sábado, 3 de outubro de 2015
sábado, outubro 03, 2015
Jamais Desista
Lucas 16.1-31 - CÉU E INFERNO.
Como já dissemos o evangelho de Lucas foi
escrito com o propósito principal de apresentar um relato fiel e organizado
visando estabelecer os fatos a respeito do ministério de Jesus e sua
importância para a história da salvação, além de fornecer parâmetros para a
igreja em sua pregação de arrependimento e perdão em nome de Jesus para todas
as nações. Estamos no capítulo 16, parte IV.
IV. O MINISTÉRIO PÚBLICO DE JESUS: DA GALILEIA À JERUSALÉM (9.51-19.27)
- continuação.
Como já dissemos, até o capítulo 19,
veremos o ministério público de Jesus: da Galileia para Jerusalém. O Evangelho
de Lucas registra a jornada de Jesus em direção a Jerusalém. Não há um paralelo
mais extenso nos outros Evangelhos (embora haja paralelos de algumas seções
individuais). O Evangelho de Lucas apresenta uma caminhada solene até a
capital, onde Jesus morreria pelos pecadores, de acordo com a vontade de Deus.
Assim, nós dividimos essa quarta parte
conforme a BEG em 18 subpartes: A. Ensino sobre discipulado (9.51-10.42) – já vimos; B. Ensino sobre oração
(11.1-13) – já vimos; C. Jesus e os
espíritos maus (11.14-26) – já vimos;
D. Bênção e julgamento (11.27-13.9) – já
vimos; E. A cura de uma mulher no sábado (13.10-17) – já vimos; F O reino de Deus (13.18-14.24) – concluiremos agora; G. Ensino sobre discipulado (14.25-35); H. Três
parábolas sobre os perdidos (15.1-32) –
já vista; I. Sobre dinheiro e serviço (16.1-17.10) – começaremos a ver agora; J. Os dez leprosos (17.11-19); K. A vinda
do reino (17.20-37); L. Parábolas sobre oração (18.1-14); M. Jesus e as crianças
(18.15-17); N. O jovem rico (18.18-30); O. Profecia da Paixão (18.31-34); P.
Devolvendo a visão ao cego (18.35-43); Q. Um cobrador de impostos chamado
Zaqueu (19.1-10); R. A parábola das minas (19.11-27).
Breve síntese do capítulo 16.
Um dia desses em meu trabalho eu conversava
com um amado irmão sobre o fato de ser fiel nas pequenas e nas grandes coisas.
De nada adianta pretendermos ser fiéis
somente quando formos elevados a um cargo alto. A prova de nossa fidelidade é
agora mesmo. Se estando embaixo, não formos fiéis, quando estivermos lá em cima,
não seremos mesmo fiéis.
É no pouco que somos provados no muito. A
fidelidade deve estar impregnada em nós pelo Santo Espírito Santo de Deus desde
o dia em que ouvimos a sua voz até o dia em que deixaremos este tabernáculo
provisório. Seja primeiramente fiel no pouco que Deus mesmo o provará no muito.
Quanto a termos mais senhores do que o
normal, isto é uma verdade em nossas vidas. Deus é soberano e exclusivo e não
partilha seu reino com ninguém. Não podemos servir a Deus e ao mesmo tempo o
dinheiro, o mundo e qualquer outro desejo concorrente querendo um espaço em
nossos corações.
É triste a história do homem rico e de
Lázaro, mas é interessante que há um jeito de se evitar ir para o inferno, mas
isto somente enquanto se tem a vida, no entanto, os homens, como loucos,
desprezam a salvação que Deus envia.
Vejamos o presente capítulo com mais
detalhes, conforme ajuda da BEG:
I. Sobre dinheiro e serviço (16.1-17.10).
Até o versículo dez do próximo capítulo,
Lucas apresenta uma série de declarações que Jesus fez sobre prioridades,
riqueza, poder, serviço e humildade. Jesus adverte seus ouvintes judeus que as
bênçãos de Deus não são dadas automaticamente.
Continua o contador de histórias a contar
as suas histórias e por meio delas nos ensinar as coisas do reino de Deus e de
sua justiça. O mordomo era o encarregado de gerenciar o patrimônio, liberando o
dono de se envolver com a maioria dos detalhes. Uma vez que esse homem não era
supervisionado atentamente, era fácil se tornar desonesto ou preguiçoso.
O fato, nessa história era que o mordomo
tinha sido acusado de não ser fiel perante o seu senhor. E o seu senhor foi
tomar satisfações com ele pedindo-lhe que lhe prestasse as contas.
O mordomo se viu em apuros e logo achou um
jeito de, se fosse mandado embora, pelo menos teria onde e o que comer. Começou
ele a chamar um a um dos devedores de seu senhor e negociava as dívidas deles
com cada um amenizando destarte sua condição de devedor.
Conceder uma redução significativa ao
débito do devedor faria com que este o convidasse para a sua casa (vs. 4), ao
menos por algum tempo. No caso do verso 6, por exemplo, a redução proposta foi
de 50%, quantidade essa de azeite que equivaleria à produção de cerca de cento
e cinquenta oliveiras, uma soma considerável.
Ele vai assim repetindo o processo. Aqui –
vs. 7, a quantidade de trigo parece ser equivalente à produção de uma área com
cerca de 400.000 m2. A redução proposta foi de 20%.
Como as notas de débito originais haviam
sido destruídas, o dono ficou numa posição embaraçosa, pois seria muito difícil
reclamar a quantia original. O elogio quanto à astúcia do administrador foi um
reconhecimento do fato de que este foi mais esperto do que o proprietário.
O que Jesus quis dizer aqui é que, muitas
vezes, as pessoas do mundo fazem uso dos recursos que têm à disposição com
muito mais eficiência do que os filhos da luz — ainda que o objetivo delas seja
bem diferente.
Os discípulos de Jesus não devem usar os
bens materiais de que dispõem para alcançar objetivos egoístas, mas para
"fazer amigos" (provavelmente o objetivo aqui é dar esmolas aos
pobres).
A passagem – vs. 9 - não especifica
claramente quem é o sujeito dessa frase, mas as possibilidades variam entre o
pobre que foi ajudado nesta vida ou talvez o próprio Deus.
