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terça-feira, 5 de janeiro de 2016

II Coríntios 5 1-21 - NÃO SOMOS UMA ALMA APRISIONADA NO CORPO, MAS UNIDA A ELE.

Ressaltamos que II Coríntios foi escrita para expressar carinho e gratidão pelo arrependimento que houve em Corinto e encorajar uma maior lealdade a Paulo como um apóstolo de Cristo. Estamos vendo a parte II, cap. 5/13.
Breve síntese do capítulo 5.
Em vasos de barro Deus manifesta o seu poder de forma que a excelência não fique nos vasos, mas em seu conteúdo o qual vem de Deus e deve ser glorificado.
Depois disso, ele fala do ministério da reconciliação pelo qual, em Cristo Jesus, o Pai pretendeu reconciliar o homem perdido.
A escolha de Deus para o anúncio desse grande ministério não coube a ninguém mais no universo, se não ao homem e este convertido a Cristo.
As religiões, por mais apaixonados e convictos sejam seus defensores, não conseguem lidar com a questão da graça numa misteriosa e admirável reconciliação divina, originada do próprio Deus, em Cristo Jesus.
Vejamos o presente capítulo com mais detalhes, conforme ajuda da BEG:
II. EXPLICAÇÃO SOBRE O MINISTÉRIO DE PAULO (1.3-7.16) - continuação.
Nós já explicamos que como os coríntios haviam interpretado mal as ações e motivações de Paulo, ele começou a carta com uma explicação de algumas coisas que haviam acontecido desde que os havia visto pela última vez, especialmente as maravilhas do seu ministério na nova aliança.
Assim, dividimos esta parte, conforme a BEG, em seis seções: A. Gratidão pelo consolo de Deus (1.3-11) – já vimos; B. Explicação sobre a mudança de planos (1.12-2.4) – já vimos; C. Perdão de um pecador penitente (2.5-11) – já vimos; D. Viagem à Trôade e à Macedônia (2.12-13) – já vimos; E. A maravilha do ministério da nova aliança (2.14-7.4) – estamos vendo; e, F. Alegria pela chegada de Tito (7.5-16).
E. A maravilha do ministério da nova aliança (2.14-7.4) - continuação.
Como já dissemos, dos vs. 2.14 ao 7.4, estamos vendo a grandeza do ministério apostólico. Enquanto descreve a sua ansiedade com relação à igreja de Corinto e o seu desapontamento por não ter encontrado Tito em Trôade, Paulo se aprofundou numa longa reflexão sobre a natureza do seu ministério.
Assim, dividimos essa seção “E”, conforme a BEG, igualmente em seis: 1. A vitória no ministério (2.14-17) – já vimos; 2. A carta viva (3.1-3) – já vimos; 3. A nova e excelente aliança (3.4-4.6) – já vimos; 4. Vasos de barro (4.7-5.10) – concluiremos agora; 5. O ministério da reconciliação (5.11-6.13) – começaremos a ver agora; e, 6. Nenhuma comunhão com os incrédulos (6.14-7.4)
4. Vasos de barro (4.7-5.10) - continuação.
Dos vs. 4.7 ao 5.10, estamos vendo Paulo discorrendo sobre os vasos de barro. Esses versículos expressam a confiança do apóstolo em Deus. Apesar da condição humilde de sua existência humana, Paulo experimentou a glória da nova aliança (4.7-18) e manteve seus olhos fixos no que não é visto e no que é eterno (4.18).
Mesmo se os sofrimentos terrenos de Paulo o levassem à morte física, algo muito mais importante o aguardava. Assim, não importava a atual habitação, isto é o nosso corpo presente, uma vez que sendo destruído, teremos da parte de Deus algo muito melhor. Assim, não morremos, trocamos de corpo, como quem trocaria de roupa velha, por uma novinha.
Perde-se uma habitação terrestre e se ganha um edifício. Paulo afirmava que temos de Deus um edifício. O verbo “temos” está no presente, expressando certeza quanto a um acontecimento futuro (p. ex., "nós teremos"). Um edifício, casa não feita por mãos, eterna, nos céus. Isso provavelmente se refere aos corpos ressuscitados dos crentes, embora alguns afirmem ser o lugar celeste que Deus tem preparado para os crentes. Elas não foram feitas por mãos humanas, bem diferentemente das casas feitas nesta era atual (Mc 14.58; Hb 9.24).
Enquanto isso não ocorre, gememos – vs. 2. Os crentes suspiram em frustração pelas limitações desta vida presente, com os seus pecados, fraquezas e corrupção (Rm-8:22-23).
Paulo chamou de nudez a existência sem um corpo porque os seres humanos não foram criados para existirem como meros espíritos. Isso é tão antinatural como a nudez depois da queda de nossos primeiros pais em pecado (Gn 3.7).
Da perspectiva bíblica, um ser humano não é uma alma aprisionada num corpo, mas uma alma unida com um corpo. A condição temporária da morte em Cristo antes da ressurreição dos mortos é extraordinária.
Paulo não ansiava por um desprendimento do corpo, mas por um corpo ressuscitado no futuro, livre de todas as fraquezas e imperfeições desta vida.
Ansiamos, pois, que o nosso atual corpo físico, que é mortal, seja absorvido pela vida. Ou seja, a nova vida no nosso corpo ressuscitado tomará o lugar da nossa atual existência.
A obra do Espírito Santo na renovação diária e no fortalecimento espiritual do crente (3.18; 4.16) é uma amostra e uma garantia da conclusão futura dessa obra (p. ex., o corpo ressuscitado de cada crente e a sua total santificação). Veja Ef 1.13-14. Por isso que Paulo fala do Espírito como penhor do que está por vir. Tudo é propósito de Deus para nós.
Ah se abrissem os céus e compreendêssemos na plenitude o que Paulo está dizendo aqui. Não é à toa que temos sempre confiança em Deus e isso incomoda as outras crenças. Nós sabemos que, por enquanto, estamos no corpo e assim longe do Senhor.
Para enfrentarmos isso é que devemos viver por fé e não pelo que vemos – vs. 7. Paulo traçou uma diferença entre o reino invisível da manifestação da presença de Deus e o mundo visível aos nossos olhos físicos.
O espírito de cada cristão que morrer antes da volta de Cristo vai imediatamente para a sua presença e está habitando "com o Senhor", embora o seu corpo morto permaneça na terra e esteja na sepultura (Lc 23.43; Fp 1.23).
Quando Cristo retornar, os corpos dos crentes serão ressuscitados dos mortos e reunidos com seus respectivos espíritos (1Co 15.22-23; I Tm 4.14-16).
Vivemos, agora, pela fé e não pelo que vemos, por isso temos confiança e preferimos estar ausentes do corpo e habitar com o Senhor – vs. 7-8.
