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sábado, 4 de abril de 2015

Ezequiel 5:1-17 - O JUÍZO SOBRE JERUSALÉM, O 'UMBIGO DO MUNDO'.

Para nos situarmos na leitura e não perdemos nosso foco, estamos estudando o livro de Ezequiel composto de 48 capítulos. Veja em nosso mapa de leitura, a seguir, que estamos no primeiro capítulo “I”, na primeira parte “A”, na segunda seção “2”, estamos no capítulo 5:
I. JULGAMENTO SOBRE JUDÁ E JERUSALÉM (1.1-24.27).
A. A primeira série de visões, a vocação, os atos simbólicos e os discursos relacionados de Ezequiel (1.1-7.27).
1. Visão e vocação (1.1-3.27) – já vimos;
2. Os atos simbólicos (4.1-5.4) – concluiremos agora;
3. Discursos relacionados (5.5-7.27) – veremos agora
2. Os atos simbólicos (4.1-5.4) - continuação.
Como já dissemos, até ao verso 5.4, estaremos vendo os atos simbólicos. Assim, esses atos simbólicos, portanto, serão igualmente divididos em quatro partes: a. O tijolo de Barro (4.1-3) – já vimos; b. Deitar-se sobre o seu lado (4.4-8) – já vimos; c. Alimento racionado cozido sobre excremento (4.9-17) – já vimos; e, d. Cabelos queimados (5.1-4) – veremos agora.
d. Cabelos queimados (5.1-4).
Seguindo, como sempre, as orientações explícitas de Deus, Ezequiel apanhou uma espada afiadíssima e como navalha de barbeiro a usou juntando os cabelos de sua cabeça e barba que havia cortado e os dividiu em três partes, pesados em uma balança:
·         Um terço ele queimou.
·         Um terço picou como restolho.
·         Um terço ele espalhou ao vento, atando alguns fios que haviam restado às abas da sua túnica.
Mesmo alguns poucos desses fios que restaram foram, depois, queimados. Esses atos retratavam a severidade com que Deus logo julgaria Jerusalém.
Deus proibira os homens israelitas de se barbear ou cortar porções de sua barba (Lv 19.27). Essa lei havia sido reiterada para os sacerdotes (Lv 21.5), e Ezequiel era um sacerdote (1.1). Cortar a barba poderia ser motivo de grande vergonha pessoal (2Sm 10.4-5; 1Cr 19.5; Is 7.20; 50.6) ou um sinal de luto e lamentação (Ez 9.3; Is 15.2; Jr 7.29; 41.5; 48.37).
3. Discursos relacionados às profecias de julgamentos (5.5-7.27).
O Senhor concedeu a Ezequiel as palavras para falar sobre a destruição de Jerusalém que se aproximava.
Essa seção consiste de três oráculos de julgamento: o primeiro (5.5-17) está intimamente relacionado aos atos simbólicos precedentes e os outros focalizados na idolatria (6.1 -14; 7.1-27). Assim, também dividimos essa parte em três seções: a. Profecias explicativas de julgamento (5:5-17) – veremos agora; b. A primeira profecia de julgamento contra a idolatria (6:1-14); e. c. A segunda profecia de Julgamento contra a idolatria (7:1-27)
a. Profecias explicativas de julgamento (5: 5-17).
Dos versos 5 ao 17, terminando este capítulo, veremos a primeira seção que tratará de oráculos explicativos de julgamento. O primeiro oráculo estava estreitamente relacionado aos atos simbólicos que o haviam precedido (cf. vs. I -4 e vs. 10-13).
Deus começa a falar de Jerusalém e que a pôs no meio das nações. A frase é amplamente responsável pela noção de que Jerusalém era "o umbigo da terra" (cf. 38.12, ‘meio da terra’). Cartógrafos antigos e medievais com frequência centralizavam seus mapas ao redor da localização de Jerusalém.
No entanto, mais dos que as outras nações ao seu redor, Jerusalém agiu perversamente e se rebelou contra o seu Deus e Senhor e não andou conforme os seus estatutos, juízos, leis e ordenanças, pelo contrário, os desprezou.
Em consequência, por se mostrarem ainda pior que as outras nações, o Senhor, seria e estaria contra ela para executar nela os seus juízos severos aos olhos de todas as outras nações.
O juízo seria tão severo que eles perderiam qualquer noção de civilização a ponto de se perderem em canibalismo com pais comendo seus próprios filhos e filhos comendo seus próprios pais.
O canibalismo era uma consequência frequente de um cerco demorado; Moisés havia advertido que essa atrocidade ocorreria se a nação deixasse de obedecer (Dt 28.53-57; 2Rs 6.26-29; Lm 2.20).
Sobre eles seriam executados juízos terríveis e dos que restassem, eles seriam espalhados a todos os ventos.
A partir do verso 10 ao 13, ele retoma os versos iniciais das terças partes e as aplica aqui.
Ezequiel interpretou o simbolismo dos vs. 1-4:
·         Os cabelos queimados no fogo representavam o povo que morreria de peste e fome durante o cerco.
·         Os picados com a espada eram aqueles que morreriam em batalha fora dos muros de Jerusalém.
·         Os cabelos dispersos ao vento representavam o povo que iria para o exílio.
É intrigante que Ezequiel não tenha elaborado qualquer conjectura sobre o significado dos poucos cabelos retidos nas dobras de sua túnica; mas eles simbolizavam os sobreviventes que permaneceriam em Jerusalém (Jr 40.7-12).
No verso 11, o Senhor chega a jurar por si mesmo, não havendo alguém maior pelo qual fazer esse juramento, de que assim como profanaram o seu santuário com todas as coisas detestáveis de suas práticas abomináveis, também ele os diminuiria e não os perdoaria, nem deles teria piedade.
Somente assim é que se cumpriria a sua ira e seria satisfeito o seu furor e consolo – vs. 13 -, onde todos saberiam que Deus é o Senhor e que em seu zelo falara e neles cumprira todo o seu furor.
