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quarta-feira, 8 de julho de 2015

Naum 2 1-19 - O JUÍZO PARA NÍNIVE E A RESTAURAÇÃO PARA ISRAEL.

Estamos vendo o livro de Naum que é apresentado como profeta de Deus, e Nínive, como o objeto de sua mensagem de severo julgamento.
III. JULGAMENTO PARA NÍNIVE E SALVAÇÃO PARA O POVO DE DEUS (1.9-2.2) - continuação.
Como já dissemos, estamos vendo que Naum declarou o severo julgamento de Deus contra Nínive, mas assegurou que o povo de Deus seria libertado da opressão.
Esses versículos foram divididos em seis pequenas seções: A. O julgamento de Nínive (1.9-11) – já vista; B. A salvação de Judá (1.12-13) – já vista; C. O julgamento de Nínive (1.14) – já vista; D. A salvação de Judá (1.15) – já vista; E. O julgamento de Nínive (2.1) – veremos agora; e, F A salvação de Judá e de Israel (2.2) – veremos agora.
E. O julgamento de Nínive (2.1).
Nínive foi destruída. O destruidor subiu contra ela. Deus declarou que os assírios não teriam mais vitórias sobre o seu povo; eles falhariam e seriam destruídos.
Em agudo contraste com relação ao chamado à celebração em Judá, Nínive foi chamada a se preparar para um ataque.
Os assírios, que haviam destruído muitas nações, incluindo Israel, espalhando seus habitantes sobre a face da terra, agora experimentariam destino semelhante.
Em agosto de 612 a.C., as forças combinadas dos medos e dos babilônicos destruíram Nínive, e pouco tempo depois o dobre final dos sinos soou sobre o Império Assírio.
F. A salvação de Judá e de Israel (2.2).
Enquanto para a Assíria havia a noite de destruição e ruína, para o povo de Deus esse momento se transformaria num novo dia de restauração e esplendor.
O profeta, ao citar Jacó e Israel, provavelmente faz uma referência aos reinos do sul e do norte, ambos os quais seriam restaurados.
O Novo Testamento explica que o esplendor da restaurada Israel vem para todos (judeus e gentios), ou seja, para todos os que seguem Cristo fielmente (Mt 5.12; 1 Co 3.11-15; Ap 11.18) por que em Cristo não há judeu nem grego, escravo ou livre, homem ou mulher; porque todos são um em Cristo Jesus. E, se são de Cristo, então, sãos descendência de Abraão e plenos herdeiros de acordo com a Promessa – Gl 3.28,29.
IV. UMA VISÃO VÍVIDA DO FIM DE NÍNIVE (2.3-10).
Aqui Naum descreveu vividamente a devastação de Nínive. Veremos até o verso dez, uma visão vívida do fim de Nínive.
Naum descreveu com imagens dramáticas a maneira como Nínive seria capturada e saqueada. Ele se posicionou, por assim dizer, sobre as muralhas de Nínive, para testemunhar o ataque.
Essa predição foi inicialmente cumprida quando a Babilônia tomou Nínive em 612 a.C.; e será finalmente cumprida quando Cristo retornar. Que glorioso não será este dia da volta do Senhor? No entanto devemos tomar muito cuidado com os falsos alarmes de sua vinda procurando enganar se possível os próprios eleitos.
Somente não seremos enganados e derrotados por causa da graça soberana da eleição do Senhor, por que em nós não resta salvação alguma – Jn 2.9.
Seria do Senhor (v. 2) que viria a destruição. Os guerreiros e carruagens dos agressores pertenciam ao Senhor e estavam a serviço dele. Eles eram imponentes e estavam com escudos e vestes avermelhadas fazendo referência ao sangue ou sendo a cor de seus próprios trajes de guerra.
Diz-nos a BEG que o hebraico não é claro ao se referir ao cintilamento do aço e das lanças vibrando, mas transmite a impressão geral de estarem preparados e ávidos por guerra.
Também eles foram instrumentos do Senhor para executarem juízo contra as nações, em seu tempo de glória, mas agora, eles mesmos estavam enfrentando o juízo de Deus, pelos excessos cometidos quando serviam aos propósitos de Deus.
Nínive estava agitada com a atividade frenética dos defensores e/ou agressores. No verso 4, tudo parece indicar que o exército invasor se aproximava em suas carruagens de guerra e a cidade se preparava para a batalha posicionando também as suas defesas deixando as ruas ou campos abertos num verdadeiro caos.