Nesse versículo – vs. 10 -, é ensinado que há níveis de recompensa no céu. Embora os cristãos sejam perdoados e que nunca sofrerão as punições do inferno (Rm 6.23; 8.1), todos os crentes estarão invariavelmente diante de Cristo no dia do julgamento para receber vários níveis de recompensa, pelo que fizeram durante a vida (Mc 6.20; Lc 19.11-27; 1 Co 3.12-15). Esse julgamento incluirá uma avaliação dos motivos de seus corações (ICo 4.5).
5. O ministério da reconciliação (5.11-6.13).
Dos vs. 5.11 ao 6.3, estaremos vendo o ministério da Reconciliação. Paulo descreveu ainda os seus esforços como apóstolo e explicou que o objetivo do seu ministério era a reconciliação.
O temor do Senhor – vs. 11 - não um terror da condenação eterna, mas um medo saudável e reverente com relação ao descontentamento de Cristo pelas escolhas que fizermos, as "coisas que tiver(mos) feito por meio do corpo" (vs. 10).
Esse medo teria sido um corretivo saudável para aqueles coríntios que estavam causando problemas para Paulo, e servirá aos mesmos propósitos na vida de muitos cristãos descuidados ao longo da história (veja Pv 1.7; 9.10; 15.33).
Uma vez que conhecemos o temor ao Senhor, procuramos persuadir os homens – vs. 11 – e somos cabalmente conhecidos por Deus. Novamente, uma perspectiva espiritual nem sempre evidente para aqueles neste mundo presente.
Dessa forma, deveria ser manifesto a eles também o que eles eram diante e perante Deus. Eles não precisavam de novas recomendações, mas davam a oportunidade a eles de exultarem neles para poderem responder aos que se gloriavam na aparência – vs. 12. Isso se refere ao sistema de avaliação do mundo. Era contrário ao de Paulo, um apóstolo verdadeiro que suportava terríveis problemas por dar atenção ao que é invisível e eterno (4.18).
Os falsos apóstolos em Corinto (11.13) também eram representantes típicos do estilo de vida do mundo, que se gloriavam na aparência exterior, com base em si mesmos e sendo dirigidos pelos desejos por dinheiro, poder e prestígio.
Paulo apresentou a escolha encarando aqueles na igreja visível em Corinto que haviam sido influenciados pelos seus inimigos: eles poderiam prestar atenção a coisas externas e desempenhos que satisfizessem padrões meramente humanos, ou eles poderiam olhar para além do exterior, para os conteúdos do coração de Paulo e do coração de seus inimigos.
Se eles escolhessem o último, poderiam defender Paulo ("responder aos que") contra os seus acusadores. O coração de Paulo continha um compromisso sincero por proclamar Cristo sem consideração pelo ganho pessoal.
Tudo Paulo e os seus faziam por amor a Deus e a eles, pois se enlouqueciam, era por amor a Deus; se conservavam o juízo, era por amor a eles – vs. 13.
Provavelmente se refere aos momentos de adoração e oração durante os quais Paulo era visto em intensa consciência da presença de Deus. A palavra grega não indica necessariamente total perda da consciência do ambiente por parte da pessoa, porque ela era usada em relação as pessoas que ficavam "admiradas" (Mc 5.42) e ''atônitas" (Mc 6.51) diante dos milagres que Cristo fazia; era também usada pelas pessoas para se referirem a Jesus (Mc 3.21).
A questão do apóstolo era clara: fosse ocupado em adoração pessoal a Deus ou com o ministério da igreja, Paulo vivia para os outros, e não para obter ganhos pessoais (vs. 15). Seus inimigos não poderiam afirmar o mesmo.
Paulo estava falando aqui do que Cristo havia feito por ele, de modo que essa frase é mais bem entendida como significando o amor que vem de Cristo (apesar de que, gramaticalmente, ela poderia também significar o amor que os crentes tinham por Cristo).
A lógica seria simples, se um morreu por todos - "todos" se refere a "todos nós que morreram em Cristo e agora vivemos nele" (veja os vs. 15-17; cf. 4.10-14); ou seja, "todos os crentes" – logo, todos morreram – vs. 14.
Se também todos morreram e se ele morreu por todos, logo morreu por todos para que aqueles que vivem já não vivam mais para si mesmos, mas para aquele que por eles morreu e ressuscitou – vs. 15.
Paulo enfatizou o julgamento espiritual e a percepção espiritual com relação à preocupação para com a vida e as situações de cada pessoa.
A experiência do amor de Cristo leva os crentes a deixar de ver os outros segundo os padrões mundanos e a crescerem em sua habilidade de perceber as outras pessoas da perspectiva do grande ato de Deus da salvação em Jesus Cristo.
As perspectivas e os valores do mundo não mais importam, uma vez que a participação na nova criação de Deus está disponível para todos que estão em Cristo.
E, se antes conhecíamos Cristo, quando Cristo era conhecido de um ponto de vista mundano, agora era tudo diferente. Ele foi rejeitado e crucificado como um blasfemador e rebelde. Porém, da perspectiva divina, Cristo é verdadeiramente o Messias e o Filho de Deus por meio do qual uma nova criação e reconciliação com Deus nos são dadas.
Portanto, agora somos novas criaturas. Se alguém está em Cristo, é nova criação – vs. 17. A união com Cristo resume a nossa experiência de redenção.
Os crentes são:
ü  Escolhidos por Deus (Ef 1.4,11).
ü  Justificados (Rm 8.1).
ü  Santificados (1 Co 1.2).
ü  Glorificados (2Co 3.18) "em Cristo".
Eles se tornam, portanto, uma nova criatura. Aqui, Paulo enfatiza o significado memorável da união do crente com o salvador. (Veja e reflita na recomendação da BEG sobre o seu excelente artigo teológico "A união com Cristo", em GI 6).
Como o próprio Cristo é o "último Adão" (1Co 15.45), aquele em quem a humanidade é recriada (1Co 15.45; GI 6.15; Ef 2.10) e que inaugurou a nova época das bênçãos messiânicas (Cl 1.4; cf. Mt 11.2-6), a união espiritual dos crentes com Cristo não é nada menos do que a participação na "nova criação".
Essa expressão também pode ser traduzida "há uma nova criação", e nesse caso isso pode indicar que a união com Cristo prova que a nova criação foi inaugurada (mais uma vez a BEG recomenda leitura e reflexão em seu excelente artigo teológico "O plano das eras", em Hb 7).
Se é nova criação – vs. 17 – as coisas antigas já passaram e agora tudo é novo e tudo isso provém de Deus – vs. 18. Cada mudança que acontece nas pessoas assim que elas entram na nova criação, bem como na própria nova criação, vem de Deus (veja Rm 11.36).
