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quarta-feira, 2 de dezembro de 2015

Romanos 3 1-31 - A JUSTIFICAÇÃO PELA FÉ EM JESUS CRISTO.

Como já dissemos e repetiremos isso até ao fim, estamos diante de um escrito que ultrapassa a normalidade em questão de produção de conteúdo intelectual, notadamente espiritual. Não é à toa que esta epístola recebe o apelido de QUINTO EVANGELHO. Se ninguém falou como este homem, referindo-se a Jesus; ninguém escreveu como este homem, digo eu de Paulo.
Paulo escreve aos Romanos para apresentar a mensagem do evangelho aos crentes em Roma e explicar como esse evangelho corrige as divisões entre os crentes judeus e os crentes gentios. (BEG).
São tratadas nesta epístola as questões dos judeus e gentios e seus papéis interconectados na história relacionadas ao pecado, à justiça e ao juízo de Deus; ao recebimento da justificação somente mediante a fé, à parte das obras; à santificação, que conduz à glorificação, a qual ocorre mediante a dependência do Espírito Santo; e, como cristãos judeus e gentios devem aprender a aplicar o evangelho à vida prática. Estamos no capitulo 3/16, na parte II.
Breve síntese do capítulo 3.
Partindo do pressuposto de que somos os verdadeiros judeus e não os que são nascidos em Israel ou são circuncidados na carne e não no coração, os oráculos de Deus foram a nós confiados!
No entanto, quanto a eles, os que são da carne, não creram; logo, incredulidade deles não desfez a fidelidade de Deus. O que na verdade aconteceu é que a incredulidade deles trouxe à luz a justiça de Deus.
Ao falarmos assim em justiça e em injustiça, óbvio está que para que a justiça se destacar ela terá que pisar no solo da injustiça triunfando sobre ela. Por exemplo, como eu sei que Deus é perfeito? Justamente por eu ver em mim, na minha carne a imperfeição!
É Deus injusto, falso, imperfeito, pecador? Quem é injusto, falso, imperfeito e pecador? Se Deus fosse injusto, falso, imperfeito e pecador quem seria justo, verdadeiro, perfeito e santo? Paulo abre nossos olhos, por meio do Espírito Santo, para as coisas profundas de Deus.
Vejamos o presente capítulo com mais detalhes, conforme ajuda da BEG:
II. A PECAMINOSIDADE DOS JUDEUS E DOS GENTIOS (1.18-3.20) - continuação.
Como vimos, cada um, a seu próprio modo, tanto os judeus como os gentios são pecadores e permanecem sob o juízo divino. A necessidade do evangelho se dá pelo fato de todo o mundo ser culpado diante de Deus.
Esta parte, seguindo a estruturação da BEG, foi dividida em três: A. A pecaminosidade dos gentios (1.18-32) – já vimos; B. A pecaminosidade dos judeus (2.1-3.8) – estamos vendo; e, C. A pecaminosidade universal (3.9-20).
B. A pecaminosidade dos judeus (2.1-3.8) - continuação.
Como dissemos, tendo demonstrado que os gentios eram culpados por rebelião contra a revelação de Deus na natureza, Paulo então se voltou para a pecaminosidade dos judeus.
Até ao verso 20, veremos o esforço de Paulo em demonstrar que toda a humanidade está sob a condenação de Deus.
A afirmação de Paulo de que "para com Deus não há acepção de pessoas" (2.11) não quer dizer que não haja nenhuma "vantagem do judeu". Significa apenas que Deus não isenta ninguém do seu padrão de justiça.
As vantagens são muitas, principalmente porque a eles foram confiados os oráculos de Deus. A expressão indica que a inspiração do Antigo Testamento se estendia para além das ideias contidas nas Escrituras até os próprios oráculos (inspiração verbal). Ter os oráculos de Deus era uma grande vantagem, mas esse privilégio também aumentava o juízo pela desobediência.
No Antigo Testamento, os judeus responderam a Deus com incredulidade repetidas vezes – é só estudar os escritos e os profetas. Todavia, Deus permaneceu fiel à suas promessas (Nm 23.19; Rm 9.6-7; 2Tm 2.13), apesar deles.
Paulo respondeu a duas objeções intimamente relacionadas sobre os fracassos dos judeus que não tinham fé, as quais ele imaginava que seus leitores poderiam levantar (vs. 5):
(1)   Se a injustiça de alguns judeus tinha dado a Deus a oportunidade de mostrar a sua justiça (vs. 5), por que não ser injusto também?
(2)   Se a mentira de alguns judeus tornou a verdade de Deus mais evidente (vs. 7), por que, então, não mentir?
Em resumo, se o pecado permitia que Deus fosse glorificado, não é injusto que ele aplique sua "ira" sobre o seu povo (vs. 5), ou que os condene como pecadores (vs. 7)?
Primeiro o apóstolo respondeu a essas objeções salientando que, se o Senhor não tivesse julgado o pecado de Israel, então ele não poderia julgar o pecado do mundo - ou Deus é um juiz justo de todas as pessoas ou ele não absolutamente é um juiz justo (vs. 6).
Paulo também argumentou que a extensão lógica dessas objeções advogaria pecar com mais frequência e do pior modo possível, com o objetivo de dar a Deus mais oportunidades de revelar a sua bondade (vs. 8).
Esse ponto de vista era repugnante aos olhos de Paulo e de qualquer judeu de princípios (vs. 8). Apesar de seus privilégios, os judeus incrédulos ficaram sob a ira de Deus. Portanto, o ponto crucial a ser considerado não é a circuncisão exterior, mas a fé salvadora.
