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sexta-feira, 19 de fevereiro de 2016

II Timóteo 3 1-17 - O CRISTÃO DEVE ESPERAR POR PERSEGUIÇÕES?

Como falamos, Paulo escreveu essa sua segunda epístola por volta de 64-68 d.C. para convidar Timóteo a visitá-lo em seus últimos dias e também com o objetivo de animar Timóteo em seu ministério contra os falsos mestres em Éfeso. Estamos no capítulo 3/4.
Breve síntese do capítulo 3.
Estamos vivendo os últimos dias não somente porque é chamado de últimos dias desde que Jesus veio até a sua volta, mas também porque está chegando ao final este período longo da história de grande misericórdia de Deus para com a humanidade toda.
A lista de adjetivos de homens dos últimos dias é enorme quanto é enorme o desprezo às coisas de Deus. A lista começa com a rainha das não virtudes, o egoísmo e avança até chegar aos que tendo forma de piedade negam entretanto o poder de Deus.
Vejamos o presente capítulo com mais detalhes, conforme ajuda da BEG:
IV. TERCEIRAS REFLEXÕES E EXORTAÇÕES (3.1-4.5).
Paulo relembrou a Timóteo que, pelo fato de ele permanecer fiel, deveria esperar sofrer nos últimos dias nas mãos de impostores.
Tendo exortado Timóteo a resistir aos falsos mestres em Éfeso, Paulo lidou com os tempos terríveis dos últimos dias. Essa seção é dividida em duas partes: uma descrição dos últimos dias (3.1-13) e exortações a Timóteo (3.14-4.5). Elas formarão nossa divisão proposta, conforme a BEG: A. Os últimos dias (3.1-13) – veremos agora; e, B. Exortações a Timóteo (3.14-4.5) – começaremos a ver agora.
A. Os últimos dias (3.1-13).
A fim de apresentar uma perspectiva apropriada com relação aos desafios que Timóteo enfrentava em Éfeso, Paulo comentou sobre as expectativas que todos os crentes deveriam ter quanto aos últimos dias. Paulo tocou em duas questões: os falsos mestres (vs.1-9) e sua própria resistência aos sofrimentos (vs.10-13). Elas também formarão nossa divisão proposta, conforme segue: 1. Falsos mestres (3.1-9) – veremos agora; e 2. A firmeza de Paulo (3.10-13) – veremos também agora.
1. Falsos mestres (3.1-9).
Paulo considerava como uma característica dos últimos dias de que o número de pessoas descrentes aumentaria e que elas exerceriam grande influência sobre o povo de Deus, principalmente por causa do surgimento de falsos mestres.
Paulo não tinha em mente primeiramente os tempos imediatamente anteriores ao retorno de Cristo. Sua preocupação era com o seu próprio dia.
Isso se encaixa na perspectiva do Novo Testamento de que os últimos dias começaram com a inauguração do reino de Deus no ministério terreno de Cristo (veja 1Tm 4.1 e o artigo teológico recomendado pela BEG "O plano das eras", em Hb 7).
Paulo listou algumas características daqueles que perturbam a igreja. Os problemas deles iam muito além de meros erros teológicos.
II Tm 3:2 pois os homens serão
egoístas,
avarentos,
jactanciosos,
arrogantes,
blasfemadores,
desobedientes aos pais,
ingratos,
irreverentes,
II Tm 3:3 desafeiçoados,
implacáveis,
caluniadores,
sem domínio de si,
cruéis,
inimigos do bem,
II Tm 3:4 traidores,
atrevidos,
enfatuados,
mais amigos dos prazeres
que amigos de Deus,
II Tm 3:5 tendo forma de piedade,
negando-lhe, entretanto, o poder.
Foge também destes.
O que torna os falsos mestres tão perigosos é que eles parecem ser cristãos (Mt 7.15,21-23).
