domingo, 2 de agosto de 2015
domingo, agosto 02, 2015
Jamais Desista
Malaquias 2 1-17 - DEUS ODEIA O DIVÓRCIO!
Estamos vendo o último livro do Antigo
Testamento. Malaquias estava se dirigindo a um povo desiludido, desanimado e
cheio de dúvidas, cuja experiência era incompatível com a compreensão que eles
tinham da era messiânica após o exílio.
Estamos na parte II – A infidelidade de
Israel, no segundo capítulo.
II. A INFIDELIDADE DE ISRAEL (1.6-2.16) - continuação.
Como já dissemos, a nação de Israel
encontrava-se em séria rebeldia contra Deus. Nesses versículos, o profeta tinha
identificado algumas das principais maneiras nas quais os israelitas haviam
sido infiéis a Deus.
O foco de Malaquias seguia duas direções:
A. As violações feitas pelos sacerdotes (1.6-2.9) – continuaremos vendo e B. As violações feitas pelo povo (2.10-16) – veremos agora.
A. As violações feitas pelos sacerdotes (1.6-2.9) - continuação.
Estamos vendo nessas partes as violações
feitas pelos sacerdotes. O fracasso dos sacerdotes era uma razão especial para
a ira de Deus contra Israel. Também dividimos a parte “A” em duas: 1. O culto
corrompido em Judá (1.6-14) – já vimos
e 2. O julgamento de Deus que cairia sobre os sacerdotes (2.1-9) – veremos agora.
2. O julgamento de Deus que cairia sobre os sacerdotes (2.1-9).
Até o verso 9, estaremos vendo a negligência
da lei. Além de oferecer sacrifícios impróprios, os sacerdotes negligenciavam o
ensino e o cumprimento da lei de Deus. Por essas razões, o julgamento divino
viria contra eles.
O capítulo começa direcionando a
advertência aos sacerdotes que tinha a obrigação de cumprirem, serem exemplos e
ensinarem a lei. O Senhor os ameaçava com o lançamento de maldições (Dt 28.20),
inclusive sobre as bênçãos deles. Nesse caso, "bênçãos" poderia se
referir tanto às bênçãos que os sacerdotes recebiam dos dízimos do povo (Nm 18.20),
quanto ao pronunciamento da bênção por parte dos sacerdotes na hora dos sacrifícios
(Nm 6.24-26).
Eles deveriam dar ouvidos ao Senhor que os
advertia e se disporem para honrarem o nome do Senhor dos Exércitos.
Embora os sacerdotes cumprissem muitos dos
rituais exigidos, o coração deles não tinha o propósito de honrar a Deus. Ao
contrário, eles buscavam a própria honra. Apesar de Deus ter lhes dado uma
chance para o ouvir e obedecer, ele resolveu mesmo amaldiçoá-los porque não
iriam honrá-lo mesmo.
Seria por causa deles que ele iria destruir
a descendência deles e ainda esfregar nas suas faces os excrementos dos animais
oferecidos nas festas, depois os lançaria fora, juntamente com os excrementos. Esclarece-nos
a BEG que os excrementos eram as vísceras dos animais sacrificados que deveriam
ser queimadas fora do acampamento (veja Ex 29.14; Lv 8.17; 16.27).
Seria então nesse momento que haveriam de
saber que Deus os tinha dado essa advertência para que sua aliança fosse
mantida. Quando nas Escrituras é dito isso (por exemplo, em Ezequiel há cerca
de 96 vezes que isso é falado: “então saberão que o Senhor é Deus”) já não
resta mais nada a se fazer. É a palavra de juízo se cumprindo e o povo
reconhecendo isso tardiamente, infelizmente.
A aliança de Deus é uma aliança de vida e
paz – vs. 5. Quem gosta de falar dessa forma da aliança de Deus a definindo assim,
é Gerard Van Groningen, teólogo, autor do livro da Cultura Cristã “Criação e
Consumação”, “Revelação Messiânica”, entre outros (recomendamos!).
É muito provável que essa seja uma alusão à
aliança feita com Fineias (Nm 25.10-13). Nessa aliança, Deus prometeu ao neto
de Arão que a sua família sempre seria a família sacerdotal de Israel, para que
me temesse.
Entretanto, como era o caso em todas as
alianças bíblicas, uma violação flagrante levaria a maldições. Nos dias de
Malaquias, os levitas haviam violado de tal maneira as suas responsabilidades
que foram ameaçados com maldições.
No verso 7, uma lição do papel do sacerdote
(Veja Ed 7.10; Os 4.6.):
·
Ele
é mensageiro do Senhor dos Exércitos.
·
Seus
lábios devem guardar o conhecimento.
·
Sua
boca deve ministrar a instrução na lei.
Tal como Fineias antes deles (vs. 5), os
levitas eram responsáveis por ensinar a lei de Moisés (Lv 10.8,11). A ligação
entre sacerdócio e instrução, existente na lei, é vigorosamente estabelecida em
2Cr 15.3.
No entanto, eles tinham se desviado do
caminho. (Veja Ne 13.29.) Os sacerdotes haviam abandonado o seu chamado em
relação tanto ao ensino como à prática da verdade (veja SI 1.6; 18.21-22; At
6.7).
Além disso, tinham se mostrado parciais no
aplicar a lei. A base para essa censura era o caráter de Deus. Deus "não
faz acepção de pessoas nem aceita suborno" (Dt 10.17; cf. Lv 19.15).
Possivelmente os sacerdotes não estavam aplicando a lei igualmente para todos,
mas estavam sendo seletivos em sua aplicação com respeito à camada rica e
poderosa da sociedade.
B. As violações feitas pelo povo (2.10-16).
Até o verso 16, veremos essas violações por
parte do povo. Para melhor compreensão, seguindo a proposta da BEG, dividiremos
essa parte em duas: 1. O casamento com mulheres idólatras (2.10-12); 2. O
divórcio das esposas israelitas (2.13-16).
1. O casamento com mulheres idólatras (2.10-12).
A falta de fidelidade para com Deus levava
à dissolução do casamento. Em relação a isso, Malaquias trata de dois
problemas: repreendeu os homens dentre o povo porque eles estavam se casando
com mulheres idólatras (vs. 10-12) e mostrou desaprovação quanto ao fato de
eles estarem se divorciando de maneira ilegítima de suas esposas israelitas
(vs. 13-16).
Nos versos 10-12 veremos o problema do povo
com casamentos com mulheres idólatras. Deus expressou consternação pela maneira
como os homens judeus haviam sido desleais ao casarem-se com mulheres gentias e
idólatras.
A BEG esclarece que a menção ao Pai no
verso 10, embora tenham defensores de que se refira a Abraão, o paralelo na
segunda sentença (mesmo Pai, mesmo Deus) torna mais plausível que Malaquias
esteja se referindo a Deus (1.6; Ex 4.22-23; Dt 32.6; ls 63.16; 64.8; Jr
3.4,19; 31.9).