O apóstolo Paulo reconheceu que, tomada de modo isolado, sua afirmação no início do versículo 5 poderia parecer expressar um espírito de antagonismo de sua parte para com Deus. Por isso, ele explicou que ela era apenas uma reflexão da maneira como algumas pessoas poderiam pensar.
O absurdo chega no extremo de imaginar que se deva praticar o mal para que advenha o bem. Uma questão semelhante, embora não idêntica, aparece em 5.20-6.1. Em ambas as passagens, Paulo rejeitou a falsa inferência que poderia ser tirada de suas palavras.
C. A pecaminosidade universal (3.9-20).
Do verso 9 ao 20, veremos a demonstração da pecaminosidade universal. O tema iniciado em 1.18 agora é concluído e confirmado por citações do Antigo Testamento, reconstituindo a manifestação do pecado, a sua origem e a sua causa final.
Temos nós qualquer vantagem? Paulo estava falando de si mesmo e de seus compatriotas judeus. Numa análise final, judeus e gentios estão todos sob a tirania do pecado e sob juízo.
Paulo apela para as Escrituras – vs. 10 - como está escrito. Essa é uma enunciação comum no Novo Testamento, que apela para as Escrituras como argumento de autoridade (1.17; 3.4).
Os textos bíblicos, tomados em conjunto, salientam a universalidade do reino do pecado e a consequente perversão e condenação de toda a humanidade. Essas citações são como uma fotografia em alta resolução de nossa alma pecadora, do homem sem Cristo, vejamos:
ü  Não há nenhum justo, nem um sequer;
ü  Não há ninguém que entenda, ninguém que busque a Deus.
ü  Todos se desviaram, tornaram-se juntamente inúteis;
ü  Não há ninguém que faça o bem, não há nem um sequer".
ü  "Suas gargantas são um túmulo aberto; com suas línguas enganam". "Veneno de serpentes está em seus lábios".
ü  "Suas bocas estão cheias de maldição e amargura".
ü  "Seus pés são ágeis para derramar sangue;
ü  Ruína e desgraça marcam os seus caminhos,
ü  E não conhecem o caminho da paz".
ü  "Aos seus olhos é inútil temer a Deus", ou, não há temor de Deus.
Por isso que a lei quando diz, faz calar a todos, como acima citados. Aqui a referência é ao Antigo Testamento em geral. As citações de Paulo saem de Salmos, Eclesiastes e Isaías e são destinadas aos que vivem debaixo da lei.
Não no sentido de 6.14.15. mas como em 2.12 (aqueles que possuíam a revelação do Antigo Testamento, isto é, os judeus em particular). O apóstolo assegurou que o que a lei dizia sobre a condição humana de pecador fosse aplicado, sem dúvida, ao povo a quem a lei havia sido dada.
Portanto, que se cale toda boca, pois que todos são culpados. Ninguém, seja judeu ou gentio, tem base para apelação; ninguém pode reivindicar estar livre de culpa diante de Deus. A lei condena todas as pessoas, estabelecendo, assim, a necessidade de justificação pela fé, à parte das obras da lei.
À luz do que o Antigo Testamento diz sobre a universalidade do pecado, deveria ser óbvio que ninguém pode ser aceito como justo diante de Deus simplesmente por tentar obedecer à lei. É pela lei que vem o pleno conhecimento do pecado. Em vez de nos fornecer um modo de encontrar a justificação, a lei expõe a nossa condição pecadora. Entretanto, ela não é a única que revela pecado (1.18-20).
III. A SALVAÇÃO PARA JUDEUS E GENTIOS (3.21-8.39)
A salvação vem para judeus e gentios do mesmo modo. Para todos, a justificação é somente mediante a fé, à parte das obras; e a santificação mediante a confiança no poder do Espírito Santo.
Veremos doravante até o capítulo 8.39, a salvação para judeus e gentios. Tendo mostrado que tanto judeus como gentios são pecadores carentes de salvação, Paulo passou a explicar como a salvação alcança a todos.
Seguindo a divisão proposta pela BEG, teremos duas divisões principais: A. A justificação (3.21-5.21) – começaremos a ver agora: 1. Somente pela fé (3.21-31) – veremos agora; 2. O exemplo de Abraão (4.1-25); 3. Os benefícios da justificação (5.1-11); 4. Cristo: o novo Adão (5.12-21); B. A santificação (6.1-8.39): 1, A destruição do domínio do pecado (6.1-23); 2. A luta contra o pecado (7.1-25); 3. Vivendo pelo Espírito (8.1-39).
A. A justificação (3.21-5.21).
O apóstolo Paulo encerrou a parte anterior com a afirmação de que ninguém poderia ser declarado justo (justificado) pela lei (3.20). Aqui ele explicou como a justificação acontece.
Sua consideração sobre o assunto se divide em quatro partes: o conceito de somente pela fé (3.21-31) – veremos agora, o exemplo de Abraão (4.1.25), a fonte e os benefícios da justificação (5.1-11) e Cristo como o novo Adão (5.12-21).
1. Somente pela fé (3.21-31).
É somente pela fé! Nesse ponto Paulo empreendeu uma explanação de sua doutrina sobre a justificação.
De maneira clara ele explicou que as pessoas são declaradas justas no tribunal da justiça de Deus somente pela fé em Cristo, e não pelas suas próprias boas obras.
Primeiro, o apóstolo esclareceu como a justificação é providenciada em Cristo (vs. 21-26) e, em seguida, destacou duas implicações que essa doutrina traz para o relacionamento entre judeus e gentios (vs. 27-31).