Deus em Cristo estava reconciliando consigo o mundo, não lançando em conta os pecados dos homens, e – veja que privilégio e que honra - nos confiou a mensagem da reconciliação.
Eis que agora somos ministros da reconciliação, embaixadores de Cristo – vs. 20. Paulo usou o termo técnico para o cargo político de alguém que representava um reino para o outro.
Ele e os outros apóstolos eram embaixadores num sentido especial, dotado de autoridade, mas todos os cristãos que imitam Paulo (1Tm 1.5-7; 11b 6.10-12) merecem a honra de representar Cristo para o mundo.
Então ele apela que reconciliemos com Deus, por amor a Cristo. Se esse versículo fosse um apelo somente aos coríntios, então Paulo estava implorando aos membros da igreja visível em Corinto que estavam presos a um sério pecado a se "reconciliarem com Deus".
Teologicamente, essa não é unia interpretação impossível, porque uma reconciliação com Deus renovada é algo que todos os crentes precisam procurar a cada dia em algum sentido (Mt 6.12; I Jo 1.9).
Entretanto, os vs. 16-21 possuem uma amplitude muito maior do que a situação dos coríntios.
Eles falam sobre um ministério evangelístico mundial ligado com a obra acabada de redenção de Cristo. Além disso, a palavra "vos" na expressão "rogamos que vos reconcilieis" não está no texto grego, o que torna provável que Paulo estava simplesmente descrevendo o seu apelo evangelístico para todas as pessoas: "vos reconcilieis com Deus".
A reconciliação é a restauração do companheirismo amoroso depois de uma desavença.
Cristo não foi realmente corrompido pelo pecado. Em vez disso, Deus como juiz julgou Cristo como sendo culpado pelos nossos pecados, desse modo considerando-o como tendo de ser punido por esses pecados (Is 53.6; 1Pe 2.24).
Cristo foi o nosso substituto, tendo carregado o nosso pecado e morrendo em nosso lugar para que fôssemos feitos justiça de Deus. Deus não somente colocou os nossos pecados sob a responsabilidade de Cristo, mas também contou a perfeita obediência de Cristo como se fosse nossa, para que possamos ser considerados como se tivéssemos mantido perfeitamente a lei.
Isso fornece a base para a conformação progressiva do nosso caráter moral, dos nossos pensamentos e ações ao padrão da justiça de Deus, até alcançarmos perfeitamente esse padrão quando entrarmos na presença de Deus no céu.
II Co 5:1 Sabemos que, se a nossa casa terrestre
deste tabernáculo se desfizer,
temos da parte de Deus
um edifício,
casa não feita por mãos,
eterna,
nos céus.
II Co 5:2 E, por isso, neste tabernáculo,
gememos,
aspirando por sermos revestidos
da nossa habitação celestial;
II Co 5:3 se, todavia, formos encontrados vestidos   
e não nus.
II Co 5:4 Pois, na verdade, os que estamos neste tabernáculo
gememos angustiados,
não por querermos ser despidos,
mas revestidos,
para que o mortal
seja absorvido pela vida.
II Co 5:5 Ora, foi o próprio Deus  
quem nos preparou para isto,
outorgando-nos
o penhor do Espírito.
II Co 5:6 Temos, portanto,
sempre bom ânimo,
sabendo que, enquanto no corpo,
estamos ausentes do Senhor;
II Co 5:7 visto que andamos por fé
e não pelo que vemos.
II Co 5:8 Entretanto, estamos em plena confiança,
preferindo deixar o corpo
e habitar com o Senhor.
II Co 5:9 É por isso que também
nos esforçamos, quer presentes, quer ausentes,
para lhe sermos agradáveis.
II Co 5:10 Porque importa que todos nós compareçamos
perante o tribunal de Cristo,
para que cada um receba
segundo o bem
ou o mal que tiver feito por meio do corpo.
II Co 5:11 E assim, conhecendo o temor do Senhor,
persuadimos os homens
e somos cabalmente
conhecidos por Deus;
e espero que também a vossa consciência
nos reconheça. II Co 5:12
Não nos recomendamos novamente a vós outros;
pelo contrário, damo-vos ensejo de vos gloriardes por nossa causa,
para que tenhais o que responder
aos que se gloriam na aparência
e não no coração.
II Co 5:13 Porque, se enlouquecemos,
é para Deus;
e, se conservamos o juízo,
é para vós outros.
II Co 5:14 Pois o amor de Cristo nos constrange,
julgando nós isto: um morreu por todos;
logo, todos morreram.
II Co 5:15 E ele morreu por todos,
para que os que vivem
não vivam mais para si mesmos,
mas para aquele que por eles
morreu
e ressuscitou.
II Co 5:16 Assim que, nós, daqui por diante, a ninguém conhecemos
segundo a carne;
e, se antes conhecemos Cristo
segundo a carne,
já agora não o conhecemos deste modo.
II Co 5:17 E, assim, se alguém está em Cristo,
é nova criatura;
as coisas antigas já passaram;
eis que se fizeram novas.
II Co 5:18 Ora, tudo provém de Deus,
que nos reconciliou consigo mesmo
por meio de Cristo
e nos deu
o ministério da reconciliação,
II Co 5:19 a saber, que Deus estava em Cristo
reconciliando consigo o mundo,
não imputando aos homens
as suas transgressões,
e nos confiou
a palavra da reconciliação.
II Co 5:20 De sorte que somos
embaixadores
em nome de Cristo,
como se Deus exortasse
por nosso intermédio.
Em nome de Cristo, pois, rogamos
que vos reconcilieis com Deus.
II Co 5:21 Aquele que não conheceu pecado,
ele o fez pecado por nós;
para que, nele,
fôssemos feitos
justiça de Deus.
À medida que vou endentando, vou percebendo a grande riqueza de conhecimentos teológicos de Paulo e como tinha a plena, cabal, certeza de que servia ao Senhor como enviado do Senhor para ensinar e falar as palavras do próprio Senhor.
O fato é que ele não guardava isso para si, como exclusivo da sua marca de apóstolo, antes queria compartilhar com todos o chamado universal de Deus a todos os homens ao sacerdócio universal, principalmente relacionado à pregação aos homens. Tarefa esta cobiçada até por anjos, mas negada por Deus.
A Deus toda glória! p/ pr. Daniel Deusdete.
...
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segunda-feira, 4 de janeiro de 2016

II Coríntios 4 1-18 - JAMAIS DESISTA! NOSSA GLÓRIA (FUTURA) É MAIOR QUE NOSSOS SOFRIMENTOS (PRESENTE).

Ressaltamos que II Coríntios foi escrita para expressar carinho e gratidão pelo arrependimento que houve em Corinto e encorajar uma maior lealdade a Paulo como um apóstolo de Cristo. Estamos vendo a parte II, cap. 4/13.