Ez 5:1 E tu, ó filho do homem, toma uma espada afiada;
como navalha de barbeiro a usarás,
e a farás passar pela tua cabeça e pela tua barba.
Então tomarás uma balança e repartirás os cabelos.
Ez 5:2 A terça parte, queimá-la-ás no fogo,
 no meio da cidade,
quando se cumprirem os dias do cerco;
tomarás outra terça parte, e com uma espada
feri-la-ás ao redor da cidade;
e espalharás a outra terça parte ao vento;
e eu desembainharei a espada atrás deles.
Ez 5:3 E tomarás deles um pequeno número,
e atá-los-ás nas bordas da tua capa.
Ez 5:4 E ainda destes tomarás alguns e, lançando-os no meio do fogo,
os queimarás no fogo; e dali sairá um fogo
contra toda a casa de Israel.
Ez 5:5 Assim diz o Senhor Deus:
Esta é Jerusalém;
coloquei-a no meio das nações,
estando os países ao seu redor;
Ez 5:6 ela, porém, se rebelou perversamente contra os meus juízos,
mais do que as nações,
e os meus estatutos
mais do que os países que estão ao redor dela;
porque rejeitaram as minhas ordenanças,
e não andaram nos meus preceitos.
Ez 5:7 Portanto assim diz o Senhor Deus:
Porque sois mais turbulentos do que as nações
que estão ao redor de vós,
e não tendes andado nos meus estatutos,
nem guardado os meus juízos,
e tendes procedido segundo as ordenanças
das nações que estão ao redor de vós;
Ez 5:8 por isso assim diz o Senhor Deus:
Eis que eu, sim, eu, estou contra ti;
e executarei juízos no meio de ti aos olhos das nações.
Ez 5:9 E por causa de todas as tuas abominações
farei sem ti o que nunca fiz,
e coisas às quais nunca mais farei semelhantes.
Ez 5:10 portanto os pais comerão a seus filhos no meio de ti,
e os filhos comerão a seus pais;
e executarei em ti juízos,
e todos os que restarem de ti,
espalhá-los-ei a todos os ventos.
Ez 5:11 Portanto, tão certo como eu vivo, diz o Senhor Deus,
pois que profanaste o meu santuário
com todas as tuas coisas detestáveis,
e com todas as tuas abominações,
também eu te diminuirei;
e não te perdoarei,
nem terei piedade de ti.
Ez 5:12 uma terça parte de ti morrerá da peste,
e se consumirá de fome no meio de ti;
e outra terça parte
cairá à espada em redor de ti;
e a outra terça parte,
espalha-la-ei a todos os ventos,
e desembainharei a espada atrás deles.
Ez 5:13 Assim se cumprirá a minha ira,
e satisfarei neles o meu furor,
e me consolarei;
e saberão que sou eu, o Senhor,
que tenho falado no meu zelo,
quando eu cumprir neles o meu furor.
Ez 5:14 Demais te farei uma desolação,
e objeto de opróbrio entre as nações que estão em redor de ti,
à vista de todos os que passarem.
Ez 5:15 E isso será objeto de opróbrio e ludíbrio,
e escarmento e espanto, às nações que estão em redor de ti,
quando eu executar em ti juízos com ira,
e com furor, e com furiosos castigos.
Eu, o Senhor, o disse.
Ez 5:16 Quando eu enviar as malignas flechas da fome contra eles,
flechas para a destruição,
as quais eu mandarei para vos destruir;
e aumentarei a fome sobre vós,
e tirar-vos-ei o sustento do pão.
Ez 5:17 E enviarei sobre vós a fome e feras,
que te desfilharão;
e a peste e o sangue passarão por ti;
e trarei a espada sobre ti.
Eu, o Senhor, o disse.
Dos versos de 14 ao 17, concluindo o capítulo, o Senhor continua a falar da desolação de Jerusalém e não seria mesmo pequena, mas muito terrível.
Uma desolação estaria sendo feito dela. Um objeto de opróbrio entre as nações ao seu redor, sendo ela o centro, o ‘umbigo da terra’, algo que não passaria despercebido e atrairia a atenção de todos.
Objeto de opróbrio e ludíbrio, escarmento e espanto entre as nações vizinhas seria ela quando o Senhor sobre ela executasse os seus juízos com ira, com furor e com furiosos castigos. Assim estava dizendo o Senhor.
Sobre ela, Jerusalém, a cidade no centro do mundo, estariam vindo – vs. 16 e 17:
·         Flechas malignas da fome para destruição.
·         A fome e com ela a agravação da situação com a retirada do pão.
·         A fome e feras que a desfilhariam.
·         A peste e o sangue que por eles passariam causando muita dor.
·         A espada que mataria impiedosamente.
A Deus toda glória! p/ Daniel Deusdete
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sexta-feira, 3 de abril de 2015

Ezequiel 4:1-17 - ATOS PROFÉTICOS SIMBÓLICOS.

Para nos situarmos na leitura e não perdemos nosso foco, estamos estudando o livro de Ezequiel composto de 48 capítulos. Veja em nosso mapa de leitura, a seguir, que estamos no primeiro capítulo “I”, na primeira parte “A”, na segunda seção “2”:
I. JULGAMENTO SOBRE JUDÁ E JERUSALÉM (1.1-24.27).
A. A primeira série de visões, a vocação, os atos simbólicos e os discursos relacionados de Ezequiel (1.1-7.27).
1. Visão e vocação (1.1-3.27) – já vimos;
2. Os atos simbólicos (4.1-5.4) – começaremos agora;
3. Discursos relacionados (5.5-7.27). 
2. Os atos simbólicos (4.1-5.4).
Até ao verso 5.4, estaremos vendo os atos simbólicos. A resposta inicial de Ezequiel à sua vocação por Deus foi a realização de certo número de ações simbólicas inter-relacionadas que representavam o julgamento de Deus contra a cidade de Jerusalém.
