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quarta-feira, 6 de janeiro de 2016

II Coríntios 6 1-18 - NOSSA MISSÃO: ANUNCIAR O EVANGELHO.

Nossa missão: anunciar o evangelho!
Ressaltamos que II Coríntios foi escrita para expressar carinho e gratidão pelo arrependimento que houve em Corinto e encorajar uma maior lealdade a Paulo como um apóstolo de Cristo. Estamos vendo a parte II, cap. 6/13.
Breve síntese do capítulo 6.
A ideia presente em Paulo ao longo deste capítulo é a dele como cooperador de Deus e como ministro de Deus.
A convicção de Paulo de que ele estava em missão e em missão de Deus era muito forte e ele passava isso para seus leitores como que incentivando cada um a ser como ele e a trabalhar pelo evangelho com todo vapor.
Reparem nas situações ou circunstâncias a que estamos sujeitos nessa vida, que não escolhemos, mas que passamos por elas. Veja quando ele se auto recomenda como ministro de Deus e cita esses momentos. Dá para contar 39 situações ou circunstâncias ou 40 menos 1 situações!
Compare com os açoites que por cinco vezes ele levou por amor a Cristo e a causa do evangelho. “Cinco vezes recebi dos judeus uma quarentena de açoites menos um;” (II Co 11:24). Parece-me que cada situação daquelas que ele citava, ele se lembrava daqueles cinco açoites. Eu nunca levei nem uma das 195 chibatadas que ele levou... e você?
Vejamos o presente capítulo com mais detalhes, conforme ajuda da BEG:
II. EXPLICAÇÃO SOBRE O MINISTÉRIO DE PAULO (1.3-7.16) - continuação.
Nós já explicamos que como os coríntios haviam interpretado mal as ações e motivações de Paulo, ele começou a carta com uma explicação de algumas coisas que haviam acontecido desde que os havia visto pela última vez, especialmente as maravilhas do seu ministério na nova aliança.
Assim, dividimos esta parte, conforme a BEG, em seis seções: A. Gratidão pelo consolo de Deus (1.3-11) – já vimos; B. Explicação sobre a mudança de planos (1.12-2.4) – já vimos; C. Perdão de um pecador penitente (2.5-11) – já vimos; D. Viagem à Trôade e à Macedônia (2.12-13) – já vimos; E. A maravilha do ministério da nova aliança (2.14-7.4) – estamos vendo; e, F. Alegria pela chegada de Tito (7.5-16).
E. A maravilha do ministério da nova aliança (2.14-7.4) - continuação.
Como já dissemos, dos vs. 2.14 ao 7.4, estamos vendo a grandeza do ministério apostólico. Enquanto descreve a sua ansiedade com relação à igreja de Corinto e o seu desapontamento por não ter encontrado Tito em Trôade, Paulo se aprofundou numa longa reflexão sobre a natureza do seu ministério.
Assim, dividimos essa seção “E”, conforme a BEG, igualmente em seis: 1. A vitória no ministério (2.14-17) – já vimos; 2. A carta viva (3.1-3) – já vimos; 3. A nova e excelente aliança (3.4-4.6) – já vimos; 4. Vasos de barro (4.7-5.10) – já vimos; 5. O ministério da reconciliação (5.11-6.13) – concluiremos agora; e, 6. Nenhuma comunhão com os incrédulos (6.14-7.4) – começaremos a ver agora.
5. O ministério da reconciliação (5.11-6.13) - continuação.
Como já dissemos, dos vs. 5.11 ao 6.3, estamos vendo o ministério da Reconciliação. Paulo descreveu ainda os seus esforços como apóstolo e explicou que o objetivo do seu ministério era a reconciliação.
Como cooperadores de Deus, Paulo insistia com eles para não receberem a graça de Deus em vão. Há dois sentidos possíveis para esse versículo.
Primeiro, Paulo pode ter querido dizer que se os coríntios crentes permitissem que a sua igreja fosse destruída pelos "falsos apóstolos" (11.13), ou se eles se recusassem a purificar a si mesmos de "toda impureza, tanto da carne como do espírito" (7.1), suas vidas glorificariam a Deus cada vez menos até que a graça salvadora que eles recebiam traria menos benefício a eles nesta vida e menos recompensas eternas (5.10).
Segundo, Paulo pode ter querido dizer que, em casos extremos, alguns que faziam parte da igreja visível poderiam demonstrar que a fé que eles tinham não era a fé salvadora (a BEG recomenda aqui a leitura e reflexão em seu excelente artigo teológico "A igreja visível e a invisível", em 1 Pe 4).
Nesses casos, mesmo que experimentassem os resultados da graça salvadora em sua comunidade (Hb 6.4-6), não receberiam a graça para eles mesmos (outra vez a BEG recomenda a leitura e a reflexão em seu excelente artigo teológico "A perseverança e a preservação dos santos", em Fp 1).
Quando Deus oferece ajuda, é prudente respondermos imediatamente antes que a oferta seja retirada.
"Agora", num sentido amplo, refere-se a toda a era do evangelho; porém, num sentido específico, refere-se ao tempo real da vida quando uma pessoa ouve a oferta de ajuda de Deus.
O apelo divino impõe a decisão da pessoa para o tempo presente para o dia que se chama hoje, que o escritor de Hebreus também advertiu que se hoje ouvirmos a voz do Espírito, não é para endurecermos nossos corações como fizeram os nossos pais no deserto – Hb 3.7-18.
Hoje é o dia da nossa salvação! Hoje é o dia da sua salvação! O objetivo de Paulo não era nunca o seu próprio conforto ou segurança ou riqueza, mas a expansão do evangelho, a salvação do perdido, a edificação da igreja e a glória de Deus. Ele procurava defender o seu próprio ministério apenas para atingir esses objetivos.
Havia em Paulo uma preocupação de não cair em descrédito junto aos irmãos e dessa forma ele era capaz de se recomendar a si mesmo – vs. 4. Não para o seu próprio benefício, mas para a expansão do evangelho. Além do mais, Paulo recomendava o seu ministério por ações que claramente mostraram que o seu objetivo não era a sua própria riqueza, mas o progresso do evangelho (vs. 4-10).
As características do comportamento de um verdadeiro ministro do evangelho são:
ü  Discurso puro.
ü  Conduta pura.
ü  Motivos puros.