Ele começa dizendo que agora tinha se manifestado a justiça que provém de Deus, independentemente da lei, da qual deram testemunhos a Lei e os Profetas.
Essa expressão “mas agora” tem um significado especial nos escritos de Paulo. É um modo simplificado de dizer: "Mas agora que Cristo veio".
Nos capítulos 3 e 4, o apóstolo havia argumentado de maneira clara que a doutrina da justificação pela fé é ensinada no Antigo Testamento. Entretanto, desde a vinda do Reino de Deus (que começou com a encarnação de Cristo), a justificação tem se tornado conhecida com mais clareza, como nunca antes. (A BEG recomenda, aqui, a conhecerem seu excelente artigo teológico “O plano das eras", em Hb 7).
Sem lei se manifestou a justiça de Deus. O evangelho não é anárquico (vs. 31; 6.15; 8.3-4; 13.8,10). No entanto, ninguém pode ser aceito como justo com base na obediência à lei, pois não há quem alcance a perfeição. A exceção está unicamente na pessoa de Jesus Cristo que plenamente a cumpriu.
A justiça de Deus se manifesta mediante a fé em Jesus Cristo, para todos [e sobre todos] os que creem. Agora que “se manifestou” (vs. 21) com tão grande clareza na vinda de Cristo, a justiça de Deus deve ser recebida.
Crer envolve não somente conhecimento e convicção intelectual sobre o testemunho do evangelho de Cristo (10.14), mas também confiança obediente e segurança nele como Salvador e Senhor (1.5).
A justiça de Deus é exclusivamente para aqueles que têm fé; e “não há distinção, pois todos pecaram", seja judeu ou gentio (cf. 1.16-17). Esse é o filtro de Deus e não a sabedoria, o conhecimento, ou a ignorância, nem a riqueza ou a pobreza, nem o poder e o status, mas unicamente a fé simples, disponível a todos: sábios e ignorantes, ricos e pobres, poderosos e símplices.
O "todos que pecaram e que estão destituídos da glória de Deus", diz respeito especificamente àqueles que são salsos - "todos... os que creem” (vs. 22), e estão "sendo justificados" (vs. 24) - com particular ênfase na ausência de distinção entre judeu e gentio.
Ninguém é salvo sem que primeiro seja um pecador. Esse detalhe tratado por Paulo está baseado na verdade mais ampla de que todo ser humano é culpado diante de Deus e que, portanto, carecem da glória de Deus.
Essa é uma descrição pungente da consequência do pecado. Criados à imagem do glorioso Deus (Gn 1.26.27), os seres humanos trocaram a glória do Senhor por ídolos (1.23) e distorceram a própria imagem divina.
Somente a graça mediante a fé (Ef 2.8-9) renova e restaura essa glória perdida (5.2; 8.18; 1Co 15.42-49; 2Co 3.18; Ef 4.24; Fp 3.20-21; Cl 3.10).
Nas Escrituras, a justificação é a antítese da condenação (p. ex., Pv 17.15). Ela expressa a declaração de que o pecador se toma justo no tribunal celestial de Deus, em virtude da justiça de Cristo que lhe é imputada (o “dom da justiça"; 5.17).
A justificação é final e irreversível (8.1,33-34).
Ela está fundamentada na obediência de Cristo durante toda a sua vida (na qual ele cumpriu os preceitos da lei de Deus e mereceu a recompensa perfeita) e na sua morte na cruz (na qual ele suportou o castigo do juízo de Deus contra os nossos pecados).
Agora os crentes compartilham da mesma posição de justo do Cristo ressuscitado, com o qual eles estão unidos (2Co 5.21) gratuitamente, por sua graça.
A repetição da mesma ideia com outras palavras feita por Paulo dá ênfase ao papel da iniciativa e misericórdia divinas em nossa salvação.
Somos, portanto, justificados gratuitamente por sua graça, por meio da redenção que há em Cristo Jesus. A redenção é a liberdade obtida mediante o pagamento de um preço. Aqui ela se refere especificamente à libertação da condição antiga de escravidão ao pecado.
Essa liberdade é consumada mediante a morte de Cristo, o preço-resgate pela nossa salvação (Mc 10.45; 1Tm 2.6; Hb 9.15).
Foi, destarte, Deus quem o propôs. O apóstolo foi cuidadoso ao mencionar que embora a morte de Cristo tenha aplacado a ira de Deus pela satisfação da justiça divina, ela não suscitou o amor de Deus sendo, antes, o fruto deste, como Paulo enfatizaria mais tarde (5.8; 8.32; cl. Jo 3.16).
Deus Pai o ofereceu como sacrifício para propiciação mediante a fé, pelo seu sangue, demonstrando a sua justiça. Cristo morreu como um sacrifício propiciatório (isto é, "oferta pelo pecado"; Is 53.10) que satisfez a ira de Deus.
Tendo em vista que o pecado provoca a ira de Deus (1.18,24,32), a nova posição de justificação somente pode ser concedida depois que essa ira tenha sido totalmente manifestada. (Novamente a BEG recomenda reflexão em seu excelente artigo teológico "Expiação limitada", em Jo 10).
A ênfase do versículo 22 “mediante a fé” é repetida e, desse modo, acentuada. A palavra "mediante" indica o meio de ser ligado à justiça de Cristo. A fé é a causa instrumental da justificação.
Paulo e muitos de seus leitores estavam totalmente convictos da justiça de Deus (2.5; 3.5). Porém, essa justiça levantou uma séria questão no tocante ao papel que o pecado representava na história humana.
