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terça-feira, 2 de fevereiro de 2016

Colossenses 4 1-18 - ORAR, VIGIAR E AGRADECER SEMPRE.

Como falamos, o propósito da epístola aos colossenses foi o de afirmar e explicar a supremacia e a suficiência de Cristo em oposição a todos os outros poderes e tentativas para obter a salvação. Estamos no capítulo 4/4.
Breve síntese do capítulo 4.
Paulo foi um dos servos de Cristo que foi perseguido e que fez parte da igreja sofredora. Nesta epístola que estamos acabando nossa reflexão e segmentação, podemos perceber o zelo e a mentalidade que ele tinha em relação ao Caminho do Senhor.
Vejamos o presente capítulo com mais detalhes, conforme ajuda da BEG:
V. VIVENDO EM CRISTO (3.1-4.6) - continuação.
Estamos vendo que a vida diária dos cristãos requer união permanente e essencial com Cristo. Muitas implicações práticas fluem da dependência dos cristãos em Cristo. Paulo encerrou a carta com saudações finais e palavras de encorajamento.
Assim, dividimos a discussão de Paulo em duas partes: A. Antiga humanidade, nova humanidade (3.1-17) – já vimos; e, B. Orientação prática (3.18-4.6) – concluiremos agora.
B. Orientação prática (3.18-4.6) - continuação.
Como dissemos, após ter fornecido uma orientação para a vida cristã, Paulo se voltou para algumas questões práticas. Assim, dividimos essa parte “B” em três, conforme a BEG: 1. Autoridade e submissão (3.18-4.1) – concluiremos agora; 2. Na oração (4.2-4) – veremos agora; 3. Entre os incrédulos (4.5-6) – veremos agora.
1. Autoridade e submissão (3.18-4.1) - continuação.
Estamos vendo que a primeira área de interesse prático de Paulo foi a dinâmica dos relacionamentos que envolviam a autoridade. Ele vai falar e orientar maridos, mulheres, filhos, pais, escravos.
No primeiro verso, em continuação ao que vinha falando, ele chama a atenção para agirmos com justiça, amor e cuidado até com os escravos e compara a situação deles com a nossa diante do Senhor. Para aquela época essa preocupação de Paulo era algo fenomenal.
2. Na oração (4.2-4).
O conselho geral de Paulo era para sermos mais dedicados à oração, mas sem nos esquecermos das ações de graça. Outra maneira na qual Paulo esperava que os colossenses vivessem como a nova humanidade era pela devoção à oração.
Dediquem-se à oração, estejam alertas e sejam agradecidos". (Colossenses 4.2) Três verbos se destacam nesse verso 2: “dedicar-se”, “vigiar” e “agradecer”. A vida de oração de um servo de Deus não pode de modo algum ser negligenciada, mas trabalhada (avodah, no hebraico – implica mais atividade do que passividade) com duas coisas muito importantes que as acompanham: a vigilância ou o estado de alerta e o lembrete de sermos agradecidos em tudo. Podemos resumir da seguinte maneira: Ore, vigie e agradeça! Quando? Em todo tempo, querido!
Paulo aproveitou o gancho para pedir oração e seus motivos são claros: ele desejava portas abertas para que a mensagem do evangelho alcançasse mais vidas. Ele chamava a mensagem do evangelho de mistério de Cristo pelo qual ele estava preso.
Seu desejo – vs. 4 – era para ele poder manifestar essa mensagem livremente. Paulo estava particularmente interessado em que os colossenses orassem pelo seu ministério de proclamação do evangelho - que as portas se abrissem para ele e ele pudesse ter muitas oportunidades para explicar claramente as boas-novas de Cristo.
Embora fosse desejável estar livre no corpo também, o foco de Paulo era a mensagem do evangelho e não suas necessidades. Quem dera também nós pudéssemos ser como ele, com essa disposição mental liberta, apesar do corpo estar preso.
3. Entre os incrédulos (4.5-6).
Paulo, nos vs. 5 e 6, dá conselhos aos irmãos entre os não-cristãos. O desejo de Paulo por orações pelo seu ministério para os não cristãos originou uma questão semelhante na vida dos colossenses cristãos: viver como a nova humanidade em suas interações com não cristãos.
A partir dos exemplos de Paulo e do próprio Cristo, nós sabemos que essa instrução não significa que os cristãos devem ser sempre positivos ou aprovadores em suas conversas com não cristãos.