São registradas quatro fases da ação: a primeira envolvia um tijolo de barro (4.1-3); na segunda, Ezequiel deitava-se sobre o seu lado (4.4-8); na terceira o alimento era cozido sobre excremento (4.9-17) e na quarta o cabelo era queimado (5.1-4). Seguiam-se mensagens intimamente relacionadas com esses atos (5.5-7.27). Assim, esses atos simbólicos, portanto, serão igualmente divididos em quatro partes: a. O tijolo de Barro (4.1-3); b. Deitar-se sobre o seu lado (4.4-8); c. Alimento racionado cozido sobre excremento (4.9-17); e, d. Cabelos queimados (5.1-4).
a. O tijolo de Barro (4.1-3).
Ezequiel ilustrou a sua mensagem usando um tijolo de barro; essas lições concretas são chamadas de "atos simbólicos" (cf. 1Rs 11.30; 22.11; 2Rs 13.17; Is 20.2-4; Jr 13.1-4; 19.1-10).
Reparem que essas ilustrações não foram iniciativas de Ezequiel, mas estava ele seguindo as orientações de Deus que lhe falava e lhe chamava de filho do homem.
Escavações em várias localidades da Mesopotâmia trouxeram à luz tijolos ou tabletes de barro com mapas ou desenhos arquitetônicos inscritos sobre eles.
Ezequiel retrata o cerco que seria estabelecido contra Jerusalém em 597 a.C., o qual levaria à sua destruição.
A assadeira de ferro - vs. 3 - tratava-se de uma grande grelha de ferro sobre a qual se assava pão. Uma vez que Ezequiel representava Deus nesse drama em miniatura, a assadeira de ferro colocada corno muro, representava a decisão de Deus de separar-se de Jerusalém.
As orações do seu povo não o alcançariam, e ele não interviria em favor dele.
b. Deitar-se sobre o seu lado (4.4-8).
Interessante este papel de representação de Ezequiel e a sua eficácia. Como não partia dele essa ideia, Deus sabia o que estava fazendo com seu profeta.
Ezequiel deitou-se sobre o seu lado por um período prolongado de tempo, primeiro sobre um lado – 390 dias, lado esquerdo - e depois sobre o outro – 40 dias, lado direito -, para ilustrar a duração dos julgamentos que se aproximavam.
Quando Israel pecou no deserto e aqueles espias trouxeram um relatório desanimador e desfavorável o que fez o povo perder a motivação e se afundar no pecado, Deus os puniu severamente da mesma forma, um dia por um ano que estiveram espiando a terra. Eles demoraram 40 dias e tiveram que amargar o deserto por 40 anos.
Aqui a soma do amargor está em 390 mais 40, ou seja, 430 anos.
Cada dia correspondia a um ano (cf. Nm 14.13; Dn 9.24-27). O período ou os períodos correspondentes a esses números devem ter sido consecutivos (para um total de quatrocentos e trinta anos) ou coincidentes (trezentos e noventa anos ao todo).
Alguns pensam que o total de trezentos e noventa anos reflete o julgamento pelo pecado de Israel desde a ocasião em que Israel ocupou Jerusalém ou desde a data em que o templo foi dedicado até a sua destruição. Outros consideram o total de quatrocentos e trinta anos como simbólico do tempo que Israel permaneceu no Egito (Êx 12.40-41).
A questão é ainda mais dificultada pela tradução da Septuaginta (a tradução grega do AT) que apresenta um total de apenas cento e cinquenta anos.
Vemos também nesses versos, a dupla natureza do ofício profético - representar Deus diante do povo e servir como mediador diante de Deus em favor do povo - é vista na segunda metade desse ato simbólico. Ezequiel representou o povo e carregou os seus pecados (cf. Êx :32.30-32; Rm 9.3).
Muito provavelmente, Ezequiel não permaneceu totalmente imobilizado por quatrocentos e trinta dias, mas apenas por um período não especificado de tempo durante cada dia; no mínimo, ele se levantava para alimentar-se (4.8-13) e para atender a outros negócios.
c. Alimento racionado cozido sobre excremento (4.9-17).
Dos versos 9 ao 17, temos o alimento racionado cozido sobre excremento. Prosseguindo com a sua representação simbólica da destruição de Jerusalém, Ezequiel subsistiu com rações de fome durante a sua encenação do cerco de Jerusalém (Dt 28.52-57; 2Rs 6.25; 7.12; Jr 15.2; 19.9).
Ele deveria apanhar trigo, e cevada, e favas, e lentilhas, e milho miúdo, e espelta (um tipo de grão também conhecido como trigo vermelho) e metê-los numa só vasilha para com eles fazer pães para serem comidos em rações diárias conforme o número dos dias que estivesse deitado sobre o seu lado.
A porção diária seria racionada, vinte ciclos, cerca de 230 g de pão de farinha mista por dia. E também a água seria a sexta parte de um him, ou um quartilho, ou 3,47 litros, a serem bebidos de tempos em tempos.
O processo deveria ser feito na forma de bolo a ser comido e assado sobre excremento humano. Deus estava dizendo para eles comerem assim o seu pão imundo entre as nações para onde os tinha lançado.
Os requintes de pureza cerimonial eram absolutamente impossíveis de serem observados durante um cerco, mesmo para um sacerdote como Ezequiel.
O excremento humano era considerado impuro (Dt 23.13), e Ezequiel sentiu-se repugnado com a ordem de Deus, protestando que ele nunca havia violado as leis dietéticas (44.31; Êx 22.31; Lv 7.19-24; 11.8,39-40; 22.8; Dt 14.3,8).
Deus permitiu que ele aquecesse a sua comida usando esterco de gado, ainda hoje um combustível amplamente utilizado em algumas partes do Oriente Próximo; comparar com 2Rs 18.27.
Ez 4:1 Tu pois, ó filho do homem,
toma um tijolo, e pô-lo-ás diante de ti,
e grava nele uma cidade, a cidade de Jerusalém;
Ez 4:2 e põe contra ela um cerco,
e edifica contra ela uma fortificação,
e levanta contra ela uma tranqueira;
e coloca contra ela arraiais,
e põe-lhe aríetes em redor.