Breve síntese do capítulo 4.
O capítulo 4 de II Coríntios é muito interessante em suas ideias, pensamentos, desenvolvimento de raciocínio, argumentações. Há neste capítulo verdadeiros mananciais que dariam livros e mais livros explorando cada detalhe. Dentre tantos, chamou-me a atenção o que fala que cri, por isso falei e que, portanto, cremos, por isso também falamos.
Isso daria um gancho com Romanos 10 uma vez que o crer ali remete o ouvinte da pregação à invocação do Senhor onde é salvo por Deus e o crer aqui gera novos pregadores que somente pregam quando são enviados por Deus. Então, somente nisso, poderíamos viajar muito no oceano do Espírito Santo, mas tem muito mais.
Vejamos o presente capítulo com mais detalhes, conforme ajuda da BEG:
II. EXPLICAÇÃO SOBRE O MINISTÉRIO DE PAULO (1.3-7.16) - continuação.
Nós já explicamos que como os coríntios haviam interpretado mal as ações e motivações de Paulo, ele começou a carta com uma explicação de algumas coisas que haviam acontecido desde que os havia visto pela última vez, especialmente as maravilhas do seu ministério na nova aliança.
Assim, dividimos esta parte, conforme a BEG, em seis seções: A. Gratidão pelo consolo de Deus (1.3-11) – já vimos; B. Explicação sobre a mudança de planos (1.12-2.4) – já vimos; C. Perdão de um pecador penitente (2.5-11) – já vimos; D. Viagem à Trôade e à Macedônia (2.12-13) – já vimos; E. A maravilha do ministério da nova aliança (2.14-7.4) – estamos vendo; e, F. Alegria pela chegada de Tito (7.5-16).
E. A maravilha do ministério da nova aliança (2.14-7.4) - continuação.
Como já dissemos, dos vs. 2.14 ao 7.4, estamos vendo a grandeza do ministério apostólico. Enquanto descreve a sua ansiedade com relação à igreja de Corinto e o seu desapontamento por não ter encontrado Tito em Trôade, Paulo se aprofundou numa longa reflexão sobre a natureza do seu ministério.
Assim, dividimos essa seção “E”, conforme a BEG, igualmente em seis: 1. A vitória no ministério (2.14-17) – já vimos; 2. A carta viva (3.1-3) – já vimos; 3. A nova e excelente aliança (3.4-4.6) – concluiremos agora; 4. Vasos de barro (4.7-5.10) – começaremos a ver agora; 5. O ministério da reconciliação (5.11-6.13); e, 6. Nenhuma comunhão com os incrédulos (6.1 4-7.4)
3. A nova e excelente aliança (3.4-4.6) - continuação.
Paulo continuou a descrever a natureza do seu ministério focalizando a glória associada ao seu trabalho.
Apesar dos retrocessos e fracassos, Paulo não desistia da esperança, porque o ministério da nova aliança no poder transformador do Espírito Santo é excelente e muito poderoso.
Paulo nunca atenuaria a Palavra de Deus ou tentaria modificá-la ou distorcê-la somente para o prazer de seus ouvintes (CF. Gl 1.10). Ele afirmou que os seus inimigos praticavam esse tipo de fraude e distorção.
E se o evangelho ainda está encoberto, é para os que estão perecendo que ele permanece encoberto, sendo que o deus deste século, Satanás (cf. I Jo 5.19), é quem os cega.
Este mundo está caído e cheio de impiedade durante essa fase que antecede a volta de Jesus. Quando ele vier, ele trará completamente “o mundo por vir" (Lc 18.30; cf. Gl 1.4; a BEG recomenda também a leitura e reflexão em seu excelente artigo teológico "O plano das eras", em Hb 7).
É o diabo quem cega o entendimento dos incrédulos para que não lhes resplandeça a glória do evangelho de Cristo, que é a imagem de Deus.
O texto grego não possui um termo para "não" como é utilizado aqui. As palavras "não" ou "talvez não" (expressando propósito) também são traduções aceitáveis. Os incrédulos não estão totalmente lúcidos ao avaliarem as afirmações do evangelho (a menos que Deus, por meio do evangelho, os ilumine; 4.6).
Quem disse que nós nos pregamos a nós mesmos? Não! Não pregamos a nós mesmos. O ponto crucial não era se as pessoas aceitavam ou rejeitavam Paulo, mas como elas reagiam a Cristo, a quem Paulo pregava.
Alguns pregadores (como os inimigos de Paulo) chamavam a atenção tanto para eles mesmos que o seu orgulho próprio e auto exaltação encobriam a glória de Cristo.
A razão para não pregarmos a nós mesmos é que somente Deus dá uma vida nova e espiritual. Paulo recorreu à história da criação (Gn 1.3) para enfatizar o significado da revelação de Cristo.
A vinda de Cristo e a salvação que ele trouxe deram início à atividade recriadora de Deus, inaugurando a nova criação. Por essa razão, a "iluminação do conhecimento da glória de Deus" em Cristo é tão maravilhosa quanto a primeira luz da criação (cf. 5.17; Jo 1.1-10; Ap 21.1-5).
No Antigo Testamento, a glória de Deus era a luz brilhante que circundava a presença do próprio Deus. Ela conduziu o povo para fora do Egito como um pilar de nuvem de dia e um pilar de fogo à noite (ÊX 13.21-22).
Mais tarde, no tempo de Moisés, ela preencheu o tabernáculo (Ex 33.8-13; 40.34-38) e mais tarde ainda, nos dias de Salomão, o templo (1Rs 8.10-11). Porém, ela deixou o templo na época de Ezequiel por causa dos pecados do povo (Ez 10.4,18-19; 11.23).
Ela retornou somente na presença de Jesus (J0 1.14). Em contraste com a face de Moisés, sobre a qual a glória de Deus se apagou, a glória brilha eternamente de maneira brilhante "na face de Cristo".
4. Vasos de barro (4.7-5.10).
Dos vs. 4.7 ao 5.10, veremos Paulo discorrendo sobre os vasos de barro. Esses versículos expressam a confiança do apóstolo em Deus. Apesar da condição humilde de sua existência humana, Paulo experimentou a glória da nova aliança (4.7-18) e manteve seus olhos fixos no que não é visto e no que é eterno (4.18).
Em consequência disso, ele era capaz de superar qualquer tipo de desânimo e adversidade.
O tesouro que ele fala é o ministério do evangelho e a glória da nova aliança do Espírito Santo que o acompanha. O vaso de barro é a nossa natureza humana fraca, incluindo o nosso corpo físico, mas não limitada a ele. Isso está em grande contraste com a glória do evangelho. Essa é a maneira de Deus de trabalhar por intermédio daqueles que são fracos ou inexpressivos aos olhos humanos (cf. 12.9; 1Co 1.26-31).