Bondade e integridade nas palavras implicam paciência e longanimidade, não abster-se de falar a verdade (Mt 12.34; 16.23; GI 3.1-5).
VI. SAUDAÇÕES FINAIS (4.7-18).
A partir do vs. 7 ao 18, são suas saudações finais. A carta encerra com um breve olhar na complexa e fluida rede de líderes que unia as igrejas de Paulo. Observe a sobreposição dos obreiros em Fm 23-24.
Tíquico era o principal portador das cartas de Colossenses, Filemom e Efésios (Ef 6.21-22) foram mencionados pela primeira vez como parte do grupo de Paulo em At 20.4; já Tíquico era da província da Ásia, na costa ocidental da Ásia Menor, e, perto do final do ministério do apóstolo, ele parece ter sido um dos mensageiros mais confiáveis de Paulo (2Tm 4.12; Tt 3.12).
Sobre Onésimo – vs. 9, ele vai falar muito na epístola de Filemom.
Aristarco – vs. 10 – era um judeu de Tessalônica. Ele esteve publicamente associado com o ministério tumultuado de Paulo em Éfeso (At 19.29) e tinha viajado na companhia de Paulo até a Grécia (At 20.4) Jerusalém e Roma (At 27.2), onde nesse momento compartilhava a prisão do apóstolo.
A crise que tinha aparecido doze anos antes entre Paulo e os primos Barnabé e João Marcos (autor do Evangelho de Marcos; At 13.13; 15.37-40) tinha sido já solucionada (2Tm 4.11; Fm 24).
O fato de Paulo ter mencionado Marcos afirma o poder da obra reconciliadora de Cristo (1.20,22) e da paz que deve reinar dentro do corpo de Cristo (3.15).
Jesus, conhecido por Justo – vs. 11 - não é mencionado em nenhum outro lugar nas Escrituras.
Epafras – vs. 12 - era aquele que aparece em 1.7 que instruiu sobre a graça de Deus aos colossenses. Paulo o tinha como amado conservo e fiel ministro de Cristo.
Algumas vezes Lucas viajou com Paulo (At 16.10) e estava com Paulo no que pode ter sido a véspera de sua morte (2Tm 4.11). Como autor de Lucas e Atos, ele também foi o historiador de Paulo.
Ainda que seus escritos o revelem como excepcionalmente letrado, a menção da sua ocupação não necessariamente o marca com um homem de posição da alta sociedade, uma vez que os médicos eram muitas vezes escravos.
A única outra menção de Demas o mostra abandonando Paulo quando da sua segunda prisão em Roma (2Tm 4.10).
Já Ninfa, se a melhor evidencia textual esta correta, era uma mulher que cedia a sua casa para reuniões da igreja em Laodiceia.
Junto com outras referências práticas a mulheres como benfeitoras ou anfitriãs de igrejas ou como obreiras no ministério (At 12.12; 16.13-15; Rm 16.1-2,6-7,12-13; Fp 4.2-3; 2Jo 1,5), essa passagem indica que o exemplo de subordinação de 3.18 e seus paralelos (1 Co 14.33-35; Ef 5.22-33; 1Tm 2.11-15) não é incompatível com o forte sentido de parceria entre homens e mulheres no ministério da igreja primitiva.
Não há evidência, até a metade do século 3, de igrejas possuírem propriedades separadas para o propósito de adoração. Até então, a norma era igrejas que se reuniam numa casa.
Aqueles que praticavam um ministério de hospitalidade por receber igrejas na própria casa eram importantes benfeitores da igreja antiga (Rm 12.13; 1Tm 3.2; Tt 1.8; Hb 13.2; 1Pe 4.9). Para menção de outras casas igrejas, veja At 12.12; Rm 16.5; 1Co 16.19; Fm 2.
Alguns sugerem, quando Paulo estava falando de ler a carta aos de Laodiceia, que ele estava se referindo ao que nós conhecemos como a carta aos Efésios, à qual em muitos antigos manuscritos falta a menção aos destinatários, e que deve ter sido enviada como uma carta circular.
Desde que Tíquico foi também o portador da carta aos Efésios (Ef 6.21-22), esse cenário implicaria que Colossenses e Efésios foram escritas aproximadamente na mesma época e que Tíquico viajou primeiro para Laodiceia e depois para Colossos.
No entanto, talvez seja mais natural assumir, com base do estilo mais reflexivo de Efésios, que ela foi escrita algum tempo depois de Colossenses e que Tíquico a entregou para as igrejas numa viagem subsequente (se era uma carta circular).