O verso 5 parece narrar o calor da batalha onde o rei assírio e suas "tropas escolhidas", especialmente às divisões de comando correm agitadas e confusas em direção aos muros de defesa, mas encontram o inimigo já muito próximo e o terror se espalha. Não haveria como contê-los, principalmente porque ou já estavam trabalhando no desvio do rio ou vinham contra eles como uma enchente de um rio caudaloso.
Há relatos que relacionam a queda de Nínive à inundação quando o inimigo redirecionou as barragens do sistema de água. No entanto, a descrição é poética, não literal onde as comportas, podem, simplesmente se referir aos cincos portões que se abriam (3.13) na direção do Rio Tigre, com seus afluentes e canais. A BEG esclarece que a localização do palácio - a sede das organizações política e militar - excluiu a possibilidade de colapso por inundação.
Nínive, personificada como uma mulher (uma rainha) – vs. 7 -, iria para o exílio. Suas "escravas" (ou "servas"), as habitantes da cidade, lamentariam o destino de sua senhora.
Essa imagem impressionante do verso 8 falando dela como um tanque de águas que agora vazavam, retrata a lenta derrota da cidade sitiada que se ia escoando, sem a mínima chance de ser contida.
Essa exclamação dramática e imaginativa do saquear a prata e o ouro das suas provisões, descreve o clamor dos invasores enquanto contemplavam os saques da vitória. Registros babilônicos indicam que o saque de Nínive foi abundante.
A devastação impiedosa criaria medo mortal e paralisia entre os anteriormente poderosos ninivitas. Tudo na cidade ia se esvaindo, escorrendo e se perdendo. A fúria terrível do invasor era como um exército de gafanhotos que ia devorando toda vegetação verde e destruindo toda plantação.
A linguagem poética do verso dez indica o estado terrível em que se encontrava a antes cidade poderosa e rainha entre as nações: ela se encontrava agora vazia, esgotada, devastada. Os corações estavam derretidos, os joelhos trôpegos, os lombos doloridos e o rosto desfigurado de cada um deles.
V. A ZOMBARIA DA CONDENADA NÍNIVE (2.11-3.19).
Naum zombou da condenada Nínive. Veremos até o capítulo 3 a zombaria da condenada Nínive.
Tendo feito uma descrição vívida da queda de Nínive perante os babilônicos, o livro de Naum encerra com uma coleção de zombarias e lamentos sobre Nínive. Mesmo sendo palavras muito tristes para o ninivitas, os judeus ficariam alegres ao ouvir e ler essa seção de Naum sobre a destruição do seu inimigo.
Esses versículos se dividem em quatro seções: o sarcasmo contra Nínive, o leão (2.11-13); o "ai" sobre Nínive, uma cidade destruída (3.1-7); o sarcasmo contra Nínive, uma cidade como Tebas (3.8-17); e aplausos para Nínive, uma cidade fatalmente ferida (3.18-19). Elas formarão a divisão proposta pela BEG, conforme segue: A. Sarcasmo contra Nínive, o leão (2.11-13) – veremos agora; B. O "ai" sobre Nínive, uma cidade destruída (3.1-7); C. Sarcasmo contra Nínive, uma cidade como Tebas (3.8-17); e, D. Aplausos para Nínive, uma cidade fatalmente ferida (3.18-19).
A. Sarcasmo contra Nínive, o leão (2.11-13).
Essa é uma canção sarcástica na qual Nínive é comparada a um covil de leões. A canção zomba da cidade por causa da sua futura humilhação.
Naum usa um artifício poético para expressar como a famosa cidade seria reduzida ao esquecimento. O covil dos leões era uma imagem apropriada para descrever os agressivos, cruéis e temíveis assírios. Essa ameaça em breve seria eliminada.
»NAUM [2]
Na 2:1 O destruidor sobe contra ti.
Guarda tu a fortaleza,
vigia o caminho,
robustece os lombos,
arregimenta bem as tuas forças.
Na 2:2 Pois o Senhor restaura a excelência de Jacó,
qual a excelência de Israel;
porque os saqueadores os despojaram
e destruíram os seus sarmentos.
Na 2:3 Os escudos dos seus valentes estão vermelhos,
os homens valorosos estão vestidos de escarlate;
os carros resplandecem como o aço no dia da sua preparação,
e as lanças são brandidas.
Na 2:4 Os carros andam furiosamente nas ruas;
cruzam as praças em todas as direções;
parecem como tochas,
e correm como os relâmpagos.
Na 2:5 Ele se lembra dos seus nobres;
eles tropeçam na sua marcha;
apressam-se para chegar ao muro de cidade,
arma-se a manta.
Na 2:6 As portas dos rios abrem-se,
e o palácio está em confusão.