De qualquer modo, ela não está ensinando a
salvação por obras (15.29). Nesta vida, ajudar os outros com amor é um sinal do
discipulado genuíno e também da alegria em desfrutar da salvação, e não um
sistema meritório para obter a salvação.
A honestidade provém do caráter, e não da
quantidade de recursos à nossa disposição. Se você é infiel no pouco, não
espere o muito não para ser fiel, por que não o será mesmo. Até nas riquezas
injustas – vs. 11 – devemos ser fiéis; imagina, então, a verdadeira riqueza: os
tesouros celestes.
Nosso dinheiro é um presente que Deus nos
dá e não algo que nos pertence, pois não o levaremos conosco. A única coisa que
realmente nos pertence é a herança que receberemos no novo céu e na nova terra
(Mt 25.34; Ap 21.1-5).
Trabalhar como escravo numa casa exige
fidelidade ao senhor da casa. É impossível oferecer o serviço dedicado que é
requerido do escravo para mais de um senhor.
Jesus conclui a sua lição nos ensinado que
não seria possível agradar dois senhores: ele e o dinheiro! Eu penso assim que
como mordomos de Deus temos de administrar os seus bens, logo, todo dinheiro do
mundo – milhões ou bilhões – podem entrar em nossos bolsos, mas não podem
entrar em nossos corações.
Em seguida, passa Jesus a exaltar a Lei e
os Profetas - uma referência a todo o Antigo Testamento - que vigoraram até
João. Lucas estava indicando que o ministério de João Batista é o limiar da
maior transformação que já ocorreu na história da redenção (Mt 11.11). E até
aquele momento, todo homem deveria se esforçar por entrar nele.
Essa questão do esforço é uma declaração
muito difícil de traduzir e interpretar (cf. afirmação semelhante em Mt 11.12).
Alguns sugerem que Jesus estava descrevendo o zelo com o qual se deve buscar o
reino de Deus (13.24), e sendo assim, estava fazendo uma exortação a seus
seguidores. Contudo, outros sugerem que o termo grego biazetai, traduzido como "se esforça" deve ser entendido
no sentido negativo, ou seja, forças hostis que lutam contra o reino (veja a
nota sobre Mt 11.12).
A impressão que se tem é que com Jesus tudo
seria diferente e todo o passado ficaria para trás, mas não é isso o que ele
ensina, antes valoriza todo o Antigo Testamento.
Nada ficaria para trás, nem mesmo um til da
lei - um minúsculo sinal posto sobre algumas letras hebraicas para fazer
distinção destas em relação às outras; é a menor parte de uma letra. Toda a lei
procede de Deus e não devemos negligenciar nenhuma parte dela (Mt 5.18).
Jesus não estava abolindo nada, mas dando a
ela a sua rela interpretação, significado e sentido originais, pois ele, de
fato, era e é o autor dela para sempre.
Em seguida, vem uma abordagem de Jesus
sobre o divórcio – vs. 18. Os judeus podiam se divorciar de suas esposas com
facilidade, ao menor sinal de provocação, mas a visão que Jesus tinha do
casamento era diferente.
A prescrição da lei permitia o divórcio (Dt
24.1-4) como uma concessão, por causa do coração endurecido das pessoas (Mc
10.5). Jesus percebeu que alguns divórcios judaicos resultavam em adultério (Mt
5.31-32; 19.9).
Agora, Jesus lhes conta outra parábola de certo
homem rico e de outro muito pobre.
Às vezes também chamado de
"Dives", um termo latino para "rico". Tal homem se vestia
de púrpura e de linha finíssimo. Essas roupas caras caracterizavam as pessoas
ricas. A púrpura era usada para as roupas de cima, enquanto que o linho era
utilizado para as roupas de baixo.
Na história, o pobre se chamava Lázaro. O
único personagem nomeado nas parábolas de Jesus, e aqui é representado vivendo
na miséria, em extrema pobreza.
Ambos morreram, sendo o mendigo levado
pelos anjos ao seio de Abraão - a imagem é a de ser um hóspede de honra num
banquete (cf. Jo 13.23, onde no grego lê-se "no seio de Jesus") e também
morreu o rico, sendo sepultado.
O rico foi parar no inferno. Do grego hades, o lugar onde os mortos aguardam
julgamento, porém no Novo Testamento nunca é utilizado em relação aos salvos.
Aqui, representa claramente um lugar de tormento. É interessante observar que o
rico, estando no hades, podia ver
Lázaro e Abraão.
Até mesmo no hades – vs. 24 - o rico demonstra sua arrogância, presumindo que
Lázaro deveria ser enviado para servi-lo. Observe também que até mesmo apenas
uma gota de água poderia aliviar um pouco o seu sofri-mento, ilustrando com
isso o implacável tormento que os ímpio sofrem após a morte.
Quem dá as respostas ao “rico” é Abraão. Embora
Abraão fale em tom de ternura, isso não altera o fato: há uma barreira
separando os dois, e há também uma ordem de valores completamente diferente
daquela encontrada na terra.
O homem rico recebeu aquilo que imaginava
serem coisas boas; porém, em vez de escolher as coisas de Deus, acabou
preferindo os prazeres sensuais.
Pela primeira vez, estando no inferno, o
homem rico pensou em alguém além de si mesmo, embora o seu pensamento estivesse
focalizado na sua própria família. Ele continua presumindo que Lázaro deveria
servi-lo.
Abraão então diz para o rico que eles
tinham Moisés e os Profetas, os quais deveriam ser ouvidos para evitarem ir
para o inferno. Uma referência ao Antigo Testamento.
O rico presume que enviar Lázaro –
ressuscitando-o dos mortos - causaria algum efeito em seus familiares mais
forte do que as Escrituras; mas Jesus diz que a Escritura é muito mais eficaz
do que qualquer aparecimento desses poderia vir a ser. Então, ao comentar de um
morto ressuscitando, falava Jesus dele mesmo: tampouco acreditarão, ainda que
algum dos mortos ressuscite – vs. 31.
Havia um
homem rico que tinha um administrador;
e
este lhe foi denunciado como quem estava
a
defraudar os seus bens.
Lc 16:2
Então, mandando-o chamar, lhe disse:
Que
é isto que ouço a teu respeito?