Como Deus poderia fechar os olhos ao pecado humano e permanecer justo?
O apóstolo disse que debaixo do sistema mosaico de sacrifícios, Deus usava de "tolerância" (vs. 25) para com os pecadores, em oposição ao real perdão.
Como reconhece o Novo Testamento (Hb 9.11-15; 10.1-4), os sacrifícios de animais do Antigo Testamento não eram capazes de fazer uma propiciação satisfatória pelos pecados dos seres humanos.
O significado real desses sacrifícios está no modo em que eles apontam para Cristo, por meio de quem Deus lidaria com o pecado humano de uma maneira apropriada e definitiva.
Em vista do que ele faria depois, Deus pôde deixar, de modo justo, impunes os pecados cometidos anteriormente (vs. 25). Ainda assim, um Deus justo não poderia tolerar o pecado para sempre, e por isso, Jesus veio realizara propiciação definitiva.
A obra de Cristo revela tanto a justiça de Deus (ele puniu o pecado na pessoa de seu Filho; 8.32) como a justiça de seu método de salvação pela "fé em Jesus".
Dessa maneira, ele não comprometeu a sua própria santidade e proveu graciosamente a salvação como um dom gratuito para pecadores que não a mereciam - uma salvação que os seres humanos são incapazes de alcançar por meio dos seus próprios esforços.
A esse respeito, Paulo viu a cruz como a manifestação da sabedoria gloriosa de Deus (1Co 1.23-24).
Em assim sendo, onde estaria, pois, a jactância? Ninguém, nem mesmo os judeus, tem base para se gloriar (4.2-3). Na verdade, a jactãncia "foi... excluída porque somente a fé (vs. 27-28,30), e não o feito humano, é o meio pelo qual Deus justifica pecadores.
O fato de não podermos sequer nos gloriar em nossa fé – vs. 27 - indica que ela mesma é um dom de Deus (outra vez, neste capítulo, a terceira delas, em que a BEG recomenda reflexão em seu excelente artigo teológico "Regeneração e novo nascimento", em Jo 3).
No vs. 30, Paulo apelou para a confissão fundamental da religião do Antigo Testamento: Deus é o único Senhor (veja Dt 6.4). O mesmo Deus que lidou com Israel também lida com os gentios, e ele o faz segundo a sua própria justiça e misericórdia. Portanto, só há um único meio para salvação, tanto para judeus como para gentios. É ele quem justifica, pela fé, o circunciso e também pela fé, o incircunciso.
O apóstolo Paulo antecipou uma objeção ao seu ponto de vista. Embora rejeitasse guardar a lei como uma base pessoal para a salvação, ele fundamentou a sua doutrina da justificação pela fé somente no fato de Cristo ter guardado a lei.
Além disso, Paulo argumentou que ela continuava com poder de condenar aqueles que não estavam em Cristo. Ao fazer isso, ele afirmou a autoridade duradoura da lei, tanto no tocante à condenação como à salvação. O apóstolo nunca teria aceitado o evangelho cristão se não pudesse apoiá-lo no ensino do Antigo Testamento.
Rm 3:1 Qual é, pois, a vantagem do judeu?
Ou qual a utilidade da circuncisão?
                Rm 3:2 Muita, sob todos os aspectos.
                               Principalmente porque aos judeus foram confiados
os oráculos de Deus.
Rm 3:3 E daí?
                Se alguns não creram,
a incredulidade deles virá desfazer a fidelidade de Deus?
                               Rm 3:4 De maneira nenhuma!
                                               Seja Deus verdadeiro,
                                               e mentiroso, todo homem, segundo está escrito:
                                                               Para seres justificado nas tuas palavras
                                                               e venhas a vencer quando fores julgado.
Rm 3:5 Mas, se a nossa injustiça
                traz a lume a justiça de Deus, que diremos?
Porventura, será Deus injusto
                por aplicar a sua ira? (Falo como homem.)
                               Rm 3:6 Certo que não.
                                               Do contrário, como julgará Deus o mundo?
Rm 3:7 E, se por causa da minha mentira,
                fica em relevo a verdade de Deus para a sua glória,
                               por que sou eu ainda condenado como pecador?
                Rm 3:8 E por que não dizemos, como alguns,
caluniosamente, afirmam que o fazemos:
Pratiquemos males para que venham bens?
                                                              A condenação destes é justa.
Rm 3:9 Que se conclui?
Temos nós qualquer vantagem?
                Não, de forma nenhuma;
                               pois já temos demonstrado que todos,
                                               tanto judeus como gregos, estão debaixo do pecado;
Rm 3:10 como está escrito:
                Não há justo,
                nem um sequer,
                Rm 3:11 não há quem entenda,
                não há quem busque a Deus;
                               Rm 3:12 todos se extraviaram,
                                               à uma se fizeram inúteis;
                não há quem faça o bem,
                não há nem um sequer.
Rm 3:13 A garganta deles é sepulcro aberto;
                com a língua, urdem engano,
                               veneno de víbora está nos seus lábios,
Rm 3:14 a boca, eles a têm
                cheia de maldição
                e de amargura;
Rm 3:15 são os seus pés velozes para derramar sangue,
Rm 3:16 nos seus caminhos,
                há destruição e miséria;
Rm 3:17 desconheceram o caminho da paz.
Rm 3:18 Não há temor de Deus diante de seus olhos.