ü  Profundo amor pelas pessoas, no Espírito Santo.
O poder do Espírito Santo era evidente no ministério de Paulo, tanto pelo fato de impregnar a sua pregação com poder, convencendo os incrédulos do pecado (cf. Jo 16.8-11), quanto pela disseminação de dons espirituais (1 Co 12.7-11).
Essa obra do Espírito Santo era um outro modo pelo qual o ministério de Paulo era recomendado.
Como servos de Deus, Paulo e os seus companheiros poderiam se recomendar a eles de todas as formas, entre elas, contamos 28 exemplos:
ü  Nas muita paciência.
ü  Nas aflições.
ü  Nas privações.
ü  Nas angústias.
ü  Nos açoites.
ü  Nas prisões.
ü  Nos tumultos.
ü  Nos trabalhos.
ü  Nas vigílias.
ü  Nos jejuns.
ü  Na pureza.
ü  No saber.
ü  Na longanimidade.
ü  Na bondade.
ü  No Espírito Santo.
ü  No amor não fingido.
ü  Nas palavra da verdade - Paulo não comprometeria a santidade da verdade ou diria unia mentira a fim de atingir um objetivo desejado.
ü  No poder de Deus - Muitas vezes para realizar milagres, efetuar cura ou silenciar os inimigos (cf. At 14.3,9-10; 19.11-12; 20.10; 28.8-9; Rm 15.19).
ü  Pelas armas da justiça, quer ofensivas, quer defensivas - Para serem usadas contra a oposição humana e a demoníaca (cf. At 13.11; 16.18; 2Co 10.5-6; Et 6.10-18).
Dos vs. 8 ao 10, vê-se uma série de paradoxos que novamente sublinham o contraste entre a perspectiva deste mundo e a do mundo por vir, que é invisível aos olhos humanos, mas visto pelos olhos da fé. Veja também 4.8-9.
ü  Por honra e por desonra.
ü  Por infâmia e por boa fama.
ü  Como enganadores e sendo verdadeiros.
ü  Como desconhecidos e, entretanto, bem conhecidos.
ü  Como se estivéssemos morrendo e, contudo, eis que vivemos.
ü  Como castigados, porém não mortos.
ü  Como entristecidos, mas sempre alegres.
ü  Como pobres, mas enriquecendo a muitos.
ü  Como nada tendo, mas possuindo tudo.
Paulo havia revelado seus mais íntimos sentimentos nessa carta, talvez mais do que em qualquer outra. Seu coração aberto relevava o seu amor pelos coríntios.
6. Nenhuma comunhão com os incrédulos (6.14-7.4).
Dos vs. de 6.14 ao 7.4, Paulo vai falar da necessidade da separação do mal. Depois de revelar o seu terno coração aos coríntios a fim de assegurá-los de suas boas intenções para com eles, Paulo escreveu sobre uma questão difícil: a separação das influências pagãs que os cercavam.
Ele começa exortando eles para não se porem em jugo desigual com os incrédulos. Paulo enxergou uma realidade mais profunda e espiritual representada pela proibição de um jugo desigual transmitido num sentido literal em Dt 22.10.
Observe que os falsos apóstolos em Corinto estavam afirmando ser cristãos, mas eram, na realidade, servos de Satanás (11.13-15). Juntar-se a eles seria distorcer toda a vida e o ministério da igreja.
Essa proibição contra se juntar com descrentes tem aplicações mais amplas em situações nas quais um controle significativo sobre a própria ação seria voluntariamente entregue a um descrente mediante um companheirismo voluntário (como no casamento ou pela apelação a tribunais seculares para resolver disputas entre os cristãos).
Entretanto, nem Paulo nem qualquer outro escritor do Novo Testamento alguma vez instruíram a igreja a não se associarem de modo algum com os descrentes (Mc 2.15-17; 1Co 5.9-10).
Somos alertados a não nos mantermos num "jugo desigual" com eles de um modo que eles possam compartilhar de maneira significativa a direção e o resultado das nossas atividades.
No vs. 15, maligno significa "perverso" ou "sem lei". Um nome para Satanás que deriva do Antigo Testamento (veja Dt 13.13). O fato era que nenhuma comunhão poderia ocorrer entre ambos uma vez que – vs. 16 - nós somos o santuário do Deus vivente.
No Antigo Testamento, o lugar de habitação especial de Deus aqui na Terra era o tabernáculo; mais tarde, o templo que Salomão construiu. Quando Cristo veio, ele era o verdadeiro templo, ou o lugar da habitação, de Deus (Jo 2.21; Cl 2.9).
Agora, por meio do poder e do dom do Espírito Santo, Deus também se manifesta de maneira gloriosa na igreja, que é o novo templo de Deus (I Co 3.16-17; 6.19; 1 Pe 2.5).
Foi Deus quem disse: "Habitarei com eles e entre eles andarei; serei o seu Deus, e eles serão o meu povo" – vs. 16. A citação de Paulo é majoritariamente de Lv 26.11-12.
Essa promessa do Antigo Testamento de que Deus habitaria entre o seu povo como uma recompensa pela obediência e fé tem sido uma promessa da nova aliança da presença de Deus para aqueles que confiam em Cristo.
Essa citação – vs. 17: Portanto, "saiam do meio deles e separem-se", diz o Senhor. "Não toquem em coisas impuras, e eu os receberei" vem, em sua maior parte, de Is 52.11, que ordenava a Israel que deixasse a Babilônia descrente e voltasse para a Terra Prometida.
Esses mandamentos para separar-se têm a ver com um afastamento dos descrentes.
Esses versículos não deveriam ser usados para incentivar a dissociação com os verdadeiros crentes que sustentam visões diferentes sobre as questões não essenciais ("NO ESSENCIAL, UNIDADE; NAS OPINIÕES, LIBERDADE; EM TODAS AS COISAS, O AMOR")[1], nem deveriam ser usados para apoiar o afastamento de todos os contatos importantes com descrentes (1Co 5.9-10).
A frase "eu vos receberei" é da tradução de Ez 20.34 da Septuaginta (a tradução grega do At), onde a mesma expressão é traduzida "vos congregarei".
Esse versículo 18, do final deste capítulo, se refere em grande parte a 2Sm 7.14, mas faz alusão a muitas passagens que se referem à presença de Deus e o seu favor para com o seu povo. O cumprimento dessas ofertas depende de os cristãos se separarem das impurezas morais.