Ez 4:3 Toma também uma sertã de ferro,
e põe-na por muro de ferro entre ti e a cidade;
e olha para a cidade, e ela será cercada,
e tu a cercarás;
isso servirá de sinal para a casa de Israel.
Ez 4:4 Tu também deita-te sobre o teu lado esquerdo,
e põe sobre ele a iniqüidade da casa de Israel;
conforme o número dos dias em que te deitares
sobre ele, levarás a sua iniqüidade.
Ez 4:5 Pois eu fixei os anos da sua iniqüidade,
para que eles te sejam contados em dias,
trezentos e noventa dias;
assim levarás a iniqüidade da casa de Israel.
Ez 4:6 E quando tiveres cumprido estes dias,
deitar-te-ás sobre o teu lado direito,
e levarás a iniqüidade da casa de Judá;
quarenta dias te dei, cada dia por um ano.
Ez 4:7 Dirigirás, pois, o teu rosto para o cerco de Jerusalém,
com o teu braço descoberto;
e profetizarás contra ela.
Ez 4:8 E eis que porei sobre ti cordas;
assim tu não te voltarás dum lado para o outro,
até que tenhas cumprido os dias de teu cerco:
Ez 4:9 E tu toma trigo, e cevada, e favas, e lentilhas, e milho miúdo,
e espelta, e mete-os numa só vasilha,
e deles faze pão.
Conforme o número dos dias que te deitares sobre o teu lado,
trezentos e noventa dias, comerás disso.
Ez 4:10 E a tua comida, que hás de comer,
será por peso, vinte siclos cada dia;
de tempo em tempo a comerás.
Ez 4:11 Também beberás a água por medida,
a sexta parte dum him; de tempo em tempo beberás.
Ez 4:12 Tu a comerás como bolos de cevada,
e à vista deles a assarás sobre o excremento humano.
Ez 4:13 E disse o Senhor:
Assim comerão os filhos de Israel o seu pão imundo,
entre as nações, para onde eu os lançarei.
Ez 4:14 Então disse eu:
Ah Senhor Deus! eis que a minha alma não foi contaminada:
pois desde a minha mocidade até agora jamais comi
do animal que morre de si mesmo,
ou que é dilacerado por feras;
nem carne abominável entrou na minha boca.
Ez 4:15 Então me disse:
Vê, eu te dou esterco de bois em lugar de excremento de homem;
e sobre ele prepararás o teu pão,
Ez 4:16 Disse-me mais:
Filho do homem, eis que quebrarei o báculo de pão em Jerusalém;
e comerão o pão por peso, e com ansiedade;
e beberão a água por medida, e com espanto;
Ez 4:17 até que lhes falte o pão e a água,
e se espantem uns com os outros,
e se definhem na sua iniqüidade.
A sentença de Deus contra eles era muito severa e Ezequiel era o profeta que estava levando aquelas palavras, em formas simbólicas, ao povo no exílio.
Deus estava quebrando o báculo de pão em Jerusalém, ou seja, ele estava tirando o sustento de pão em Jerusalém e o que fossem comer, comeriam por peso e com ansiedade; beberiam por medida e com espanto, certos de que o que estava pouco iria mesmo acabar. Irão se definhar na fome e na sede; irão se espantar uns com os outros e na iniquidade irão se definhar.
A Deus toda glória! p/ Daniel Deusdete
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quinta-feira, 2 de abril de 2015

Ezequiel 3:1-27 - O ATALAIA E O PREGADOR.

Para nos situarmos na leitura e não perdemos nosso foco, estamos estudando o livro de Ezequiel composto de 48 capítulos. Veja em nosso mapa de leitura que estamos no primeiro capítulo “I”, na primeira parte “A”, na primeira seção “1”:
I. JULGAMENTO SOBRE JUDÁ E JERUSALÉM (1.1-24.27).
A. A primeira série de visões, a vocação, os atos simbólicos e os discursos relacionados de Ezequiel (1.1-7.27).
1. Visão e vocação (1.1-3.27) – concluiremos agora;
2. Os atos simbólicos (4.1-5.4);
3. Discursos relacionados (5.5-7.27). 
1. Visão e vocação (1.1-3.27) - continuação.
Como já dissemos, até 3.27, estaremos vendo a visão impressionante de Ezequiel e sua vocação. O livro inicia com o registro de Ezequiel a respeito de sua visão da impressionante carruagem de Deus (1.1-28) e a vocação recebida de Deus (2.1-3.27). Também aqui dividiremos em duas partes: a. A visão da carruagem de Deus (1.1-28) – já vista; b. A vocação de Ezequiel (2.1-3.27) – concluiremos agora.
b. A vocação de Ezequiel (2.1-3.27) - continuação.
Estaremos, neste capítulo, concluindo, o chamado de Ezequiel e como se deu a sua vocação.
Este capítulo continua desenvolver a ideia apresentada no capítulo anterior, sendo que agora a palavra do Senhor pede a Ezequiel que coma o rolo do livro ou do que dele achar e, somente depois de comer, ele poderia estar desimpedido para ir à casa de Israel entregar o recado de Deus.
Este rolo é a palavra de Deus! Precisamos dela para nos alimentarmos e para falarmos as palavras de Deus. Quem dela se alimenta, por ela viverá – Jo 6:57. Não temos liberdade de, em nome do Senhor, pregar outra coisa senão a sua santa palavra.
Ezequiel abre a sua boca e começa a comê-la e dá de comer ao seu ventre e se farta dela e enche as suas entranhas daquele rolo ou do que dele se achou e come e come.
Minha mãe costuma dizer: “Filho, a gente veve do que come” (“veve”, assim ela pronuncia “vive”). E é verdade. Vivemos do que comemos ou somos aquilo que comemos. Quem do Senhor se alimenta, será dele um pregador! Quem se alimenta de psicologia, filosofia, de oratória, de cultura somente, desprezando a palavra do Senhor ou a colocando em segundo plano, fará tudo diante de sua igreja, menos pregar.
O Senhor nos chamou para pregarmos a sua palavra, por isso é importante dela se alimentar todos os dias. Foi essa a instrução que Moisés passou ao seu sucessor, Josué e que, depois, o Senhor ratificou pessoalmente para Josué que de dia e de noite não cessasse de falar do livro da lei – Js 1:8.