O fato era que Judá se tinha tornado
desleal - essa palavra é usada cinco vezes nessa seção (vs. 10-11, 14-16). Ela Aparece
também em Jr 3.20 com referência à infidelidade conjugal. Judá havia se
afastado de tal modo de Deus que havia violado as exigências centrais de
fidelidade expressas em sua aliança com o Senhor.
Por ele se tornar desleal, abominações
tinham sido cometidas. Aqui, a palavra hebraica “abominação”, empregada de
maneira proeminente em Deuteronômio, refere-se a práticas religiosas idólatras
(Dt 7.25-26; 13.13-15; 18.10-12), embora também possa se referir à transgressão
sexual (Lv 18.22, 26,29-30; Dt 24.1-4). A coisa repugnante que tinham cometido
foi a profanação do santuário. A palavra traduzida como "santuário"
pode se referir ao templo; nesse caso, a inferência seria que o homem que era
casado com uma mulher estrangeira ia ao templo não como Deus exigia, mas profanado
pela sua esposa pagã.
O termo 'santuário' também pode se referir
ao povo separado para o serviço de Deus (veja “santa semente” em Is 6.13 e “folhagem
santa” em Ed 9.2, onde a mesma palavra hebraica aqui traduzida como “santuário”
é traduzida, respectivamente como “semente” e "linhagem").
Judá tinha profanado o santuário do Senhor,
o qual ele ama ao ter se casado com adoradora de Deus estranho. Essa frase se
refere ao ato de casar-se com uma mulher ainda comprometida com um deus
estranho; ou seja, casar-se com uma idólatra, alguém de fora da aliança (cf. Gn
24.3-4; Ex 34.12-16; Dt 7.1-4; Is 23.12-13; IRe 11.1-10).
A BEG comenta que o Antigo Testamento não
proibia casamentos inter-raciais ou Interétnicos (p. ex., Zípora [Ex 2.21],
Raabe [Js 2.1; Mt 1.5], Rute [Rt 1.4; 4.10-22; Mt 1.5]), mas proibia que o povo
de Deus se casasse fora da fé.
Casamentos envolvendo mulheres idólatras se
constituíram num grande problema durante o período pós-exílio (Ed 9.1-2; Ne
13.23-27). Essa mesma instrução continua no Novo Testamento (1Co 7.39; cf. 2Co
6.14).
O profeta incomodado com tanto descaso
pronuncia sua palavra e desejo de que o Senhor eliminasse ou lançasse fora (NVI)
das tendas de Jacó todos os homens que violaram a aliança do Senhor. Essa
terminologia “O Senhor eliminará” – vs. 12 - é aplicada a várias penalidades
nas Escrituras que indicam as maldições da aliança.
2. O divórcio das esposas israelitas (2.13-16).
Uma segunda violação do casamento – vs. 13 aos
16 - aparece em primeiro plano: os homens de Israel estavam divorciando-se de
suas esposas israelitas de modo ilegítimo.
O fato estranho era que eles enchiam de
lágrimas o altar do Senhor com suas preces e súplicas, passando-se por vítimas por
que o Senhor não lhes dava atenção, nem respondia suas orações.
Eles se esqueciam de que tinham sido
infiéis. O Senhor era testemunha contra eles por terem se esquecido da mulher
da mocidade deles. Veja o vs. 15; Pv 5.18. Ela era a mulher da aliança deles.
A fidelidade à aliança com Deus deve
encontrar expressão visível no casamento das pessoas que compreendem o seu povo
(Pv 2.17). No Novo Testamento, o apóstolo Paulo instrui da mesma maneira o povo
de Deus (Ef 5.22-33).
O casamento é coisa séria. A união entre um
homem e uma mulher vai além do físico, além de uma simples troca de prazeres em
uma relação a dois. De fato os dois se tornam uma só carne. Veja Gn 2.24.
“Não
foi o Senhor que os fez um só? Em corpo e em espírito eles lhe pertencem. E por
que um só? Porque ele desejava uma descendência consagrada. Portanto, tenham
cuidado: Ninguém seja infiel à mulher da sua mocidade.” Malaquias 2:15.
Ato contínuo, vem a forte declaração do
Espírito Santo que DEUS ODEIA O DIVÓRCIO – vs. 16. Embora o divórcio nunca seja
a atitude ideal a ser seguida pelo fiel, ele é sancionado pelas Escrituras sob
certas circunstancias (veja Dt 24.1.4; Is 50.1; Mt 19.9; 1Co 7.15). Aqui, nesse
ponto, a BEG recomenda a leitura de seu excelente artigo teológico “Casamento e
divórcio", em Mt 19.
A ligação entre divórcio e violência ("Eu odeio o divórcio", diz o Senhor, o
Deus de Israel, e "o homem que se cobre de violência como se cobre de
roupas") pode refletir as circunstancias difíceis e perigosas que o
divórcio impunha sobre as mulheres nos tempos antigos. Contrair casamento ou
obter uma esposa era algumas vezes retratado simbolicamente pelo ato de se cobrir
com uma veste (veja Rt 3.9; Ez 16.8).
A exortação é forte e precisa a favor do
bom senso de não serem infiéis. Malaquias já havia acusado os judeus de serem
infiéis para com Deus pelo fato de violarem a aliança (vs. 11). Aqui ele os
encoraja a deixar de prosseguir na apostasia.
III. O JUSTO JULGAMENTO DE DEUS (2.17-4.6).
Entraremos com o último versículo deste
capítulo 2, vs. 17, na terceira e última parte do livro de Malaquias. Veremos
doravante o justo julgamento de Deus.
A segunda parte das profecias de Malaquias,
na terceira parte do livro, se concentra na questão da justiça divina.
Deus irá realmente ser justo? Irá ele
realmente punir o ímpio e premiar o justo? Como ele fará isso? Quem será
julgado? Quem será premiado?
Esses capítulos se dividem em três seções:
a certeza da justiça de Deus (2.17-3.5), a oferta divina da bênção (3.6-12) e a
importância de servir a Deus (3.13-4.6) que formarão nossa divisão proposta,
seguindo sempre a BEG: A. A certeza da justiça de Deus (2.17-3.5) – começaremos a ver agora; B. A oferta
divina da bênção (3.6-12); e, C. A importância de servir a Deus (3.13-4.6).
Deus estava decidido a julgar o seu povo
com justiça. Apesar das aparências, Israel podia estar seguro de que Deus
enviaria o Messias para julgar e purificar o seu povo. Deus ainda ofereceu a
Israel a oportunidade de arrepender-se e receber as suas bênçãos. O serviço
fiel a Deus era de absoluta importância, pois no futuro o justo e o ímpio
seriam separados pelo julgamento divino.