II Co 6:1 E nós,
na qualidade de cooperadores com ele,
 também vos exortamos
a que não recebais em vão a graça de Deus
II Co 6:2 (porque ele diz:
Eu te ouvi no tempo da oportunidade
e te socorri no dia da salvação;
eis, agora, o tempo sobremodo oportuno,
eis, agora, o dia da salvação);
II Co 6:3 não dando nós nenhum motivo de escândalo em coisa alguma,
para que o ministério não seja censurado.
II Co 6:4 Pelo contrário,
em tudo recomendando-nos a nós mesmos
como ministros de Deus:
na muita paciência,
nas aflições,
nas privações,
nas angústias,
II Co 6:5 nos açoites,
nas prisões,
nos tumultos,
nos trabalhos,
nas vigílias,
nos jejuns,
II Co 6:6 na pureza,
no saber,
na longanimidade,
na bondade,
no Espírito Santo,
no amor não fingido,
II Co 6:7 na palavra da verdade,
no poder de Deus,
pelas armas da justiça,
quer ofensivas,
quer defensivas;
II Co 6:8 por honra e por desonra,
por infâmia e por boa fama,
como enganadores e sendo verdadeiros;
II Co 6:9 como desconhecidos e, entretanto,
bem conhecidos;
como se estivéssemos morrendo e, contudo,
eis que vivemos;
como castigados, porém não mortos;
II Co 6:10 entristecidos, mas sempre alegres;
pobres, mas enriquecendo a muitos;
nada tendo, mas possuindo tudo.
II Co 6:11 Para vós outros, ó coríntios,
abrem-se os nossos lábios,
e alarga-se o nosso coração.
II Co 6:12 Não tendes limites em nós;
mas estais limitados em vossos próprios afetos.
II Co 6:13 Ora, como justa retribuição
(falo-vos como a filhos),
dilatai-vos também vós.
II Co 6:14 Não vos ponhais em jugo desigual com os incrédulos;
porquanto que sociedade pode haver
entre a justiça e a iniqüidade?
Ou que comunhão,
da luz com as trevas?
II Co 6:15 Que harmonia, entre Cristo e o Maligno?
Ou que união, do crente com o incrédulo?
II Co 6:16 Que ligação há entre
o santuário de Deus e os ídolos?
Porque nós somos santuário do Deus vivente,
como ele próprio disse:
Habitarei
e andarei entre eles;
serei o seu Deus,
e eles serão o meu povo.
II Co 6:17 Por isso,
retirai-vos do meio deles,
separai-vos, diz o Senhor;
não toqueis em coisas impuras;
e eu vos receberei,
II Co 6:18 serei vosso Pai,
e vós sereis para mim
filhos e filhas,
diz o Senhor Todo-Poderoso.
Ele conclui falando que somos santuários de Deus e que devemos nos purificar para sermos recebidos como filhos do Pai amoroso. Ele fala isso tendo por objetivo nos levar ao evangelho de Cristo, não somente como necessitados dele, mas como ministros e despenseiros de Deus.
Em nós há um peso amados. O peso da salvação que clama pela salvação de almas humanas.
A Deus toda glória! p/ pr. Daniel Deusdete.
...
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terça-feira, 5 de janeiro de 2016

II Coríntios 5 1-21 - NÃO SOMOS UMA ALMA APRISIONADA NO CORPO, MAS UNIDA A ELE.

Ressaltamos que II Coríntios foi escrita para expressar carinho e gratidão pelo arrependimento que houve em Corinto e encorajar uma maior lealdade a Paulo como um apóstolo de Cristo. Estamos vendo a parte II, cap. 5/13.
Breve síntese do capítulo 5.
Em vasos de barro Deus manifesta o seu poder de forma que a excelência não fique nos vasos, mas em seu conteúdo o qual vem de Deus e deve ser glorificado.
Depois disso, ele fala do ministério da reconciliação pelo qual, em Cristo Jesus, o Pai pretendeu reconciliar o homem perdido.
A escolha de Deus para o anúncio desse grande ministério não coube a ninguém mais no universo, se não ao homem e este convertido a Cristo.
As religiões, por mais apaixonados e convictos sejam seus defensores, não conseguem lidar com a questão da graça numa misteriosa e admirável reconciliação divina, originada do próprio Deus, em Cristo Jesus.
Vejamos o presente capítulo com mais detalhes, conforme ajuda da BEG:
II. EXPLICAÇÃO SOBRE O MINISTÉRIO DE PAULO (1.3-7.16) - continuação.
Nós já explicamos que como os coríntios haviam interpretado mal as ações e motivações de Paulo, ele começou a carta com uma explicação de algumas coisas que haviam acontecido desde que os havia visto pela última vez, especialmente as maravilhas do seu ministério na nova aliança.
Assim, dividimos esta parte, conforme a BEG, em seis seções: A. Gratidão pelo consolo de Deus (1.3-11) – já vimos; B. Explicação sobre a mudança de planos (1.12-2.4) – já vimos; C. Perdão de um pecador penitente (2.5-11) – já vimos; D. Viagem à Trôade e à Macedônia (2.12-13) – já vimos; E. A maravilha do ministério da nova aliança (2.14-7.4) – estamos vendo; e, F. Alegria pela chegada de Tito (7.5-16).
E. A maravilha do ministério da nova aliança (2.14-7.4) - continuação.
Como já dissemos, dos vs. 2.14 ao 7.4, estamos vendo a grandeza do ministério apostólico. Enquanto descreve a sua ansiedade com relação à igreja de Corinto e o seu desapontamento por não ter encontrado Tito em Trôade, Paulo se aprofundou numa longa reflexão sobre a natureza do seu ministério.
Assim, dividimos essa seção “E”, conforme a BEG, igualmente em seis: 1. A vitória no ministério (2.14-17) – já vimos; 2. A carta viva (3.1-3) – já vimos; 3. A nova e excelente aliança (3.4-4.6) – já vimos; 4. Vasos de barro (4.7-5.10) – concluiremos agora; 5. O ministério da reconciliação (5.11-6.13) – começaremos a ver agora; e, 6. Nenhuma comunhão com os incrédulos (6.14-7.4)
4. Vasos de barro (4.7-5.10) - continuação.
Dos vs. 4.7 ao 5.10, estamos vendo Paulo discorrendo sobre os vasos de barro. Esses versículos expressam a confiança do apóstolo em Deus. Apesar da condição humilde de sua existência humana, Paulo experimentou a glória da nova aliança (4.7-18) e manteve seus olhos fixos no que não é visto e no que é eterno (4.18).