Presta
contas da tua administração,
porque
já não podes mais continuar nela.
Lc 16:3 Disse
o administrador consigo mesmo:
Que
farei,
pois
o meu senhor me tira a administração?
Trabalhar na
terra
não
posso;
também de
mendigar
tenho
vergonha.
Lc 16:4 Eu
sei o que farei,
para
que, quando for demitido da administração,
me
recebam em suas casas.
Lc 16:5 Tendo
chamado cada um dos devedores
do
seu senhor, disse ao primeiro:
Quanto
deves ao meu patrão?
Lc 16:6
Respondeu ele:
Cem
cados de azeite.
Então, disse:
Toma
a tua conta,
assenta-te
depressa
e
escreve cinqüenta.
Lc
16:7 Depois, perguntou a outro:
Tu,
quanto deves?
Respondeu
ele:
Cem
coros de trigo.
Disse-lhe:
Toma
a tua conta
e
escreve oitenta.
Lc 16:8 E
elogiou o senhor
o
administrador infiel porque se houvera atiladamente,
porque
os filhos do mundo
são
mais hábeis na sua própria geração
do
que os filhos da luz.
Lc 16:9 E eu
vos recomendo:
das
riquezas de origem iníqua
fazei
amigos; para que,
quando
aquelas vos faltarem,
esses
amigos vos recebam
nos
tabernáculos eternos.
Lc 16:10 Quem
é fiel no pouco
também
é fiel no muito;
e quem é
injusto no pouco
também
é injusto no muito.
Lc 16:11 Se,
pois, não vos tornastes fiéis
na
aplicação das riquezas de origem injusta,
quem
vos confiará a verdadeira riqueza?
Lc 16:12 Se
não vos tornastes fiéis na aplicação do alheio,
quem
vos dará o que é vosso?
Lc 16:13
Ninguém pode servir a dois senhores;
porque
ou há de aborrecer-se de um
e
amar ao outro
ou se
devotará a um
e
desprezará ao outro.
Não podeis
servir
a
Deus
e
às riquezas.
Lc 16:14 Os
fariseus,
que
eram avarentos,
ouviam
tudo isto
e
o ridiculizavam.
Lc 16:15 Mas
Jesus lhes disse:
Vós
sois os que vos justificais a vós mesmos
diante
dos homens,
mas
Deus conhece o vosso coração;
pois
aquilo que é elevado entre homens
é
abominação diante de Deus.
Lc
16:16 A Lei e os Profetas vigoraram até João;
desde
esse tempo,
vem
sendo anunciado
o
evangelho do reino de Deus,
e
todo homem
se esforça
por entrar nele.
Lc
16:17 E é mais fácil passar o céu e a terra
do
que cair um til sequer da Lei.
Lc 16:18 Quem
repudiar sua mulher
e casar com
outra
comete
adultério;
e aquele que
casa com a mulher repudiada pelo marido
também
comete adultério.
Lc 16:19 Ora,
havia certo homem rico
que
se vestia de púrpura
e
de linho finíssimo
e
que, todos os dias,
se
regalava esplendidamente.
Lc
16:20 Havia também certo mendigo,
chamado
Lázaro,
coberto
de chagas,
que
jazia à porta daquele;
Lc
16:21 e desejava alimentar-se
das
migalhas que caíam da mesa do rico;
e até os cães
vinham
lamber-lhe as úlceras.
Lc 16:22
Aconteceu morrer o mendigo
e
ser levado pelos anjos
para
o seio de Abraão;
morreu
também o rico
e
foi sepultado.
Lc 16:23 No
inferno,
estando
em tormentos,
levantou
os olhos e viu ao longe
a Abraão e Lázaro no seu seio.
Lc
16:24 Então, clamando, disse:
Pai
Abraão,
tem
misericórdia de mim!
E
manda a Lázaro que molhe em água
a
ponta do dedo
e
me refresque a língua,
porque
estou atormentado nesta chama.
Lc
16:25 Disse, porém, Abraão:
Filho,
lembra-te de que recebeste
os
teus bens em tua vida,
e
Lázaro igualmente, os males;
agora, porém,
aqui,
ele está consolado;
tu,
em tormentos.
Lc 16:26 E,
além de tudo, está posto um grande abismo
entre
nós e vós, de sorte que os que querem passar
daqui
para vós outros não podem,
nem os de lá
passar
para nós.
Lc
16:27 Então, replicou:
Pai,
eu te imploro que o mandes
à
minha casa paterna,
Lc
16:28 porque tenho cinco irmãos;
para
que lhes dê testemunho,
a fim de não
virem também
para
este lugar de tormento.
Lc
16:29 Respondeu Abraão:
Eles
têm Moisés e os Profetas;
ouçam-nos.
Lc
16:30 Mas ele insistiu:
Não,
pai Abraão;
se
alguém dentre os mortos for ter com eles,
arrepender-se-ão.
Lc
16:31 Abraão, porém, lhe respondeu:
Se
não ouvem a Moisés e aos Profetas,
tampouco
se deixarão persuadir,
ainda
que ressuscite
alguém
dentre os mortos.
E por falar em
inferno e céu, haverá um dia final em que teremos a população dividida e
julgada. Somente estarão no céu aqueles que Deus quis que estivessem; bem
assim, somente estarão no inferno, aqueles que deveriam estar lá. Deus, então
continuará sendo justo, verdadeiro, amoroso, bondoso, sábio, soberano. E você,
por que anda em dúvidas? É melhor se apressar, Jesus está voltando.
Depois do
julgamento final, poderemos encontrar habitantes nos céus que deveriam estar no
inferno, ou no inferno habitantes que deveriam estar nos céus? Eu creio que
não!
...
sexta-feira, 2 de outubro de 2015
sexta-feira, outubro 02, 2015
Jamais Desista
9 de Outubro - DIA MUNDIAL DOS CORREIOS
Bom dia! Em comemoração ao dia alusivo ao Dia Mundial dos Correios, teremos no período de 7 e 8 de outro a Feira de Talentos Internos e eu gostaria de convidá-lo.
sexta-feira, outubro 02, 2015
Jamais Desista
Lucas 15.1-32 - O CAPÍTULO DA BUSCA DO PERDIDO!