O que Paulo quis dizer quando falou de que esses se introduzem nas casas e conquistam mulherzinhas sobrecarregadas de pecado, não era que todas as mulheres são sobrecarregadas de pecados, mas que em Éfeso algumas mulheres haviam sido especialmente vulneráveis ao engano. Os falsos mestres em Éfeso devem ter sido bem-sucedidos em enganar algumas mulheres (1 Tm 2.14; 5.13-15).
Tais mulheres e homens são daqueles que estão sempre aprendendo, mas nunca chegam ao conhecimento da verdade, ou seja, não creem, são joios no meio da igreja. São os tais como Janes e Jambres. A tradição judaica identificava esses nomes com os dois mágicos egípcios que se opuseram a Moisés perante o Faraó (Ex 7-8).
Eles resistem à verdade, pois que seu coração já está comprometido com a mentira.
Paulo ao dizer que não iriam muito longe ou tinha em mente aqui que Timóteo exporia os falsos mestres em Éfeso, ou que o verdadeiro caráter dos falsos mestres seria exposto no julgamento final. A última opção parece ser a mais provável.
2. A firmeza de Paulo (3.10-13).
Paulo continuou suas reflexões com relação aos falsos mestres dos últimos dias relembrando a Timóteo que ele (Paulo) também havia sofrido nas mãos dos enganadores na igreja.
Antioquia ficava na província romana da Pisídia, Icônio e Listra na província romana da Galácia. Paulo havia pregado o evangelho em todas essas três cidades durante a sua primeira viagem missionária (At 13.14-14.20) e, contra uma oposição significativa, fundou uma igreja em cada cidade (At 14.21-23).
Ele mencionou essas cidades em particular, incluindo a cidade natal de Timóteo de Listra, para apelar às raízes da fé de Timóteo (vs. 14-15; 1.5).
Paulo suportou muitas perseguições e oposições, mas o Senhor o tinha livrado de todas – vs. 11. Assim, entende e ensina Paulo que todos quantos querem viver piedosamente em Cristo Jesus serão perseguidos. O Novo Testamento ensina que os cristãos deveriam esperar passar por perseguição (Mt 10.17-18; Jo 15.20; 1 Pe 4.12; 5.9).
Essas palavras relacionadas aos homens perversos e impostores deixam claro que Paulo tinha em mente problemas que tinham vindo dos falsos mestres na igreja (vs. 1-5).
B. Exortações a Timóteo (3.14-4.5).
A partir dos vs. 3.14 ao 4.5, Paulo dá diversas exortações a Timóteo. Paulo voltou-se diretamente para Timóteo, enfatizando a responsabilidade que ele tinha em resistir aos falsos mestres e à descrença deles.
Os perversos e impostores teriam o seu destino de irem de mal a pior, enganariam, mas seriam enganados, no entanto, Paulo orientava Timóteo a permanecer nas coisas que aprendeu e que tinha convicções. Ele estava ciente de quem aprendera tudo o que sabia. Uma referência não somente à mãe e à avó de Timóteo (1.5), mas também ao próprio Paulo. Paulo incentivou Timóteo a confiar na verdade do evangelho por causa do caráter de sua mãe e de sua avó.
Paulo lembra a Timóteo que foi desde criança, ou desde "a meninice" que aprendera as sagradas letras. De acordo com o costume, o pai judeu deveria começar a instruir a criança na lei quando ela completasse cinco anos de idade.
Os falsos mestres estavam interpretando de modo incorreto o Antigo Testamento (1 Tm 1.7; Tt 3.9). Timóteo precisava se lembrar da instrução correta que havia recebido de sua mãe e de sua avó.
As "Escrituras" aqui se referem aos livros do Antigo Testamento. O Novo Testamento ainda não existia como uma compilação; além disso, alguns dos livros do Novo Testamento não tinham nem mesmo sido escritos.