Nos vasos de barro, Deus colocou o tesouro da salvação, o evangelho de Jesus Cristo.
O apóstolo admitiu que o seu ministério havia sido muito difícil: ele havia sido severamente pressionado, amedrontado, perseguido e maltratado fisicamente. No entanto, ainda afirmava que, apesar desses problemas, Cristo não havia deixado de cuidar dele: ele não foi angustiado, desanimado e nem destruído.
O ministério cristão não é fácil, mas suas dificuldades trazem glória a Deus na medida em que ele triunfa sobre elas.
Os sofrimentos de Paulo e suas dificuldades externas eram evidências para todos de que ele não tinha força eficaz nele mesmo.
Assim conto Cristo morreu, Paulo sabia que ele era tão bom quanto se estivesse "morto" em termos de sua própria habilidade para cumprir o seu ministério.
Como Paulo, como todos os crentes, estava em união com Cristo, ele falou da morte de Cristo e de sua ressurreição como um padrão pelo qual entender as suas próprias experiências como um apóstolo de Cristo.
Ele via os seus próprios sofrimentos como uma parte dos de Cristo (veja 1.5; veja também o excelente artigo teológico da BEG “A união com Cristo", em Gl 6). Deus usou a fraqueza de Paulo como um meio de proclamação do poder de Jesus.
Embora Paulo tivesse sofrido muitas tentações (como Jesus sofreu), o resultado de seu ministério foi o poder da vida e ressurreição espirituais nos outros.
Os que recebem a mensagem e que se beneficiam do ministério parecem se sair melhor neste mundo do que a pessoa que leva a eles esse ministério e que sofre mais pela causa do evangelho. Isso segue o padrão de Cristo (cf. 8.9).
Se a fé é genuína, ela normalmente se expressa mediante palavras que afirmam a confiança no que Deus prometeu. Paulo citou SI 116.10 da Septuaginta (a tradução grega do AT): “Cri, por isso falei”. Com esse mesmo espírito de fé, também nós cremos, por isso também falamos – vs. 13.
Falamos assim porque sabemos que aquele que ressuscitou ao Senhor Jesus dentre os mortos, também nos ressuscitará com Jesus e nos apresentará com todos eles. Essa é nossa esperança que não falha, mas gera a fé, pela certeza de quem a prometeu, o qual é fiel para cumpri-la.
Paulo esboçou o objetivo do ministério cristão, no vs. 15. A glória e a honra de Deus são o objetivo final, mas os passos para alcançar esse objetivo incluem o benefício daqueles que receberam o ministério e o aumento do número de pessoas que se beneficiaram. Quanto mais pessoas são redimidas e quanto mais elas são abençoadas, mais Deus recebe honra.
Era por isso que ele declarava que não se desanimava – vs. 16. Essa frase repete o vs. 1 onde Deus traria glória a ele mesmo, mesmo por meio da fraqueza e do desânimo do ministério de Paulo.
O seu homem exterior poderia estar se corrompendo com a idade, mas o seu homem interior, não. O contraste entre o exterior e o interior não é simplesmente entre o corpo e a alma, mas também entre a natureza antiga e caída da humanidade e a renovada.
Embora, segundo uma avaliação comum, as suas tribulações não fossem leves (4.8-12; 6.4-10: 11.23-33), em comparação com a glória eterna que seria dele um dia, Paulo as percebia como transitórias e leves.
Paulo enxergava os problemas como uma preparação para uma grande recompensa futura para os crentes. A fé e a obediência de um crente - no sofrimento - são prazerosas e memoráveis para Deus (Rm 8.17-18; 1 Pe 1.6-7). Nem todo sofrimento é, em si, entretanto, prazeroso para Deus. Apenas aquele que é suportado em fé ("por causa de Jesus"; vs. 11) receberá o elogio de Deus.
O mundo invisível é um tema frequente nessa epístola. O mundo invisível é o mais importante, porque ele se tornará os novos céus e a nova terra que herdaremos quando Cristo retornar. O mundo visível no qual vivemos agora é passageiro.
II Co 4:1 Pelo que, tendo este ministério,
segundo a misericórdia que nos foi feita,
não desfalecemos; II Co 4:2
pelo contrário, rejeitamos as coisas que,
por vergonhosas, se ocultam,
não andando com astúcia,
nem adulterando a palavra de Deus;
antes, nos recomendamos à consciência
de todo homem,
na presença de Deus,
pela manifestação da verdade.
II Co 4:3 Mas, se o nosso evangelho ainda está encoberto,
é para os que se perdem que está encoberto,
II Co 4:4 nos quais o deus deste século
cegou o entendimento
dos incrédulos,
para que lhes não resplandeça
a luz do evangelho da glória de Cristo,
o qual é a imagem de Deus.
II Co 4:5 Porque não nos pregamos a nós mesmos,
mas a Cristo Jesus como Senhor
e a nós mesmos
como vossos servos,
por amor de Jesus.
II Co 4:6 Porque Deus, que disse: Das trevas resplandecerá a luz,
ele mesmo resplandeceu em nosso coração,
para iluminação do conhecimento da glória de Deus,
na face de Cristo.
II Co 4:7 Temos, porém, este tesouro
em vasos de barro,
para que a excelência do poder
seja de Deus
e não de nós.
II Co 4:8 Em tudo somos atribulados,
porém não angustiados;
perplexos,
porém não desanimados;
II Co 4:9 perseguidos,
porém não desamparados;
abatidos,
porém não destruídos;
II Co 4:10 levando sempre no corpo o morrer de Jesus,
para que também a sua vida se manifeste em nosso corpo.
II Co 4:11 Porque nós, que vivemos,            
somos sempre entregues à morte
por causa de Jesus,
para que também a vida de Jesus
se manifeste
em nossa carne mortal.
II Co 4:12 De modo que, em nós,
opera a morte,
mas, em vós,
a vida.
II Co 4:13 Tendo, porém, o mesmo espírito da fé,
como está escrito:
Eu cri;
por isso, é que falei.
Também nós cremos;
por isso, também falamos,
II Co 4:14 sabendo que aquele que ressuscitou o Senhor Jesus
também nos ressuscitará com Jesus
e nos apresentará convosco.
II Co 4:15 Porque todas as coisas existem
por amor de vós,
para que a graça,
multiplicando-se, torne abundantes
as ações de graças
por meio de muitos,
para glória de Deus.
II Co 4:16 Por isso, não desanimamos;
pelo contrário, mesmo que o nosso homem exterior se corrompa,
contudo, o nosso homem interior
se renova             
de dia em dia.
II Co 4:17 Porque a nossa leve e momentânea tribulação
produz para nós
eterno peso de glória,
acima de toda comparação,
II Co 4:18 não atentando nós
nas coisas que se vêem,
mas nas que se não vêem;
porque as que se vêem
são temporais,
e as que se não vêem
são eternas.