Mesmo se os sofrimentos terrenos de Paulo o levassem à morte física, algo muito mais importante o aguardava. Assim, não importava a atual habitação, isto é o nosso corpo presente, uma vez que sendo destruído, teremos da parte de Deus algo muito melhor. Assim, não morremos, trocamos de corpo, como quem trocaria de roupa velha, por uma novinha.
Perde-se uma habitação terrestre e se ganha um edifício. Paulo afirmava que temos de Deus um edifício. O verbo “temos” está no presente, expressando certeza quanto a um acontecimento futuro (p. ex., "nós teremos"). Um edifício, casa não feita por mãos, eterna, nos céus. Isso provavelmente se refere aos corpos ressuscitados dos crentes, embora alguns afirmem ser o lugar celeste que Deus tem preparado para os crentes. Elas não foram feitas por mãos humanas, bem diferentemente das casas feitas nesta era atual (Mc 14.58; Hb 9.24).
Enquanto isso não ocorre, gememos – vs. 2. Os crentes suspiram em frustração pelas limitações desta vida presente, com os seus pecados, fraquezas e corrupção (Rm-8:22-23).
Paulo chamou de nudez a existência sem um corpo porque os seres humanos não foram criados para existirem como meros espíritos. Isso é tão antinatural como a nudez depois da queda de nossos primeiros pais em pecado (Gn 3.7).
Da perspectiva bíblica, um ser humano não é uma alma aprisionada num corpo, mas uma alma unida com um corpo. A condição temporária da morte em Cristo antes da ressurreição dos mortos é extraordinária.
Paulo não ansiava por um desprendimento do corpo, mas por um corpo ressuscitado no futuro, livre de todas as fraquezas e imperfeições desta vida.
Ansiamos, pois, que o nosso atual corpo físico, que é mortal, seja absorvido pela vida. Ou seja, a nova vida no nosso corpo ressuscitado tomará o lugar da nossa atual existência.
A obra do Espírito Santo na renovação diária e no fortalecimento espiritual do crente (3.18; 4.16) é uma amostra e uma garantia da conclusão futura dessa obra (p. ex., o corpo ressuscitado de cada crente e a sua total santificação). Veja Ef 1.13-14. Por isso que Paulo fala do Espírito como penhor do que está por vir. Tudo é propósito de Deus para nós.
Ah se abrissem os céus e compreendêssemos na plenitude o que Paulo está dizendo aqui. Não é à toa que temos sempre confiança em Deus e isso incomoda as outras crenças. Nós sabemos que, por enquanto, estamos no corpo e assim longe do Senhor.
Para enfrentarmos isso é que devemos viver por fé e não pelo que vemos – vs. 7. Paulo traçou uma diferença entre o reino invisível da manifestação da presença de Deus e o mundo visível aos nossos olhos físicos.
O espírito de cada cristão que morrer antes da volta de Cristo vai imediatamente para a sua presença e está habitando "com o Senhor", embora o seu corpo morto permaneça na terra e esteja na sepultura (Lc 23.43; Fp 1.23).
Quando Cristo retornar, os corpos dos crentes serão ressuscitados dos mortos e reunidos com seus respectivos espíritos (1Co 15.22-23; I Tm 4.14-16).
Vivemos, agora, pela fé e não pelo que vemos, por isso temos confiança e preferimos estar ausentes do corpo e habitar com o Senhor – vs. 7-8.
Nesse versículo – vs. 10 -, é ensinado que há níveis de recompensa no céu. Embora os cristãos sejam perdoados e que nunca sofrerão as punições do inferno (Rm 6.23; 8.1), todos os crentes estarão invariavelmente diante de Cristo no dia do julgamento para receber vários níveis de recompensa, pelo que fizeram durante a vida (Mc 6.20; Lc 19.11-27; 1 Co 3.12-15). Esse julgamento incluirá uma avaliação dos motivos de seus corações (ICo 4.5).
5. O ministério da reconciliação (5.11-6.13).
Dos vs. 5.11 ao 6.3, estaremos vendo o ministério da Reconciliação. Paulo descreveu ainda os seus esforços como apóstolo e explicou que o objetivo do seu ministério era a reconciliação.
O temor do Senhor – vs. 11 - não um terror da condenação eterna, mas um medo saudável e reverente com relação ao descontentamento de Cristo pelas escolhas que fizermos, as "coisas que tiver(mos) feito por meio do corpo" (vs. 10).
Esse medo teria sido um corretivo saudável para aqueles coríntios que estavam causando problemas para Paulo, e servirá aos mesmos propósitos na vida de muitos cristãos descuidados ao longo da história (veja Pv 1.7; 9.10; 15.33).
Uma vez que conhecemos o temor ao Senhor, procuramos persuadir os homens – vs. 11 – e somos cabalmente conhecidos por Deus. Novamente, uma perspectiva espiritual nem sempre evidente para aqueles neste mundo presente.
Dessa forma, deveria ser manifesto a eles também o que eles eram diante e perante Deus. Eles não precisavam de novas recomendações, mas davam a oportunidade a eles de exultarem neles para poderem responder aos que se gloriavam na aparência – vs. 12. Isso se refere ao sistema de avaliação do mundo. Era contrário ao de Paulo, um apóstolo verdadeiro que suportava terríveis problemas por dar atenção ao que é invisível e eterno (4.18).
Os falsos apóstolos em Corinto (11.13) também eram representantes típicos do estilo de vida do mundo, que se gloriavam na aparência exterior, com base em si mesmos e sendo dirigidos pelos desejos por dinheiro, poder e prestígio.
Paulo apresentou a escolha encarando aqueles na igreja visível em Corinto que haviam sido influenciados pelos seus inimigos: eles poderiam prestar atenção a coisas externas e desempenhos que satisfizessem padrões meramente humanos, ou eles poderiam olhar para além do exterior, para os conteúdos do coração de Paulo e do coração de seus inimigos.
Se eles escolhessem o último, poderiam defender Paulo ("responder aos que") contra os seus acusadores. O coração de Paulo continha um compromisso sincero por proclamar Cristo sem consideração pelo ganho pessoal.