Mesmo assim, à medida que a literatura do Novo Testamento se desenvolveu, ela, também, foi chamada de "Escrituras" (veja 2Pe 3.15-16). Somente elas poderiam tornar Timóteo, e qualquer outro que seguisse o mesmo caminho, sábio para a salvação pela fé em Cristo Jesus. O Antigo Testamento aponta claramente para o papel principal de Cristo Jesus no plano geral de Deus para a sua criação.
O vs. 16 é especial por afirmar, claramente, uma verdade fundamental sobre as Escrituras. Toda a Escritura - o Antigo Testamento (e também o Novo Testamento) é inspirada por Deus.
II Tm 3:16 Toda a Escritura
é inspirada por Deus
e útil
para o ensino,
para a repreensão,
para a correção,
para a educação na justiça,
II Tm 3:17 a fim de que o homem de Deus
seja perfeito
e perfeitamente habilitado
para toda boa obra.
Essa declaração – vs. 16 e 17 - é uma das mais importantes expressões no Novo Testamento da doutrina da divina inspiração da Escritura: ela foi inspirada por Deus (cf. 2Pe 1.21). Deus é tanto a fonte como o principal autor da Escritura. Apesar de ter sido escrita por autores humanos, ela é inspirada por Deus e revela o total peso de sua autoridade.
II Tm 3:1 Sabe, porém, isto: nos últimos dias,
sobrevirão tempos difíceis,
II Tm 3:2 pois os homens serão
egoístas,
avarentos,
jactanciosos,
arrogantes,
blasfemadores,
desobedientes aos pais,
ingratos,
irreverentes,
II Tm 3:3 desafeiçoados,
implacáveis,
caluniadores,
sem domínio de si,
cruéis,
inimigos do bem,
II Tm 3:4 traidores,
atrevidos,
enfatuados,
mais amigos dos prazeres que amigos de Deus,
II Tm 3:5 tendo forma de piedade,
negando-lhe, entretanto, o poder.
Foge também destes.
II Tm 3:6 Pois entre estes se encontram
os que penetram sorrateiramente nas casas
e conseguem cativar mulherinhas
sobrecarregadas de pecados,
conduzidas de várias paixões,
II Tm 3:7 que aprendem sempre
e jamais podem chegar ao conhecimento da verdade.
II Tm 3:8 E, do modo por que Janes e Jambres resistiram a Moisés,
também estes resistem à verdade.
São homens de todo
corrompidos na mente,
réprobos quanto à fé;
II Tm 3:9 eles, todavia, não irão avante;
porque a sua insensatez será a todos evidente,
como também aconteceu com a daqueles.
II Tm 3:10 Tu, porém, tens seguido, de perto,
o meu ensino,
procedimento,
propósito,
fé,
longanimidade,
amor,
perseverança,
II Tm 3:11 as minhas perseguições
e os meus sofrimentos, quais me aconteceram em
Antioquia,
Icônio
e Listra, - que variadas perseguições tenho suportado!
De todas, entretanto, me livrou o Senhor.
II Tm 3:12 Ora, todos quantos
querem viver piedosamente em Cristo Jesus
serão perseguidos.
II Tm 3:13 Mas os homens perversos e impostores
irão de mal a pior,
enganando
e sendo enganados.
II Tm 3:14 Tu, porém, permanece
naquilo que aprendeste
e de que foste inteirado,
sabendo de quem o aprendeste
II Tm 3:15 e que, desde a infância,
sabes as sagradas letras,
que podem tornar-te sábio
para a salvação pela fé
em Cristo Jesus.
II Tm 3:16 Toda a Escritura
é inspirada por Deus
e útil para o ensino,
para a repreensão,
para a correção,
para a educação na justiça,
II Tm 3:17 a fim de que o homem de Deus
seja perfeito
e perfeitamente habilitado
para toda boa obra.
A conclusão do presente capítulo nos remete para nossa única regra de fé e prática, as Escrituras. É somente nela e com ela que poderemos triunfar nos últimos dias para não cairmos em erros, heresias e enganos de satanás ardilosamente preparados.