Na sua boca quando ele comeu, o rolo era doce como o mel, mas em suas entranhas amarga como o fel. Assim é a palavra do Senhor doce como o mel em nossa boca. Um dia desses, há muito tempo, tive uma experiência singular.
Eu comecei a ler a Bíblia às 7h da manhã e o tempo foi passando e eu não queria largá-la, de jeito nenhum. Quando dei por mim, o tempo já se havia passado demais e eram 5h do dia seguinte! Passei 22h seguidas lendo a Bíblia.
Eu somente parei mesmo por que achei um versículo, em Provérbios que dizia mais ou menos assim: “Achaste mel, como apenas o que te basta para que não te enfades dele” – Pv 25:16. E a hora era 5h da manhã. Ai, então, contrariado, parei e fui dormir.
Ezequiel estava sendo enviado aos de sua própria casa e deveria anunciar a palavra do Senhor, nada mais além, nem aquém. Quer o recebessem, quer não.
Uma vez que o mensageiro era um representante de quem o enviava, rejeitar o mensageiro era rejeitar aquele que o mandava. Compare com Lc 10.16; Jo 8.42,47; 13.20; 16.18.
Por isso que Deus fez duro o seu semblante. Ele iria pregar a um povo obstinado e de coração endurecido, mas deveria pregar. Os vs. 7-8 podem conter um jogo de palavras sobre o nome de Ezequiel, que em hebraico significa "Deus faz forte, endurece".
Ezequiel estava sendo fortalecido e o Senhor nisso tinha se empenhado em torná-lo de semblante duro como o esmeril que possui uma pedra que afia todos os metais e não se desgasta facilmente.
A atitude de Ezequiel deveria ser falar e não temer, nem se assustar com a reação deles que certamente não seria de nada receptiva, pelo contrário. Eles eram casas rebeldes e não iriam ouvi-lo, mas Ezequiel deveria pregar.
Ezequiel recebe ainda mais conselhos para que recebesse a palavra do Senhor em seu coração e para prestar muita atenção no que dele, do Senhor, ouviria.
Chama-nos a atenção os órgãos sensoriais de Ezequiel envolvidos na recepção da palavra de Deus. Visão, olfato, tato, paladar que envolvia a mente, o seu coração, a sua boca, o seu ouvido e todo o seu ser. Todo ele deveria estar inteiramente devotado ao Senhor e a sua palavra. Assim, também não devemos estar envolvidos em pleno século XXI para anunciar o evangelho a toda criatura – Mc 16:15?
A instrução continua a mesma quer ouçam, quer deixem de ouvir, não cesse de pregar!
Neste momento, Ezequiel passa por outra experiência profunda com o Senhor, pois o seu Espírito o apanhou e o levantou e ele pode ouvir uma voz de grande estrondo – vs. 12. Ezequiel era, com frequência, transportado pelo Espírito (3.12,14; 8.3; 11.1,24; 40.1-3; cf. 2Rs 2.11,16). Compare com 2Co 12.1-2.
A voz de grande estrondo lhe dizia que bendita era a glória do Senhor desde o seu lugar – vs. 12, ainda.
Ezequiel ouviu o ruído das asas dos seres viventes quando estes tocam umas nas outras asas e ouviu o banilho das rodas ao lado deles, que sempre os acompanhava e ainda o som de um grande estrondo.
Foi aqui que o Espírito o levantou e o levou e ele foi. Ele estava amargurado na indignação do seu espírito, mas a mão do Senhor era forte sobre ele.
A impressão que temos é que quem fala as palavras de Deus espera que quem ouve, obedeça e quando não, ocorrendo o endurecimento, vem sobre o pregador aquela sensação de que fora rejeitado e teme pelas consequências advindas dessa estúpida rejeição para ruina deles mesmos. Isso causa certo amargor no espírito do pregador que sofre o embaque.
O Espírito tinha tele transportado Ezequiel de onde ele estava para Tel-Abibe – vs. 15. A localização precisa desse lugar ao longo do canal de Quebar é desconhecida. Apesar da semelhança no nome, esse local antigo não corresponde à atual Tel Aviv.
Ali, em Tel-Abibe, ele este atônito, pasmado diante deles. A Bíblia registra períodos semelhantes de silêncio ou incapacidade da parte de outras pessoas (Ed 9.4; Jó 2.13; Jr 23.9; Dn 8.27; At 9.9).
No final desses sete dias em que ficou pasmado, veio a ele a palavra do SENHOR – vs. 16. Essa frase ocorre mais de cinquenta vezes em Ezequiel — mais do que em qualquer outro livro profético, mais que no próprio livro de Jeremias, onde tivemos a oportunidade de ver quão frequente era essa palavra.
O Senhor se dirige a ele dizendo que o constituíra atalaia sobre à casa de Israel. Ezequiel estendeu-se a respeito do seu papel como atalaia no cap. 33.1-9.
Esse papel envolvia responsabilidade por aqueles a quem ele ministrava e o dever de adverti-los a respeito de um risco iminente. A não proclamação dessa advertência o tornaria responsável pelas mortes que dela resultassem.
Se a admoestação fosse ignorada, Ezequiel seria isentado de culpa. Era inimaginável que os moradores de uma cidade ignorassem os gritos de advertência de um atalaia, apesar disso, a palavra de Ezequiel foi amplamente desprezada (3.6-7; cf. Is 22.1-14).
Dos versos 18 ao 21, Deus explica bem em detalhes o seu papel profético, de arauto do Senhor, de pregador do evangelho a toda criatura. Ezequiel não tinha liberdade de escolha, mas era chamado a pregar a palavra de Deus avisando ao justo e avisando ao ímpio, dos desvios comportamentais que trariam sobre eles as consequências devidas de seus atos tresloucados.
Uma vez avisado o ímpio e avisado o justo, o restante do que acontecesse, não seria demandado de Ezequiel, mas daquele que ouviu a palavra de Deus; caso contrário, de Ezequiel seriam cobradas as consequências.
