INSCREVA-SE!

sábado, 28 de novembro de 2015

Atos 27 1-44 - NAVIO DE ALEXANDRIA NAUFRAGA NO MAR - NENHUMA VÍTIMA!

Como já dissemos, Atos foi escrito para orientar a igreja em sua missão permanente por meio do relato de como o Espírito Santo capacitou os apóstolos para propagar o testemunho de Cristo ao mundo gentio. Estamos no capítulo 27, da parte IV.
Breve síntese do capítulo 27
Atos 27 é a história da viagem de Paulo à Itália, de navio, sendo que há um naufrágio com perda total da carga e do navio, mas de nenhuma das 276 almas.
Fiquei curioso com o detalhe das 276 almas. Isto mostra meticulosidade e muita atenção nos detalhes. Com certeza quem contou ou prestou atenção a isso, estava bem atento a tudo. Parece-me com Lucas mesmo.
Paulo tinha a garantia pessoal de Cristo de que ele daria testemunho dele em Roma e como se não bastasse um anjo lhe aparece e lhe afirma que vai à Roma e que nenhum dos 276 passageiros daquele navio se perderiam, mas seriam dados a ele.
Um homem de Deus, acompanhado de outros homens de Deus, anjos e ministrações proféticas, uma tempestade muito terrível, muitas almas humanas, 276 presos, guardas, a tripulação. Era esse o ambiente e as circunstâncias que Paulo estava ali administrando e glorificando ao Senhor.
Vejamos o presente capítulo com mais detalhes, conforme ajuda da BEG:
IV. O TESTEMUNHO APOSTÓLICO AOS CONFINS DA TERRA (13.1-28.31) – continuação.
Como já dissemos, Paulo, como testemunha apostólica de Cristo, sofreu a mesma perseguição que os apóstolos haviam sofrido antes dele. Em suas três viagens missionárias e em suas prisões, Paulo levou o evangelho aos confins da terra e foi capacitado poderosamente pelo Espírito Santo para dar testemunho da verdade e chamar muitos judeus e gentios à fé.
Essa parte foi dividida em 7 seções: A. A primeira viagem missionária de Paulo (13.1-14.28) – já vimos; B. O concílio de Jerusalém (15.1-35) – já vimos; C. A segunda viagem missionária de Paulo (15.36-18.22) – já vimos; D. A terceira viagem missionária de Paulo (18.23-21.14) – já vimos; E. A detenção, o julgamento e a prisão de Paulo em Jerusalém (21.15-26.32) – já vimos; F A viagem de Paulo a Roma (27.1-28.16) – começaremos a ver agora; e, G. Os dois anos do ministério de Paulo na sua prisão domiciliar em Roma (28.17-31).
F A viagem de Paulo a Roma (27.1-28.16).
Lucas registra que Paulo apelou para César. Ele foi entregue a um centurião chamado Júlio que pertencia ao Regimento Imperial. Essa viagem para Roma foi muito perigosa, mas Deus protegeu a vida de Paulo, da tripulação do navio, de todos os passageiros e o evangelho continuou a ser espalhado.
O navio em que embarcaram se chamava Adramitino. Esse nome se refere à Adramítio, uma cidade da Mísia que estava situada ao sudeste de Trôade, defronte à ilha de Lesbos. O navio iria para alguns lugares da Ásia e saíram ao mar, estando com eles, na viagem, Aristarco, um macedônio de Tessalônica. Paulo viajou com dois companheiros: Lucas, o médico (CI 4.14), e Aristarco (Cl 4.10; Fm 24) de Tessalônica.
Esse capítulo está repleto de termos náuticos e direções, evidenciando que o autor foi testemunha ocular dos acontecimentos.
No dia seguinte ao embarque chegaram a Sidom. Um porto fenício, distante cerca de 110 km ao norte de Cesareia e 40 km ao norte de Tiro (21.3). Enquanto o navio recebia carregamento adicional, Paulo aproveitou para visitar um grupo de cristãos que moravam ali. Isso somente foi possível, graças a generosidade de Júlio, o centurião.
Depois, passaram ao norte de Chipre. Isto é, navegaram perto da costa, ao longo da extremidade leste da ilha de Chipre, pois desse modo o navio ficava protegido dos ventos de verão e outono que vinham do oeste.
Em seguida atravessaram o mar aberto ao longo da Cilicia e Panfilia. O navio seguiu pela costa da Síria em direção ao norte, passando por Antioquia da Síria, e depois contornou para oeste, passando por Atália da Panfilia, até chegar a Mirra, a cidade mais importante da província da Lida nos dias de Paulo. Mirra era um importante porto para navios graneleiros que navegavam entre Alexandria e Roma.