A. A certeza da justiça de Deus (2.17-3.5).
Até o verso 5, do próximo capítulo
estaremos vendo essa certeza da justiça de Deus. Os cínicos em Israel afirmavam
de modo acusatório que Deus não estava prestando atenção ao mal e à injustiça.
Deus respondeu que ele enviaria um
mensageiro para preparar o caminho, após o qual ele voltaria para o seu templo
para julgar os ímpios.
Ml 2:1 Agora,
ó sacerdotes, este mandamento e para vós.
Ml 2:2 Se não ouvirdes, e se não propuserdes no vosso
coração
dar honra ao meu nome, diz o Senhor dos exércitos,
enviarei a maldição contra vós,
e amaldiçoarei as vossas bênçãos;
e já as tenho amaldiçoado,
porque não aplicais a isso o vosso coração.
Ml 2:3 Eis que vos reprovarei a posteridade,
e espalharei sobre os vossos rostos o esterco,
sim, o esterco dos vossos sacrifícios;
e juntamente com este sereis levados para fora.
Ml 2:4 Então sabereis que eu vos enviei este
mandamento,
para que o meu pacto fosse com Levi,
diz o Senhor dos exércitos.
Ml 2:5 Meu pacto com ele foi de vida e de paz;
e eu lhas dei para que me temesse;
e ele me temeu, e assombrou-se por causa do meu nome.
Ml 2:6 A lei da verdade esteve na sua boca,
e a impiedade não se achou nos seus lábios;
ele andou comigo em paz e em retidão,
e da iniqüidade apartou a muitos.
Ml 2:7 Pois os
lábios do sacerdote
devem guardar o
conhecimento,
e da sua boca
devem os homens
procurar a instrução,
porque ele é
o mensageiro do
Senhor dos exércitos.
Ml 2:8 Mas vós vos desviastes do caminho;
a muitos fizestes tropeçar na lei;
corrompestes o pacto de Levi, diz o Senhor dos
exércitos.
Ml 2:9 Por isso também eu vos fiz desprezíveis,
e indignos diante de todo o povo,
visto que não guardastes os meus caminhos,
mas fizestes acepção de pessoas na lei.
Ml 2:10 Não temos nós todos um mesmo Pai?
não nos criou um mesmo Deus?
por que nos havemos aleivosamente uns para com outros,
profanando o pacto de nossos pais?
Ml 2:11 Judá se tem havido aleivosamente,
e abominação se cometeu em Israel e em Jerusalém;
porque Judá profanou o santuário do Senhor,
o qual ele ama, e se casou com a filha de deus
estranho.
Ml 2:12 O Senhor extirpará das tendas de Jacó
o homem que fizer isto, o que vela,
e o que responde, e o que oferece
dons ao Senhor dos exércitos.
Ml 2:13 Ainda fazeis isto:
cobris o altar do Senhor de lágrimas,
de choros e de gemidos,
porque ele não olha mais para a oferta,
nem a aceitará com prazer da vossa mão.
Ml 2:14 Todavia perguntais:
Por que?
Porque o Senhor tem sido testemunha
entre ti e a mulher da tua mocidade,
para com a qual procedeste deslealmente
sendo ela a tua companheira
e a mulher da tua aliança.
Ml 2:15 E não fez ele somente um, ainda que lhe
sobejava espírito?
E por que somente um?
Não é que buscava descendência piedosa?
Portanto guardai-vos em vosso espírito,
e que ninguém seja infiel
para com a mulher da sua mocidade.
Ml 2:16 Pois eu detesto o divórcio,
diz o Senhor Deus de Israel,
e aquele que cobre de violência o seu vestido;
portanto cuidai de vós mesmos,
diz o Senhor dos exércitos;
e não sejais infiéis.
Ml 2:17 Tendes enfadado ao Senhor com vossas palavras;
e ainda dizeis:
Em que o havemos enfadado?
Nisto que dizeis:
Qualquer que faz o mal passa por bom
aos olhos do Senhor,
e desses é que ele se agrada;
ou: Onde está o Deus do juízo?
Eles, na verdade, estavam enfadando o Senhor
com seus pecados - Is 43.24 – e ainda diziam no que estariam eles cansando a
Deus. Acusar Deus de injustiça é de fato não conhecer a Deus que é justiça. Poderia
a justiça ser injusta? Isso é um absurdo! Assim, o deus que imaginavam não era
o Deus justo, mas um que poderia por eles ser manipulado.
Em Malaquias, as ofensas giravam em tomo da
rejeição cínica do governo moral de Deus e do espírito petulante do seguidor
que constantemente coloca Deus à prova.
O povo de Judá enfrentava provações e
ameaças vindas dos povos que os circundavam e ansiava por justiça contra os
seus inimigos. Uma vez que Deus ainda não havia eliminado as nações santificas,
eles questionavam a sua justiça, mas eles mesmos não obedeciam nem buscavam a
Deus.
p.s.:
link da imagem original: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjhJRQukpSDSVWwZQiNWccck1zGqIQy-fB_fouxaRgx_chXI4J0t_g4VC1BOe7qkL_f-iMscfHnLIIAizGJ4t0I7dsdjQl8Tz6M5-cJuGBy8vdeOgHbFuy-vQD3qEFDEErYW-yA5n1gsZbj/s640/MALAQUIAS+A+SACRALIDADE+DA+FAM%25C3%258DLIA+%252813%2529.PNG
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sábado, 1 de agosto de 2015
sábado, agosto 01, 2015
Jamais Desista
Dia 27/40 - UNIDOS, MAS NO SENHOR, SEJA PARA A VIDA, SEJA PARA A MORTE!
Nossa reflexão de hoje sobre a unidade,
sobre o estar juntos nos levará ao livro de Daniel, no capítulo 3.
C. Livramento da fornalha (3.1-30).
C. Livramento da fornalha (3.1-30).
Neste capítulo,
veremos em seus 30 versículos, Deus libertando três jovens fiéis da fornalha
acesa 7 vezes mais.
Para instruir os seus leitores sobre o fato
de que o povo de Deus deveria admirar seus companheiros e manter-se fiel
somente a Deus, Daniel relata o livramento miraculoso de seus amigos da
fornalha ardente operado por Deus.
Ilustra também a verdade de que, no final,
Deus frustrará os intentos até mesmo dos reis mais poderosos que tentam levar o
seu povo a abandonar o seu Deus para adorar outras divindades.
Isso nos relembra outras histórias bíblicas
igualmente importantes como o caso da rainha Ester e Mordecai que enfrentaram
um desafio de morte certa e anunciada previamente pelo inimigo, mas que Deus
fez o caso reverter a favor dos seus.
A BEG nos diz que as opiniões diferem
quanto à identidade dessa extraordinária imagem, se seria do próprio
Nabucodonosor ou de uma divindade babilônica, ou apenas um obelisco.
Do que se sabe a respeito da tradição
religiosa da Babilônia, parece provável que a imagem era de Bel ou de Nabu, o
deus patrono de Nabucodonosor.