A melhor proposta para a identidade da "carta de Laodiceia" é que Paulo escreveu uma carta separada, que não existe mais, para os cristãos em Laodiceia, a qual deveria posteriormente ser passada à igreja em Colossos.
Se Filemom cedia a sua casa para a igreja de Colossos, que havia testemunhado o incidente de Onésimo, esse versículo – vs. 17 - pode sugerir que Arquipo era o seu líder espiritual.
Paulo diz que a sua saudação é de próprio punho. A prática geral de Paulo era ditar o corpo de suas cartas e depois finalizá-las de próprio punho. Essas seções que encerram a carta variam, dependendo das circunstâncias.
Às vezes, elas incluem saudações pessoais para fortalecer o laço entre ele, seus obreiros e suas igrejas (p. ex., 4.7-17; Rm 16). Outras vezes, elas resumem o conteúdo da carta (p. ex., Cl 6.11-17), e em outras ocasiões (como aqui) elas fornecem uma assinatura para garantir a autenticidade da carta (1Co 16.21; 2Ts 3.17; Sl 19).
 Cl 4:1 Senhores,
tratai os servos com justiça e com equidade,
certos de que também vós tendes
Senhor no céu.
Cl 4:2 Perseverai na oração,
vigiando
com ações de graças.
Cl 4:3 Suplicai, ao mesmo tempo, também por nós,
para que Deus nos abra porta
à palavra,
a fim de falarmos do mistério de Cristo,
pelo qual também estou algemado;
Cl 4:4 para que eu o manifeste,
como devo fazer.
Cl 4:5 Portai-vos com sabedoria para com os que são de fora;
aproveitai as oportunidades.
Cl 4:6 A vossa palavra seja
sempre agradável,
temperada com sal,
para saberdes
como deveis responder a cada um.
Cl 4:7 Quanto à minha situação,
Tíquico, irmão amado, e fiel ministro, e conservo no Senhor, de tudo vos informará.
Cl 4:8 Eu vo-lo envio com o expresso propósito
de vos dar conhecimento da nossa situação
e de alentar o vosso coração.
Cl 4:9 Em sua companhia,
vos envio Onésimo,
o fiel e amado irmão, que é do vosso meio.
Eles vos farão saber
tudo o que por aqui ocorre.
Cl 4:10 Saúda-vos Aristarco,
prisioneiro comigo,
e Marcos, primo de Barnabé
(sobre quem recebestes instruções;
se ele for ter convosco, acolhei-o),
Cl 4:11 e Jesus,
conhecido por Justo,
os quais são os únicos da circuncisão
que cooperam pessoalmente comigo
pelo reino de Deus.
Eles têm sido o meu lenitivo.
Cl 4:12 Saúda-vos Epafras,
que é dentre vós,
servo de Cristo Jesus,
o qual se esforça sobremaneira,
continuamente, por vós
nas orações,
para que vos conserveis perfeitos
e plenamente convictos
em toda a vontade de Deus.
Cl 4:13 E dele
dou testemunho de que muito se preocupa por vós,
pelos de Laodicéia
e pelos de Hierápolis.
Cl 4:14 Saúda-vos Lucas,
o médico amado,
e também Demas.
Cl 4:15 Saudai os irmãos de Laodicéia,
e Ninfa,
e à igreja
que ela hospeda em sua casa.
Cl 4:16 E, uma vez lida esta epístola perante vós,
providenciai por que seja também
lida na igreja dos laodicenses;
e a dos de Laodicéia,
lede-a igualmente perante vós.
Cl 4:17 Também dizei a Arquipo:
atenta para o ministério
que recebeste no Senhor,
para o cumprires.
Cl 4:18 A saudação é de próprio punho:
Paulo.
Lembrai-vos das minhas algemas.
A graça seja convosco.
Como é gostoso e bom vermos a preocupação de Paulo com a Palavra de Deus! Isso me anima a pregar, a falar do mistério de Cristo. Que zelo e convicção de seu chamado ele transmite para nós. Aquele seu convencimento me alcança aqui há mais de 2000 anos de distância dele. Incrível!
A Deus toda glória! p/ pr. Daniel Deusdete. 
...
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segunda-feira, 1 de fevereiro de 2016

SERMÃO SOBRE A FAMÍLIA - IGREJA BATISTA EBENÉZER

Confiram a pregação feita em 31 de julho de 2016, domingo, na Igreja Batista Ebenézer, da Asa Sul - W3 Norte - 512 Sul.