Como comparar dois padrões tão diferentes entre si? Por exemplo, um grão de areia com uma montanha. Assim, Paulo via a questão de nossos sofrimentos atuais com relação à nossa glória futura e breve.
O pior de todos os sofrimentos que o homem já suportou em vida não se compara ao mínimo da glória que está reservada aos filhos de Deus que estão em Cristo Jesus.
A Deus toda glória! p/ pr. Daniel Deusdete.
...
Obs.: O texto acima foi elaborado com base na Bíblia de Estudo de Genebra - disponível em nossa loja nas cores preta, vinho ou azul. Valor promocional R$ 145,00 (fev/2019 - preço sujeito a variações, conforme o mercado). Adquira conosco e ganhe um ebook da série Projeto 1189. Código: BRINDE_BEG. Envie-nos um email com o comprovante de sua compra na Semeadores: contato@ossemeadores.com.br.

domingo, 3 de janeiro de 2016

II Coríntios 3 1-18 - A NOVA ALIANÇA E OS CRENTES COMO CARTAS VIVAS DE DEUS!

Ressaltamos que II Coríntios foi escrita para expressar carinho e gratidão pelo arrependimento que houve em Corinto e encorajar uma maior lealdade a Paulo como um apóstolo de Cristo. Estamos vendo a parte II, cap. 3/13.
Breve síntese do capítulo 3.
O presente capítulo começa de forma espetacular comparando os crentes a cartas vivas de Deus para os homens!
Nós somos essas cartas vivas, não escritas com tinta e papel ou em tábuas e pedras, mas com carne e sangue.
Lembro-me de um testemunho de um amado pastor na Primeira Igreja Presbiteriana de Taguatinga que tinha sido intimado pelos demais pastores a apresentar seu relatório do ano que estava se findando e ele não tinha feito nenhum relato.
Os seus colegas, todos, se levantavam e apresentavam seus enormes relatórios, até que chegou a sua vez.
Ele subiu ao púlpito e sem relatos, começou a pedir que ficassem de pé tais e tais pessoas e sobre cada uma foi apresentando algo espetacular que tinha feito. No final, disse ao pastor presidente: eis ai estão os meus relatórios, todos eles, em forma de cartas vivas.
Depois Paulo vai falar da nova aliança que é muito superior à antiga, pois nela a glória de Deus está no Espírito e naquela, no que se desvanece. No entanto, somente há um jeito de perceber isso: retirando-se o véu da antiga aliança, por meio somente da fé em Cristo Jesus.
Todos os que derem ouvidos a Deus terão seus véus retirados, mas os que o resistirem e o rejeitarem por causa de suas péssimas escolhas e orgulhos, permanecerão com o véu eternamente. Não ouça, você, os espíritos, mas ouça o Espírito que ele te levará a toda a verdade.
Vejamos o presente capítulo com mais detalhes, conforme ajuda da BEG:
II. EXPLICAÇÃO SOBRE O MINISTÉRIO DE PAULO (1.3-7.16) - continuação.
Nós já explicamos que como os coríntios haviam interpretado mal as ações e motivações de Paulo, ele começou a carta com uma explicação de algumas coisas que haviam acontecido desde que os havia visto pela última vez, especialmente as maravilhas do seu ministério na nova aliança.
Assim, dividimos esta parte, conforme a BEG, em seis seções: A. Gratidão pelo consolo de Deus (1.3-11) – já vimos; B. Explicação sobre a mudança de planos (1.12-2.4) – já vimos; C. Perdão de um pecador penitente (2.5-11) – já vimos; D. Viagem à Trôade e à Macedônia (2.12-13) – já vimos; E. A maravilha do ministério da nova aliança (2.14-7.4) – estamos vendo; e, F. Alegria pela chegada de Tito (7.5-16).
E. A maravilha do ministério da nova aliança (2.14-7.4) - continuação.
Como já dissemos, dos vs. 2.14 ao 7.4, estamos vendo a grandeza do ministério apostólico. Enquanto descreve a sua ansiedade com relação à igreja de Corinto e o seu desapontamento por não ter encontrado Tito em Trôade, Paulo se aprofundou numa longa reflexão sobre a natureza do seu ministério.
Assim, dividimos essa seção “E”, conforme a BEG, igualmente em seis: 1. A vitória no ministério (2.14-17) – já vimos; 2. A carta viva (3.1-3) – veremos agora; 3. A nova e excelente aliança (3.4-4.6) – começaremos a ver agora; 4. Vasos de barro (4.7-5.10); 5. O ministério da reconciliação (5.11-6.13); e, 6. Nenhuma comunhão com os incrédulos (6.1 4-7.4)
2. A carta viva (3.1-3).
Os inimigos de Paulo usavam cartas de recomendação para apoiar a própria causa. Paulo reagiu referindo-se aos próprios coríntios como sendo a sua "carta viva" de recomendação.
Ambas as perguntas nesse versículo primeiro são retóricas e implicam a resposta "não". De modo geral, Paulo não fazia pouco das cartas de recomendação (At 15.25-26; 18.27; 1Co 16.10-11), mas aparentemente seus oponentes haviam apresentado à igreja de Corinto algumas cartas de recomendação fraudulentas.
Paulo mostrou que a sua carta era muito superior, porque ele era recomendado pela mudança de vida dos cristãos coríntios (vs. 2).
Essa afirmação indica que Paulo e seus companheiros de trabalho tinham grande afeto pela igreja de Corinto. A leitura alternativa, "seus corações", apesar de apoiada por poucos dos manuscritos antigos, é também possível e faz sentido no contexto.
Assumindo essa última leitura, Paulo estava alertando os coríntios a reconhecerem que a existência deles como igreja constituía uma carta muito mais efetiva de recomendação para ele (2.17; 1Co 9.2).
Eles demonstravam ser uma carta de Cristo, produzida pelo ministério deles. A igreja de Corinto era uma obra da graça de Deus na qual Deus havia maravilhosamente usado Paulo e seus companheiros de trabalho.
Essa "carta" que os coríntios constituíam era superior às cartas escritas dos inimigos de Paulo porque a obra do Espírito na vida dos coríntios era indubitavelmente verificável.
Os resultados observáveis na vida dos coríntios atestaram a validade (cf. "conhecida e lida por todos", vs. 2) e superioridade do ministério de Paulo acima do de seus inimigos (cf. 11.1-5; 12.11).
Eles, como cartas vivas, não foram escritos em tábuas de pedra – uma referência à lei e os Dez Mandamentos – mas, em tábuas de carne. A "carta" composta pelas vidas dos coríntios também demonstrava a validade do ministério de Paulo uma vez que a sua glória ultrapassava a glória do ministério de Moisés.