Prostrar-se diante da imagem dessa
divindade indicaria também submissão a Nabucodonosor, o representante da
divindade (cf. 2.46).
Provavelmente, o ouro recobria a fabricação
da imagem, sendo ela muito parecida com o que é descrito em Is 40.19; 41.7; Jr
10.3-9. As suas medidas eram de sessenta côvados de altura por seis de largura.
As proporções são a razão que levaram alguns a concluir que a imagem era um
obelisco e não uma forma humana (as proporções do corpo humano são de seis para
um e não de dez por um como essa imagem).
Continua a BEG a nos esclarecer que,
entretanto, a imagem pode ter sido colocada sobre um pedestal, ou apresentar
uma forma estilizada no campo de Dura. Sua localização é incerta. É normalmente
associada com Tolul Dura, localizada cerca de 10 km ao sul da cidade de
Babilônia.
Foram juntados por ordem do rei os
sátrapas, os prefeitos, os governadores, os conselheiros, os tesoureiros, os
juízes, os magistrados, e todos os oficiais das províncias. Todos eles estavam
juntos, mas não com o Senhor.
As responsabilidades precisas desses sete
tipos diferentes de oficiais são desconhecidas. Cinco dos sete parecem ser de
origem persa, talvez indicando que Daniel não completou a redação desse relato
até depois do início do governo persa em 593 a.C.
Eles deveriam vir à dedicação da estátua
juntamente e todos estavam de pé diante daquela imagem e o pregoeiro clamou em
alta voz ordenando que todos os povos, nações e gente de todas as línguas assim
que ouvissem o som de certos instrumentos, deveriam se prostrar e adorarem a
imagem de ouro do rei Nabucodonosor.
Os instrumentos usados para o anúncio, para
o toque que iria desencadear a adoração da estátua seria dado por trombeta,
flauta, harpa, cítara, saltério, gaita de foles e de toda a sorte de música.
Três dos seis termos usados para os diferentes tipos de instrumento musical são
responsáveis pelas únicas palavras emprestadas do grego ("cítara",
"harpa" e "gaita de tole") que encontramos em Daniel.
Isso não surpreende, uma vez que o
intercâmbio de músicos e seus instrumentos entre as cortes reais tem uma longa
história. A presença desses termos gregos, portanto, não se constituem numa
evidência conclusiva de que esse relato tenha sido escrito após a conquista de
Alexandre o Grande.
O fato que marcava o evento era a forte presença
da música dos instrumentos agitando o povo como querendo nele provocar grande
comoção e alegria.
O castigo seria terrível para quem não
cumprisse a ordem do rei. E foi preparada para isso uma fornalha ardente.
Fornalhas ou fornos eram muito usados na Babilônia para cozer tijolos (Gn
11.3). Não era incomum ver tais fornalhas serem usadas para execução pelo fogo
(citações referencias da BEG: Jr 29.22; veja Heródoto 1.86; 4.69; veja também
2Macabeus 7 [um livro apócrifo]).
A ordem foi dada, os instrumentos tocados e
uma grande cerimonia de adoração teve inicio massageando assim o ego do rei. No
entanto, alguns caldeus, aqui, o termo “caldeu” é mais bem compreendido como
indicativo de uma nacionalidade em vez de uma função, como fora no capítulo
anterior.
Os informantes desprezavam os judeus
simplesmente porque eram judeus (vs. 12; Et 3.5-6). A posição privilegiada de
Sadraque, Mesaque e Abede--Nego (2. 49) aguçou a hostilidade dos caldeus contra
eles (vs. 12). Pelo que os caldeus os acusaram de não cumprirem a ordem do rei
de adoração de sua estátua de ouro. Os infratores eram Sadraque, Mesaque e
Abede-Nego.
Na acusação deles, percebe-se lances de
grande inveja pelo fato de terem jogado na cara do rei que aqueles eram jovens
que ele o rei tinha exaltado, como se querendo dizer que isso se tratava de um
grande absurdo por parte do rei.
Veja que Daniel não estava presente ou, se
presente, havia sido isentado de demonstrar lealdade em razão de sua alta
posição (2.48).
Nabucodonosor ficou irado, chateado com
tamanho atrevimento daqueles jovens que se recusavam a adorá-lo, prostrando-se
diante de sua estátua levantada para esse fim.
O rei os indaga pessoalmente sobre o fato e
lhes dá uma última oportunidade de arrependimento e se prepara para repetir
todo processo para eles se curvarem. Ele concluiu a sua ameça com uma frase que
o exaltava acima de qualquer coisa: quem
é o deus que vos poderá livrar das minhas mãos?
Da perspectiva gentílica e politeísta de
Nabucodonosor, não havia deus capaz de fazer esse tipo de livramento.
Inadvertidamente, Nabucodonosor desafiou o poder do Deus de Israel.
Nesses três jovens não vemos, em momento
algum, medo de perderem a sua vida por causa disso. Nos versos de 16 a 18, eles
se mantiveram firmes e disseram ao rei em resposta que se Deus quisesse, ele,
sim, os livraria, mas eles mesmos não serviriam aos deuses do rei.
Os homens não afirmaram que Deus sempre
protege o seu povo do sofrimento físico (Is 43.1-2). Embora ele possa optar por
fazê-lo, e certamente seja capaz disso, a ideia central é de que o povo de Deus
deve permanecer fiel ao seu Senhor, quaisquer que sejam as circunstâncias,
porque ele é muito mais confiável do que qualquer governante humano e mais
poderoso do que qualquer força na terra.
Assim, os seis primeiros capítulos de
Daniel exaltam o profeta e seus amigos como homens inflexivelmente fiéis a Deus
ao longo de suas provações.
O rei então ficou ainda mais irado e com
raiva daquele ultraje, daquela ousadia e confiança daqueles jovens diante dele
que era como se fosse o filho dos deuses.
Irado, o rei manda acender a fornalha sete
vezes mais e ordenou a alguns de seus homens que os atassem e os lançassem
vivos na fornalha acesa sete vezes mais.
Esses homens ataram os três jovens e
colocaram sobre eles seus mantos, túnicas, turbantes e demais roupas e foram
lançá-los na fornalha obedecendo ao rei.
Os jovens não ofereceram resistência e até,
creio, facilitaram o serviço daqueles guardas que ao executarem a ordem do rei
morreram por somente se aproximarem das fornalhas de tão quente que estava.
E assim estes três, Sadraque, Mesaque e
Abednego, caíram atados dentro da fornalha de fogo ardente. Então o rei
Nabucodonosor se espantou, e se levantou depressa; falou, e disse aos seus
conselheiros que havia no meio da fornalha que eles lançaram, um quarto homem e
o estranho era que não se queimavam, nem eram consumidos pelo fogo que,
estranho, consumiu os seus guardas.