Tudo Paulo e os seus faziam por amor a Deus e a eles, pois se enlouqueciam, era por amor a Deus; se conservavam o juízo, era por amor a eles – vs. 13.
Provavelmente se refere aos momentos de adoração e oração durante os quais Paulo era visto em intensa consciência da presença de Deus. A palavra grega não indica necessariamente total perda da consciência do ambiente por parte da pessoa, porque ela era usada em relação as pessoas que ficavam "admiradas" (Mc 5.42) e ''atônitas" (Mc 6.51) diante dos milagres que Cristo fazia; era também usada pelas pessoas para se referirem a Jesus (Mc 3.21).
A questão do apóstolo era clara: fosse ocupado em adoração pessoal a Deus ou com o ministério da igreja, Paulo vivia para os outros, e não para obter ganhos pessoais (vs. 15). Seus inimigos não poderiam afirmar o mesmo.
Paulo estava falando aqui do que Cristo havia feito por ele, de modo que essa frase é mais bem entendida como significando o amor que vem de Cristo (apesar de que, gramaticalmente, ela poderia também significar o amor que os crentes tinham por Cristo).
A lógica seria simples, se um morreu por todos - "todos" se refere a "todos nós que morreram em Cristo e agora vivemos nele" (veja os vs. 15-17; cf. 4.10-14); ou seja, "todos os crentes" – logo, todos morreram – vs. 14.
Se também todos morreram e se ele morreu por todos, logo morreu por todos para que aqueles que vivem já não vivam mais para si mesmos, mas para aquele que por eles morreu e ressuscitou – vs. 15.
Paulo enfatizou o julgamento espiritual e a percepção espiritual com relação à preocupação para com a vida e as situações de cada pessoa.
A experiência do amor de Cristo leva os crentes a deixar de ver os outros segundo os padrões mundanos e a crescerem em sua habilidade de perceber as outras pessoas da perspectiva do grande ato de Deus da salvação em Jesus Cristo.
As perspectivas e os valores do mundo não mais importam, uma vez que a participação na nova criação de Deus está disponível para todos que estão em Cristo.
E, se antes conhecíamos Cristo, quando Cristo era conhecido de um ponto de vista mundano, agora era tudo diferente. Ele foi rejeitado e crucificado como um blasfemador e rebelde. Porém, da perspectiva divina, Cristo é verdadeiramente o Messias e o Filho de Deus por meio do qual uma nova criação e reconciliação com Deus nos são dadas.
Portanto, agora somos novas criaturas. Se alguém está em Cristo, é nova criação – vs. 17. A união com Cristo resume a nossa experiência de redenção.
Os crentes são:
ü  Escolhidos por Deus (Ef 1.4,11).
ü  Justificados (Rm 8.1).
ü  Santificados (1 Co 1.2).
ü  Glorificados (2Co 3.18) "em Cristo".
Eles se tornam, portanto, uma nova criatura. Aqui, Paulo enfatiza o significado memorável da união do crente com o salvador. (Veja e reflita na recomendação da BEG sobre o seu excelente artigo teológico "A união com Cristo", em GI 6).
Como o próprio Cristo é o "último Adão" (1Co 15.45), aquele em quem a humanidade é recriada (1Co 15.45; GI 6.15; Ef 2.10) e que inaugurou a nova época das bênçãos messiânicas (Cl 1.4; cf. Mt 11.2-6), a união espiritual dos crentes com Cristo não é nada menos do que a participação na "nova criação".
Essa expressão também pode ser traduzida "há uma nova criação", e nesse caso isso pode indicar que a união com Cristo prova que a nova criação foi inaugurada (mais uma vez a BEG recomenda leitura e reflexão em seu excelente artigo teológico "O plano das eras", em Hb 7).
Se é nova criação – vs. 17 – as coisas antigas já passaram e agora tudo é novo e tudo isso provém de Deus – vs. 18. Cada mudança que acontece nas pessoas assim que elas entram na nova criação, bem como na própria nova criação, vem de Deus (veja Rm 11.36).
Deus em Cristo estava reconciliando consigo o mundo, não lançando em conta os pecados dos homens, e – veja que privilégio e que honra - nos confiou a mensagem da reconciliação.
Eis que agora somos ministros da reconciliação, embaixadores de Cristo – vs. 20. Paulo usou o termo técnico para o cargo político de alguém que representava um reino para o outro.
Ele e os outros apóstolos eram embaixadores num sentido especial, dotado de autoridade, mas todos os cristãos que imitam Paulo (1Tm 1.5-7; 11b 6.10-12) merecem a honra de representar Cristo para o mundo.
Então ele apela que reconciliemos com Deus, por amor a Cristo. Se esse versículo fosse um apelo somente aos coríntios, então Paulo estava implorando aos membros da igreja visível em Corinto que estavam presos a um sério pecado a se "reconciliarem com Deus".
Teologicamente, essa não é unia interpretação impossível, porque uma reconciliação com Deus renovada é algo que todos os crentes precisam procurar a cada dia em algum sentido (Mt 6.12; I Jo 1.9).
Entretanto, os vs. 16-21 possuem uma amplitude muito maior do que a situação dos coríntios.
Eles falam sobre um ministério evangelístico mundial ligado com a obra acabada de redenção de Cristo. Além disso, a palavra "vos" na expressão "rogamos que vos reconcilieis" não está no texto grego, o que torna provável que Paulo estava simplesmente descrevendo o seu apelo evangelístico para todas as pessoas: "vos reconcilieis com Deus".
A reconciliação é a restauração do companheirismo amoroso depois de uma desavença.
Cristo não foi realmente corrompido pelo pecado. Em vez disso, Deus como juiz julgou Cristo como sendo culpado pelos nossos pecados, desse modo considerando-o como tendo de ser punido por esses pecados (Is 53.6; 1Pe 2.24).
Cristo foi o nosso substituto, tendo carregado o nosso pecado e morrendo em nosso lugar para que fôssemos feitos justiça de Deus. Deus não somente colocou os nossos pecados sob a responsabilidade de Cristo, mas também contou a perfeita obediência de Cristo como se fosse nossa, para que possamos ser considerados como se tivéssemos mantido perfeitamente a lei.
Isso fornece a base para a conformação progressiva do nosso caráter moral, dos nossos pensamentos e ações ao padrão da justiça de Deus, até alcançarmos perfeitamente esse padrão quando entrarmos na presença de Deus no céu.