A Deus toda glória! p/ pr. Pr. Daniel Deusdete. 
...
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quinta-feira, 18 de fevereiro de 2016

II Timóteo 2 1-26 - QUAL O SEU FOCO? DESMASCARAR O INSENSATO OU FAZÊ-LO RETORNAR À SENSATEZ?

Como falamos, Paulo escreveu essa sua segunda epístola por volta de 64-68 d.C. para convidar Timóteo a visitá-lo em seus últimos dias e também com o objetivo de animar Timóteo em seu ministério contra os falsos mestres em Éfeso. Estamos no capítulo 2/4.
Breve síntese do capítulo 2.
Como iremos nos fortificar para darmos continuidade à obra do Senhor? Paulo responde a Timóteo dizendo que é para fortificar-se na graça! Mas onde está esta graça? Em Cristo Jesus, onde Deus colocou e escondeu todas as coisas que o homem precisa para levar a sua vida nessa terra aguardando o seu resgate.
Paulo adverte Timóteo das questões tolas que não edificam e que somente trazem disputas de palavras e exibições humanas. Ele adverte Timóteo para ficar longe disso, mas não manda ignorar os que precisam entender melhor o Caminho, antes adverte-o dizendo para ser manso e piedoso, brando e apto para instruir.
Vejamos o presente capítulo com mais detalhes, conforme ajuda da BEG:
III. SEGUNDAS REFLEXÕES E EXORTAÇÕES (1.15-2.26) - continuação.
Como dissemos, Paulo encorajou Timóteo a permanecer fiel em sua oposição aos falsos mestres, ao contrário de alguns outros que haviam se afastado da verdadeira fé.
Elas formaram nossa divisão proposta, conforme segue: A. Colaboradores de Paulo (1.15-18) – já vimos; e, B. Exortações a Timóteo (2.1-26) – veremos agora.
B. Exortações a Timóteo (2.1-26)
Tendo contrastado os muitos que haviam abandonado Paulo com aquele que havia sido fiel, Paulo exortou Timóteo a permanecer leal enquanto lidava com os falsos medres em Éfeso.
A discussão de Paulo é dividida em duas partes: seu chamado para que Timóteo fosse fiel (vs. 1-13) e sua ordem explícita para lidar com os falsos mestres (vs. 14-26). Elas formarão nossa divisão proposta, conforme a BEG: 1. Encorajamento à fidelidade (2.1-13) – veremos agora; e, 2. Lidando com os falsos mestres (2.14-26) – veremos agora também.
1. Encorajamento à fidelidade (2.1-13).
Paulo exortou Timóteo a permanecer fiel fazendo três analogias da vida diária que enfatizavam a devoção sincera a uma tarefa.
Paulo, então, falou de sua própria fidelidade na situação em que ele estava vivendo, antes de concluir com uma meditação poética que afirmava a fidelidade de Cristo.
Ele concluiu o seu raciocínio dizendo portanto para Timóteo fortificar-se na graça que há em Cristo Jesus. Seria como encontrar em Cristo uma fonte da qual dela se extraísse à vontade quanta graça pudéssemos levar que fosse necessária à viagem.
Também das coisas que aprendera com ele – vs. 2 -, deveria Timóteo esforçar-se por encontrar homens capazes de instruir outros com o mesmo ensinamento que ele tinha recebido de Paulo. Timóteo deveria ordenar líderes na igreja os quais seriam fiéis ao ensino de Paulo (lTm 3.1-7; 5.17).
Paulo usou três analogias para explicar por que Timóteo deveria esperar que a sua tarefa iria exigir um trabalho árduo.
(1)   Os soldados excelentes se esforçam para agradar seu comandante.
(2)   Os atletas devem competir de acordo com as regras do jogo.
(3)   Os lavradores deveriam receber sua recompensa antes dos outros.