A descrição que ele, o rei, dá do quarto
homem da fornalha era da semelhança de um filho dos deuses. No mundo antigo, a
expressão "filho dos deuses" poderia referir-se a vários tipos de
seres celestiais. Nesse caso significava anjo (vs. 28).
Nenhuma explicação é apresentada sobre o
motivo pelo qual Nabucodonosor reconheceu a quarta pessoa na fornalha como um
ser celestial. Talvez a presença miraculosa de uma quarta pessoa fosse, em si
mesma, uma razão para essa conclusão. Ou a sua aparência denotava aspectos
físicos incomuns como altura e beleza extraordinária.
O rei encantado com tudo aquilo se aproxima
da fornalha e pede aos jovens que saiam de lá de dentro. Ele chama os meninos
de servos do Deus Altíssimo. Um título para a autoridade universal de Deus.
Como no vs. 29 ("não há outro deus que possa livrar como este") e em
2.47, essa confissão nos lábios de um pagão não era um reconhecimento de que
apenas o Senhor de Daniel era Deus, mas, ao contrário, que o Deus de Daniel era
supremo sobre as outras divindades (4.2,17, 34). Nos lábios de um Israelita
essa mesma confissão indicava monoteísmo (4.24-32; 5.18,21; 7.18-27).
Em atendimento ao rei, eles saem de lá, mas
o quarto ser desaparece do cenário e da narrativa.
Foi notório a todos que o fogo não tivera
poder algum contra aqueles jovens corajosos que enfrentaram um decreto de
morte.
Nabucodonosor então lhes fala bendizendo ao
Deus deles que tinha enviado o seu anjo para estar ali com eles, os guardando
do fogo e da grande ira do rei.
Conforme a BEG, o anjo pode ser
identificado com o "anjo do SENHOR", que pode ter representado um
aparecimento de Cristo anterior à sua encarnação (cf. 6.22; Gn 16.7; Êx 3.2).
Deus prometeu a sua presença quando Israel caminhasse através do fogo (Is
43.1-3).
O passo seguinte disso foi um edito do rei
dizendo publicamente que não havia outro deus. O seu decreto dizia que todo o
povo, nação e língua que proferir blasfêmia contra o Deus de Sadraque, Mesaque
e Abednego, fosse despedaçado, e as suas casas fossem feitas um monturo;
porquanto não havia outro deus que pudesse livrar alguém dessa maneira.
O ato contínuo seguinte foi que o rei os
fez prosperar. Como essa narrativa deixa claro, sua proeminência foi resultado
de sua fidelidade a Deus, e não de um compromisso com os babilônios.
Vejam esse vídeo interessante que
complementa tudo o que foi falado:
Reparem que a unidade em si não é valorosa
quando ela não segue ao Senhor, mas no Senhor, poucos são multidão capazes de
fazer todo um reino ficar em silêncio para finalmente adorar ao Deus
verdadeiro.
Estamos juntos queridos no Senhor?
...
sábado, agosto 01, 2015
Jamais Desista
Malaquias 1 1-14 - O PROFETA MALAQUIAS E A FRIEZA ESPIRITUAL DOS SACERDOTES E DO POVO.
Nosso propósito nessa instrução geral é formar
apenas um pequeno pano de fundo para nos ajudar na leitura e reflexão desse
livro. Caso deseje maiores detalhes, recomendamos a leitura na própria BEG, de
seus comentários, bem como fazer mais pesquisas em outras fontes respeitáveis.
Autor/Características
gerais:
Entendemos que a autoria seja mesmo do
próprio profeta Malaquias, embora o assunto esteja sujeito a debates,
principalmente devido ao seu nome e a ausência de seus ascendentes/descendentes.
Propósito
geral:
Conclamar a abatida e desanimada comunidade
que vivia na Terra Prometida após o exílio para uma fé renovada por meio do
anúncio da vinda do julgamento do Messias.
Data:
Provavelmente entre 458-433 a.C.
Verdades
fundamentais:
•
Durante
os últimos anos do período do Antigo Testamento, o povo de Israel estava
corrompido pelo pecado.
•
Deus
ofereceu ao seu povo o perdão para os seus pecados.
•
Deus
prometeu que o Messias viria para purificar a nação.
•
Os
ímpios serão julgados e os justos receberão sua recompensa no julgamento
futuro.
Contextualização:
Embora não seja possível saber o tempo
exato referente ao livro de Malaquias, nos chama a atenção o fato de que esses
três, Esdras, Neemias e Malaquias, enfrentaram situações parecidas:
•
Eles
condenaram o casamento com mulheres estrangeiras (p. ex.. 2.11-15; Ne
13.23-27).
•
Eles
condenaram a negligência com respeito ao dízimo (p. ex., 3.8-10; Ne 13.10-14).
•
Eles
criticaram severamente os erros de um sacerdócio degenerado (p. ex. 1.6-2.9; Ne
13.7-8).
•
Eles
criticaram o povo pelos seus pecados sociais (p. ex., 3.5; Ne 5.1-13).
Esdras e Neemias enfrentaram essas questões
primariamente com programas de reforma, ao passo que a estratégia de Malaquias
era confrontá-los com oráculos vindos do Senhor, talvez como apoio aos
programas de seus contemporâneos.
Além disso, algumas características de Malaquias
pressupõe que ele deva ser datado ao redor do tempo de Esdras e Neemias.
•
Sua
ênfase na lei (4.4) pressupõe o ministério de Esdras de restauração da
proeminência e da autoridade da lei (Ed 7.14,25-26; Ne 8.18).
•
A
referência ao governador (1.8) situa o livro no período persa.
•
Com
base nessa evidência, alguns datam o livro entre a ida de Esdras (458 a.C.) e a
de Neemias (445 a.C.). Outros colocam Malaquias no período entre as duas
visitas de Neemias a Jerusalém ao redor de 433 a.C.
•
Embora
alguns intérpretes coloquem as profecias de Joel após esse período, é mais
provável que Malaquias seja o último profeta do Antigo Testamento.
Outros
propósitos e características:
A aliança é um dos temas proeminentes em Malaquias.
Há quatro referências explícitas à aliança:
•
A
aliança com Levi (2.4-9).
•
A
aliança dos pais (2.10).
•
A
aliança do casamento (2.14).
•
O
mensageiro da aliança (3.1).
Além dessas referências diretas, o livro
inicia com a aliança de amor de Deus (1.2-5).
A seriedade da incompetência e da
infidelidade sacerdotal é vista na erosão da fidelidade do povo comum, os quais
"profanaram a aliança" (2.10) ao serem desleais uns para com os
outros, no casamento (2.11,14) e nos seus relacionamentos sociais e econômicos
(3.5).
A não ser que se arrependessem (3.7),
estariam sob a maldição prevista na divina aliança (3.9; Lv 26.14-46; Dt
28.15-68).