Moisés havia dado a Israel os Dez Mandamentos em tábuas de pedra (Dt 9.10), e Deus pretendia que essa lei fosse escrita no coração do seu povo (Dt 6.6)- aliás, ela estava escrita no coração de alguns (p. ex., SI 119.11).
Como um todo, entretanto, o povo de Israel rejeitou o testemunho de Deus mediado por Moisés e não amou a lei de Deus e nem a guardou no coração.
Como resultado, eles foram exilados na Assíria e na Babilônia. Mas Jr 31.33; Ez 11.19; 36.26 falaram de um dia vindouro quando Deus restauraria o seu povo do exílio. Nesse dia, todos os povos de Deus obedeceriam a ele em justiça e guardariam a sua lei.
Embora essa promessa não será totalmente cumprida até que Jesus volte (a BEG recomenda aqui a leitura e a reflexão em seu excelente artigo teológico “O plano das eras, em Hb 7”).
Paulo indicou que ela já havia começado a se cumprir mesmo durante o seu próprio ministério. Por essa razão, o seu ministério ultrapassava até mesmo o de Moisés (vs. 6-16).
3. A nova e excelente aliança (3.4-4.6).
A partir do vs. 4 ao 4.4.6, veremos a nova e gloriosa aliança. Paulo continuou a descrever a natureza do seu ministério focalizando a glória associada ao seu trabalho.
A referência do vs. 4 é à confiança de Paulo diante de Deus de que o seu ministério era autêntico e de que os coríntios eram a sua "carta de recomendação" (vs. 1) que provava isso. Entretanto, a confiança de Paulo não vinha dele mesmo, mas "por intermédio de Cristo".
Essa palavra “capazes” ou “capacidade” (NVI) é traduzida como "suficiente" em 2.16. Palavras gregas semelhantes são usadas para "suficiência" nesse versículo e "habilitou" no vs. 6.
Paulo aqui respondeu à pergunta de 2.16 ("Quem... é suficiente para estas coisas?"). Antes, ele havia desaprovado qualquer dependência de mera habilidade humana (1Co 2.1-5).
Infelizmente, os inimigos de Paulo valorizavam mais a habilidade mundana do que a competência que vem somente de Deus. A nossa suficiência vem de Deus, ou seja, toda habilidade e todo poder no ministério vem de Deus.
Por isso que ele nos capacitou, na nova aliança, a sermos ministros. O novo relacionamento legal que Deus estabeleceu com o seu povo por meio de Jesus Cristo e por meio da morte de Cristo.
Apesar de Deus não ter dado a lei mosaica como um mero conjunto de letras para operarem sem o trabalho interior do Espírito (Dt 6.6), o legalismo judaico havia reduzido a lei a pouco mais do que um código externo.
Como resultado, os legalistas judeus se baseavam nas meras leis escritas, as quais exigiam perfeita obediência, mas não davam poder para obedecer (aqui, novamente a BEG recomenda leitura e reflexão em seu excelente artigo teológico "Legalismo e antinomismo", em Rm 10).
Embora a lei matasse, por isso; o espírito, vivificava. A obra do Espírito naqueles que seguem a Cristo não é divorciada dos padrões morais da lei, porque o Espírito Santo escreve a lei de Deus no coração do homem (Jr 31.31-34; Hb 8.8-12; 9.13-14), instilando amor pelos padrões morais de Deus e poder para obedecer a eles (Rm 8.4; 1Co 7.19).
Nesse versículo, Paulo não estava querendo dizer que não havia vida espiritual durante a antiga aliança, mas simplesmente enfatizando que a lei escrita, que era característica da antiga aliança, não poderia, por si só, produzir vida no povo de Deus.
Mas o Espírito Santo, cujo ministério poderoso e doador de vidas caracteriza a nova aliança, traz nova vida numa medida muito maior e numa distribuição mais ampla do que a que estava disponível na antiga aliança.
A lei que deveria gerar vida, no entanto, foi o ministério da morte. A lei era "para vida" (Rm 7.10-11), mas ela se tornou um instrumento de morte para aqueles sem fé porque a lei os condenava quando eles não obedeciam a ela.
Tanto era verdade que os filhos de Israel não podiam fitar a face de Moisés. Mesmo na antiga aliança, durante o seu ministério a Israel infiel (Nm 32.13), Moisés tinha a glória radiante de Deus brilhando na sua face (Êx 34.29-35).
Se a aliança menos importante era, ainda assim, gloriosa, como não será de maior glória o ministério do Espírito! – vs. 8. Ou seja, não haverá uma manifestação muito mais poderosa da glória de Deus nestes tempos, quando o Espírito está mais presente e é mais poderoso?
Um dos ministérios trouxe a condenação – o da lei – e o outro a justiça. Os crentes obtém a justiça na declaração legal inicial de Deus que os declara justos ("justificação") no início da vida cristã, no desenvolvimento dos pensamentos e ações justos ("santificação") e, finalmente, na nossa futura perfeição ("glorificação").
São estas as três principais fases na vida de um cristão: a justificação (fomos justificados); a santificação (estamos sendo santificados – é um processo que não se conclui na presente era) e glorificação (seremos glorificados com Cristo Jesus).
Se o que se desvanecia, trouxe glória, imaginem o que nunca se desvanece. A antiga aliança sempre foi planejada com o objetivo de ser preliminar ao estágio final do plano de Deus para os tempos: a era da nova aliança – ela é permanente - ou seja, a nova aliança durará para sempre.
Se assim temos tal esperança, obviamente deveremos mostrar muito mais confiança. O esplendor da nova aliança, a qual não falhará ou passará (vs. 11), dava esperança ao apóstolo e aumentava a sua ousadia.
Paulo absolutamente não se envergonhava de se posicionar diante do mundo inteiro e proclamar este excelente evangelho.
A referência à ousadia relaciona a discussão dos vs. 7-11 com a defesa de Paulo do seu apostolado (10.1-2). Ele foi ousado, não vacilante, enquanto os seus inimigos o acusavam (1.17-2.4).
Nessa epístola, a sua ousadia tomou a forma de uma sinceridade destemida tão evidente que contrastava com o egoísmo fraudulento dos seus inimigos (2.17).
Eram diferente Paulo e os cristãos dos filhos de Israel que colocavam um véu sobre a face para não contemplarem o rosto do que se desvanecia.
O véu de Moisés não era usado para proteger os israelitas de serem feridos ou amedrontados pelo brilho de sua face - ele mostrava o seu rosto quando falava com eles (Ex 34.33).
Moisés usava o véu no intervalo de tempo entre os seus encontros com Deus para fazer com que os israelitas não vissem que a sua glória se "desvanecia" ou que era somente temporária (Ex 34.29-35).