O mundo com tudo o que nele há – a criação de Deus que envolve a concepção, o planejamento, a orquestração e a realização de todas as coisas que há nos céus e na terra, visíveis e invisíveis, sejam tronos, sejam dominações, sejam principados, sejam potestades - foi criado nele – em Jesus Cristo, a Segunda pessoa da Trindade -, por ele e para ele de forma proposital – com propósitos - em função da família a qual Deus quis colocar a sua imagem e a sua semelhança para que a recebendo e a transmitindo pela graça e benção da geração de filhos, cumprissem a sua aliança com eles por meio dos mandados de Deus, quais sejam os mandados espiritual, social e cultural.






Colossenses 3 1-25 - BUSCAI AS COISAS LÁ DO ALTO.

Como falamos, o propósito da epístola aos colossenses foi o de afirmar e explicar a supremacia e a suficiência de Cristo em oposição a todos os outros poderes e tentativas para obter a salvação. Estamos no capítulo 3/4.
Breve síntese do capítulo 3.
Paulo fala como se já estivéssemos ressuscitados juntamente com Cristo. Assim falando, nos exorta a buscarmos coisas lá do alto onde Cristo vive assentado à destra de Deus. Ora se estamos buscando as coisas lá do alto devemos, obviamente, pensar nessas coisas e não nas terrenas e sabem por quê?
A própria lógica de sua argumentação nos leva à conclusão, por que estamos mortos e nossa vida oculta com Cristo Jesus, em Deus.
Ele continua a explicar que Cristo irá se manifestar no devido tempo designado por Deus em seus infinitos propósitos e que quando isso ocorrer, seremos, juntamente com ele, manifestados em glória. É muita glória para ficarmos perdendo tempo com coisas terrenas... Veja esta segmentação deste capítulo e contemple a beleza das verdades proclamadas:
Vejamos o presente capítulo com mais detalhes, conforme ajuda da BEG:
V. VIVENDO EM CRISTO (3.1-4.6).
A vida diária dos cristãos requer união permanente e essencial com Cristo. Muitas implicações práticas fluem da dependência dos cristãos em Cristo. Paulo encerrou a carta com saudações finais e palavras de encorajamento.
A maneira de obter a maturidade na vida cristã não é pelo envolvimento com o esoterismo, pela busca de revelações secretas ou pela prática de disciplinas de autopunição.
Os colossenses tinham um foco incorreto na realidade celestial, um foco que ironicamente os levava a esforços infrutíferos no plano terreno.
A discussão de Paulo divide-se em duas partes: a nova e a velha humanidade (3.1-17) e instruções práticas para a vida cristã (3.17-4.6). Elas irão formar a nossa divisão proposta, conforme a BEG: A. Antiga humanidade, nova humanidade (3.1-17) – veremos agora; e, B. Orientação prática (3.18-4.6) – começaremos a ver agora.
A. Antiga humanidade, nova humanidade (3.1-17).
A união com Cristo em sua morte e ressurreição levou os cristãos a uma nova humanidade, e o discernimento e a vida baseados nessa união os capacitam a viver como Deus ordena.
Esse material divide-se em uma descrição da união de Cristo com os cristãos (3.1-4) e discussões sobre a morte da antiga humanidade (vs. 5-9) e a vida na nova humanidade (vs. 10-16). Elas formarão nossa divisão proposta, conforme segue: 1. União com Cristo (3.1-4) – veremos agora; 2. A morte da antiga humanidade (3.5-9) – veremos agora; e, 3. A nova humanidade em Cristo (3.10-17) – veremos agora.
1. União com Cristo (3.1-4).
A fonte de toda maturidade e crescimento espiritual dos cristãos está na união deles com Cristo (a BEG recomenda aqui a leitura e a reflexão em seu excelente artigo teológico "A união com Cristo", em Gl 6).  
Você já foi ressuscitado com Cristo? Se sim, busque as coisas do alto. Observe a extensão em que os cristãos estão unidos com Cristo:
·         Eles morreram com ele (vs. 3; cf. 2.11-12.20).
·         Ressuscitaram com ele (vs. 1; cf. 2.12-13).
·         Estão com ele no céu (vs. 3; cf. Ef 2.6).
·         Estarão com ele no seu retorno (vs. 4).
·         Foram "despidos" do "velho homem" (vs. 9).
·         "Revestidos do novo homem" (vs. 10).