Como já dissemos o evangelho de Lucas foi escrito com o propósito principal de apresentar um relato fiel e organizado visando estabelecer os fatos a respeito do ministério de Jesus e sua importância para a história da salvação, além de fornecer parâmetros para a igreja em sua pregação de arrependimento e perdão em nome de Jesus para todas as nações. Estamos no capítulo 15, parte IV.
IV. O MINISTÉRIO PÚBLICO DE JESUS: DA GALILEIA À JERUSALÉM (9.51-19.27)
- continuação.
Como já dissemos, até o capítulo 19,
veremos o ministério público de Jesus: da Galileia para Jerusalém. O Evangelho
de Lucas registra a jornada de Jesus em direção a Jerusalém. Não há um paralelo
mais extenso nos outros Evangelhos (embora haja paralelos de algumas seções
individuais). O Evangelho de Lucas apresenta uma caminhada solene até a
capital, onde Jesus morreria pelos pecadores, de acordo com a vontade de Deus.
Assim, nós dividimos essa quarta parte
conforme a BEG em 18 subpartes: A. Ensino sobre discipulado (9.51-10.42) – já vimos; B. Ensino sobre oração
(11.1-13) – já vimos; C. Jesus e os
espíritos maus (11.14-26) – já vimos;
D. Bênção e julgamento (11.27-13.9) – já
vimos; E. A cura de uma mulher no sábado (13.10-17) – já vimos; F O reino de Deus (13.18-14.24) – já vimos; G. Ensino sobre discipulado (14.25-35) – já vimos; H. Três parábolas sobre os
perdidos (15.1-32) – veremos agora;
I. Sobre dinheiro e serviço (16.1-17.10); J. Os dez leprosos (17.11-19); K. A
vinda do reino (17.20-37); L. Parábolas sobre oração (18.1-14); M. Jesus e as
crianças (18.15-17); N. O jovem rico (18.18-30); O. Profecia da Paixão
(18.31-34); P. Devolvendo a visão ao cego (18.35-43); Q. Um cobrador de
impostos chamado Zaqueu (19.1-10); R. A parábola das minas (19.11-27).
Breve síntese do capítulo 15.
Os fariseus e os escribas estavam chateados
por que Jesus estava com os pecadores e lhes dava atenção. Na verdade, queriam
atenção especial para eles, pois afinal de contas eram "melhores" do
que os pecadores e do que os publicanos.
Jesus, ao contrário, não olhava as
aparências dos homens nem se deixava levar pela glória deles, antes se alegrava
quando via um pecador que se arrependia de verdade diante de Deus. A alegria no
céu era tão grande que anjos festejavam.
Lembro-me de Frank E. Peretti - Este Mundo
Tenebroso - narrando a salvação de uma alma. Esse autor nesse romance
atreveu-se a narrar a história contando os fatos como um jornalista e ao mesmo
tempo narrando também os bastidores de todos os atos no âmbito espiritual,
conforme está escrito na Bíblia. Quando ele narra a salvação de uma alma, ele
narra a festa nos céus. Eu gostei muito.
Jesus veio ao mundo não para chamar os
justos, mas os pecadores ao arrependimento e nós agora temos essa missão, essa
nobre missão. Por isso, temos de sair para fora do templo para irmos buscar os
pecadores e lhes dizer que há esperanças para eles!
Vejamos o presente capítulo com mais
detalhes, conforme ajuda da BEG:
H. Três parábolas sobre os perdidos (15.1-32).
Lucas comenta que se achegavam a ele para ouvi-lo
todos os publicanos e todos os pecadores, mas os fariseus e os escribas
murmuravam com inveja, principalmente porque Jesus os recebia e comia com eles.
Então ele pronuncia três parábolas sobre os perdidos.
Lucas reuniu três parábolas sobre os
ensinos de Jesus sobre coisas que estavam perdidas, concentrando a atenção na
misericórdia de Deus em resgatar e receber o seu povo, bem como na atitude
apropriada ao considerar a salvação dos outros.
Os publicanos e os pecadores eram pessoas
que tinham uma conduta imoral ou se ocupavam de coisas que os escribas
consideravam incompatíveis com a observância à lei de Deus.
Uma das prescrições rabínicas era "não
se associar com pecadores", e os rabinos nem sequer ensinavam tais
pessoas. Observe que o cap. 14 termina com "ouça" e o cap. 15 começa
mostrando esses mesmos "pecadores" se reunindo para ouvir Jesus.
A primeira parábola era a das cem ovelhas e
que o pastor perdeu uma delas. Os rabinos concordavam que Deus recebia o
pecador penitente, porém essa parábola ensina que na verdade é Deus quem busca
o pecador e o povo de Deus deve se alegrar com os anjos quando os pecadores se
arrependem.
Na parábola, vemos que o céu nos mostra a
atitude correta que um pecador arrependido deve ter: júbilo (cf. vs. 10). A
proporção aqui foi de 100:1.
A segunda parábola é a das dez dracmas. A
palavra "dracma" ocorre somente no Novo Testamento e apenas nessa
passagem; tratava-se de uma moeda grega feita de prata, cuja unidade
correspondia à quantia paga ao trabalhador por um dia de serviço.
As dez moedas podem ter sido as economias
de uma vida inteira dessa mulher. Ela então acende a candeia. Provavelmente a
casa não tinha janelas (ou talvez fossem pequenas), então era necessário
acender uma candeia mesmo durante o dia.
Novamente – vs. 15 -, o céu nos mostra a
atitude correta que um pecador arrependido deve ter: júbilo (cf. o vs. 7). A
proporção aqui é de 10:1.
A terceira parábola é a do filho pródigo –
vs. 11 ao 32. Talvez fosse mais apropriado chamar a parábola do filho pródigo
de a "parábola do pai que espera".
Conquanto o arrependimento do filho seja
importante nessa parábola, a disposição do pai para perdoar, combinada com
ações inesperadas e graciosas (vs. 20; vs. 22-23), fornece uma ilustração
impressionante do amor paternal de Deus para com os seres humanos
desobedientes.
Também pode ser chamada de "parábola
do irmão insensível", pois um dos propósitos, talvez o propósito
principal, é censurar os fariseus por não terem acolhido em comunhão os
pecadores arrependidos (incluindo os gentios e outros transgressores da lei).