Rm 3:19 Ora, sabemos que tudo o que a lei diz,
                aos que vivem na lei o diz para
                               que se cale toda boca,
                               e todo o mundo seja culpável perante Deus,
                Rm 3:20 visto que ninguém será justificado diante dele
por obras da lei,                 em razão de que pela lei
vem o pleno conhecimento do pecado.
Rm 3:21 Mas agora, sem lei,
                se manifestou a justiça de Deus
                               testemunhada pela lei e pelos profetas;
Rm 3:22 justiça de Deus
                mediante a fé em Jesus Cristo,
                               para todos [e sobre todos] os que crêem;
                                               porque não há distinção,
                                                               Rm 3:23 pois todos pecaram
                                                                              e carecem da glória de Deus,
Rm 3:24 sendo justificados
                gratuitamente,
                               por sua graça,
                                               mediante a redenção
                                                               que há em Cristo Jesus,
                                                                              Rm 3:25 a quem Deus propôs,
                                                                                              no seu sangue,
                                                                                              como propiciação,
                                                                                                              mediante a fé,
                                                                                                                                             para manifestar a sua justiça,
por ter Deus,
                na sua tolerância,
                               ‘deixado impunes os pecados anteriormente cometidos;
                Rm 3:26 tendo em vista a manifestação da sua justiça
                               no tempo presente,
                                               para ele mesmo ser justo
                                                              e o justificador
                                                                              daquele que tem fé em Jesus.
Rm 3:27 Onde, pois, a jactância?
                Foi de todo excluída.
Por que lei?
                Das obras?
                               Não; pelo contrário,
                                               pela lei da fé.
Rm 3:28 Concluímos, pois,
                que o homem é justificado pela fé,
                               independentemente das obras da lei.
Rm 3:29 É, porventura,
                Deus somente dos judeus?
                               Não o é também dos gentios?
                                               Sim, também dos gentios,
Rm 3:30 visto que Deus é um só,
                o qual justificará, por fé,
                               o circunciso
                e, mediante a fé,
                               o incircunciso.
Rm 3:31 Anulamos, pois,
                a lei pela fé?
                               Não, de maneira nenhuma!
                                               Antes, confirmamos a lei.
No final deste capítulo, Paulo nos diz que Deus justificará tanto o circunciso quanto o incircunciso mediante a mesma coisa: a fé! E a fé anula a lei? “Insensato!”, diria alguém colérico. Repare que não anula, antes a confirma!
A Deus toda glória! p/ pr. Daniel Deusdete.
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MIRYAM - O GRITO DOS REFUGIADOS...

O amor vence o mal, SEMPRE!


vejam que belo testemunho do amor de Deus na vida dessa criança cheia do Espírito Santo.



"MYRIAM, A PEQUENA REFUGIADA CRISTÃ QUE COMOVEU O MUNDO (Parte 1) Um dos melhores vídeos a que eu já pude assistir. Ela fugiu com a família do Iraque para não ser morta pelos terroristas do Estado Islâmico e então nos deixou uma das mais belas lições de todos os tempos do que é ser um cristão de verdade." ‪#‎pelaigrejasofredora‬‪#‎maisnomundo‬ Visite o site www.maisnomundo.org

ouça também: http://radio.ossemeadores.com.br (em breve, teremos o programa de áudio A VOZ DOS REFUGIADOS)

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terça-feira, 1 de dezembro de 2015

O QUE É SER FELIZ...


Deus não me chamou para ser feliz.
Deus não me chamou para ter sucesso.
Deus não me chamou para ser próspero.
Deus não me chamou para vencer.
O chamado de Deus na minha vida,
É para glorificar o seu nome, em tudo;
É para se alegrar nele, sempre;
Independentemente de circunstâncias.
A felicidade, o sucesso, a prosperidade, a vitória
Virão atrás de mim, correndo para me alcançar.
Mas jamais eu é quem irei atrás delas, desesperado.
Portanto, não preciso de dinheiro, fama, poder, ...
A graça de Deus me basta!
Os espinhos na carne são necessários.
O sentido da vida, diz Frankl, está em Deus

A ele toda a glória sempre.

http://ossemeadores.tumblr.com/post/134356871313/deus-não-me-chamou-para-ser-feliz-deus-não

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Romanos 2 1-29 - TODOS SOMOS CULPADOS, PECADORES.

Estamos diante de um escrito que ultrapassa a normalidade em questão de produção de conteúdo intelectual, notadamente espiritual. Não é à toa que esta epístola recebe o apelido de QUINTO EVANGELHO. Se ninguém falou como este homem, referindo-se a Jesus; ninguém escreveu como este homem, digo eu de Paulo.
Paulo escreve aos Romanos para apresentar a mensagem do evangelho aos crentes em Roma e explicar como esse evangelho corrige as divisões entre os crentes judeus e os crentes gentios. (BEG).
São tratadas nesta epístola as questões dos judeus e gentios e seus papéis interconectados na história relacionadas ao pecado, à justiça e ao juízo de Deus; ao recebimento da justificação somente mediante a fé, à parte das obras; à santificação, que conduz à glorificação, a qual ocorre mediante a dependência do Espírito Santo; e, como cristãos judeus e gentios devem aprender a aplicar o evangelho à vida prática. Estamos no capitulo 2/16, na parte II.
Breve síntese do capítulo 2.
No capítulo 2, Paulo desmascara aqueles que se dizem judeus por causa de seu nascimento e não porque seguem e praticam a lei que Deus deu ao povo.
Ao transgredirmos a lei nos tornamos pecadores e não há distinção. Se a circuncisão era o sinal de que pertencíamos à família da aliança, a mesma somente teria valor se eu fosse não apenas mero observador da lei, mas praticante.