A prescrição de Paulo para o comportamento correto segue a sua descrição da redenção que Deus ricamente fez do seu povo.  A obediência se torna uma resposta ao favor de Deus e não um meio de obtê-lo (2.6-7).
As coisas lá do alto que devem ser buscadas estão com Cristo que está assentado à direita de Deus. Um tema exultante, essencial no Novo Testamento (At 2.33-35; 5.31; 7.55-56; Rm 8.34; Ef 1.20; Hb 1.3,13; 8.1; 10.12; 12.2; 1Pe 3.22; Ap 3.21).
Além de buscar – o que significa atividade e não passividade – o pensamento também deve ser mantido lá nas coisas lá do alto e não nas coisas daqui da terra.
Tanto Cristo como seus seguidores (nele) foram elevados (vs. 2); portanto, nossos pensamentos devem estar nas coisas lá do alto, bem como as nossas afeições devem ser direcionadas a elas, e não nas coisas terrenas.
Em muitos aspectos, o falso ensino em Colossos também incentivava a atenção nas questões além deste mundo; porém, como Paulo indicou, na verdade as falsas práticas dos colossenses impediam que eles tivessem o entendimento correto das coisas celestiais.
Somente aqueles que exaltam a Cristo como supremo e suficiente, têm o privilégio de colocar a mente e a vida nas coisas lá do alto, onde Cristo está.
A sua lógica para as orientações dos vs. 1 e 2 é que nós já morremos com Cristo e a nossa vida agora está oculta juntamente com Cristo, em Deus – vs. 3.
Alguns entendem isso como unia afirmação de que a nova vida dos cristãos não é evidente para os outros, sendo, nesse sentido, "oculta". No entanto, a provável ligação com 2.3 indica que há mais em vista.
Embora a realidade e as implicações da nova vida em Cristo não estejam ainda totalmente reveladas, o fato de que a vida dos cristãos "está oculta juntamente com Cristo, em Deus" aponta também para a segurança e a invencibilidade da nova vida em Cristo. O que Deus deu gratuitamente, nem os seres humanos e nem os anjos podem tirar (Jo 10.29).
Quando Cristo, que é nossa vida, se manifestar, em sua vinda, seremos, com ele, manifestados também. A esperança do retorno de Cristo permanece vibrante e fundamental para a ética dessa seção (vs. 5-11).
2. A morte da antiga humanidade (3.5-9).
Paulo dá orientações fortes para que agora sejamos, mediante tudo o que nos falou, os agentes ativos no tocante a fazermos morrer em nós tudo o que pertencia à natureza antiga que era contrária a Deus. Somos nós que devemos fazer morrer nossa antiga humanidade. Ao fazer isso, eles se livram de seus antigos caminhos pecaminosos.
No entanto, como faremos morrer nossas inclinações ao pecado, pertencentes à nossa antiga natureza?
Ao dizer-nos para “fazer morrer” Paulo está usando do imperativo, dando mesmo uma ordem para nós. Essa é a primeira de uma série de imperativos comportamentais que vão até 4.6.
Apesar da rejeição de Paulo do ascetismo legalista, ele apelou para os cristãos se tornarem na prática o que eles são em princípio: mortos para o pecado e vivos para Deus (Rm 6.1-14).
O apóstolo conclamou a um afastamento rigoroso do antigo estilo de vida, o qual é incompatível com o estilo de vida em Cristo.
No vs. 5, Paulo listou cinco pecados - quatro de natureza sexual mais ganância, significativamente identificada com a idolatria.
No vs. 8 ele listou mais cinco pecados, todos os quais têm a ver com ira e palavras abusivas.
Antes que esses cristãos tivessem sido levados "para o reino do Filho do seu amor" (1.13), a prática deles era por essas coisas que atraiam a ira de Deus sobre eles, mas agora, não mais seria assim uma vez que a lógica era que nos despimos - da mesma raiz de "despojamento do corpo da carne" (2.11) e "despojando" (2.15) – do velho homem com suas práticas e nos revestimos do novo, o qual está sendo renovado em conhecimento, à imagem do seu Criador.
Isso dá a entender que para praticarmos essas coisas contrárias a Deus é necessário uma vestimenta, que é a aquela que ele pede para nos despojarmos dela. Também para andarmos em novidade de vida, é necessário uma outra vestimenta.
Vejamos os vs. 9 e 10, como ficam. Não devemos mais mentir uns aos outros, visto que já nos despimos do velho homem com suas práticas e nos revestimos do novo, o qual está sendo renovado em conhecimento, à imagem do seu Criador.