Na 2:7 E está decretado:
ela é despida , e levada cativa;
e as suas servas gemem como pombas,
batendo em seus peitos.
Na 2:8 Nínive desde que existe tem sido como um tanque de águas;
elas, porém, fogem agora:
parai, parai, clama-se;
mas ninguém olhara para trás.
Na 2:9 Saqueai a prata, saqueai o ouro;
pois não ha fim dos tesouros;
abastança há de todas as coisas preciosas.
Na 2:10 Ela está vazia, esgotada e devastada;
derrete-se o coração, tremem os joelhos,
e em todos os lombos há dor;
o rosto de todos eles empalidece.
Na 2:11 Onde está agora o covil dos leões,
e a habitação dos leões novos,
onde andavam o leão, e a leoa,
e o cachorro do leão,
sem haver ninguém que os espantasse?
Na 2:12 O leão arrebatava o que bastava para os seus cachorros,
e estrangulava a presa para as suas leoas,
e enchia de presas as suas cavernas,
e de rapina os seus covis.
Na 2:13 Eis que eu estou contra ti,
diz o Senhor dos exércitos,
e queimarei na fumaça os teus carros,
e a espada devorará os teus leões novos;
e exterminarei da terra a tua presa;
e não se ouvira mais a voz dos teus embaixadores.
Nínive era como o poderoso e temível leão que arrebatava o que bastava para os seus filhotes, e estrangulava a presa para as suas leoas, e enchia de presas as suas cavernas, e os seus covis de rapina. Quem poderia se lhe opor, quando saiam à caça de suas vítimas?
No entanto, o Senhor se levantou contra ela – vs. 13: “Eis que eu estou contra ti”. De um ponto de vantagem meramente humano, a destruição de Nínive aconteceria por meio do ataque de outra nação, mas Deus revelou que Nínive estava prestes a confrontar a ira do Deus de Israel. As vozes dos embaixadores assírios ditando termos e recolhendo tributos seriam permanentemente silenciadas da face da terra.
A Deus toda glória! p/ Daniel Deusdete 
http://www.jamaisdesista.com.br
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terça-feira, 7 de julho de 2015

Naum 1 1-15 - EM NAUM, DEUS É O SOBERANO GOVERNANTE DO MUNDO.

Sobre o livro de Naum.
Em nosso pequeno e humilde estudo, estaremos agora segmentando e refletindo no livro de Naum, um dos chamados profetas menores.
Estaremos nos apoiando no texto da BEG, inclusive em seus comentários. Caso desejarem maior aprofundamento, recomendamos ver essa introdução na própria BEG e em outras fontes recomendadas.
Autor/características gerais:
·           Data: 663-612 a.C.
·           Naum significa "conforto" e possivelmente seja a abreviação de uma forma mais completa, como Neemias, que significa "Javé conforta".
·           O seu nome é seguido pela designação "o elcosita" (1.1), uma possível referência ao local do seu nascimento e/ou de suas últimas atividades proféticas.
·           O testemunho interno do livro (1.12,15) prova que Judá era a região onde foi desenvolvida a atividade profética de Naum.
·           Como é o caso na maioria dos livros proféticos, o próprio profeta se escondeu atrás da sua mensagem.
·           Naum geralmente foi muitas vezes considerado de maneira incorreta como um nacionalista mesquinho que, inspirado por sentimentos de ódio e vingança, proclamou sua mensagem de julgamento contra Nínive e, ao mesmo tempo, estendeu a promessa de salvação incondicional aos judeus, seu próprio povo.
·           Essa visão negligencia a realidade de que esse livro pertence à forma literária de profecias contra nações estrangeiras (p. ex., Is 13-23; Jr 46-51; Am 1-2; Ob).
·           Naum, como um verdadeiro servo de Deus, era inspirado pelo conhecimento do domínio universal do Senhor sobre todos os reinos deste mundo.
·           Ele também era um poeta abençoado, como o seu predecessor, Isaías.
·           Naum foi contemporâneo de Sofonias, Jeremias e (possivelmente) Habacuque.
·           Naum profetizou a Judá durante os reinados de Manassés, Amom e Josias.
·           Comparando-se Jonas com Naum, pois ambos profetizaram à Nínive, temos que ambos viveram o período relativo ao julgamento por meio dos assírios, sendo que Jonas teve o seu período profético entre 786-746 a.C. (II Re 14.23-29) e Naum entre 663-627 a.C. (II Re 21.1.23.35).
·           Fazendo uso de uma rica linguagem gráfica, ele retratou vividamente a destruição total de Nínive por um inimigo anônimo e então deu voz ao alívio e alegria universais de todos aqueles que haviam sofrido sob o regime opressor do tirano impiedoso.