Timóteo não deveria esperar nada menos daqueles que iriam liderar a igreja.
A ressurreição de Cristo é central para a teologia de Paulo (Rm 6.4-10; 1Co 15.12-22). Aqui, ela forma a base para a esperança expressa nos vs. 11-12.
Além dela, ele explora bem o fato do descendente de Davi. Jesus cumpre a promessa que Deus havia feito de recompensar um dos descendentes de Davi com um reino eterno (2Sm 7.12-16; Mt 1.1; Mc 12.35-37; Lc 1.32-33; Jo 7.42; At 2.29-36; Ap 5.5). Para a combinação da ressurreição de Cristo e a herança de Davi, veja Rm 1.3-4.
Paulo estava preso por causa do evangelho e isso ele sabia. Ele sofria com isso e por isso, mas também sabia que a palavra de Deus não estava presa, pelo contrário onde estava achava lugar como a água de um rio à procura de caminho em direção ao mar.
Paulo tudo suportava por causa dos eleitos o que nos remete a também Gálatas 4.19 onde ele sofria dores de parto pelos que estariam sendo formados em Cristo Jesus.
Os eleitos – vs. 10 – são aqueles que Deus escolheu para crerem em Cristo. Ninguém sabe precisamente quem são es eleitos, mas todos os crentes servem a Cristo com a confiança de que o povo escolhido espera para ser alcançado e conduzido. Para melhor entendimento do assunto, a BEG recomenda nesse ponto a leitura e a reflexão em seu excelente artigo teológico "Predestinação e presciência", em Rm 8.
Sobre a salvação que vem por meio da união com Cristo Jesus (3.15), há também outro excelente artigo teológico "A união com Cristo", em Cl 6.
Isso tudo ele suportava por causa dos eleitos para que alcançassem a salvação que está unicamente em Cristo Jesus, com eterna glória. Outra metáfora para a vida eterna (vs. 11-12; Mt 13.43). Assim como Cristo ressuscitou num corpo glorificado, todos os crentes unidos a Cristo receberão corpos glorificados no dia da ressurreição (cf. 1Co 15.12-56). Essa é promessa de Deus que em breve se cumprirá para sempre! Portanto, a morte não é o nosso fim!
O que se segue – vs. 11 ao 13 - pode ser uma parte de um antigo hino cristão.
II Tm 2:11 Fiel é esta palavra:
Se já morremos com ele,
também viveremos com ele;
II Tm 2:12 se perseveramos,
também com ele reinaremos;
se o negamos,
ele, por sua vez, nos negará;
 II Tm 2:13 se somos infiéis,
ele permanece fiel,
pois de maneira nenhuma pode
negar-se a si mesmo.
Se já morremos com ele, também viveremos com ele. Paulo está se referindo à sua crença básica de que a salvação é somente para aqueles que estão unidos com Crista pela fé.
Assim como Cristo morreu sob o julgamento do pecado e da morte, os crentes também morrem por causa do pecado e da morte.
Assim como Cristo ressuscitou em novidade de vida, assim também os crentes andarão em novidade de vida na época vindoura (veja Rm 6.1-8). Veja ainda outro excelente artigo teológico “O plano das eras", em Hb 7.
Paulo afirmava, claramente, que se perseveramos, com ele também reinaremos. Trata-se da perseverança em face das dificuldades (vs.10).
Embora a salvação seja totalmente pela graça de Deus, todos os crentes verdadeiros perseverarão em serviço fiel a Cristo como uma demonstração da graça de Deus trabalhando neles (veja outro excelente artigo teológico da BEG “A perseverança e a preservação dos santos", em Fp 1).
E se, assim, perseverarmos, também com ele reinaremos. Uma imagem do Novo Testamento para a glória eterna que os cristãos recebem por meio de Cristo. Quando Cristo retornar em glória, todos aqueles que creram nele reinarão sobre a nova terra com ele (Rm 5.17; Ap 3.21; 5.10; 20.4,6; 22.5).