3. A nova humanidade em Cristo (3.10-17).
Dos vs. 10 ao 17, veremos Paulo falando dessa nova humanidade em Cristo. Pensar nas coisas lá do céu (3.2) significa não somente fazer morrer a antiga humanidade, mas também afirmar e viver como parte da nova humanidade em Cristo.
Em Cristo; o segundo Adão de Deus (1Co 15.20-28, 45-49), a raça humana tem sido reconstituída. Não por coincidência, cada um dos atributos listados posteriormente por Paulo no vs. 12 pode ser remontado ao caráter de Deus de modo geral ou de Cristo de modo específico.
Isso demonstra o quão totalmente Paulo havia entendido a ideia de os cristãos terem assumido a "imagem" do seu Criador.
Nessa nova vida não pode haver grego nem judeu. É provável que Paulo estivesse comentando a respeito do elitismo dos falsos mestres colossenses, os quais acreditavam que a condição espiritual deles os tornavam superiores aos outros.
A unidade transcultural de todos os que pertencem a Cristo é uma ideia que aparece com frequência nos escritos de Paulo (p. ex., 1 Co 7; Cl 3.28).
Também não pode haver nem bárbaro, nem cita. Os gregos viam aqueles que não falavam grego como analfabetos e não civilizados, eram os bárbaros. Já os cita, pela reputação, eram uma classe de escravos brutais e desprezíveis provenientes das tribos ao redor do mar Negro. Os citas eram ocasionalmente satirizados na comédia grega por causa dos seus modos de ser e falar incultos.
Também, ainda, nem escravo, nem livre. Dentro do corpo de Cristo, as distinções baseadas na posição social são irrelevantes (1Co 7.17-24).
Ao mesmo tempo, como as instruções separadas de Paulo para os escravos e para os donos dos escravos em 3.22-4.1 tornam claro, a união em Cristo não significa uma uniformidade de função ou capacidade.
É importante reconhecer que "Cristo é tudo e está em tudo". Nas igrejas paulinas, posições sociais diferentes continuavam a existir e não eram sujeitas a um processo indiscriminado de nivelamento.
Em vez disso, elas se tornavam oportunidades para expressar o amor de Cristo além dos limites sociais tradicionais.
Esses versículos – 12 a 14 - esboçam as obrigações mútuas de todos os cristãos, as quais levam à união. Os vs. 3.18-4.2 focalizam nas oportunidades para servir dentro de relacionamentos específicos.
3.12 Revesti-vos. Paulo previu os cristãos assumindo o caráter do próprio Senhor. O "novo homem" (vs. 10) não é algo que os cristãos devem construir pelo seu próprio poder.
A nova identidade do cristão vai tomando forma à medida que ele vai conhecendo melhor a Cristo, a imagem do Deus invisível e Aquele em quem todos os tesouros da sabedoria e do conhecimento estão ocultos (1.15; 2.3).
O conselho de Paulo era que, portanto, como povo escolhido de Deus, santo e amado, deveríamos nos revestir de profunda compaixão, bondade, humildade, mansidão e paciência – vs. 12.
Os cristãos desfrutam, por direito, de um claro entendimento de que Deus estabelece e garante o seu relacionamento com eles (Jo 6.37,44,65; 15.16; Ef 1.4-5; Fp 1.6).
Eles podem saber não apenas que foram declarados santos com base numa retidão que não é deles mesmos (Rm 3.21-26; 1 Co 1.2,30), mas também que Deus genuinamente, e até de modo veemente, os ama (Jo 3.16; Rm 8.32; GI 2.20; Tt 3.4; 1Jo 4.9-10).
Embora essas palavras possam ser facilmente atenuadas, elas esclarecem o auto entendimento que motiva a ética de modo correto.
Já a versão ARA fala que devemos nos revestir de:
·         Misericórdia.
Um comprometimento emocional com o ferido e o desalentado (Mt 9.36; 14.14; Rm 12.1).
·         Bondade.
Prontidão para fazer o bem, mesmo quando essa atitude não é merecida pelos favorecidos (Rm 2.4; 11.22; Tt 3.4).
·         Humildade.
Uma postura de inferioridade e serviço (Mc 10.45; Fp 2.1-11).
·         Mansidão.