Propósito e características gerais:
O propósito principal era confortar Judá ao anunciar julgamentos futuros contra Nínive.
Sobre o livro de Naum de forma geral:
O livro de Naum tem um título duplo. Ele é chamado de "sentença contra Nínive" e "Livro da visão de Naum" (1.1).
·           Uma sentença geralmente indica uma mensagem divina de julgamento contra uma nação estrangeira (Is 13.1).
·           Visão se refere à experiência profética única de receber a mensagem do Senhor.
Às vezes, o profeta era instruído a escrever uma sentença específica (Is 8.1-4; 30.8) ou "todas as palavras" (Jr 36.2) que o Senhor exigia que ele proclamasse (Jr 36.1-32). Essa forma escrita fornecia então um forte testemunho adicional para a certeza do cumprimento desses pronunciamentos divinos.
O título duplo da profecia constitui, portanto, uma forte afirmação da autenticidade dessa sentença de destruição contra Nínive e da certeza do julgamento iminente de Deus sobre o reino assírio.
Sobre o Deus soberano e governador da história:
Esse livro, que geralmente é negligenciado, fornece explicações importantes para que possamos compreender o passado, o presente e o futuro.
Em Naum (também em todos os livros da Bíblia) fica claro que a história não acontece simplesmente; ela é determinada pela vontade e pelo poder de Deus:
·           No hino de abertura (1.2-8) e especialmente em 1.2-3 (o "texto" do sermão de Naum), aprendemos que o poder de Deus, bem como a orientação que ele dá à história, estão de acordo com o seu caráter como o Deus da aliança.
·           Ele ordena total submissão em todos os lugares e de todas as pessoas.
·           Rejeitá-lo - seu governo - leva ao caos. A rebelião desse tipo inevitavelmente evoca o desprazer e a ira divina e resulta em justa retribuição.
·           A paciência de Deus nunca deve ser compreendida como fraqueza.
·           Nenhum pecado ficará sem punição.
·           Por meio de sua palavra dinâmica, ele dita os acontecimentos da História.
ü  Desse modo, Naum proclamou a destruição de Nínive.
ü  Convidou o seu povo para uma alegre celebração desse acontecimento muito antes que ele ocorresse.
·           Em última análise, não são os poderes deste mundo que determinam o curso da História, mas Deus e somente Deus.
Sobre a cidade de Nínive:
A antiga cidade de Nínive era uma metrópole perversa, imperialista e enganadora, dotada de uma ânsia inescrupulosa e arrogante de poder e dominação (2.12; 3.1,4) que se manifestava em impiedosa violência militar.
Além de seus poderes militares, Nínive também foi condenada pela sua falta de escrúpulo nas práticas de comércio e o seu materialismo insaciável (2.12; 3.16).
Foi para essa cidade perversa que Naum anunciou a sua mensagem de vingança e retribuição divinas (1.8,10, 14-15; 2.10; 3.7-15).
Sobre o juízo de Deus em Nínive:
Nenhum poder terreno que desafia Deus escapa do seu julgamento. O julgamento, no entanto, não é a palavra final do Senhor.
Seus atos de retribuição são também atos de julgamento redentor que estão a serviço do seu amor pelo seu povo e de sua aliança com eles (1.15; 2.2).
Ele destrói as forças do caos com o propósito de recriar um novo mundo de liberdade, paz (1.13) e conforto duradouro. Ele conhece aqueles que confiam nele e se importa com eles (1.7).
Verdades fundamentais, conforme a BEG:
·           A glória de Deus em julgamento é digna de louvor.
·           Deus julgaria Nínive, assim como às outras nações, por maltratar o seu povo.
·           Deus manteria o seu povo fiel a salvo e o restauraria da destruição e do exílio.
Contextualização:
A referência à destruição de Nínive que estava por vir fornece a primeira pista sobre a data dessa profecia. Naum anunciou esse acontecimento (3.5-7) antes que ele acontecesse (612 a.C.).
Em 3.8, o profeta faz referência à captura de Tebas, antiga magnífica capital do Egito, pelos exércitos assírios de Assurbanipal (668-627 a.C.) em 663 a.C.
Durante o período compreendido entre 663 e 627 a.C., houve duas grandes crises no Império Assírio:
Uma veio do lado dos medos e dos citas (642-638 a.C.).
A primeira e maior crise desse período foi a revolta babilônica (652-648 a.C.) sob a liderança do irmão mais velho de Assurbanipal, que era apoiado pelos islamitas e por povos das regiões montanhosas iranianas. Os efeitos dessa revolta foram sentidos em Canaã e na Síria. A revolta foi finalmente suprimida por uma luta severa que abalou o império.