Paulo enfatizou que a glória de Moisés como um ministro da antiga aliança era temporária e evanescente em contraste com a glória maior da nova aliança.
Paulo não se envergonhava de mostrar ao mundo toda a glória do novo ministério da nova aliança, porque essa glória não se desvanecerá.
Assim, o mesmo véu permanece sobre eles. Mesmo hoje, Paulo disse, muitas pessoas judias não podem ver que, por mais gloriosa que tivesse sido, a antiga aliança era um precursor temporário da nova.
Sobre eles ainda, o véu – vs. 15 - está posto sobre o coração deles. Aqui a metáfora muda de alguma maneira (como é sempre o caso nos escritos de Paulo). O véu não mais cobre a face de Moisés, mas o coração dos israelitas. Mesmo assim, o efeito é o mesmo: eles não conseguem enxergar a natureza temporária da antiga aliança.
O véu permanece somente até a pessoa se converte a Cristo. Ai, sim, o véu é retirado, pois o Senhor é Espírito e onde está o Espírito do Senhor, aí há liberdade – vs. 16-17 - ou seja, liberdade da morte, do pecado e da obediência à lei.
Paulo falou sobre a intima relação entre Cristo e o Espírito Santo. Pela virtude de sua ressurreição e ascensão, Cristo e o Espírito doador da vida estão tão intimamente identificados em função (não em pessoa) que também são idênticos na experiência do crente (1Co 15.45).
Desse modo, ao mesmo tempo, Paulo falou sobre o crente sendo habitado pelo "Espírito", pelo "Espírito de Deus", pelo "Espírito de Cristo" e por "Cristo" (Rm 8.9-11; cf. At 16.6-7).
Ao falar sobre esse relacionamento, Paulo não obscureceu a distinção entre as pessoas da Trindade, mas somente indicou que elas cooperam em suas funções.
De modo alternativo, esse versículo pode interpretar o significado de Ex 34.34, indicando que o "Senhor" desse versículo é o Espírito Santo, que atuou em Moisés de maneira semelhante à maneira que agora opera naqueles que ministram com base na nova aliança.
Uma experiência característica dos crentes da nova aliança é descrita aqui.
Diferente de Moisés (vs. 13) que cobria o seu rosto com o véu a fim de esconder a glória que se desvanecia, Paulo permanecia descoberto diante das pessoas com o rosto desvendado, sabendo que a glória da nova aliança nunca iria diminuir, mas somente aumentar, ainda que ele, na presente fase pudesse se desvanecer completamente.
Do mesmo modo, os crentes agora se mostram desembaraçadamente diante do mundo, "refletindo" na própria vida a glória de Cristo.
Longe de manifestarem glória temporária, os crentes refletem uma glória sempre crescente à medida que são transformados progressivamente à semelhança de Cristo.
As outras aplicações dessa palavra grega “transformação” no Novo Testamento se reterem à transfiguração de Cristo (Mt 17.2; Mc 9.2) e à contínua transformação dos crentes pela renovação de suas mentes (Rm 12.2).
Todos nós contemplamos – vs. 18 - a glória do Senhor conforme a imagem (como em um espelho) que estamos sendo transformados, na sua própria imagem. Uma referência ao crescimento da pessoa ao longo de sua vida à semelhança de Cristo. Trata-se de um crescimento moral e espiritual que Paulo chamou de "a crescente glória".
Os crentes estão sendo restaurados a uma semelhança cada vez maior à imagem de Deus, imagem essa que foi desfigurada na queda de Adão. Em Gl 4.19, Paulo se angustiava mesmo até que pudessem os cristãos se transformarem em verdadeiros Cristos – como me angustio até que Cristo seja formado em vós!
II Co 3:1 Começamos, porventura, outra vez a recomendar-nos a nós mesmos?
Ou temos necessidade, como alguns, de cartas de recomendação
para vós outros ou de vós?
II Co 3:2 Vós sois a nossa carta,
escrita em nosso coração,
conhecida
e lida por todos os homens,
II Co 3:3 estando já manifestos como carta de Cristo,
produzida pelo nosso ministério,
escrita não com tinta,
mas pelo Espírito do Deus vivente,
não em tábuas de pedra,
mas em tábuas de carne, isto é, nos corações.
II Co 3:4 E é por intermédio de Cristo
que temos tal confiança em Deus; II Co 3:5
não que, por nós mesmos, sejamos capazes de pensar alguma coisa,
como se partisse de nós;
pelo contrário,
a nossa suficiência
vem de Deus, II Co 3:6
o qual nos habilitou para sermos
ministros de uma nova aliança,
não da letra, mas do espírito;
porque a letra mata,
mas o espírito vivifica.
II Co 3:7 E, se o ministério da morte,
gravado com letras em pedras,
se revestiu de glória,
a ponto de os filhos de Israel não poderem
fitar a face de Moisés,
por causa da glória do seu rosto,
ainda que desvanecente,
II Co 3:8 como não será de maior glória
o ministério do Espírito!
II Co 3:9 Porque, se o ministério da condenação
foi glória, em muito maior proporção será glorioso
o ministério da justiça.
II Co 3:10 Porquanto, na verdade, o que, outrora, foi glorificado,
neste respeito, já não resplandece,
diante da atual sobreexcelente glória.
II Co 3:11 Porque, se o que se desvanecia teve sua glória,
muito mais glória tem o que é permanente.
II Co 3:12 Tendo, pois, tal esperança,
servimo-nos de muita ousadia no falar.
II Co 3:13 E não somos como Moisés,
que punha véu sobre a face,
para que os filhos de Israel
não atentassem na terminação
do que se desvanecia.
II Co 3:14 Mas os sentidos deles se embotaram.
Pois até ao dia de hoje,
quando fazem a leitura da antiga aliança,
o mesmo véu permanece,
não lhes sendo revelado que,
em Cristo, é removido.
II Co 3:15 Mas até hoje, quando é lido Moisés,
o véu está posto sobre o coração deles.
II Co 3:16 Quando, porém, algum deles se converte ao Senhor,
o véu lhe é retirado.
II Co 3:17 Ora, o Senhor é o Espírito;
e, onde está o Espírito do Senhor,
aí há liberdade.
II Co 3:18 E todos nós,
com o rosto desvendado,
contemplando, como por espelho,
a glória do Senhor,
somos transformados,
de glória em glória,
na sua própria imagem,
como pelo Senhor,
o Espírito.
No futuro, ninguém poderá alegar que fomos privilegiados em relação aos demais porque conhecemos ao Senhor e nisso prosseguimos, pois diante de todos a justiça, o amor e a verdade estão expostos claramente, mas para poderem ver, é necessário abandonar o que se desvanece e seguir o novo. A novidade de vida é Cristo Jesus!
A Deus toda glória! p/ pr. Daniel Deusdete.
...

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