Não é nada fácil o papel do pregador. O melhor a fazer é não reter a palavra de Deus, mas entregá-la assim que a recebe.
Ezequiel utilizou essa frase “a mão do SENHOR” – vs. 22 - para descrever a sua condição de estar recebendo revelação do Senhor - 1.3; 3.14; 8.1; 33.22; 37.1; 40.1.
A mão do Senhor esteve sobre ele e lhe disse para que se levantasse e saísse ao vale para que ali o Senhor pudesse lhe falar. O vale se refere a uma área aberta entre as montanhas e, portanto pode ser traduzida tanto por "vale", como aqui, como por "planície". O termo ocorre outras vezes em Ezequiel, no contexto da visão do profeta do vale dos ossos secos (37.1); talvez essa visão tenha ocorrido no mesmo local.
Ele obedece e se levanta e sai ao vale onde ali a glória do Senhor estava semelhantemente à que estava junto ao rio Quebar e, novamente, cai Ezequiel com seu rosto em terra.
Foi depois de o Espírito entrar nele, que ele foi capaz de se por de pé novamente. E somente depois disso, é que pode Deus lhe falar e a palavra de Deus dizia a ele que entrasse e se encerrasse dentro da sua casa. Ali dentro, ele fala, chamando-o de filho do homem e o avisa que sobre ele serão postas cordas de forma que ficará amarrado, sem poder sair da presença daqueles que o amarrassem.
No entanto, Deus interviria de alguma forma tornando Ezequiel mudo, incapaz de falar e de servir a eles de repreendedor – vs. 24-27. A duração e a natureza dessa condição de incapacidade de Ezequiel é uma das questões mais debatidas desse livro.
Independentemente de quando ela tenha começado, o profeta ficou mudo até que a notícia a respeito da destruição de Jerusalém chegou aos exilados (24.27; 33.22; cf. 29.21).
A condição de mudez de Ezequiel deve ter sido parcial no sentido de que ele permanecia continuamente silencioso (cf. 3.27), mas falava quando recebia uma revelação de Deus.
Ezequiel proclamou muitos oráculos aos exilados durante os seis anos entre o seu chamado e a destruição de Jerusalém. Sua mudez comunicava a ideia de que ele não intercederia diante de Deus em favor da nação — o decreto de destruição era irreversível.
Essa sua condição de mudez somente seria rompida quando Deus falasse com ele, abrindo a sua boca para dizer somente em nome do Senhor, a palavra do Senhor, quer ouvissem, quer não ouvissem por que era casa rebelde - Mt 11.15; 13.9-17,43.
 Ez 3:1 Depois me disse:
Filho do homem, come o que achares;
come este rolo,
e vai, fala à casa de Israel.
Ez 3:2 Então abri a minha boca, e ele me deu a comer o rolo.
Ez 3:3 E disse-me:
Filho do homem, dá de comer ao teu ventre,
e enche as tuas entranhas deste rolo que eu te dou.
Então o comi, e era na minha boca doce como o mel.
Ez 3:4 Disse-me ainda:
Filho do homem, vai, entra na casa de Israel,
e dize-lhe as minhas palavras.
Ez 3:5 Pois tu não és enviado a um povo de estranha fala,
nem de língua difícil, mas à casa de Israel;
Ez 3:6 nem a muitos povos de estranha fala,
e de língua difícil,
cujas palavras não possas entender;
se eu aos tais te enviara, certamente te dariam ouvidos.
Ez 3:7 Mas a casa de Israel não te quererá ouvir;
pois eles não me querem escutar a mim;
porque toda a casa de Israel é de fronte obstinada
e dura de coração.
Ez 3:8 Eis que fiz duro o teu rosto contra os seus rostos,
e dura a tua fronte contra a sua fronte.
Ez 3:9 Fiz como esmeril a tua fronte,
mais dura do que a pederneira.
Não os temas pois, nem te assustes com os seus semblantes,
ainda que são casa rebelde.
Ez 3:10 Disse-me mais:
Filho do homem, recebe no teu coração todas as minhas palavras
que te hei de dizer; e ouve-as com os teus ouvidos.
Ez 3:11 E vai ter com os do cativeiro, com os filhos do teu povo,
e lhes falarás, e tu dirás:
Assim diz o Senhor Deus;
quer ouçam quer deixem de ouvir.
Ez 3:12 Então o Espírito me levantou,
e ouvi por detrás de mim uma voz de grande estrondo,
que dizia:
Bendita seja a glória do Senhor, desde o seu lugar.
Ez 3:13 E ouvi o ruído das asas dos seres viventes,
ao tocarem umas nas outras,
e o banilho das rodas ao lado deles,
e o sonido dum grande estrondo.
Ez 3:14 Então o Espírito me levantou, e me levou;
e eu me fui, amargurado, na indignação do meu espírito;
e a mão do Senhor era forte sobre mim.
Ez 3:15 E vim ter com os do cativeiro, a Tel-Abibe,
que moravam junto ao rio Quebar,
e eu morava onde eles moravam;
e por sete dias sentei-me ali, pasmado no meio deles.
Ez 3:16 Ao fim de sete dias, veio a palavra do Senhor a mim, dizendo:
Ez 3:17 Filho do homem, eu te dei por atalaia
sobre a casa de Israel;
 quando ouvires uma palavra da minha boca,
avisá-los-ás da minha parte.
Ez 3:18 Quando eu disser ao ímpio:
Certamente morrerás;
se não o avisares, nem falares para avisar o ímpio
acerca do seu mau caminho,
a fim de salvares a sua vida,
aquele ímpio morrerá na sua iniqüidade;
mas o seu sangue, da tua mão o requererei:
Ez 3:19 Contudo se tu avisares o ímpio,
e ele não se converter da sua impiedade
e do seu mau caminho,
ele morrerá na sua iniqüidade; mas tu livraste a tua alma.
