terra, onde habita a justiça. Portanto, amados, enquanto esperamos
estas coisas maravilhosas, devemos nos empenhar para sermos encontrados por ele
em paz, imaculados e inculpáveis.
Devemos ter em mente que a paciência de
nosso Senhor significa salvação – vs. 15. Mais do que desprezar a demora do
retorno de Cristo, nós deveríamos honrar Deus pela sua paciência (vs. 9,12).
Pedro no vs. 15 atesta a palavra de Paulo
como Palavra de Deus quando ele faz referência a ele dizendo segundo a
sabedoria que lhe foi dada. Isso equivale a uma afirmação da inspiração divina
das cartas de Paulo (vs. 16; cf. Ef 3.2-5).
Paulo entendia e explicava que a consumação
do reino era um acontecimento separado da primeira vinda de Cristo. Essa
compreensão veio do Espírito Santo.
Pedro no vs. 16 considerava as cartas de
Paulo como pertencendo à mesma categoria dos escritos inspirados e dotados de
autoridade do Antigo Testamento (vs. 15; 1.21) e em harmonia com as próprias
reivindicações de Paulo quanto à autoridade apostólica (Rm 1.1; Cl 1.1; 1Ts
2.13).
VI. CONCLUSÃO (3.17-18).
Pedro concluiu com algumas exortações e uma
bênção.
Pedro encerrou a epístola com um
encorajamento final e uma bênção.
Portanto, amados – diz Pedro -, sabendo
disso, guardem-se para que não sejam levados pelo erro dos que não têm
princípios morais (ou dos insubordinados - os falsos mestres são caracterizados
como pessoas que ignoram todos os limites morais, cf. 2.7), nem percam a sua
firmeza e caiam.
Que Pedro descreveu uma queda no engano mais
do que na condenação indica que "firmeza" refere-se ao firme
fundamento na sã doutrina e não à salvação, ainda que certamente algumas doutrinas falsas, ou seja, falsos evangelhos,
conduzam, em última instância, à condenação (vs. 16).
Por contraste, embora uma compreensão
correta do evangelho não garanta a salvação, ela é o modo normal pelo qual Deus
trabalha para salvar pecadores.
Pedro encerra com uma bênção de que seus
leitores cresçam na graça e no conhecimento de nosso Senhor e Salvador Jesus
Cristo. Esse conhecimento é a experiência progressivamente mais profunda de
Cristo e a compreensão da sua verdade que deveria caracterizar toda a da vida
dos cristãos.
A ele seja a glória é uma afirmação que
pressupõe a divindade de Cristo (1.1; 3.12). É notável pela atribuição direta
da glória a Cristo (Ap 1.5-6).
A glória pertence a Cristo tanto agora
quando ao longo do dia eterno, o qual raiará quando ele voltar novamente (1.19;
Is 60.19-20).
II Pe 3:1 Amados, esta é, agora, a segunda epístola que vos escrevo;
em ambas, procuro despertar com lembranças
a vossa mente esclarecida,
II Pe 3:2 para que vos
recordeis das palavras que,
anteriormente, foram ditas pelos santos profetas,
bem como do mandamento do
Senhor e Salvador,
ensinado pelos vossos
apóstolos,
II Pe 3:3 tendo em conta, antes de tudo, que,
nos últimos dias,
virão escarnecedores com os seus escárnios,
andando segundo as próprias paixões
II Pe 3:4 e dizendo: Onde está a promessa da sua vinda?
Porque, desde que os pais dormiram,
todas as coisas permanecem
como
desde o princípio da criação.
II Pe 3:5 Porque, deliberadamente, esquecem que,
de longo tempo, houve céus bem como terra,
a qual surgiu da água
e através da água pela
palavra de Deus,
II Pe 3:6 pela qual veio a
perecer
o mundo daquele tempo,
afogado em água.
II Pe 3:7 Ora, os céus que agora existem e a terra, pela mesma palavra,
têm sido entesourados para fogo,
estando reservados para o
Dia do Juízo
e destruição dos homens
ímpios.
II Pe 3:8 Há, todavia, uma coisa, amados, que não deveis esquecer:
que, para o Senhor, um dia é como mil anos,
e mil anos, como um dia.
II Pe 3:9 Não retarda o Senhor a sua promessa,
como alguns a julgam demorada;
pelo contrário, ele é
longânimo para convosco,
não querendo que nenhum
pereça,
senão que todos
cheguem ao arrependimento.
II Pe 3:10 Virá, entretanto, como ladrão, o Dia do Senhor,
no qual os céus passarão com estrepitoso estrondo,
e os elementos se desfarão abrasados;
também a terra e as obras que nela existem serão
atingidas.
II Pe 3:11 Visto que todas essas coisas hão de ser assim desfeitas,
deveis ser tais como os que vivem em santo
procedimento e piedade,
II Pe 3:12 esperando e apressando a vinda do Dia de
Deus,
por causa do qual os céus,
incendiados, serão desfeitos,
e os elementos abrasados se
derreterão.
II Pe 3:13 Nós, porém,
segundo a sua promessa,
esperamos novos céus e nova
terra,
nos quais habita justiça.
II Pe 3:14 Por essa razão, pois, amados,
esperando estas coisas,
empenhai-vos por serdes
achados por ele em paz,
sem mácula e
irrepreensíveis,
II Pe 3:15 e tende por salvação a longanimidade de
nosso Senhor,
como igualmente o nosso
amado irmão Paulo vos escreveu,
segundo a sabedoria que lhe
foi dada,
II Pe 3:16 ao falar acerca
destes assuntos,
como, de fato, costuma
fazer
em todas as suas epístolas,
nas quais há certas coisas difíceis de entender,
que os ignorantes e instáveis deturpam,
como também deturpam as
demais Escrituras,
para a própria destruição
deles.
II Pe 3:17 Vós, pois, amados, prevenidos como estais de antemão,
acautelai-vos; não suceda que,
arrastados pelo erro desses
insubordinados,
descaiais da vossa própria
firmeza;
II Pe 3:18 antes,
crescei na graça
e no conhecimento
de nosso Senhor
e Salvador Jesus Cristo.
A ele seja a glória,
tanto agora
como no dia eterno.
Nós não podemos ser como os que dormem, mas como os que estão esperando,
aguardando e apressando o dia da vinda do Senhor e acautelados para não cairmos
em seus erros, vamos crescer mais um pouco? Cresçamos pois na graça e no
conhecimento do nosso Senhor e salvador Jesus Cristo!
A
Deus toda glória! p/ pr. Pr. Daniel Deusdete.
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