Porém, se o negamos, ele, por sua vez, nos negará. Uma séria advertência contra a apostasia (Mt 10.33). Paulo tinha em mente aqui a apostasia absoluta, não um fracasso ou uma queda temporária.
Ele deveria estar pensando particularmente naqueles mencionados em 1.15 (veja também 2.17-18). Os verdadeiros crentes não se desviarão em rebelião flagrante contra Cristo (veja mais outro excelente artigo teológico da BEG: "A perseverança e a preservação dos santos", em Fp 1).
No entanto, se somos infiéis – vs. 13 -, ele permanece fiel. Muitos intérpretes tomam esse versículo como uma afirmação maravilhosa de que a salvação não se baseia prioritariamente na nossa fé, mas na fé de Cristo (vs.19; cf. Jo 10.28-29).
Embora isso seja verdadeiro, o paralelismo com o vs. 12 e o contexto precedente (vs. 8-11) sugerem que Paulo quis dizer que Deus permaneceria fiel no sentido de permanecer firme quanto à ameaça de julgamento: Deus não deixará de julgar aqueles que se afastaram de Cristo, pois de maneira nenhuma pode negar-se a si mesmo.
Deus permanecerá para sempre verdadeiro em seu caráter. Tanto a esperança cristã quanto a ameaça do julgamento estão firmemente enraizadas no caráter de Deus (Nm 23.19; Tt 1.2).
2. Lidando com os falsos mestres (2.14-26).
Nos vs. de 14 a 26, Paulo estará lidando com falsos mestres. Paulo voltou-se para a questão da fidelidade em face dos falsos mestres, dando a Timóteo instruções tanto quanto à igreja como a ele mesmo e concluiu com uma exortação a Timóteo para procurar aqueles que haviam sido enganados e que haviam se distanciado da verdade.
Uma das características dos falsos mestres era discutir a respeito de minúcias (vs. 23; 1Tm 1.4; 6.4; Tt 3.9). Ao invés das discussões tola e nada edificantes, deveria Timóteo procurar se apresentar a Deus aprovado, como obreiro que não tem do que se envergonhar e que maneja bem a palavra da verdade - o evangelho (2.8-9; 4.2).
Timóteo deveria evitar essas conversas inúteis e profanas, pois os que se davam a isso prosseguiam cada vez mais para a impiedade, não para a santidade. Os seus ensinos eram como o câncer e entre eles estavam Himeneu e Fileto. Himeneu foi mencionado também em 1Tm 1.20 como um dos que tinham vindo "a naufragar na fé" (1Tm 1.19). Já Fileto, não foi mencionado em nenhum outro lugar nas Escrituras.
Tanto se desviavam da verdade que já estavam proclamando que a ressurreição já se realizou. Aparentemente, pelo menos alguns dos falsos mestres em Éfeso negavam que a ressurreição corporal acontecerá no dia vindouro do julgamento final, afirmando, em vez disso, uma ressurreição espiritual na conversão (1Co 15.12-14).
Com isso eles estavam pervertendo a fé a alguns. A negação da ressurreição corporal dificilmente poderia ser considerada uma questão de pouca importância.
Aqueles que seguiam esse ensinamento estavam se no caminho da total apostasia. Timóteo deveria advertir a igreja contra esses falsos mestres (vs.14).
Apesar disso, o firme fundamento de Deus permanecia. Paulo usou a metáfora da fundação de uma construção para representar a igreja.
O Senhor conhece os que lhe pertencem. Paulo descreveu a igreja do Novo Testamento de uma maneira que derivava de Nm 16.5 na Septuaginta (a tradução grega do AT).
Desse modo, ele descreveu a continuidade entre a Israel do Antigo Testamento e a igreja do Novo Testamento.
No contexto do Antigo Testamento, essas palavras indicavam que Deus distinguiu entre a nação de Israel aqueles que eram verdadeiros crentes e aqueles que não eram.