Ez 3:20 Semelhantemente, quando o justo se desviar da sua justiça,
e praticar a iniqüidade, e eu puser diante dele um tropeço,
ele morrerá; porque não o avisaste,
no seu pecado morrerá e não serão lembradas
as suas ações de justiça que tiver praticado;
mas o seu sangue, da tua mão o requererei.
Ez 3:21 Mas se tu avisares o justo, para que o justo não peque,
e ele não pecar, certamente viverá,
porque recebeu o aviso;
e tu livraste a tua alma.
Ez 3:22 E a mão do Senhor estava sobre mim ali,
e ele me disse:
Levanta-te, e sai ao vale, e ali falarei contigo.
Ez 3:23 Então me levantei, e saí ao vale;
e eis que a glória do Senhor estava ali,
como a glória que vi junto ao rio Quebar;
e caí com o rosto em terra.
Ez 3:24 Então entrou em mim o Espírito,
e me pôs em pé;
e falou comigo, e me disse:
Entra, encerra-te dentro da tua casa.
Ez 3:25 E quanto a ti, ó filho do homem,
eis que porão cordas sobre ti, e te ligarão com elas,
e tu não sairás por entre eles.
Ez 3:26 E eu farei que a tua língua se pegue ao teu paladar,
e ficarás mudo, e não lhes servirás de repreendedor;
pois casa rebelde são eles.
Ez 3:27 Mas quando eu falar contigo,
abrirei a tua boca, e lhes dirás:
Assim diz o Senhor Deus:
Quem ouvir, ouça,
e quem deixar de ouvir, deixe;
pois casa rebelde são eles.
O principal fato aqui era que eles poderiam ouvir e se arrepender caso ouvissem Ezequiel pregar, mas Deus já tinha determinado que isso não ocorresse por que eram casa rebelde e teriam de amargar as consequências de seus atos, sem misericórdia.
Ou seja, quando o juízo de Deus vem, nada mais resta a fazer senão se humilhar e buscar ao Senhor e esperar pacientemente a ira do Senhor passar para poder ver se é possível retornar ao primeiro estado. Não devemos brincar com o evangelho nem com as coisas sagradas de Deus.
A Deus toda glória! p/ Daniel Deusdete
http://www.jamaisdesista.com.br
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quarta-feira, 1 de abril de 2015

eBook - A PÁSCOA E A RESSURREIÇÃO DE CRISTO

eBook - A PÁSCOA E A RESSURREIÇÃO DE CRISTO
Compreendendo, pela exposição bíblica, os mistérios de Deus. 
Autor: DANIEL DEUSDETE 
Sinopse
Este livro, está dividido em duas partes principais que se interligam pelo assunto. Na sua primeira parte, veremos a páscoa e alguns detalhes das festas judaicas. Na segunda parte deste livro, a narrativa já estará apontando para a ressurreição de Cristo, o maior evento da história do homem não testemunhada por homem algum! Ao final, você terá uma breve conclusão do livro e uma pequena bibliografia utilizada. Espero que esta obra seja útil, proveitosa para o ensino, aprendizagem e compartilhamentos. O que você encontrará aqui neste livro além das reflexões e segmentação e dos comentários? Uma palavra de fé, de encorajamento, de certeza e de convicção de que não estamos aqui por acaso, nem somos frutos das circunstâncias aleatórias do universo. Tudo na vida tem um propósito, uma função e você já descobriu a sua ou o seu propósito? Leia este livro que Deus falará contigo em seu coração. A ordem e a organização do texto segue a mesma da narrativa bíblica. Boa leitura!.
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Ezequiel 2:1-10 - O CHAMADO E A VOCAÇÃO DE EZEQUIEL - PREGAR A PALAVRA DE DEUS!

Para nos situarmos na leitura e não perdemos nosso foco, estamos estudando o livro de Ezequiel composto de 48 capítulos. Veja em nosso mapa de leitura que estamos no primeiro capítulo “I”, na primeira parte “A”, na primeira seção “1”:
I. JULGAMENTO SOBRE JUDÁ E JERUSALÉM (1.1-24.27).
A. A primeira série de visões, a vocação, os atos simbólicos e os discursos relacionados de Ezequiel (1.1-7.27).
1. Visão e vocação (1.1-3.27) – estamos vendo agora;
2. Os atos simbólicos (4.1-5.4);
3. Discursos relacionados (5.5-7.27). 
1. Visão e vocação (1.1-3.27) - continuação.
Como já dissemos, até 3.27, estaremos vendo a visão impressionante de Ezequiel e sua vocação. O livro inicia com o registro de Ezequiel a respeito de sua visão da impressionante carruagem de Deus (1.1-28) e a vocação recebida de Deus (2.1-3.27). Também aqui dividiremos em duas partes: a. A visão da carruagem de Deus (1.1-28) – já vista; b. A vocação de Ezequiel (2.1-3.27) – iniciaremos agora.
b. A vocação de Ezequiel (2.1-3.27).
Estaremos, neste capítulo, vendo o chamado de Ezequiel e como se deu a sua vocação.
Deus chamou Ezequiel para proclamar sua palavra aos israelitas no exílio, bem como aos que permaneceram em Judá. Ele instruiu o profeta a proclamar provações e destruição ao povo como evidência desse julgamento contra eles.
Em outras narrativas de chamado, depois que o juiz ou profeta tivesse sido iniciado na presença divina, Deus anunciava a sua vocação, a qual, normalmente incluía a afirmação de que Deus o estava enviando (2.3; Ex 3.10; Jz 6.14; Is 6.8; Jr 1.7).
Embora a vocação de Moises e de Jeremias estivesse centralizada ao redor do anúncio do julgamento divino às nações gentílicas (Ex 3.10; Jr 1.10), Ezequiel foi enviado para anunciar julgamento contra Israel.
A primeira frase que Deus diz para ele, depois dessa visão, ou melhor, no meio dela, por causa da voz que ele ouvia, a segunda voz, sendo a primeira em 1:25, de forma expressa, dizia a ele “Filho do homem”.