Malaquias dirigiu-se a um povo desiludido,
desanimado e cheio de dúvidas, cuja experiência era incompatível com a compreensão
que eles tinham da era messiânica após o exílio.
Em vez de vitória na guerra e abundância na
natureza, eles experimentavam pobreza, seca e adversidade econômica.
As palavras de Malaquias encontraram um
povo cético a respeito das promessas de Deus e, portanto, apático em seu
compromisso de viver à luz dessas mesmas promessas e adorar e servir ao Senhor
de todo o coração.
O livro pode servir como um catecismo para
tempos de dúvida e desapontamento durante os quais o povo na igreja visível é
tentado a desligar-se de sua aliança com Deus.
O ministério do profeta deveria se
constituir no acender de uma lâmpada de fé para um povo desalentado ao
relembrá-los do amor eletivo de Deus (1.2) e na exposição das contínuas
obrigações da aliança para aqueles que verdadeiramente conheciam a Deus
(3.16-18).
Cristo
em Malaquias:
O livro de Malaquias aponta para Cristo quando:
1.
Malaquias
conclamou os que retornaram para Israel ao arrependimento, de modo que pudessem
receber as bênçãos que Deus havia oferecido ao seu povo após o exílio.
·
De
maneira muito semelhante, Cristo conclamou ao arrependimento de maneira que um
remanescente justo pudesse receber essas mesmas bênçãos (Mc 2.15).
·
Por
essa razão, Tiago aplicou o chamado ao arrependimento proclamado por Malaquias
à vida cotidiana dos crentes (Tg 4.8; cf. MI 3.7).
2.
Malaquias
predisse que o culto a Deus se espalharia por todas as nações (1.11), e Cristo
e seus apóstolos abriram as portas da salvação às nações gentílicas como nunca
acontecera antes (At 10.9-48; Ef 2.11-13).
3.
Malaquias
predisse que a renovação do povo de Deus aconteceria por meio da obra de um
"mensageiro" (3.1) da aliança, o qual seria precedido pelo
"profeta Elias" (4.5; cf. 3.1-2).
·
O
Novo Testamento identifica especificamente Jesus como esse mensageiro e João
Batista como aquele que o precedeu, o qual ministrou no espírito e no poder de
Elias (Mt 11.14; 17.10-12; Lc 1.17).
Assim, Jesus purificou o templo (Jo
2.14-17) como havia predito o profeta (3.1,3) e purificará completamente o povo
de Deus quando retornar em glória (Ap 21.22-27).
Esboço,
conforme a BEG:
Também seguiremos a proposta de divisão da
BEG, em três partes:
I. A REALIDADE DO AMOR DE DEUS (1.1-5).
II. A INFIDELIDADE DE ISRAEL (1.6-2.16).
III. O JUSTO JULGAMENTO DE DEUS (2.17-4.6).
Malaquias 1 1-14 – Segmentação e reflexões.
Estamos iniciando o último livro do Antigo
Testamento. Ele é pequeno e somente tem quatro capítulos, mas veremos nele
coisas profundas envolvendo principalmente a volta do Senhor Jesus.
I. A REALIDADE DO AMOR DE DEUS (1.1-5)
Deus afirmou o seu amor especial pelo povo
de Israel a despeito das provações do exílio.
Dos versos de 1 ao 5, veremos essa
realidade do amor de Deus. O Senhor revelou urna disputa entre ele mesmo e
Israel. Ele afirmava amar a nação, mas os israelitas, que estavam vivendo em
condições desapontadoras após o exilio, duvidavam do amor de Deus por eles.
O Senhor respondeu a essas dúvidas
relembrando-os de que ele havia escolhido Jacó, o ancestral deles, e rejeitado
Esaú, o ancestral de Edom.
Embora Israel houvesse experimentado a ira
de Deus durante o exílio e ainda a estivesse experimentando depois dele, Edom
era “Povo-contra-quem-o-Senhor-está-irado-para-sempre” (1.4).
Além disso, Israel viva sob as eternas
promessas do seu Senhor da Aliança, as quais finalmente levariam à benção, mas
Edom nunca se levantaria a tais alturas.
Compare esse início “Sentença” ou “Uma
advertência” (NVI) com Is 13 1; Na 1.1 e Hc 1.1. Normalmente era essa uma
profecia de julgamento, o termo pode indicar um constrangimento sentido pelo
profeta em sua proclamação (veja Jr 20.9; Am 3.8). Repare que a palavra do
Senhor é pronunciada por meio de Malaquias, mas nada se fala a respeito dele.
Deus sempre os amou! Porque Deus amou Jacó,
ele soberanamente o elegeu para a salvação e escolheu os seus descendentes como
o seu povo da aliança (cf. o paralelo entre as formas dos verbos escolher e
amar em Dt 7.6-8).
Em razão do ódio de Deus contra o ímpio Esaú,
Deus trouxe maldições não apenas sobre ele, mas também sobre os seus
descendentes. Vale lembrar que a ira de Deus, expressa aqui pela BEG como “ódio”
é santa, pura, verdadeira, como são todos os atributos divinos.
O amor de Deus tem o seu início na
eternidade (Jr 31.3) e se manifestou nos seus relacionamentos pactuais com o
seu povo (Ex 34.6-7; Dt 7.9; I Re 8.23).
A BEG comenta que o amor do Senhor pelo
qual ele elege pessoas para a salvação é diferente do seu amor pelo seu povo da
aliança, mas relacionado a ele.
·
Seu
amor eletivo nunca será eliminado; ele necessariamente resulta na salvação
daqueles que são amados.
·
Seu
amor pelo povo da aliança é refletido em sua misericórdia e paciência para com
eles acima de qualquer outro povo, mas pode ser retirado em resposta à
desobediência desse povo e não necessariamente resulta na sua salvação.
Observação:
nesse momento, ela a BEG recomenda a leitura de seu excelente artigo teológico
"Predestinação e presciência", em Rm 8.
O Senhor os tinha amado, mas eles diziam em
que nos tinha amado o Senhor, ou seja, duvidavam desse amor por causa do que
estava acontecendo com eles.
O amor pactual de Deus supostamente deveria
levar a um amor recíproco por parte de Israel (Ex 20.6; Dt 7.9), mas não foi
essa a reposta. Ao contrário, o povo de Deus desafiou a sua afirmação de que
ele os amava.
A eleição de Deus por Jacó e não Esaú, no
passado, continuava a ter relevância para o seu relacionamento com Israel
durante o ministério de Malaquias.
Embora a nação tivesse suportado muito
sofrimento, havia suficiente evidência nos relacionamentos históricos de Deus
com Israel para assegurá-los de seu amor por eles.
Mas, ao contrário, as dificuldades de Israel
o levaram a duvidar do amor de Deus por eles.
A história patriarcal de Jacó e Esaú no
Gênesis indica claramente que a escolha que Deus fez de Jacó não foi baseada em
mérito (veja especialmente Gn 25.21-34).