Parece mais provável que as atividades proféticas de Naum tivessem associação com essa primeira crise do que com os subsequentes problemas com os medos.
Nesse momento, a destruição de Tebas ainda estaria viva na memória do seu público. Portanto, a data mais plausível para a profecia de Naum seria entre 660 e 650 a.C., durante os dias do rei Manassés de Judá, um fiel vassalo da Assíria.
Cristo em Naum – conforme a BEG:
O livro de Naum não contém profecias messiânicas diretas, mas ainda assim as expectativas de julgamento contra Nínive e da salvação do fiel povo de Deus são cumpridas finalmente em Cristo.
Jesus e seus apóstolos declararam salvação para o povo de Deus e julgamento contra os inimigos dele.
·           Na verdade, Cristo começou o seu julgamento e a dar salvação na sua primeira vinda (Jo 5.22-30).
·           Hoje, a guerra espiritual na qual a igreja está constantemente envolvida (Mt 16.18; Ef 6.10-17) dá continuidade a esse processo.
·           Além disso, quando Cristo retornar em glória, ele destruirá todos os poderes contrários e entregará o reino para o seu Pai "para que Deus seja tudo em todos" (1 Co 15.24-28).
Esboço do livro – conforme a BEG:
I. TÍTULO (1.1).
II. LOUVOR AO GUERREIRO DIVINO (1.2-8).
III. JULGAMENTO PARA NÍNIVE E SALVAÇÃO PARA O POVO DE DEUS (1.9-2.2).
IV. UMA VISÃO VÍVIDA DO FIM DE NÍNIVE (2.3-10).
V. A ZOMBARIA DA CONDENADA NÍNIVE (2.11-3.19).
I. TÍTULO (1.1).
O título do livro é apresentado como uma advertência contra Nínive. Trata-se, portanto, do livro da visão de Naum, de Elcós. Nínive já tinha sido advertida uma vez em Jonas e se arrependeram espetacularmente, porém não foi duradouro e logo voltaram às práticas antigas pelo que o Senhor estaria anunciando o seu juízo contra ela.
Naum é apresentado como profeta de Deus, e Nínive, como o objeto de sua mensagem.
II. LOUVOR AO GUERREIRO DIVINO (1.2-8).
Naum louvou a Deus pelo seu glorioso poder ao julgar os seus inimigos. Começa o livro com um louvor ao guerreiro divino.
O hino introdutório (vs. 2-8), lembrando um poema acróstico, honra ao Senhor pelo seu caráter e pelas suas ações como o juiz universal. 1.2-3.
São diversas as características apontadas a Deus nesses seis primeiros versos.
·           O SENHOR é Deus zeloso.
Esse atributo se refere à reação apaixonada de leis contra qualquer violação da sua santidade ou qualquer tentativa de dividir a sua glória. Seu zelo exige lealdade exclusiva e se revela como fúria contra qualquer rejeição a ele e ao seu senhorio.
·           Ele é vingador! O SENHOR é vingador!
Verdadeiro à sua natureza, o juiz universal não deixa nenhum pecado sem punição e impõe o justo castigo aos pecadores. A repetição enfatiza a noção de uma retribuição inescapável e apropriada.
Isso também nos lembra do verso bíblico: minha é a vingança, eu retribuirei, diz o Senhor. Nm 31.3; Rm 12.19.
·           Seu furor é terrível!
Quem poderá resistir ao Senhor ou se lhe opor?
·           O SENHOR executa vingança contra os seus adversários e manifesta o seu furor contra os seus inimigos.
Essa terminologia – adversários/inimigos - é típica dos salmos e de imagens da guerra santa. As nações que atacaram o povo da aliança de Deus eram suas inimigas (p. ex., a Assíria, em Gn 12.3), mas o povo da aliança de Israel também poderia se tornar seu adversário (p. ex., Is 63.10).
Ressalta, no entanto a BEG, que o que torna as pessoas inimigas de Deus é o pecado flagrante, não a etnia a qual elas pertence (veja Rm 5.10; 11.28).
·           O SENHOR é muito paciente, mas o seu poder é imenso.
A paciência de Deus tem limites e a palavra nos adverte que não devemos abusar de sua longanimidade correndo o risco de sermos entregues a nós mesmos, para nossa própria ruína.
O Homem que muitas vezes repreendido endurece a cerviz, de repente será destruído sem que haja remédio. Pv 29:1.