O primogênito tinha direito a dois terços
das propriedades do pai (Dt 21.17). Ocasionalmente, o pai entregava o
patrimônio ao filho, mas retinha o usufruto da renda; ou seja, o pai não podia
se desfazer do patrimônio, mas o filho podia vendê-lo.
Contudo, caso o filho vendesse o
patrimônio, o comprador não podia tomar posse antes da morte do pai. No
entanto, era muito incomum o pai entregar o patrimônio a um de seus filhos,
conforme relatado nessa parábola.
O filho, teimoso, exige a sua parte e sai
pelo mundo a aventurar-se, achando que seus recursos eram ilimitados, no
entanto, ele vai perdendo o controle e quando se dá por si, já não tinha mais o
suficiente nem para comer e beber.
Foi obrigado a aceitar qualquer coisa, para
simplesmente ter onde morar e o que comer. Ele então é colocado para cuidar de
porcos. Eram animais considerados imundos pela lei (Lv 11.7); logo, nenhum
judeu aceitaria um trabalho como esse de boa vontade, e os rabinos consideravam
as pessoas que criavam porcos como amaldiçoadas.
Até a comida dele teve de ser a mesma dos
porcos, ou seja, a alfarroba. O fruto da alfarrobeira, uma vagem de polpa doce.
O motivo pelo qual o filho saiu de casa não
havia sido nada louvável, porém ele fez uma confissão louvável ao reconhecer o
seu pecado e buscar perdão.
Aparentemente, o pai aguardava com
ansiedade o retorno do filho. Nessa época, era considerado indigno um homem
proeminente como o pai sair correndo desse jeito. No entanto, a alegria pelo
retorno do filho fora bem maior. O ato do pai demonstra perdão total e
restauração do relacionamento.
Ele então lhe fornece a melhor roupa, um
sinal de honraria; um anel, significando autoridade (Gn 41.42; Et 3.10; 8.2); sandálias,
uma vez que os escravos andavam descalços, as sandálias indicavam que o filho
tinha a posição de homem livre; um novilho cevado, que era reservado para
ocasiões especiais. Tudo o que o filho havia perdido, ele devolve ao filho
arrependido, restaurando-o completamente em sua casa.
O Pai estava de fato alegre – vs. 24. O pai
e os servos demonstraram a mesma atitude daqueles que acharam a ovelha perdida
(vs. 6) e a moeda perdida (vs. 9): júbilo e celebração. Essa atitude representa
a celebração que acontece nos céus quando um pecador se arrepende (vs. 7, 10)
e, portanto, foi a atitude apropriada para celebrar o retorno do filho. A proporção
nessa história foi de 2:1.
A atitude do filho mais velho ilustra o
espírito depreciativo dos fariseus que se aborreciam com a presença dos
"pecadores" (vs. 1-3), e faz um contraste cabal com a atitude piedosa
de regozijo e celebração (vs. 24).
Da mesma maneira como agiu com o filho mais
novo (vs. 20), o pai tomou a iniciativa para restaurar o relacionamento com o
filho mais velho.
A parábola como um todo aponta para a
soberania de Deus, que busca ativamente pecadores desprezíveis que não estavam
procurando por ele (19.10).
No verso 29, se percebe que havia interesse
no relacionamento do filho mais velho. Essa declaração – vs. 29 - indica que o
filho mais velho encarava o relacionamento com o seu pai na base da recompensa
por comportamento meritório.
Tal como a pai demonstrou amor para com o
seu filho indigno, a salvação não é uma recompensa por boas obras, mas sim
verdadeiramente um dom gracioso de Deus (Ef 2.8-9). Ele chega ao ponto de
cobrar do pai ao menos um cabrito. Um cabrito era bem mais barato do que um
novilho.
No entanto, o pai esclarece que tudo o que era
dele também era do filho. A atitude do filho mais velho o tornou cego para o
relacionamento rico e abençoado que tinha com o seu pai.
No verso 32, o pai não disse "esse
filho meu", pois não queria que o irmão ofendido se esquecesse de que
ambos eram filhos e membros da mesma família.
todos os
publicanos e pecadores
para
o ouvir.
Lc 15:2 E
murmuravam os fariseus e os escribas, dizendo:
Este
recebe pecadores e come com eles.
Lc 15:3
Então, lhes propôs Jesus esta parábola:
Lc
15:4 Qual, dentre vós, é o homem que,
possuindo
cem ovelhas e perdendo uma delas,
não
deixa no deserto as noventa e nove
e
vai em busca da que se perdeu,
até
encontrá-la?
Lc
15:5 Achando-a,
põe-na
sobre os ombros, cheio de júbilo.
Lc 15:6 E,
indo para casa,
reúne
os amigos e vizinhos, dizendo-lhes:
Alegrai-vos
comigo,
porque já
achei a minha ovelha perdida.
Lc 15:7
Digo-vos que, assim,
haverá
maior júbilo no céu por um pecador que se arrepende
do
que por noventa e nove justos
que
não necessitam de arrependimento.
Lc 15:8 Ou
qual é a mulher que,
tendo
dez dracmas, se perder uma,
não
acende a candeia,
varre
a casa
e
a procura diligentemente até encontrá-la?
Lc 15:9 E,
tendo-a achado,
reúne
as amigas e vizinhas, dizendo:
Alegrai-vos
comigo,
porque achei
a dracma
que
eu tinha perdido.
Lc 15:10 Eu
vos afirmo que,
de
igual modo,
há
júbilo diante dos anjos de Deus
por
um pecador que se arrepende.
Lc 15:11
Continuou:
Certo
homem tinha dois filhos;
Lc
15:12 o mais moço deles disse ao pai:
Pai,
dá-me a parte dos bens que me cabe.
E
ele lhes repartiu os haveres.
Lc
15:13 Passados não muitos dias,
o
filho mais moço,
ajuntando
tudo o que era seu,
partiu
para uma terra distante
e
lá dissipou todos os seus bens,
vivendo
dissolutamente.
Lc
15:14 Depois de ter consumido tudo,
sobreveio
àquele país uma grande fome,
e
ele começou a passar necessidade.