Essa sua fala sobre o fundamento de Deus que fica firme com o selo de que o Senhor conhece os que são seus, e que qualquer que profere o nome de Cristo deve se apartar da iniquidade indica que Deus continua fazendo distinção entre os crentes e os não crentes na igreja do Novo Testamento (cf. vs. 20; encontra-se aqui mais uma indicação para se ver o excelente artigo teológico da BEG: "A igreja visível e a invisível", em 1 Pe 4).
O chamado de Deus à santidade também se estendia à igreja (vs. 21). Assim como na Israel do Antigo Testamento, os crentes verdadeiros deveriam distinguir-se dos outros na igreja visível pelo afastamento do pecado.
Aqueles que Deus conhece de um modo salvador se diferenciarão dos outros pela perseverança na fé (veja o excelente artigo teológico recomendado pela BEG: "A perseverança e a preservação dos santos", em Fp 1).
Seguindo o vs. 19, que se refere à igreja visível, "grande casa" quase naturalmente continua a descrição da igreja visível.
Nesse contexto, "de ouro e de prata" e "honra" representam metaforicamente os verdadeiros crentes, enquanto "de madeira e de barro" e "desonra" representam aqueles que não creem.
A metáfora, entretanto, enfatiza o fato de que a igreja invisível contém tanto crentes quanto não crentes (veja outro excelente artigo teológico da BEG: "A igreja visível e a invisível", em 1Pe 4).
Paulo aplicou a mesma metáfora a uma pessoa, no vs. 21, indicando que ele pretendia que a alusão fosse um tanto ambígua, referindo-se tanto à igreja quanto a cada pessoa individualmente.
Paulo agora – vs. 21 - aplica a metáfora do vs. 20 a cada indivíduo. Nesse segundo sentido do simbolismo, "de ouro e de prata"' e "honra" se referem às boas obras e ao ensino piedoso, enquanto "de madeira e de barro" e "desonra" se referem às coisas que o crente deve eliminar de sua vida.
Paulo deve ter especificamente tido em mente os falsos ensinamentos em Éfeso como "de madeira e de barro" que deveriam ser evitados.
Paulo também apelou para o primeiro sentido da metáfora indicando que aquele que se autopurifica das coisas "desonrosas", se torna "preparado para toda boa obra".
Em seguida, Paulo passa a dar diversos conselhos a Timóteo – vs. 22 a 26 - para que ele fosse ainda mais exemplar e tivesse êxito em sua missão, com Cristo. São elas:
ü  Fugir das paixões da mocidade.
Essa expressão certamente incluiria luxúrias sexuais, mas o contraste com "a justiça, a fé e o amor", assim como o foco nas questões e contendas nos vs. 23-24, indica que Paulo também queria que Timóteo evitasse a propensão dos jovens aos falsos ensinos e à divisão.
ü  Seguir a justiça, a fé, o amor, e a paz com os que, com um coração puro, invocam o Senhor.
ü  Rejeitar as questões loucas, e sem instrução, sabendo que produzem contendas.
ü  Não contender, mas sim, ser manso para com todos.
ü  Ser apto para ensinar, sofredor.
ü  Instruir com mansidão os que resistem uma vez que Deus poderia lhes dar arrependimento para conhecerem a verdade e, destarte, tornarem a despertar, desprendendo-se dos laços do diabo, em que à vontade dele estão presos.
O cristão nunca deve presumir que aqueles que estão presos numa armadilha pelo falso ensinamento do mal estão irremediavelmente perdidos.
O evangelho deve ser proclamado a todos.
 II Tm 2:1 Tu, pois, filho meu,
fortifica-te na graça
que está em Cristo Jesus.
II Tm 2:2 E o que de minha parte ouviste através de muitas testemunhas,
isso mesmo transmite a homens fiéis
e também idôneos
para instruir a outros.