Não praticando a lei, minha circuncisão não vale nada e naquilo que condeno meus irmãos e pratico, torno-me reprovável. É o mesmo caso daquele que se diz de Cristo e que tem a salvação eterna nas mãos, mas vive desprezando aquele que disse para sermos santos.
De que vale nossa salvação quando vivemos impiamente? Ele chega mesmo a falar como Tiago que disse que a nossa fé sem as obras não serve de nada. Na minha segmentação, isto fica bem claro:
Vejamos o presente capítulo com mais detalhes, conforme ajuda da BEG:
II. A PECAMINOSIDADE DOS JUDEUS E DOS GENTIOS (1.18-3.20) - continuação.
Como vimos, cada um, a seu próprio modo, tanto os judeus como os gentios são pecadores e permanecem sob o juízo divino. A necessidade do evangelho se dá pelo fato de todo o mundo ser culpado diante de Deus.
Esta parte, seguindo a estruturação da BEG, foi dividida em três: A. A pecaminosidade dos gentios (1.18-32) – já vimos; B. A pecaminosidade dos judeus (2.1-3.8) – estamos vendo; e, C. A pecaminosidade universal (3.9-20).
B. A pecaminosidade dos judeus (2.1-3.8).
Tendo demonstrado que os gentios eram culpados por rebelião contra a revelação de Deus na natureza, Paulo então se soltou para a pecaminosidade dos judeus.
Dos vs. 1 ao 16, Paulo conclui que eles eram indesculpáveis, principalmente no dia em que Deus resolver julgá-los. No que se segue, o apóstolo Paulo passou a uma representação imaginária de um grupo de pessoas real e identificável.
Embora os judeus sejam mencionados no versículo 17 de modo específico, Paulo provavelmente já os tinha em mente antes. Eles concordavam com a declaração dele sobre a ira de Deus; no entanto, presumiam que estavam fora dela (daí a severa advertência dele no vs. 5). Mas a natureza dessa presunção, se não sua forma especifica. não estava limitada aos judeus.
Nesse contexto, o apóstolo fiou-se fortemente nos princípios do juízo divino que se aplicam a todas as pessoas. Paulo mostra então que o juízo, além de trazer juízo e ruína agonizante para todos os pecadores impenitentes (vs. 8-9): 
ü  É segundo a verdade (vs. 2).
ü  É materializado pela justiça (vs. 5).
ü  Ele é segundo as obras (vs. 6).
ü  É de natureza imparcial (vs. 11).
ü  É executado por meio de Cristo (vs. 16).
O capítulo começa com a palavra indesculpável. Paulo desmascarou aqueles que, embora concordassem com a sua exposição sobre a ira divina contra os gentios (1.18-32), suponham ter imunidade pessoal ao juízo de Deus, presumidamente por não serem gentios.
Essa indesculpabilidade se devia ao fato de eles praticarem as mesmas obras reprovadas pelas quais vieram o juízo e a ira divina.
Por mais diferentes que judeus e gentios possam ter sido no mundo antigo, as rumos básicos de suas sidas não eram radicalmente diferentes.
O juízo de Deus é segundo a verdade. Uma ligação com 1.18. O juízo de Deus está baseado na realidade da reação da pessoa a ele, ou da falta dela, e não em outras considerações.
Essas pessoas recusam-se a reconhecer que a bondade de Deus tem a intenção de produzir pesar pelo pecado e um distanciamento dele. Elas desprezam a função da bondade divina e, desse modo, mostram desprezo para com o próprio Deus.
Pelo contrário, acumulam a ira. Presunção religiosa é “dureza”, e aqueles que resistem à graça de Deus aumentam a própria culpa, ainda que protestem inocência. O “acúmulo” da ira aponta na direção de uma punição eterna proporcional.
Dos versos 6 ao 10, percebemos que o que colherão cada um será segundo a obra de cada um, segundo o seu próprio procedimento. O julgamento será proporcional ao que as pessoas foram ou fizeram (vs. 6).
Aqui Paulo não está negando o que havia enfatizado em outras passagens: a salvação é um dom, e não uma recompensa (5.15,17; 6.23).
Pessoas justas que fazem boas obras serão salvas, porém não com base nessas obras. De fato, todos os que têm guardado a fé demonstram a mesma pelas boas obras, e "procuram glória, honra e incorruptibilidade" (vs. 7) - mas somente pela graça de Deus e pela habitação interior do Espírito (Fp 2.13).
O mérito que faz jus à salvação deles é unicamente Cristo (CI 2.13-14; 2Tm 1.9-10; Hb 9.11-15). Todavia, as recompensas eternas dos crentes correspondem diretamente às suas boas obras (Mc 9.41; Lc 19.16-19; 2Jo 8).
Quanto maior for o número de boas obras um crente fizer durante vida, maiores serão as recompensas eternas. Já os incrédulos são "facciosos" (vs. 8), não honram a Deus. Além disso, enquanto a salvação é segundo as boas obras de Cristo imputadas aos crentes, o julgamento dos incrédulos está baseado nas suas próprias obras pecaminosas (2Co 5.10).
Separado da graça de Deus só existe um veredicto possível, "ao judeu primeiro e também ao grego" (vs. 10; 1.16): culpado.
Isso é porque, com Deus, não há acepção de pessoas. Entre os seres humanos, se alguém quiser reconciliar-se com Deus, isso não dependerá da etnia a qual ele pertence ou de qualquer distinção natural ou que ele mesmo tenha desenvolvido. (9.6-13; Cl 6.15).