Deus ama os pecadores, os quais, por
natureza, seriam objetos do seu desprazer e ira (Lc 15.2; Ef 2.3-5), no
entanto, lhes permite viverem e desfrutarem da vida que Deus lhes deu. Quanto mais
aderente o homem for às leis de Deus, mais ele será abençoado e terá vida longa
e próspera; do contrário, sofrerá as consequências de suas próprias escolhas.
Deus abomina os idólatras (Jr 44,4-5; Os
9.15), os malfeitores (SI 5.5), os ímpios e os que amam a violência (SI 11.5;
veja também Pv 6.16-19).
As Escrituras algumas vezes usam o verbo
aborrecer no sentido de 'amar menos' (veja Gn 29.30.31; Dt 21.15-17; Lc 14.26).
O contexto imediato (vs. 3-4), entretanto,
sugere que aqui aborrecer envolve uma rejeição ativa, desprazer ou desfavor que
são manifestados numa justiça retributiva.
Não se trata simplesmente de que Esaú
(Edom) recebesse bênçãos menores, ou em menor quantidade do que Jacó, mas que
ele sofreu sob o julgamento irado de Deus.
Veja o uso feito por Paulo desse versículo
em Rm 9.13. Para outros exemplos desse uso de aborrecer, veja, além das
passagens citadas acima, 2.16; Is 61.8; Am 5.21.
Até os montes de Esaú, que Deus aborreceu,
sofreu assolação. Muito provavelmente se refere à ocupação de Edom pelos árabes
nabateus.
Inicialmente Moisés usou de um tratamento
benevolente para com os edomitas (Nm 20.14-19), mas, diante de sua contínua
perseguição ao povo de Deus, eles se tomaram objeto do julgamento divino (Is
34.5-17; Jr 25.17-18,21; Ez 25.12-14; Ob 1).
Em Am 9.11-12, Edom é visto como objeto de
um ataque vitorioso da casa restaurada de Davi. Como resultado desse ataque,
alguns edomitas que permaneceriam vivos aceitariam a salvação.
Com toda probabilidade, Malaquias tinha em
mente a derrota de Edom na grande batalha entre Israel e os inimigos ao seu
redor a qual havia sido profetizada anteriormente.
Deus é o Senhor soberano da História, cujos
propósitos redentores foram e são realizados tanto dentro quanto fora da nação
de Israel (veja o vs. 11; Gn 12.3).
II. A INFIDELIDADE DE ISRAEL (1.6-2.16).
A nação de Israel encontrava-se em séria
rebeldia contra Deus. Os sacerdotes demonstravam desrespeito pelo nome de Deus
ao corromper o culto e negligenciar a lei. Ao violar o dom do casamento dado
por Deus, o povo tinha uma fé enfraquecida.
Do verso 6 ao capítulo 2, verso 16,
estaremos vendo essa segunda parte que falará dessa infidelidade de Israel.
Nesses versículos, o profeta identificou algumas das principais maneiras nas
quais os israelitas haviam sido infiéis a Deus.
O foco de Malaquias segue duas direções: as
violações por parte dos sacerdotes (1.6-2.9) e as violações por parte do povo (2.10-16).
Elas formarão nossa divisão proposta. A. As violações feitas pelos sacerdotes
(1.6-2.9) – começaremos a ver agora e
B. As violações feitas pelo povo (2.10-16).
Doravante, até o verso 9, do capítulo
segundo, veremos essas violações feitas pelos sacerdotes. O fracasso dos
sacerdotes era uma razão especial para a ira de Deus contra Israel. Repetimos aqui,
novamente essa frase muito pertinente de nosso amigo, pastor Hernandes Dias Lopes:
“A teologia determina a vida.
Os
sacerdotes deixaram de ensinar a Palavra
e
o povo se corrompeu.
Práticas erradas
são
frutos de princípios errados.
Eles
estavam lidando
de
forma errada uns com os outros,
porque estavam lidando
de forma errada com Deus.” (H.D.L.)
No altar, os sacerdotes ofereciam animais
imperfeitos e doentes, cometendo, desse modo, maldição e violação no local para
onde deveriam ter trazido bênção e purificação.
Em seu ensino e julgamento, eles violavam a
aliança com Levi, fazendo com que muitos tropeçassem; ademais, demonstravam
parcialidade.
Se continuassem a violar os regulamentos
sacerdotais, Deus os repudiaria e levantaria um sacerdócio puro - e, por
implicação, um reino puro - de entre as nações gentílicas.
Esse material se divide em duas partes: 1.
O culto corrompido em Judá (1.6-14) – veremos
agora e 2. O julgamento de Deus que cairia sobre os sacerdotes (2.1-9).
1. O culto corrompido em Judá (1.6-14).
Até o final deste capítulo primeiro,
veremos a profanação do culto em Judá. Os sacerdotes haviam demonstrado
profundo desrespeito para com a santidade de Deus ao adorar e sacrificar de
acordo com seus próprios desejos em vez de observar os regulamentos de Deus
O Antigo Testamento fala de Deus como pai
de Israel, e de Israel como seu filho (p. ex., Dt 8.5). Onde está a minha
honra? Os pais humanos são honrados pelos seus filhos, mas Israel não honrava o
seu Pai divino que havia feito muito mais do que qualquer pai humano.
Como na primeira denúncia, Deus falou sobre
a sua bondade para com Israel (vs. 2) para esclarecer por que ele esperava
fidelidade da parte do seu povo.
Deus não é apenas paternal para com o seu
povo, mas governa sobre ele como Pai ou Senhor real. Nessa qualidade ele não é
apenas um rei compassivo gentil, paciente e gracioso, mas também o Senhor
soberano que cuida das necessidades.
Ele protege a vida e preserva a justiça do
seu povo. Em todos os sentidos ele é merecedor do respeito deles, no entanto o
que faziam é desprezar a Deus, seu Pai e seu Senhor.
Esse desprezo era o oposto de honrar e
temer ao Senhor (1.7,12-13). A palavra desprezo é usada frequentemente em
Provérbios (p. ex., Pv 1.7; 15.20; 23.9; 23.22; veja também 2Sm 12.9-10).
No contexto do culto, o nome de Deus é
equiparado à sua presença especial, sua especial atenção aos interesses do seu
povo que se aproxima dele (veja 1Rs 8.28-29).
Mediante as suas práticas sacrificais
negligentes, os sacerdotes dos dias de Malaquias haviam demonstrado pouco
respeito para com o fato maravilhoso de que o Deus de todas as coisas os abençoaria
com a sua presença e pelo fato de estar acessível a eles.
Os israelitas desafiavam a afirmação de
Deus de que eles demonstravam desdém ou desrespeito pelo seu nome. Aparentemente,
eles sentiam que suas práticas eram aceitáveis, ou seja, eles queriam que Deus
se curvasse às suas ideias e não o contrário, que cada um respeitasse ao Senhor.