II Tm 2:3 Participa dos meus sofrimentos
como bom soldado de Cristo Jesus.
 II Tm 2:4 Nenhum soldado em serviço
se envolve em negócios desta vida,
porque o seu objetivo
é satisfazer àquele que o arregimentou.
II Tm 2:5 Igualmente, o atleta não é coroado
se não lutar segundo as normas.
II Tm 2:6 O lavrador que trabalha
deve ser o primeiro a participar dos frutos.
II Tm 2:7 Pondera o que acabo de dizer,
porque o Senhor te dará compreensão em todas as coisas.
II Tm 2:8 Lembra-te de Jesus Cristo,
ressuscitado de entre os mortos,
descendente de Davi, segundo o meu evangelho;
II Tm 2:9 pelo qual estou sofrendo até algemas,
como malfeitor;
contudo, a palavra de Deus
não está algemada.
II Tm 2:10 Por esta razão,
tudo suporto por causa dos eleitos,
para que também eles obtenham a salvação
que está em Cristo Jesus,
com eterna glória.
II Tm 2:11 Fiel é esta palavra:
Se já morremos com ele,
também viveremos com ele;
II Tm 2:12 se perseveramos,
também com ele reinaremos;
se o negamos,
ele, por sua vez, nos negará;
 II Tm 2:13 se somos infiéis,
ele permanece fiel,
pois de maneira nenhuma pode negar-se a si mesmo.
II Tm 2:14 Recomenda estas coisas.
Dá testemunho solene a todos perante Deus,
para que evitem contendas de palavras
que para nada aproveitam,
exceto para a subversão dos ouvintes.
II Tm 2:15 Procura apresentar-te a Deus
aprovado, como obreiro
que não tem de que se envergonhar,
que maneja bem a palavra da verdade.
II Tm 2:16 Evita, igualmente,
os falatórios inúteis e profanos,
pois os que deles usam
passarão a impiedade ainda maior.
II Tm 2:17 Além disso, a linguagem deles
corrói como câncer;
entre os quais se incluem Himeneu e Fileto.
II Tm 2:18 Estes se desviaram da verdade,
asseverando que a ressurreição já se realizou,
e estão pervertendo a fé a alguns.
II Tm 2:19 Entretanto, o firme fundamento de Deus permanece,
tendo este selo:
O Senhor conhece os que lhe pertencem.
E mais: Aparte-se da injustiça
todo aquele que professa o nome do Senhor.
II Tm 2:20 Ora, numa grande casa
não há somente utensílios de ouro e de prata;
há também de madeira e de barro.
Alguns, para honra;
outros, porém, para desonra.
II Tm 2:21 Assim, pois, se alguém a si mesmo se purificar destes erros,
será utensílio para honra,
santificado
e útil ao seu possuidor,
estando preparado para toda boa obra.
II Tm 2:22 Foge, outrossim,
das paixões da mocidade.
Segue a justiça,
a fé,
o amor
e a paz com os que, de coração puro,
invocam o Senhor.
II Tm 2:23 E repele as questões insensatas e absurdas,
pois sabes que só engendram contendas.
II Tm 2:24 Ora, é necessário que o servo do Senhor
não viva a contender,
e sim deve ser brando para com todos,
apto para instruir,
paciente,
II Tm 2:25 disciplinando com mansidão os que se opõem,
na expectativa de que Deus lhes conceda
não só o arrependimento para conhecerem plenamente a verdade,
II Tm 2:26 mas também o retorno à sensatez,
livrando-se eles dos laços do diabo,
tendo sido feitos cativos por ele
para cumprirem a sua vontade.
A nossa expectativa diante daqueles que resistem à pregação não deve ser o desmascaramento do insensato que está se opondo à sã doutrina, mas que Deus lhe conceda arrependimento e retorno à sensatez.
A Deus toda glória! p/ pr. Pr. Daniel Deusdete. 
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