Essa questão de obras, de fé, de praticar, de fazer, ou não, isso confunde um pouco. Por exemplo, como devo glorificar a Deus por eu não adulterar, quando quem não adulterará serei eu mesmo? Somente tem um jeito de eu não adulterar e o nome de Deus ser glorificado: eu não adulterando.
No entanto, não posso levar as glórias disso; nem jactar-me diante de Deus com meus feitos. Então, não sou eu quem não adultera, mas a graça de Deus em mim que me faz não adulterar. Se não fosse a graça de Deus, não teria como ser exitoso.
Se já não sou eu, mas a graça de Deus em mim, não sou eu quem faço ou deixo de fazer, mas a pura graça de Deus. O mesmo se dá com o pecado. Veremos isso mais adiante nos capítulos 5 a 7. Também esperamos deixar isso ainda mais claro à medida que avançarmos em Romanos.
O instinto natural de autodefesa do judeu (diferente do gentio) era apelar para o fato de possuir a lei de Moisés. A implicação era que quanto a isso, Deus faz "acepção de pessoas" (vs. 11).
Sendo o papel da lei um dos temas principais de Romanos (3.27-31; 4.13-15; 5.13-15; 6.14-15; 7.1-25; 13.8-10), aqui, na primeira consideração de Paulo sobre o assunto, ele mostrou que o que agrada a Deus não é o conhecimento da lei, mas a obediência à vontade divina revelada na lei.
Todo aquele que pecar sem a lei, sem a lei também perecerá, e todo aquele que pecar sob a lei, pela lei será julgado – vs. 12. A lei, aqui, se refere a lei de Moisés, o eterno testamento moral de Deus resumido e aplicado a Israel nos Dez Mandamentos (Ex 20.1-17; Dt 5.1-22) e em outras legislações no Pentateuco.
Quando ele fala de pecar sem a lei e sem a lei perecer, ele está fazendo uma referência a uma consideração anterior de Paulo sobre como os gentios são julgados de acordo com a violação deles da luz da natureza (1.18-32).
E quando ele fala de pecar com a lei e com a lei perecer, ele está apontando para os judeus que haviam recebido a revelação especial de Deus por intermédio de Moisés. Eles serão julgados (assim como a igreja visível hoje) segundo os padrões da revelação especial, e, por isso, receberão um juízo muito mais severo do que as pessoas que não conheceram a lei de Deus.
Ou seja, Deus fará completa justiça, pois ele é justo, único justo e o Pai de toda justiça.
Ninguém pode ser justificado com base na justiça pessoal, mas a presença universal de padrões morais (conquanto tendo vários níveis de esclarecimento) e do senso universal de obrigação a tais padrões não podem ser de todo evitados.
Isso é evidenciado pelo fato de as pessoas terem dado crédito às suas consciências "testemunhando-lhes também a consciência" (vs. 15) e pelo correspondente sentido de autojulgamento que passa a existir, ora acusando-os, ora defendendo-os.
Os segredos dos homens serão julgados por meio de Cristo Jesus – vs. 16 – por que foi posto em suas mãos todo julgamento (Mt 7.21-23; 25.31-33; Jo 5.22; 2Co 5.10), e o mesmo será infalível, penetrando até os "segredos dos homens"; nada ficará encoberto aos olhos do Juiz (Hb 4.12-13).
Nem ainda será possível alegar ser injusto um julgamento de seres humanos confrontados com o padrão divino, já que a pessoa a quem eles devem prestar contas é o Cristo encarnado, o qual é totalmente humano.
Isso de acordo e conforme o evangelho que Paulo estava pregando. Era o evangelho que Paulo pregava onde o julgamento do pecado fazia parte desse evangelho porque os justos não podem receber suas recompensas eternas até que os ímpios tenham sido julgados e aniquilados.
Dos versos 17 ao 29, Paulo fala dos que levam o nome de judeu e apoiam-se e se orgulham na lei. O apóstolo Paulo falou explicitamente sobre a reivindicação dos judeus por privilégio especial, tratando em maiores detalhes sobre a posse da lei (vs. 17-24) e a circuncisão (vs. 25-29).
Quanto à lei, ele defendeu com determinação a declaração do versículo 1 de que os judeus eram culpados dos mesmos pecados pelos quais condenavam os outros. Quanto à circuncisão, ele argumentou que a mera circuncisão exterior era insignificante em comparação com a do coração.
Paulo fez uma lista dos privilégios que os judeus julgavam fazê-los superiores aos outros. Isto se encontra nos versos de 17 ao 20.
As responsabilidades que correspondiam aos privilégios não tinham sido cumpridas. Paulo especificou os mandamentos contra o adultério, a idolatria e o furto (Êx 20.4-5,14-15), e assim expôs a hipocrisia de muitos judeus da sua época os quais condenavam os gentios como pecadores, mas falhavam em admitir que eles mesmos pertenciam à mesma categoria.
O argumento de Paulo se dirige ao clímax no verso 25 quando fala da circuncisão. Ele mostra que a condenação resulta do fato de não responder obedientemente à revelação, seja ela de qual tipo for. Os judeus tinham transgredido a lei mosaica em particular, esvaziando a circuncisão de seu significado real.
O apóstolo reconhecia os privilégios da circuncisão (3.1-2; 4.11) e da descendência natural de Abraão (9.4-5), porém a circuncisão física havia sido criada para simbolizar a necessidade da fé salvadora (vs. 25; Dt 30.6).