Um "toque suave" ao oferecer ajuda; uma abordagem não coerciva para incentivar mudança positiva nos outros (Mt 11.29; 2Co 10.1; cf. Cl 6.1; 2Tm 2.25).
·         Longanimidade.
Uma disposição para ser tolerante em vista à fragilidade humana (Rm 2.4; 1Tm 1.16).
Devemos ainda suportar uns aos outros e perdoar as queixas que tivermos uns contra os outros. Perdoar como o Senhor nos perdoou. Sendo que, acima de tudo, porém, devemos nos revestir do amor, que é o elo perfeito.
Em Colossenses 3, vemos muito uso das palavras “vestir”, “revestir”, “despir” com relação ao que devemos e o que não devemos fazer considerando a velha e a nova vida, em Cristo.
Paulo baseava a sua ética de paciência, perdão e amor no exemplo fornecido pelo padrão de redenção da obra de Cristo (veja Ef 4.32-5.2).
Ele apontava a paz de Cristo como o árbitro em nossos corações, visto que fomos chamados para vivermos em paz. Na sua prática do amor, do perdão e da bondade, a nova comunidade deve demonstrar a reconciliação e a paz que Cristo efetuou entre o céu e a terra (1.20-22; 2.15) e entre a humanidade fraturada (3.11,13).
Além disso, deveríamos ser agradecidos. A gratidão é o reconhecimento de que Deus tem cuidado de nós e não somente isso, que está cuidando e ainda cuidará.
A palavra de Cristo deveria motivar tão efetivamente quanto a presença do próprio apóstolo (cf. 1.28). Por isso que devemos nos alimentar dela continuamente, mas não somente isso, mas ensinando e aconselhando uns aos outros com toda sabedoria.
Ele recomenda a eles que cantasse com salmos, e hinos, e cânticos espirituais com gratidão a Deus em nossos corações. Na Septuaginta (a tradução grega do AT), esses termos “salmos, hinos e cânticos” se sobrepõem de maneira ampla, de modo que Paulo pode não ter pretendido distinguir três variedades de canções.
Como essas mesmas palavras descrevem os diferentes tipos de composições no livro de Salmos, alguns veem aqui uma referência ao Saltério (cf. Ef 5.19).
Paulo falou da admoestação na canção porque ele previa uma comunidade que seria repleta de ações de graça e regozijo - desde que os colossenses rejeitassem os falsos mestres e seguissem o seu evangelho.
Paulo ampliou a sua visão da maneira na qual as instruções deveriam ser dadas na comunidade cristã ao conjunto da vida como a nova humanidade.
À luz da supremacia e suficiência de Cristo - um ponto focal nessa carta - todas as coisas (palavras ou ações) devem ser feitas "em nome do Senhor Jesus", ou seja, sob a sua autoridade e para a sua glória.
Além disso, todas as coisas devem ser feitas dando "por ele graças a Deus Pai" porque ele tem dado todas as bênçãos que nós temos em Cristo.
B. Orientação prática (3.18-4.6).
Após ter fornecido uma orientação para a vida cristã, Paulo se voltou para algumas questões práticas. Suas instruções focalizaram nas autoridades da vida (3.17 - 4.1), na oração (4.2-4) e nas interações com os não-cristãos (4.5-6). Elas formarão nossa divisão proposta, conforme a BEG: 1. Autoridade e submissão (3.18-4.1) – começaremos a ver agora; 2. Na oração (4.2-4); 3. Entre os incrédulos (4.5-6).
1. Autoridade e submissão (3.18-4.1).
A primeira área de interesse prático de Paulo foi a dinâmica dos relacionamentos que envolviam a autoridade. Ele vai falar e orientar maridos, mulheres, filhos, pais, escravos.
·         Mulheres, sujeitem-se a seus maridos, como convém a quem está no Senhor. (Sujeitar-se).
·         Maridos, amem suas mulheres e não as tratem com amargura. (Amar).
·         Filhos, obedeçam a seus pais em tudo, pois isso agrada ao Senhor. (Obedecer).
·         Pais, não irritem seus filhos, para que eles não se desanimem. (Não irritar).
·         Escravos, obedeçam em tudo a seus senhores terrenos, não somente para agradar os homens quando eles estão observando, mas com sinceridade de coração, pelo fato de vocês temerem ao Senhor. (Obedecer).
Colossenses 3:18-22.
O tratamento mais amplo do escravo e do livre pode ser devido à questão delicada do retorno de Onésimo, o escravo fugitivo, para o seu dono, Filemom.