Lc 15:15
Então,
ele
foi
e
se agregou a um dos cidadãos daquela terra,
e
este o mandou para os seus campos
a
guardar porcos.
Lc 15:16 Ali,
desejava
ele fartar-se das alfarrobas
que
os porcos comiam;
mas
ninguém lhe dava nada.
Lc 15:17
Então, caindo em si, disse:
Quantos
trabalhadores de meu pai
têm
pão com fartura,
e
eu aqui morro de fome!
Lc 15:18
Levantar-me-ei,
e irei ter
com o meu pai, e lhe direi:
Pai,
pequei contra o céu e diante de ti;
Lc 15:19 já
não sou digno de ser chamado teu filho;
trata-me como
um dos teus trabalhadores.
Lc 15:20 E,
levantando-se,
foi
para seu pai.
Vinha ele
ainda longe,
quando
seu pai o avistou,
e,
compadecido dele,
correndo,
o
abraçou,
e
beijou.
Lc 15:21 E o
filho lhe disse:
Pai,
pequei contra o céu e diante de ti;
já não sou digno
de ser chamado teu filho.
Lc
15:22 O pai, porém, disse aos seus servos:
Trazei
depressa a melhor roupa,
vesti-o,
ponde-lhe
um anel no dedo
e
sandálias nos pés;
Lc
15:23 trazei também e matai o novilho cevado.
Comamos
e
regozijemo-nos,
Lc 15:24
porque este meu filho estava morto
e
reviveu,
estava
perdido
e
foi achado.
E
começaram a regozijar-se.
Lc 15:25 Ora,
o
filho mais velho estivera no campo;
e,
quando voltava,
ao
aproximar-se da casa,
ouviu
a música e as danças.
Lc
15:26 Chamou um dos criados
e
perguntou-lhe que era aquilo.
Lc 15:27 E
ele informou:
Veio
teu irmão,
e
teu pai mandou matar o novilho cevado,
porque
o recuperou com saúde.
Lc
15:28 Ele se indignou e não queria entrar;
saindo,
porém, o pai,
procurava
conciliá-lo.
Lc 15:29 Mas
ele respondeu a seu pai:
Há
tantos anos que te sirvo sem jamais transgredir uma ordem tua,
e
nunca me deste um cabrito sequer
para
alegrar-me com os meus amigos;
Lc 15:30
vindo, porém, esse teu filho,
que
desperdiçou os teus bens
com
meretrizes,
tu mandaste
matar para ele
o
novilho cevado.
Lc
15:31 Então, lhe respondeu o pai:
Meu
filho, tu sempre estás comigo;
tudo
o que é meu é teu.
Lc 15:32
Entretanto,
era
preciso que nos regozijássemos
e
nos alegrássemos,
porque
esse teu irmão estava morto
e
reviveu,
estava
perdido
e
foi achado.
Linda esta
parábola do filho pródigo e do filho que ficou com inveja de seu irmão por
sentir que estava sendo injustiçado.
A temática do
capítulo 15 de Lucas é a busca do perdido. Eu não estou sendo chamado para
buscar o perdido, nem para converter o coração dos incrédulos, mas para lhes
anunciar a palavra de Deus, crendo, piamente, que Deus é poderoso para resgatar
o perdido e converter qualquer coração.
As proporções
das parábolas em busca do perdido foram em ordem decrescente: Primeira (uma ovelha
que se perde): 100x1 – Segunda (uma mulher que perde uma dracma): 10x1 –
Terceira (um pai que perde seu filho): 2:1.
...
quinta-feira, 1 de outubro de 2015
quinta-feira, outubro 01, 2015
Jamais Desista
Lucas 14.-35- SE ALGO TE DOMINA, ESTE É TEU SENHOR E VOCÊ SEU ESCRAVO!
IV. O MINISTÉRIO PÚBLICO DE JESUS: DA GALILEIA À JERUSALÉM (9.51-19.27)
- continuação.
Como já dissemos, até o capítulo 19,
veremos o ministério público de Jesus: da Galileia para Jerusalém. O Evangelho
de Lucas registra a jornada de Jesus em direção a Jerusalém. Não há um paralelo
mais extenso nos outros Evangelhos (embora haja paralelos de algumas seções
individuais). O Evangelho de Lucas apresenta uma caminhada solene até a
capital, onde Jesus morreria pelos pecadores, de acordo com a vontade de Deus.
Assim, nós dividimos essa quarta parte
conforme a BEG em 18 subpartes: A. Ensino sobre discipulado (9.51-10.42) – já vimos; B. Ensino sobre oração
(11.1-13) – já vimos; C. Jesus e os
espíritos maus (11.14-26) – já vimos;
D. Bênção e julgamento (11.27-13.9) – já
vimos; E. A cura de uma mulher no sábado (13.10-17) – já vimos; F O reino de Deus (13.18-14.24) – concluiremos agora; G. Ensino sobre discipulado (14.25-35) - veremos agora; H. Três
parábolas sobre os perdidos (15.1-32); I. Sobre dinheiro e serviço
(16.1-17.10); J. Os dez leprosos (17.11-19); K. A vinda do reino (17.20-37); L.
Parábolas sobre oração (18.1-14); M. Jesus e as crianças (18.15-17); N. O jovem
rico (18.18-30); O. Profecia da Paixão (18.31-34); P. Devolvendo a visão ao
cego (18.35-43); Q. Um cobrador de impostos chamado Zaqueu (19.1-10); R. A
parábola das minas (19.11-27).
Breve síntese do capítulo 14.
Jesus, provocando mesmo os intérpretes da
lei e os fariseus, faz questão de realizar curas extraordinárias no dia de
sábado, mas aqui na cura deste homem hipódrico ninguém ousou se quer falar
qualquer coisa. Jesus é o Senhor do sábado.
E quando formos dar uma festa, quem devemos
convidar? Geralmente, convidamos nossos parentes e amigos que, certamente, irão
retribuir em algum dia, mas Jesus nos orienta a termos um coração generoso e
desprendido das coisas.
Ser um seguidor de Jesus não é uma mera
opção interessante, antes é a nossa vida! Quem não seguir a Jesus, estará
seguindo e sendo escravo do pecado. Em Cristo, agora iremos escolher a quem
obedecer.