Deus fala a Ezequiel usando essa fórmula de tratamento mais de noventa vezes. A expressão significa "pessoa, ser humano", e enfatizava a humanidade e fragilidade de Ezequiel, ainda mais pronunciada diante dessa proximidade de sua visão da glória de Deus em seu trono.
Esse emprego da expressão "filho do homem" difere de sua utilização por mais de setenta e cinco vezes nos Evangelhos como a autodesignação preferida de Jesus (p. ex., Mt 8.20; 9.6; 10.23; 11.19; 12.8,32,40; 13.37,41 – são 69 delas nos evangelhos sinóticos , sendo 12 somente no evangelho de João).
O emprego dessa expressão por Jesus está relacionado a Dn 7.13-14, como sendo um ser sobrenatural trazendo o poder dos céus para a terra.
Ele disse a ele para pôr-se de pé que ele falaria a ele, no entanto, foi o Espírito que entrou nele que o pôs de pé e assim pode ouvir aquele que a ele se dirigia em palavras. Deus deu a ordem para ele ficar de pé, mas sem o Espírito não pode fazê-lo, do mesmo modo, Deus nos deu a ordem de evangelizar, mas sem o Espírito não podemos evangelizar.

No Antigo Testamento, o Espírito de Deus era preeminentemente o Espírito de profecia, o Espírito que capacitava o profeta a tomar-se um canal da revelação (Nm 11.25-26,29; 1Sm 10.6; 19.20; 1 Rs 22.23-24; 2Rs 2.15; JI 2.28; Zc 7.12).
Deus estava comissionando Ezequiel e o enviando aos filhos de Israel, às nações rebeldes que se rebelaram contra ele, aos seus próprios pais que tinham transgredido contra ele até aquele dia.
Deus o estava enviando a um povo rebelde, obstinado e de coração endurecido para a eles pregar a palavra de Deus. Seria para Ezequiel dizer a eles a sua palavra legítima, quer ouvissem, quer não ouvissem por que eram casa rebelde, no entanto, independentemente do efeito da pregação, haveriam de saber que ali estivera diante deles um profeta chamado e comissionado por Deus.
A tarefa de Ezequiel era duríssima, mas não deveria temê-los, nem a eles, nem as suas palavras, ou ameaças. Ainda que contra o profeta estivessem sarças, espinhos e escorpiões - figuras representando os perseguidores daqueles que comunicavam a palavra santa de Deus contra os desejos populares (cf. 1 Rs 18.4; Jr 20.7-18; Mt 23.29-31,34,37) – Ezequiel deveria permanecer firme.
A função de Ezequiel era transmitir-lhes a sua palavra, quer ouvissem, quer deixassem de ouvi-las – vs. 7. A mesma função temos hoje, hodiernamente, com a missão de anunciar o evangelho a toda criatura – Mc 16:15.
No verso 8, Deus aconselha o profeta, o filho do homem, a não se tornar também casa rebelde e ai lhe oferece um rolo para comer.
Dos versos 9 ao 3.3, a instrução era para comer esse rolo. Uma vez que o profeta havia recebido o seu chamado, Deus, com frequência, dava um sinal para confirmá-la (Êx 3.12; Jz 6.17-22; Jr 1.11-14). Moisés havia afirmado que Deus poria a sua palavra na boca dos profetas (Dt 18.18), e aqui isso é vividamente retratado. O que o alimento representava para o corpo, a Palavra de Deus representaria para o ministério de Ezequiel.
Comumente os rolos eram escritos apenas de um lado, mas compare também com Zc 5.3 e Ap 5.1.
Nesse rolo se achavam lamentações, suspiros e ais. A primeira parte de Ezequiel contém, quase exclusivamente, oráculos de julgamento contra Judá (caps. 1-24) e contra nações estrangeiras (caps. 25-32). 
Ez 2:1 E disse-me:
Filho do homem,
põe-te em pé,
e falarei contigo.
Ez 2:2 Então, quando ele falava comigo
entrou em mim o Espírito,
e me pôs em pé,
e ouvi aquele que me falava.
Ez 2:3 E disse-me ele:
Filho do homem,
eu te envio aos filhos de Israel,
às nações rebeldes que se rebelaram contra mim;
eles e seus pais têm transgredido contra mim
até o dia de hoje.
Ez 2:4 E os filhos são de semblante duro e obstinados de coração.
Eu te envio a eles, e lhes dirás:
Assim diz o Senhor Deus.
Ez 2:5 E eles,
quer ouçam quer deixem de ouvir
(porque eles são casa rebelde),
hão de saber que esteve no meio deles
um profeta.
Ez 2:6 E tu, ó filho do homem,
não os temas,
nem temas as suas palavras;
ainda que estejam contigo sarças e espinhos,
e tu habites entre escorpiões;
não temas as suas palavras,
nem te assustes com os seus semblantes,
ainda que são casa rebelde.
Ez 2:7 Mas tu lhes dirás as minhas palavras,
quer ouçam quer deixem de ouvir,
pois são rebeldes.
Ez 2:8 Mas tu, ó filho do homem,
ouve o que te digo;
não sejas rebelde como a casa rebelde;
abre a tua boca,
e come o que eu te dou.
Ez 2:9 E quando olhei,
eis que tua mão se estendia para mim,
e eis que nela estava um rolo de livro.
Ez 2:10 E abriu-o diante de mim;
e o rolo estava escrito por dentro e por fora;
e nele se achavam escritas
lamentações,
e suspiros
e ais.
Não fomos chamados para convencer ninguém. Não fomos chamados para converter ninguém. Não fomos chamados para fazer os outros mudarem de opinião e serem conforme nós. Não fomos chamados para pressionar quem quer que seja a mudar de comportamento. Não fomos chamados para a tarefa de convencimento.
Nós fomos chamados para pregar a palavra legítima e pura de Deus que os convencerá, que os converterá, que os fará mudarem de opinião, de comportamento, que os convencerão, pelo Santo Espírito Santo de Deus que fez com que Ezequiel se colocasse de pé, depois de Deus ter-lhe dado ordens explicitas de ficar de pé.
A Deus toda glória! p/ Daniel Deusdete
http://www.jamaisdesista.com.br
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