Onésimo iria junto com Tíquico quando este fosse entregar essa carta aos colossenses, e eles provavelmente também entregariam a carta de Paulo a Filemom.
A presença de Onésimo com Tíquico é um vivo exemplo de sutileza, tato e sabedoria que Paulo esperava que fosse exercitado nos relacionamentos de que essa seção trata.
 Cl 3:1 Portanto, se fostes ressuscitados juntamente com Cristo,
buscai as coisas lá do alto,
onde Cristo vive,
assentado à direita de Deus.
Cl 3:2 Pensai nas coisas lá do alto,
não nas que são aqui da terra;
Cl 3:3 porque morrestes,
e a vossa vida está oculta juntamente com Cristo,
em Deus.
Cl 3:4 Quando Cristo, que é a nossa vida,
se manifestar,
então, vós também sereis manifestados com ele,
em glória.
Cl 3:5 Fazei, pois, morrer a vossa natureza terrena:
prostituição,
impureza,
paixão lasciva,
desejo maligno
e a avareza, que é idolatria;
Cl 3:6 por estas coisas é
que vem a ira de Deus
[sobre os filhos da desobediência].
Cl 3:7 Ora, nessas mesmas coisas
andastes vós também,
noutro tempo,
quando vivíeis nelas.
Cl 3:8 Agora, porém,
despojai-vos, igualmente, de tudo isto:
ira,
indignação,
maldade,
maledicência,
linguagem obscena do vosso falar.
Cl 3:9 Não mintais uns aos outros,
uma vez que vos despistes do velho homem com os seus feitos
Cl 3:10 e vos revestistes do novo homem
que se refaz para o pleno conhecimento,
segundo a imagem daquele que o criou;
Cl 3:11 no qual não pode haver
grego nem judeu,
circuncisão nem incircuncisão,
bárbaro,
cita,
escravo,
livre;
porém Cristo é tudo em todos.
Cl 3:12 Revesti-vos, pois,
como eleitos de Deus,
santos e amados,
de ternos afetos de misericórdia,
de bondade,
de humildade,
de mansidão,
de longanimidade.
Cl 3:13 Suportai-vos uns aos outros,
perdoai-vos mutuamente,
caso alguém tenha motivo de queixa contra outrem.
Assim como o Senhor vos perdoou,
assim também perdoai vós;
Cl 3:14 acima de tudo isto, porém,
esteja o amor,
que é o vínculo da perfeição.
Cl 3:15 Seja a paz de Cristo
o árbitro em vosso coração,
à qual, também, fostes chamados em um só corpo;
e sede agradecidos.
Cl 3:16 Habite, ricamente, em vós
a palavra de Cristo;
instruí-vos
e aconselhai-vos mutuamente
em toda a sabedoria,
louvando a Deus,
com salmos,
e hinos,
e cânticos espirituais,
com gratidão, em vosso coração.
Cl 3:17 E tudo o que fizerdes,
seja em palavra,
seja em ação,
fazei-o em nome do Senhor Jesus,
dando por ele graças a Deus Pai.
Cl 3:18 Esposas,
sede submissas ao próprio marido,
como convém no Senhor.
Cl 3:19 Maridos,
amai vossa esposa
e não a trateis com amargura.
Cl 3:20 Filhos,
em tudo obedecei a vossos pais;
pois fazê-lo é grato diante do Senhor.
Cl 3:21 Pais,       
não irriteis os vossos filhos,
para que não fiquem desanimados.
Cl 3:22 Servos,
obedecei em tudo ao vosso senhor segundo a carne,
não servindo apenas sob vigilância,
visando tão-somente agradar homens,
mas em singeleza de coração,
temendo ao Senhor.
Cl 3:23 Tudo quanto fizerdes,
fazei-o de todo o coração,
como para o Senhor
e não para homens,
Cl 3:24 cientes de que recebereis do Senhor
a recompensa da herança.
A Cristo, o Senhor,
é que estais servindo;
Cl 3:25 pois aquele que faz injustiça
receberá em troco a injustiça feita;
e nisto não há acepção de pessoas.
Depois desta segmentação agora minha declaração ficou maior. Juntemos I Co 10:31 + Cl 3:17;25 + Fp 2:4 e o que teremos? Que tudo devemos fazer de coração como se ao Senhor estivéssemos fazendo, em nome de Jesus, dando por ele graças a Deus, sem murmurações nem contendas e para a glória de Deus!
A Deus toda glória! p/ pr. Daniel Deusdete. 
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