Uma bem conhecida confissão da paciência de Deus com o povo da sua aliança (Ex 34.6-7; Nm 14.18; Ne 9,17; SI 86.15; 103.8; 145.8; JI 2.13) que também descreve o modo como ele trata com as nações gentias (veja Jo 4.2).
·           O SENHOR não deixará impune o culpado.
A paciência de Deus nunca implica fraqueza ou aceitação do mal.
O que justifica o ímpio, e o que condena o justo, tanto um como o outro são abomináveis ao Senhor. (Pv 17.15).
Também estes são provérbios dos sábios: Ter respeito a pessoas no julgamento não é bom. O que disser ao ímpio: Justo és, os povos o amaldiçoarão, as nações o detestarão. (Pv 24:23,24).
·           O seu caminho está no vendaval e na tempestade, e as nuvens são a poeira de seus pés. Ele repreende o mar e o faz secar, faz que todos os rios se sequem. Basã e o Carmelo se desvanecem e as flores do Líbano murcham.
A palavra de Deus controla as forças do caos, como na travessia do mar Vermelho (Ex 14) e na inundação do Jordão (Js 3).
O profeta retratou poeticamente o poder do Senhor como manifestado em seu controle da natureza no julgamento. Ele está na "tormenta", "na tempestade" e nas "nuvens" (vs. 3), todas as quais estão sob o seu controle.
A natureza não deve ser confundida com Deus ou ser adorada como Deus; ela é o local onde ocorre a sua revelação.
O mar que ele repreende e os rios que ele faz secarem, aqui são usados aqui como paralelos poéticos (SI 74.12-15; Is 50.2).
A vegetação abundante dos férteis 'Basã", "Carmelo" e "Líbano" seca quando o Senhor faz o vento quente do deserto soprar sobre ela (cf. Is 2.13; 33.9; 35.2; Am 4.1).
·           Quando ele se aproxima os montes tremem e as colinas se derretem. A terra se agita na sua presença, o mundo e todos os que nele vivem.
O desprazer do Senhor que se aproxima enche a terra e as suas criaturas de terror. A criação parece ameaçada pelo caos, pois mesmo as coisas estáveis e permanentes - "os montes... a terra" (vs. 5) - são representadas metaforicamente como tremendo e desaparecendo.
No grande e último dia do Senhor, elas realmente serão destruídas (2Pe 3.7-12) e criadas novamente Ap 21.1).
Compare com a descrição de Miquéias do julgamento de Deus por meio da invasão assíria (Mq 1.3-4).
·           Quem pode resistir à sua indignação? Quem pode suportar o despertar de sua ira? O seu furor se derrama como fogo, e as rochas se despedaçam diante dele.
Essas perguntas retóricas enfatizam a impossibilidade de qualquer pessoa, e até mesmo de uma grande nação como a Assíria, de opor-se ao julgamento de Deus ou resistir a ele.
Nos versos 7 e 8, o louvor de Naum termina colocando em contraste o modo como trata com aqueles que confiam nele e com aqueles que resistem a ele.
Conforme a BEG, o fiel povo de Deus experimenta o seu maravilhoso poder como amor sagrado. "Bom" não se refere somente ao caráter de Deus, mas também à sua benevolência em relação ao seu povo fiel; ele é a fonte de toda prosperidade (SI 73.1).
Quando a ajuda é extremamente necessária, ele é um refúgio, uma fortaleza impenetrável (SI 46) aos que nele se refugiam.
As bênçãos de Deus não vêm automaticamente. Essas palavras de garantia também chamaram os leitores judeus a cocarem a sua confiança, ou segurança, em Deus, de modo que eles possam receber as bênçãos dele.
A confiança em Deus tem sido uma exigência imposta ao povo da aliança desde os dias de Moisés (p. ex., Dt 1.32). Israel era geralmente chamada à fé em tempos de incerteza e guerra (p. ex., 2Rs 18.5; Is 31.1; Sf 3.12).
Assim como o Senhor foi apontado como bom e refúgio em tempos angustiosos, protegendo os que nele confiam, ao contrário, ele seria como uma enchente devastadora contra Nínive. Essas imagens são geralmente associadas com o julgamento (p. ex., Gn 6.17; Ex 10.21).
III. JULGAMENTO PARA NÍNIVE E SALVAÇÃO PARA O POVO DE DEUS (1.9-2.2).
Dos verso 9 ao 15 e depois até o verso 2, do capítulo 2, veremos o julgamento para Nínive e salvação para o povo de Deus.
Naum declarou o severo julgamento de Deus contra Nínive, mas assegurou que o povo de Deus seria libertado da opressão.