II Co 5:1 Sabemos que, se a nossa casa terrestre
deste tabernáculo se desfizer,
temos da parte de Deus
um edifício,
casa não feita por mãos,
eterna,
nos céus.
II Co 5:2 E, por isso, neste tabernáculo,
gememos,
aspirando por sermos revestidos
da nossa habitação celestial;
II Co 5:3 se, todavia, formos encontrados vestidos   
e não nus.
II Co 5:4 Pois, na verdade, os que estamos neste tabernáculo
gememos angustiados,
não por querermos ser despidos,
mas revestidos,
para que o mortal
seja absorvido pela vida.
II Co 5:5 Ora, foi o próprio Deus  
quem nos preparou para isto,
outorgando-nos
o penhor do Espírito.
II Co 5:6 Temos, portanto,
sempre bom ânimo,
sabendo que, enquanto no corpo,
estamos ausentes do Senhor;
II Co 5:7 visto que andamos por fé
e não pelo que vemos.
II Co 5:8 Entretanto, estamos em plena confiança,
preferindo deixar o corpo
e habitar com o Senhor.
II Co 5:9 É por isso que também
nos esforçamos, quer presentes, quer ausentes,
para lhe sermos agradáveis.
II Co 5:10 Porque importa que todos nós compareçamos
perante o tribunal de Cristo,
para que cada um receba
segundo o bem
ou o mal que tiver feito por meio do corpo.
II Co 5:11 E assim, conhecendo o temor do Senhor,
persuadimos os homens
e somos cabalmente
conhecidos por Deus;
e espero que também a vossa consciência
nos reconheça. II Co 5:12
Não nos recomendamos novamente a vós outros;
pelo contrário, damo-vos ensejo de vos gloriardes por nossa causa,
para que tenhais o que responder
aos que se gloriam na aparência
e não no coração.
II Co 5:13 Porque, se enlouquecemos,
é para Deus;
e, se conservamos o juízo,
é para vós outros.
II Co 5:14 Pois o amor de Cristo nos constrange,
julgando nós isto: um morreu por todos;
logo, todos morreram.
II Co 5:15 E ele morreu por todos,
para que os que vivem
não vivam mais para si mesmos,
mas para aquele que por eles
morreu
e ressuscitou.
II Co 5:16 Assim que, nós, daqui por diante, a ninguém conhecemos
segundo a carne;
e, se antes conhecemos Cristo
segundo a carne,
já agora não o conhecemos deste modo.
II Co 5:17 E, assim, se alguém está em Cristo,
é nova criatura;
as coisas antigas já passaram;
eis que se fizeram novas.
II Co 5:18 Ora, tudo provém de Deus,
que nos reconciliou consigo mesmo
por meio de Cristo
e nos deu
o ministério da reconciliação,
II Co 5:19 a saber, que Deus estava em Cristo
reconciliando consigo o mundo,
não imputando aos homens
as suas transgressões,
e nos confiou
a palavra da reconciliação.
II Co 5:20 De sorte que somos
embaixadores
em nome de Cristo,
como se Deus exortasse
por nosso intermédio.
Em nome de Cristo, pois, rogamos
que vos reconcilieis com Deus.
II Co 5:21 Aquele que não conheceu pecado,
ele o fez pecado por nós;
para que, nele,
fôssemos feitos
justiça de Deus.
À medida que vou endentando, vou percebendo a grande riqueza de conhecimentos teológicos de Paulo e como tinha a plena, cabal, certeza de que servia ao Senhor como enviado do Senhor para ensinar e falar as palavras do próprio Senhor.
O fato é que ele não guardava isso para si, como exclusivo da sua marca de apóstolo, antes queria compartilhar com todos o chamado universal de Deus a todos os homens ao sacerdócio universal, principalmente relacionado à pregação aos homens. Tarefa esta cobiçada até por anjos, mas negada por Deus.
A Deus toda glória! p/ pr. Daniel Deusdete.
...
Obs.: O texto acima foi elaborado com base na Bíblia de Estudo de Genebra - disponível em nossa loja nas cores preta, vinho ou azul. Valor promocional R$ 145,00 (fev/2019 - preço sujeito a variações, conforme o mercado). Adquira conosco e ganhe um ebook da série Projeto 1189. Código: BRINDE_BEG. Envie-nos um email com o comprovante de sua compra na Semeadores: contato@ossemeadores.com.br.

segunda-feira, 4 de janeiro de 2016

II Coríntios 4 1-18 - JAMAIS DESISTA! NOSSA GLÓRIA (FUTURA) É MAIOR QUE NOSSOS SOFRIMENTOS (PRESENTE).

Ressaltamos que II Coríntios foi escrita para expressar carinho e gratidão pelo arrependimento que houve em Corinto e encorajar uma maior lealdade a Paulo como um apóstolo de Cristo. Estamos vendo a parte II, cap. 4/13.
Breve síntese do capítulo 4.
O capítulo 4 de II Coríntios é muito interessante em suas ideias, pensamentos, desenvolvimento de raciocínio, argumentações. Há neste capítulo verdadeiros mananciais que dariam livros e mais livros explorando cada detalhe. Dentre tantos, chamou-me a atenção o que fala que cri, por isso falei e que, portanto, cremos, por isso também falamos.
Isso daria um gancho com Romanos 10 uma vez que o crer ali remete o ouvinte da pregação à invocação do Senhor onde é salvo por Deus e o crer aqui gera novos pregadores que somente pregam quando são enviados por Deus. Então, somente nisso, poderíamos viajar muito no oceano do Espírito Santo, mas tem muito mais.
Vejamos o presente capítulo com mais detalhes, conforme ajuda da BEG:
II. EXPLICAÇÃO SOBRE O MINISTÉRIO DE PAULO (1.3-7.16) - continuação.
Nós já explicamos que como os coríntios haviam interpretado mal as ações e motivações de Paulo, ele começou a carta com uma explicação de algumas coisas que haviam acontecido desde que os havia visto pela última vez, especialmente as maravilhas do seu ministério na nova aliança.