Em virtude disso tudo, quem afinal era de fato judeu? A circuncisão física confirmava a condição de membro de um homem na comunidade da aliança israelita.
Ela o levava a um contato vital com as promessas pactuais de Deus com Israel, ainda que a circuncisão sozinha não assegurasse o destino eterno de ninguém.
O recebimento da herança oferecida nessas alianças dependia da fé, e não de cerimônias ou de mera submissão exterior. A conclusão de Paulo, embora chocante para os judeus a quem ele se dirigia, estava arraigada no ensino do próprio Antigo Testamento (cf. 9.6).
Nem eram judeus, nem circuncisos os que eram fisicamente assim, mas, principalmente, os que obedeciam de fato e de verdade a lei de Deus. Em suas próprias palavras judeu é quem o é interiormente, e circuncisão aquela que é a operada no coração, pelo Espírito, e não pela lei escrita. Desta forma, para estes o louvor não provém dos homens, mas de Deus.
Rm 2:1 Portanto, és indesculpável, ó homem,
quando julgas, quem quer que sejas;
porque, no que julgas a outro,
a ti mesmo te condenas;
pois praticas as próprias coisas
que condenas.
Rm 2:2 Bem sabemos que o juízo de Deus é segundo a verdade
contra os que praticam tais coisas.
Rm 2:3 Tu, ó homem,
que condenas os que praticam tais coisas
e fazes as mesmas,
pensas que te livrarás do juízo de Deus?
Rm 2:4 Ou desprezas
a riqueza da sua bondade,
e tolerância,
e longanimidade,
ignorando que a bondade de Deus é
que te conduz ao arrependimento?
Rm 2:5 Mas, segundo a tua dureza
e coração impenitente,
acumulas contra ti mesmo ira
para o dia da ira e da revelação do justo juízo de Deus,
Rm 2:6 que retribuirá a cada um
segundo o seu procedimento:
Rm 2:7 a vida eterna aos que,
perseverando em fazer o bem, procuram
glória,
honra
e incorruptibilidade;
Rm 2:8 mas ira e indignação
aos facciosos,
que desobedecem à verdade
e obedecem à injustiça.
Rm 2:9 Tribulação e angústia virão
sobre a alma de qualquer homem que faz o mal,
ao judeu primeiro
e também ao grego; R
m 2:10 glória, porém,
e honra,
e paz
a todo aquele que pratica o bem,
ao judeu primeiro
e também ao grego.
Rm 2:11 Porque para com Deus
não há acepção de pessoas.
Rm 2:12 Assim, pois,
todos os que pecaram sem lei
também sem lei perecerão;
e todos os que com lei pecaram
mediante lei serão julgados.
Rm 2:13 Porque os simples ouvidores da lei
não são justos diante de Deus,
mas os que praticam a lei
hão de ser justificados.
Rm 2:14 Quando, pois, os gentios,
que não têm lei,
procedem, por natureza, de conformidade com a lei,
não tendo lei,
servem eles de lei para si mesmos.
Rm 2:15 Estes mostram a norma da lei gravada
no seu coração,
testemunhando-lhes também a consciência
e os seus pensamentos, mutuamente
acusando-se
ou defendendo-se,
Rm 2:16 no dia em que Deus,
por meio de Cristo Jesus,
julgar os segredos dos homens,
de conformidade com o meu evangelho.
Rm 2:17 Se, porém, tu, que tens por sobrenome judeu,
e repousas na lei,
e te glorias em Deus;
Rm 2:18 que conheces a sua vontade
e aprovas as coisas excelentes,
sendo instruído na lei;
Rm 2:19 que estás persuadido de que és
guia dos cegos,
luz dos que se encontram em trevas,
Rm 2:20 instrutor de ignorantes,
mestre de crianças,
tendo na lei a forma da sabedoria e da verdade;
Rm 2:21 tu, pois, que ensinas a outrem,
não te ensinas a ti mesmo?
 Tu, que pregas que não se deve furtar,
furtas?
Rm 2:22 Dizes que não se deve cometer adultério
e o cometes?
Abominas os ídolos
e lhes roubas os templos?
Rm 2:23 Tu, que te glorias na lei,
desonras a Deus pela transgressão da lei?
Rm 2:24 Pois, como está escrito,
o nome de Deus é blasfemado entre os gentios por vossa causa.
Rm 2:25 Porque a circuncisão tem valor
se praticares a lei;
se és, porém, transgressor da lei,
a tua circuncisão já se tornou incircuncisão.
Rm 2:26 Se, pois, a incircuncisão
observa os preceitos da lei,
não será ela, porventura, considerada como circuncisão?
Rm 2:27 E, se aquele que é incircunciso por natureza
cumpre a lei,
certamente, ele te julgará a ti,
que, não obstante a letra e a circuncisão,
és transgressor da lei.
Rm 2:28 Porque não é judeu
quem o é apenas exteriormente,
nem é circuncisão
a que é somente na carne.
Rm 2:29 Porém judeu
é aquele que o é interiormente,
e circuncisão,
a que é do coração,
no espírito,
não segundo a letra,
e cujo louvor não procede dos homens,
mas de Deus.
Como sei se sou judeu circuncidado? Se pratico os mandamentos do Senhor e os seus mandamentos não são pesados, diz o apóstolo João. Mas é preciso cuidado porque no momento em que a lei se me tornar lei, eu a transgredirei, por causa de minha outra natureza, a pecadora. Como sair desse dilema entre a fé e as obras? ... continua!
A Deus toda glória! p/ pr. Daniel Deusdete.
...
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