Tendo distinguido entre a bondade de Deus em relação àqueles que confiam nele e o seu julgamento contra os seus inimigos (1.7), o profeta iniciou uma série de sentenças de julgamento contra Nínive que eram combinadas com oráculos de salvação para Judá.
Esses versículos se dividem em seis pequenas seções: julgamento (1.9-11), salvação (1 .12-13), julgamento (1.14), salvação (1.15), julgamento (2.1) e salvação (2.2). Elas formarão a seguinte divisão proposta pela BEG que estaremos seguindo: A. O julgamento de Nínive (1.9-11) – veremos agora; B. A salvação de Judá (1.12-13) – veremos agora; C. O julgamento de Nínive (1.14) – veremos agora; D. A salvação de Judá (1.15) – veremos agora; E. O julgamento de Nínive (2.1); e, F A salvação de Judá e de Israel (2.2).
A. O julgamento de Nínive (1.9-11).
Deus declarou que os assírios não teriam mais vitórias sobre o seu povo; eles falhariam e seriam destruídos.
Por causa de seu poder e força, eles imaginavam que seria fácil subjugar Israel e Judá. No entanto, todas as estratégias assírias seriam fúteis. Suas lutas e seus planos seriam agora contra o Senhor, que havia determinado a destruição deles e o faria de uma vez por todas.
Na verdade a Assíria teve somente uma grande vitória sobre o povo de Deus: a destruição de Samaria em 722-721 a.C. (2Rs 17). A tentativa de destruir Jerusalém em 701 a.C. falhou (2Rs 18.13-19.37; Is 36-37).
Embora os assírios tivessem muito poder sobre Judá, eles nunca destruíram totalmente a capital, Jerusalém. O Império Assírio caiu perante a Babilônia em 612 a.C.
A trama de perversidades de que fala o verso 11, talvez se refira ao rei assírio Assurbanipal (668-627 a.C.). A palavra mal aqui sugere algo demoníaco, como os poderes do caos.
B. A salvação de Judá (1.12-13).
O profeta se dirigiu a Judá na segunda pessoa (vs. 12). Embora o julgamento contra a Assíria seja mencionado (vs. 11), o foco principal é a libertação de Judá. O oráculo confortador assegurou ao povo de Deus que a queda da Assíria finalmente acabaria com a humilhação deles.
A bem conhecida fórmula do mensageiro profético “Assim diz o Senhor” mostra que Naum falou em nome de Deus. Ele dizia que por mais poderosos e numerosos que fossem eles, acabariam sendo ceifados e destruídos e Judá, embora tivesse sido afligida, não mais seria atormentada.
Naum pronunciou essa profecia enquanto a Assíria ainda era extremamente poderosa, provavelmente durante o reinado de Assurbanipal (668-627 a.C.).
Judá seria o estado vassalo da Assíria por muitos anos, mas a ameaça de derrota total para Judá e Jerusalém havia sido eliminada, por isso que Deus dizia, usando imagens poéticas vívidas que descrevem a emancipação de Judá (SI 2.3; Jr 2.20), que quebraria o jugo deles e romperia os seus laços – vs. 13.
C. O julgamento de Nínive (1.14).
Deus declarou o fim do Império Assírio. Como governante supremo de todo o universo, é Deus quem dá um fim a um reino. Atualmente, vemos o império islâmico crescendo e impondo terror por todos os lados e tememos muito, principalmente porque estão causando muitos danos a cristãos em todo o mundo.
No entanto, não pensem eles que são os tais, pois que Deus os tem sob controle total e são instrumentos de Deus em seu juízo, mas eles mesmos, por causa da ausência da misericórdia e da severidade, serão igualmente julgados e destruídos, como nos ensina a história em todos os tempos.
Deus deu a ordem – vs. 14 – isso enfatiza a autoridade de Deus para dirigir a história humana e a certeza de que a vontade dele seria feita.
E Nínive não terá descendentes que perpetuem o seu nome, isto é, seria perda completa de poder e prestígio por muitas gerações por vir.
Deus continua dizendo que destruiria as suas imagens esculpidas e seus ídolos de metal e todos os seus deuses. O templo e outros objetos da confiança e do orgulho assírio também seriam destruídos completamente.
Deus determinou dar um fim ao rei assírio e ao seu império; a maneira perversa como o seu povo havia sido tratado por eles fez com se tornassem desprezíveis aos seus olhos. O mesmo se aplica hodiernamente com relação a todos os reis/reinos e todos os cristãos em todo o mundo que estão sofrendo ataques sem misericórdia e com requintes de crueldade extrema.
D. A salvação de Judá (1.15).
Naum anunciou que uma sentinela traria boas-novas a respeito da derrota de Nínive.