Assim, dividimos esta parte, conforme a BEG, em seis seções: A. Gratidão pelo consolo de Deus (1.3-11) – já vimos; B. Explicação sobre a mudança de planos (1.12-2.4) – já vimos; C. Perdão de um pecador penitente (2.5-11) – já vimos; D. Viagem à Trôade e à Macedônia (2.12-13) – já vimos; E. A maravilha do ministério da nova aliança (2.14-7.4) – estamos vendo; e, F. Alegria pela chegada de Tito (7.5-16).
E. A maravilha do ministério da nova aliança (2.14-7.4) - continuação.
Como já dissemos, dos vs. 2.14 ao 7.4, estamos vendo a grandeza do ministério apostólico. Enquanto descreve a sua ansiedade com relação à igreja de Corinto e o seu desapontamento por não ter encontrado Tito em Trôade, Paulo se aprofundou numa longa reflexão sobre a natureza do seu ministério.
Assim, dividimos essa seção “E”, conforme a BEG, igualmente em seis: 1. A vitória no ministério (2.14-17) – já vimos; 2. A carta viva (3.1-3) – já vimos; 3. A nova e excelente aliança (3.4-4.6) – concluiremos agora; 4. Vasos de barro (4.7-5.10) – começaremos a ver agora; 5. O ministério da reconciliação (5.11-6.13); e, 6. Nenhuma comunhão com os incrédulos (6.1 4-7.4)
3. A nova e excelente aliança (3.4-4.6) - continuação.
Paulo continuou a descrever a natureza do seu ministério focalizando a glória associada ao seu trabalho.
Apesar dos retrocessos e fracassos, Paulo não desistia da esperança, porque o ministério da nova aliança no poder transformador do Espírito Santo é excelente e muito poderoso.
Paulo nunca atenuaria a Palavra de Deus ou tentaria modificá-la ou distorcê-la somente para o prazer de seus ouvintes (CF. Gl 1.10). Ele afirmou que os seus inimigos praticavam esse tipo de fraude e distorção.
E se o evangelho ainda está encoberto, é para os que estão perecendo que ele permanece encoberto, sendo que o deus deste século, Satanás (cf. I Jo 5.19), é quem os cega.
Este mundo está caído e cheio de impiedade durante essa fase que antecede a volta de Jesus. Quando ele vier, ele trará completamente “o mundo por vir" (Lc 18.30; cf. Gl 1.4; a BEG recomenda também a leitura e reflexão em seu excelente artigo teológico "O plano das eras", em Hb 7).
É o diabo quem cega o entendimento dos incrédulos para que não lhes resplandeça a glória do evangelho de Cristo, que é a imagem de Deus.
O texto grego não possui um termo para "não" como é utilizado aqui. As palavras "não" ou "talvez não" (expressando propósito) também são traduções aceitáveis. Os incrédulos não estão totalmente lúcidos ao avaliarem as afirmações do evangelho (a menos que Deus, por meio do evangelho, os ilumine; 4.6).
Quem disse que nós nos pregamos a nós mesmos? Não! Não pregamos a nós mesmos. O ponto crucial não era se as pessoas aceitavam ou rejeitavam Paulo, mas como elas reagiam a Cristo, a quem Paulo pregava.
Alguns pregadores (como os inimigos de Paulo) chamavam a atenção tanto para eles mesmos que o seu orgulho próprio e auto exaltação encobriam a glória de Cristo.
A razão para não pregarmos a nós mesmos é que somente Deus dá uma vida nova e espiritual. Paulo recorreu à história da criação (Gn 1.3) para enfatizar o significado da revelação de Cristo.
A vinda de Cristo e a salvação que ele trouxe deram início à atividade recriadora de Deus, inaugurando a nova criação. Por essa razão, a "iluminação do conhecimento da glória de Deus" em Cristo é tão maravilhosa quanto a primeira luz da criação (cf. 5.17; Jo 1.1-10; Ap 21.1-5).
No Antigo Testamento, a glória de Deus era a luz brilhante que circundava a presença do próprio Deus. Ela conduziu o povo para fora do Egito como um pilar de nuvem de dia e um pilar de fogo à noite (ÊX 13.21-22).
Mais tarde, no tempo de Moisés, ela preencheu o tabernáculo (Ex 33.8-13; 40.34-38) e mais tarde ainda, nos dias de Salomão, o templo (1Rs 8.10-11). Porém, ela deixou o templo na época de Ezequiel por causa dos pecados do povo (Ez 10.4,18-19; 11.23).
Ela retornou somente na presença de Jesus (J0 1.14). Em contraste com a face de Moisés, sobre a qual a glória de Deus se apagou, a glória brilha eternamente de maneira brilhante "na face de Cristo".
4. Vasos de barro (4.7-5.10).
Dos vs. 4.7 ao 5.10, veremos Paulo discorrendo sobre os vasos de barro. Esses versículos expressam a confiança do apóstolo em Deus. Apesar da condição humilde de sua existência humana, Paulo experimentou a glória da nova aliança (4.7-18) e manteve seus olhos fixos no que não é visto e no que é eterno (4.18).
Em consequência disso, ele era capaz de superar qualquer tipo de desânimo e adversidade.
O tesouro que ele fala é o ministério do evangelho e a glória da nova aliança do Espírito Santo que o acompanha. O vaso de barro é a nossa natureza humana fraca, incluindo o nosso corpo físico, mas não limitada a ele. Isso está em grande contraste com a glória do evangelho. Essa é a maneira de Deus de trabalhar por intermédio daqueles que são fracos ou inexpressivos aos olhos humanos (cf. 12.9; 1Co 1.26-31).
Nos vasos de barro, Deus colocou o tesouro da salvação, o evangelho de Jesus Cristo.
O apóstolo admitiu que o seu ministério havia sido muito difícil: ele havia sido severamente pressionado, amedrontado, perseguido e maltratado fisicamente. No entanto, ainda afirmava que, apesar desses problemas, Cristo não havia deixado de cuidar dele: ele não foi angustiado, desanimado e nem destruído.
O ministério cristão não é fácil, mas suas dificuldades trazem glória a Deus na medida em que ele triunfa sobre elas.
Os sofrimentos de Paulo e suas dificuldades externas eram evidências para todos de que ele não tinha força eficaz nele mesmo.
Assim conto Cristo morreu, Paulo sabia que ele era tão bom quanto se estivesse "morto" em termos de sua própria habilidade para cumprir o seu ministério.
Como Paulo, como todos os crentes, estava em união com Cristo, ele falou da morte de Cristo e de sua ressurreição como um padrão pelo qual entender as suas próprias experiências como um apóstolo de Cristo.