Uma das formas de desrespeito deles era
levando pão imundo ao altar. Uma referência aos sacrifícios de animais (vs. 8).
‘Imundo’ aqui, significa cerimonialmente imundo e, portanto, inaceitável.
Deus não se mostra ofendido meramente pelas
imperfeições ritualísticas, mas também pelas atitudes que estão por trás dessas
imperfeições (veja Gn 4.3-5; Hb 11.4). No Antigo Testamento essa expressão “a
mesa do Senhor” era usada com referência ao altar apenas aqui e no vs. 12. No
Novo Testamento, ela se refere à Ceia do Senhor (I Co 10 21).
Também desrespeitavam trazendo animais
cegos, aleijados, doentes como se fosse um descarte necessário ao invés da
prestação de um culto a uma divindade. E se oferecessem o mesmo a alguma
autoridade de sua época, teriam eles coragem de fazer isso?
A lei proibia expressamente essas ofertas (Lv
22.22; Dt 15.21). Deus afirma que os israelitas não ousariam apresentar tal
oferenda a um mero líder humano. Ele certamente merecia um tratamento melhor
que o dispensado aos governadores humanos.
Seria melhor que o culto cessasse, que as
portas do templo se fechassem – vs. 10 - do que fosse realizado de um modo que
violava a lei e, portanto, fosse ofensivo a Deus. Deus se recusava a aceitar
tais ofertas que eles insistiam em ofertar e querer que Deus aceitasse.
Deus respondeu às práticas sacrificais
inaceitáveis dos judeus do tempo de Malaquias, enfatizando que, um dia, ele
seria honrado entre os gentios, mesmo que os judeus continuassem a se rebelar.
O triunfo futuro do seu reino glorioso “desde
o Levante até ao Poente" (SI 50.1; veja também Is 45.6; 59.19) resultaria
no verdadeiro culto entre os gentios.
O Novo Testamento testifica o início dessa
mudança, pois apenas poucos judeus creram no Messias (Mt 8.10-11; At 13.46-48).
Jerusalém permaneceria como centro do culto
a Deus mesmo depois que os gentios começassem a participar em grande número (Is
2.2-4; 66.19-21; Zc 14.16-21); entretanto, esse culto teria inicio em todas as
partes do mundo.
»MALAQUIAS [1]
Ml 1:1 A
palavra do Senhor a Israel, por intermédio de Malaquias.
Ml 1:2 Eu vos tenho amado, diz o Senhor.
Mas vós dizeis:
Em que nos tens amado?
Acaso não era Esaú irmão de Jacó?
diz o Senhor;
todavia amei a Jacó,
Ml 1:3 e aborreci a Esaú;
e fiz dos seus montes uma desolação,
e dei a sua herança aos chacais do deserto.
Ml 1:4 Ainda que Edom diga:
Arruinados estamos,
porém tornaremos e edificaremos as ruínas;
assim diz o Senhor dos exércitos:
Eles edificarão,
eu, porém, demolirei;
e lhes chamarão:
Termo de impiedade,
e povo contra quem o Senhor está irado para sempre.
Ml 1:5 E os vossos olhos o verão, e direis:
Engrandecido é o Senhor ainda além dos termos de
Israel.
Ml 1:6 O filho honra o pai, e o servo ao seu amo;
se eu, pois, sou pai, onde está a minha honra?
e se eu sou amo, onde está o temor de mim?
diz o Senhor dos exércitos a vós,
ó sacerdotes, que desprezais o meu nome.
E vós dizeis:
Em que temos nós desprezado o teu nome?
Ml 1:7 Ofereceis sobre o meu altar pão profano, e
dizeis:
Em que te havemos profanado?
Nisto que pensais, que a mesa do Senhor é desprezível.
Ml 1:8 Pois quando ofereceis em sacrifício um animal
cego,
isso não é mau?
E quando ofereceis o coxo ou o doente,
isso não é mau?
Ora apresenta-o ao teu governador;
terá ele agrado em ti?
ou aceitará ele a tua pessoa?
diz o Senhor dos exércitos.
Ml 1:9 Agora, pois, suplicai o favor de Deus,
para que se compadeça de nós.
Com tal oferta da vossa mão,
aceitará ele a vossa pessoa?
diz o Senhor dos exércitos.
Ml 1:10 Oxalá que entre vós houvesse
até um que fechasse as portas
para que não acendesse debalde o fogo do meu altar.
Eu não tenho prazer em vós,
diz o Senhor dos exércitos,
nem aceitarei oferta da vossa mão.
Ml 1:11 Mas desde o nascente do sol até o poente
é grande entre as nações o meu nome;
e em todo lugar se oferece ao meu nome incenso,
e uma oblação pura;
porque o meu nome é grande entre as nações,
diz o Senhor dos exércitos.
Ml 1:12 Mas vós o profanais, quando dizeis:
A mesa do Senhor é profana,
e o seu produto, isto é, a sua comida, é desprezível.
Ml 1:13 Dizeis também:
Eis aqui, que canseira!
e o lançastes ao desprezo,
diz o Senhor dos exércitos;
e tendes trazido o que foi roubado,
e o coxo e o doente;
assim trazeis a oferta.
Aceitaria eu isso de vossa mão?
diz o Senhor.
Ml 1:14 Mas seja maldito o enganador que,
tendo animal macho no seu rebanho,
o vota, e sacrifica ao Senhor o que tem mácula;
porque eu sou grande Rei,
diz o Senhor dos exércitos,
e o meu nome é temível entre as nações.
A promessa desse versículo está sendo
cumprida hoje à medida que Cristo reúne o seu reino de sacerdotes dentre as
nações (Ap 7.9-10), e será consumada no futuro quando as nações se juntarem
para cultuar a Deus em pureza na nova Jerusalém (Ap 21.2,10).
Deus promete que isso acontecerá
certamente, mas eles insistiam dizendo que a mesa do Senhor era imunda, que sua
comida era desprezível e que isso tudo era uma canseira e se riam com desprezo
do Senhor dos Exércitos – vs. 12 e 13.
Então Deus amaldiçoa o que procede dessa
maneira tentando enganar a Deus e aos homens: “maldito seja o enganador” – vs.
14. As leis que regulamentavam as ofertas voluntárias exigiam a apresentação de
uma oferta perfeita.
Essa passagem indica uma tentativa de
fraudar o Senhor e se refere ao que acontecia no intervalo entre o voto e a sua
realização (SI 76.11).
Quando Deus intitulava a si mesmo como
"pai" e 'senhor" (vs. 6), esses termos eram usados num sentido
de realeza. Deus é o grande Pai real de Israel. A revelação de Deus como rei
permeia as Escrituras (p. ex., Ex 15.18; Nm 23.21; Dt 33.5; SI 93-100).
...