Conforme a BEG, a aproximação de alguém que anunciaria "boas-novas", com seus pés claramente visíveis sobre vos montes" de Judá, inicia um novo período de grato serviço ao Senhor.
As "boas-novas" são resumidas numa palavra significante: "paz", a qual anunciava não somente o fim das hostilidades, mas também o estabelecimento de condições de vida abundantes e bem-estar geral após a derrota da Assíria.
Isaías estendeu essa esperança de boas-novas para além do fim do problema assírio, até o fim do exílio babilônico (Is 52.7).
Assim, o Novo Testamento faz uso da expressão "boas-novas" no termo "evangelho". O evangelho cristão anuncia que Cristo trouxe paz e alívio dos problemas do exílio.
No retorno de Cristo todos os inimigos de Deus serão destruídos e o seu povo será exaltado (Hb 10.13,27).
»NAUM [1]
Na 1:1 Oráculo acerca de Nínive.
Livro da visão de Naum,
o elcosita.
Na 1:2 O Senhor é um Deus zeloso e vingador;
o Senhor é vingador e cheio de indignação;
o Senhor toma vingança contra os seus adversários,
e guarda a ira contra os seus inimigos.
Na 1:3 O Senhor é tardio em irar-se,
e de grande poder,
e ao culpado de maneira alguma terá por inocente;
o Senhor tem o seu caminho no turbilhão e na tempestade,
e as nuvens são o pó dos seus pés.
Na 1:4 Ele repreende o mar,
e o faz secar,
e esgota todos os rios;
desfalecem Basã e Carmelo, e a flor do Líbano murcha.
Na 1:5 Os montes tremem perante ele,
e os outeiros se derretem;
e a terra fica devastada diante dele, sim,
o mundo, e todos os que nele habitam.
Na 1:6 Quem pode manter-se diante do seu furor?
e quem pode subsistir diante do ardor da sua ira?
a sua cólera se derramou como um fogo,
e por ele as rochas são fendidas.
Na 1:7 O Senhor é bom,
uma fortaleza no dia da angústia;
e conhece os que nele confiam.
Na 1:8 E com uma inundação transbordante acabará duma vez
com o lugar dela; e até para dentro das trevas
perseguirá os seus inimigos.
Na 1:9 Que é o que projetais vós contra o Senhor?
Ele destruirá de vez;
não se levantará por duas vezes a angústia.
Na 1:10 Pois ainda que eles se entrelacem como os espinhos,
e se saturem de vinho como bêbados,
serão inteiramente consumidos como restolho seco.
Na 1:11 Não saiu de ti um que maquinava o mal contra o Senhor,
aconselhando maldade?
Na 1:12 Assim diz o Senhor:
Por mais intatos que sejam, e por mais numerosos,
assim mesmo serão exterminados e passarão.
Ainda que te afligi, não te afligirei mais.
Na 1:13 Mas agora quebrarei o seu jugo de sobre ti,
e romperei as tuas cadeias.
Na 1:14 Contra ti, porém, o Senhor deu ordem
que não haja mais linhagem do teu nome;
da casa dos teus deuses exterminarei
as imagens de escultura e as de fundição;
farei o teu sepulcro, porque és vil.
Na 1:15 Eis sobre os montes os pés do que traz boas novas,
do que anuncia a paz!
Celebra as tuas festas, ó Judá,
cumpre os teus votos,
porque o ímpio não tornará mais a passar por ti;
ele é inteiramente exterminado.
Em Cristo Jesus, uma nova história está sendo escrita para o povo de Deus que em breve será resgatado e reinará com o Senhor para sempre.
Por isso que vem a exortação para Judá comemorar as suas festas e doravante cumprir os seus votos, pois que nunca mais o perverso a invadiria, ele, Nínive, seria completamente destruído.
Crises nacionais ou opressão estrangeira geralmente tornavam difícil, se não impossível, a celebração das festas importantes. Os votos feitos durante os períodos anteriores de agonia agora seriam cumpridos (SI 116.14,17-19).
A oferta de paz após a destruição da Assíria foi adiada devido à ingratidão de Ezequias (Is 39.5-7) e a contínua rebelião de Judá contra o Senhor. O próprio exílio babilônico foi estendido devido ao pecado contínuo em Israel e em Judá (Dn 9).
Em sua primeira vinda, Cristo deu início à eliminação total e permanente de todas as ameaças contra o povo de Deus, mas ele realizará totalmente essa promessa quando do seu retorno (Ap 6.9-17). 
A Deus toda glória! p/ Daniel Deusdete
http://www.jamaisdesista.com.br
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