Veja o que está dito em Romanos 6:16: “Não sabeis que daquele a quem vos ofereceis
como servos para obediência, desse mesmo a quem obedeceis sois servos, seja do
pecado para a morte ou da obediência para a justiça?”.
Vejamos o presente capítulo com mais
detalhes, conforme ajuda da BEG:
F. O reino de Deus (13.18-14.24) - continuação.
Doravante, a partir dos vs. 18 até o
próximo capítulo, vs. 24, veremos o Reino de Deus. Lucas registra uma série de
ilustrações que Jesus usou para explicar o modo inesperado pelo qual o reino de
Deus estava chegando. Ele deixou claro que o reino estava vindo gradualmente, e
que os gentios tomariam o lugar de muitos judeus no reino.
Parece que o jantar de sábado era uma
refeição importante (toda a comida era preparada no dia anterior). Os fariseus
estavam ali observando, evidentemente, com o objetivo de pegá-lo violando
alguma observância do sábado.
Também ali estava um homem hidrópico. Uma
doença que causa acúmulo de fluídos nas cavidades do corpo (em todo o Novo
Testamento, só é mencionada aqui).
Jesus, não suportando a hipocrisia
reinante, logo os provoca: é ou não é lícito curar no sábado? No entanto, os
covardes se calaram, mas Jesus curou o homem e o despediu.
Agir dessa maneira em casos de emergência
testemunhava a favor da verdade, isto é, de que é lícito realizar atos de
misericórdia no sábado. Foi exatamente o que Jesus fez.
Os judeus certamente retirariam uma criança
de um poço, e até mesmo um boi, num dia de sábado, ainda que isso fosse tecnicamente
considerado como trabalho.
Curar no dia de sábado não era contra a lei
de Moisés, embora fosse proibido pelas regulamentações dos escribas (a menos
que houvesse risco de morte).
Diante de tanta luz, quem pode replicá-lo
ou se opô-lo?
Pacientemente, querendo ensinar para que
houvesse o arrependimento, Jesus lhes conta uma breve história com um fundo
moral apropriado ao momento ao observar como escolhiam os convidados os
primeiros lugares. Conseguir um lugar perto do convidado de honra era algo que
todos buscavam com avidez.
Jesus não estava dando um conselho mundano,
mas defendendo a humildade genuína, como mostra o vs. 11 (cf. 18.14; Mt 23.12).
Não se deve esperar recompensa por ser
hospitaleiro. A genuína hospitalidade é demonstrada quando se convida pessoas
que não têm recursos ou condições de retribuir.
Um dos presentes, dos que estavam sentados
à mesa, vendo e ouvindo o que Jesus falara disse que bem-aventurado seria aquele
que viesse a comer pão no reino de Deus. Uma expressão piedosa convencional,
pronunciada talvez com o objetivo de mudar de assunto.
E mais uma vez outra parábola contada por
Jesus – a parábola da grande ceia - no gancho desse homem, aproveitando a sua
fala. Evidentemente, os convidados aceitaram o convite, pois a passagem não
menciona que alguém o tivesse recusado.
No entanto, um segundo convite era enviado
quando o banquete estivesse pronto (pois prepará-lo levava bastante tempo), o
que era comum e muito útil, pois naquela época as pessoas não tinham
calendários ou relógios (cf. Et 5.8; 6.14).
As desculpas de todos os convidados à festa
para não irem a mesma foram claramente desonestas, pois ninguém comprava um
campo ou um boi sem antes inspecioná-lo; e mesmo que tivesse comprado, então
não haveria pressa para inspecioná-lo.
O homem que se casou pode ter citado Dt
24.5 como desculpa para o seu não comparecimento, mas a lei dispensava o homem
recém-casado apenas do serviço militar, e não do contato social.
Essa parábola é uma profecia da extensão do
evangelho àqueles que eram considerados indignos pelos fariseus. O
"pobres, os aleijados, os cegos e os coxos" (vs. 21) representavam o
"povo da terra" (judeus desprezados, incapazes de cumprir os rituais
tradicionais de purificação), e aqueles que viviam à margem da sociedade, pelos
"caminhos e atalhos" (vs. 23), representavam os gentios. A parábola
finaliza com uma advertência à elite de Israel, que rejeita o Messias: não
haverá uma segunda oportunidade – vs. 24.
G. Ensino sobre discipulado (14.25-35).
Do vs. 25 ao 35, veremos o ensino sobre o
discipulado. Lucas relata a maneira em que Jesus enfatizou o custo de segui-lo.
O risco é grande e Jesus queria que os seus seguidores refletissem sobre o
assunto com muita atenção.
Se alguém fosse a Cristo e não aborrecesse
algo (pai, mãe, mulher, filhos, irmãos, irmãs, ou a sua própria vida) não seria
digno do Senhor.
Aborrecer aqui significa "amar
menos" (veja Gn 29.31,33; Dt 21.15, onde o mesmo verbo é traduzido como
"desprezada", "preterida" e "aborrecida").
Discipulado significa amar a Jesus de modo que, em comparação, qualquer outro amor
se pareça com ódio.
Para seguir a Jesus, mister seria tomar a
sua cruz e ir após ele. (9.23-25). Não apenas uma delas, mas ambas: a cruz e o
ir.
Percebemos em nossa vida diária que é
importante avaliar o custo antes de nos comprometermos com um projeto.
Daí porque ele conta duas parábolas
envolvendo objetivos e recursos para se alcançá-las.
A primeira fala da construção de uma torre de
vigia ou uma construção rural. Seria importante se assentar primeiro - indica
um processo calmo e cuidadoso – se os construtores têm os recursos necessários
antes de começar para não ser o caso de ter começado e visto depois que não
daria nem para ter começado.
A segunda fala de um preparativo numa
guerra. Nenhum rei entraria numa guerra se tivesse certeza que iria perder;
portanto, ele avalia os custos antes de começar.
A primeira parábola pede francamente aos
ouvintes para que avaliem com cuidado se têm condições de seguir a Cristo. A
segunda possivelmente questiona no sentido contrário, isto é, se os ouvintes
têm condições de recusar as exigências de Cristo.
Em ambas são exigidas renúncias sérias as
coisas desta vida para poderem seguir a Cristo.