Ele via os seus próprios sofrimentos como uma parte dos de Cristo (veja 1.5; veja também o excelente artigo teológico da BEG “A união com Cristo", em Gl 6). Deus usou a fraqueza de Paulo como um meio de proclamação do poder de Jesus.
Embora Paulo tivesse sofrido muitas tentações (como Jesus sofreu), o resultado de seu ministério foi o poder da vida e ressurreição espirituais nos outros.
Os que recebem a mensagem e que se beneficiam do ministério parecem se sair melhor neste mundo do que a pessoa que leva a eles esse ministério e que sofre mais pela causa do evangelho. Isso segue o padrão de Cristo (cf. 8.9).
Se a fé é genuína, ela normalmente se expressa mediante palavras que afirmam a confiança no que Deus prometeu. Paulo citou SI 116.10 da Septuaginta (a tradução grega do AT): “Cri, por isso falei”. Com esse mesmo espírito de fé, também nós cremos, por isso também falamos – vs. 13.
Falamos assim porque sabemos que aquele que ressuscitou ao Senhor Jesus dentre os mortos, também nos ressuscitará com Jesus e nos apresentará com todos eles. Essa é nossa esperança que não falha, mas gera a fé, pela certeza de quem a prometeu, o qual é fiel para cumpri-la.
Paulo esboçou o objetivo do ministério cristão, no vs. 15. A glória e a honra de Deus são o objetivo final, mas os passos para alcançar esse objetivo incluem o benefício daqueles que receberam o ministério e o aumento do número de pessoas que se beneficiaram. Quanto mais pessoas são redimidas e quanto mais elas são abençoadas, mais Deus recebe honra.
Era por isso que ele declarava que não se desanimava – vs. 16. Essa frase repete o vs. 1 onde Deus traria glória a ele mesmo, mesmo por meio da fraqueza e do desânimo do ministério de Paulo.
O seu homem exterior poderia estar se corrompendo com a idade, mas o seu homem interior, não. O contraste entre o exterior e o interior não é simplesmente entre o corpo e a alma, mas também entre a natureza antiga e caída da humanidade e a renovada.
Embora, segundo uma avaliação comum, as suas tribulações não fossem leves (4.8-12; 6.4-10: 11.23-33), em comparação com a glória eterna que seria dele um dia, Paulo as percebia como transitórias e leves.
Paulo enxergava os problemas como uma preparação para uma grande recompensa futura para os crentes. A fé e a obediência de um crente - no sofrimento - são prazerosas e memoráveis para Deus (Rm 8.17-18; 1 Pe 1.6-7). Nem todo sofrimento é, em si, entretanto, prazeroso para Deus. Apenas aquele que é suportado em fé ("por causa de Jesus"; vs. 11) receberá o elogio de Deus.
O mundo invisível é um tema frequente nessa epístola. O mundo invisível é o mais importante, porque ele se tornará os novos céus e a nova terra que herdaremos quando Cristo retornar. O mundo visível no qual vivemos agora é passageiro.
II Co 4:1 Pelo que, tendo este ministério,
segundo a misericórdia que nos foi feita,
não desfalecemos; II Co 4:2
pelo contrário, rejeitamos as coisas que,
por vergonhosas, se ocultam,
não andando com astúcia,
nem adulterando a palavra de Deus;
antes, nos recomendamos à consciência
de todo homem,
na presença de Deus,
pela manifestação da verdade.
II Co 4:3 Mas, se o nosso evangelho ainda está encoberto,
é para os que se perdem que está encoberto,
II Co 4:4 nos quais o deus deste século
cegou o entendimento
dos incrédulos,
para que lhes não resplandeça
a luz do evangelho da glória de Cristo,
o qual é a imagem de Deus.
II Co 4:5 Porque não nos pregamos a nós mesmos,
mas a Cristo Jesus como Senhor
e a nós mesmos
como vossos servos,
por amor de Jesus.
II Co 4:6 Porque Deus, que disse: Das trevas resplandecerá a luz,
ele mesmo resplandeceu em nosso coração,
para iluminação do conhecimento da glória de Deus,
na face de Cristo.
II Co 4:7 Temos, porém, este tesouro
em vasos de barro,
para que a excelência do poder
seja de Deus
e não de nós.
II Co 4:8 Em tudo somos atribulados,
porém não angustiados;
perplexos,
porém não desanimados;
II Co 4:9 perseguidos,
porém não desamparados;
abatidos,
porém não destruídos;
II Co 4:10 levando sempre no corpo o morrer de Jesus,
para que também a sua vida se manifeste em nosso corpo.
II Co 4:11 Porque nós, que vivemos,            
somos sempre entregues à morte
por causa de Jesus,
para que também a vida de Jesus
se manifeste
em nossa carne mortal.
II Co 4:12 De modo que, em nós,
opera a morte,
mas, em vós,
a vida.
II Co 4:13 Tendo, porém, o mesmo espírito da fé,
como está escrito:
Eu cri;
por isso, é que falei.
Também nós cremos;
por isso, também falamos,
II Co 4:14 sabendo que aquele que ressuscitou o Senhor Jesus
também nos ressuscitará com Jesus
e nos apresentará convosco.
II Co 4:15 Porque todas as coisas existem
por amor de vós,
para que a graça,
multiplicando-se, torne abundantes
as ações de graças
por meio de muitos,
para glória de Deus.
II Co 4:16 Por isso, não desanimamos;
pelo contrário, mesmo que o nosso homem exterior se corrompa,
contudo, o nosso homem interior
se renova             
de dia em dia.
II Co 4:17 Porque a nossa leve e momentânea tribulação
produz para nós
eterno peso de glória,
acima de toda comparação,
II Co 4:18 não atentando nós
nas coisas que se vêem,
mas nas que se não vêem;
porque as que se vêem
são temporais,
e as que se não vêem
são eternas.
Como comparar dois padrões tão diferentes entre si? Por exemplo, um grão de areia com uma montanha. Assim, Paulo via a questão de nossos sofrimentos atuais com relação à nossa glória futura e breve.
O pior de todos os sofrimentos que o homem já suportou em vida não se compara ao mínimo da glória que está reservada aos filhos de Deus que estão em Cristo Jesus.
A Deus toda glória! p/ pr. Daniel Deusdete.
...
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