Jesus então faz uma boa análise do sal e
afirma que o mesmo é bom, mas poderia se estragar. Jesus não especifica as
qualidades que fazem com que o sal seja bom, mas era óbvio que tinha a
propriedade de dar sabor e conservar os alimentos.
O sal que era usado nesse tempo tinha um
grau de pureza muito baixo, e era possível extrair o cloreto de sódio do sal
por meio de lixiviação, deixando um resíduo inútil.
Assim, os discípulos são o sal da terra que
deve zelar por não se degenerar para assim estar sempre útil ao Senhor.
ao entrar ele
num sábado na casa de um dos principais fariseus
para
comer pão,
eis
que o estavam observando.
Lc 14:2 Ora,
diante
dele se achava um homem hidrópico.
Lc 14:3
Então, Jesus,
dirigindo-se
aos intérpretes da Lei e aos fariseus,
perguntou-lhes:
É
ou não é lícito curar no sábado?
Lc 14:4 Eles,
porém, nada disseram.
E,
tomando-o,
o
curou
e
o despediu.
Lc 14:5 A
seguir, lhes perguntou:
Qual
de vós, se o filho ou o boi cair num poço,
não
o tirará logo, mesmo em dia de sábado?
Lc
14:6 A isto nada puderam responder.
Lc 14:7
Reparando como os convidados
escolhiam
os primeiros lugares,
propôs-lhes
uma parábola:
Lc 14:8
Quando por alguém fores convidado para um casamento,
não
procures o primeiro lugar; para não suceder que,
havendo
um convidado mais digno do que tu,
Lc
14:9 vindo aquele que te convidou e também a ele, te diga:
Dá
o lugar a este.
Então, irás,
envergonhado, ocupar o último lugar.
Lc
14:10 Pelo contrário, quando fores convidado,
vai
tomar o último lugar;
para
que, quando vier o que te convidou, te diga:
Amigo,
senta-te mais para cima.
Ser-te-á
isto uma honra
diante de
todos os mais convivas.
Lc
14:11 Pois todo o que se exalta
será
humilhado;
e o que se
humilha
será
exaltado.
Lc 14:12
Disse também ao que o havia convidado:
Quando
deres um jantar ou uma ceia,
não
convides os teus amigos,
nem
teus irmãos,
nem
teus parentes,
nem
vizinhos ricos;
para
não suceder que eles, por sua vez,
te
convidem
e
sejas recompensado.
Lc
14:13 Antes, ao dares um banquete, convida
os
pobres,
os
aleijados,
os
coxos
e
os cegos;
Lc
14:14 e serás bem-aventurado,
pelo fato de
não terem eles com que recompensar-te;
a
tua recompensa, porém,
tu
a receberás
na
ressurreição dos justos.
Lc
14:15 Ora, ouvindo tais palavras,
um dos que
estavam com ele à mesa, disse-lhe:
Bem-aventurado
aquele que comer pão
no
reino de Deus.
Lc
14:16 Ele, porém, respondeu:
Certo
homem deu uma grande ceia
e
convidou muitos.
Lc
14:17 À hora da ceia,
enviou o seu
servo para avisar
aos
convidados:
Vinde,
porque tudo já está preparado.
Lc
14:18 Não obstante, todos, à uma,
começaram a
escusar-se. Disse o primeiro:
Comprei
um campo e preciso ir vê-lo;
rogo-te que
me tenhas por escusado.
Lc
14:19 Outro disse:
Comprei
cinco juntas de bois
e
vou experimentá-las;
rogo-te
que me tenhas por escusado.
Lc
14:20 E outro disse:
Casei-me
e, por isso, não posso ir.
Lc
14:21 Voltando o servo,
tudo
contou ao seu senhor.
Então, irado,
o
dono da casa disse ao seu servo:
Sai
depressa para as ruas e becos da cidade
e
traze para aqui
os
pobres,
os
aleijados,
os
cegos
e
os coxos.
Lc
14:22 Depois, lhe disse o servo:
Senhor,
feito está como mandaste,
e
ainda há lugar.
Lc 14:23
Respondeu-lhe o senhor:
Sai
pelos caminhos e atalhos
e
obriga a todos a entrar,
para que
fique cheia a minha casa.
Lc
14:24 Porque vos declaro
que
nenhum daqueles homens
que
foram convidados
provará
a minha ceia.
Lc 14:25 Grandes multidões o
acompanhavam,
e ele, voltando-se, lhes disse:
Lc 14:26 Se
alguém vem a mim
e
não aborrece a seu pai,
e
mãe, e mulher,
e
filhos, e irmãos,
e
irmãs
e
ainda a sua própria vida,
não
pode ser meu discípulo.
Lc 14:27 E
qualquer
que
não tomar a sua cruz
e
vier após mim
não
pode ser meu discípulo.
Lc 14:28 Pois
qual de vós,
pretendendo
construir uma torre,
não
se assenta primeiro
para
calcular a despesa
e
verificar se tem os meios para a concluir?
Lc
14:29 Para não suceder que,
tendo
lançado os alicerces
e
não a podendo acabar,
todos
os que a virem zombem dele,
Lc
14:30 dizendo:
Este
homem começou a construir
e
não pôde acabar.
Lc 14:31 Ou
qual é o rei que, indo para combater outro rei,
não
se assenta primeiro para calcular
se
com dez mil homens
poderá
enfrentar o que vem contra ele
com
vinte mil?
Lc
14:32 Caso contrário,
estando
o outro ainda longe,
envia-lhe
uma embaixada,
pedindo
condições de paz.
Lc 14:33
Assim, pois,
todo
aquele que dentre vós
não
renuncia a tudo quanto tem
não
pode ser meu discípulo.
Lc 14:34 O
sal é certamente bom;
caso,
porém, se torne insípido,
como
restaurar-lhe o sabor?
Lc 14:35 Nem
presta para a terra,
nem mesmo
para o monturo;
lançam-no
fora.
Quem tem
ouvidos para ouvir,
ouça.
Por conta disso
tudo, falando Jesus de que devemos planejar se podemos construir uma torre ou
vencer uma guerra, se não renunciarmos a tudo quanto não poderemos nos tornar
discípulos de Jesus. O discípulo de Jesus é como o sal que dá o sabor e
conserva o alimento.
...