Em Mirra, na Lícia, trocaram de navio e embarcaram num navio alexandrino. A navegação estava muito vagarosa, difícil por causa dos ventos contrários e Paulo já advertida a todos que a viagem seria complicada mesmo, inclusive com perdas e prejuízos para a carga e suas vidas – vs. 10.
Dessa vez, o centurião não mais ouviu a Paulo, mas passou a dar ouvidos aos conselhos do piloto e do dono do navio. O capitão e o proprietário (mestre) do navio desejavam alcançar o porto que ficava em Fenice, maior e mais seguro, cerca de 65 km a oeste; porém, passando além do cabo de Matala, o navio ficaria exposto aos ventos vindos do noroeste.
Estava tudo indo bem com o vento sul e até já pensavam que tinham alcançado o que desejavam e assim levantaram as âncoras e foram navegando pela costa de Creta, mas logo veio um vento muito forte, chamado Nordeste e o navio foi arrastado pela tempestade, as manobras foram suspensas e ele ficou totalmente à deriva.
Devido ao perigo das tempestades violentas que ocorriam no mar Mediterrâneo, os navios antigos carregavam cordas que, em caso de emergência, eram amarradas de uma lateral à outra do navio, passando por baixo do casco, o que ajudava a reforçar a embarca contra o vento e as ondas.
Temendo que o navio pudesse se desviar do curso e parar em Sirte, uma região cheia de bancos de areia que ficava no norte da África, os marinheiros parecem ter baixado algum objeto na parte posterior do navio que passou a oferecer resistência permitindo o  progresso da embarcação.  
O perigo não havia passado e o castigo da tempestade era muito forte e assim, já em desespero, começaram a lançar fora a carga do navio. No terceiro dia dessa situação, lançaram fora a armação do navio.
O sol não surgia, nem estrelas à noite, mas somente havia tempestade forte de tal modo que toda a esperança de salvamento já também estava indo embora.
Paulo censura a atitude deles de não terem dado ouvidos a ele e aconselhou-os a comerem e se fortalecerem e deu uma palavra profética de que nenhum deles se perderia, mas o navio seria inteiramente destruído.
Ele então explicou a eles porque tinha falado aquilo e aproveitou para pregar o evangelho a todos. Ele dizia que um anjo de seu Deus a quem adorava tinha surgido a ele de noite e lhe falado que pela graça de Deus, ele tinha dado todos quantos navegam naquele barco com ele. Deus, em sua graça e providência, estaria salvando a vida de todos.
Em seguida os fortaleceu e pediu que cobrassem ânimo, pois tudo se sucederia como ele estava falando. Eles deveriam ser arrastados para alguma ilha próxima - a ilha de Malta, no sul da Sicília.
Já era a décima quarta noite e ainda estavam sendo levados de um lado para o outro no mar Adriático quando os marinheiros imaginaram que estavam próximos da terra.
Começaram a medir a profundidade e ela ia diminuindo e veio temor sobre eles de que o navio pudesse se espatifar em pedras e lançaram quatro âncoras para prender o navio ali. Também começaram a baixar o bote salva-vidas com o pretexto de lançar âncoras da proa.
Paulo novamente advertiu o centurião e os soldados que se eles saíssem do navio, estariam correndo sérios riscos. Acatando os conselhos de Paulo, cortaram as cordas do bote salva-vidas e este caiu no mar.
Paulo insistia que eles comessem e se fortalecessem e voltou a afirmar que ninguém iria se perder, exceto o navio. Veja o vs. 34 “nenhum de vós perderá nem mesmo um fio de cabelo”. Deus controla até mesmo os mais ínfimos detalhes da vida de uma pessoa (Lc 21.18). É tão bom descansarmos na soberania, na sabedoria e na bondade de Deus diante de todas as circunstâncias.
Paulo já estava dominando a cena. Ele tomou do pão, deu graças a Deus diante de todos, partiu o pão e começaram a comer. O resultado foi que todos comeram e se fortaleceram. À bordo havia ao todo umas duzentas e setenta e seis pessoas.
O número exato de passageiros ligado à construção da frase na primeira pessoa do plural indica que Lucas foi testemunha ocular e companheiro de Paulo durante a viagem. Tal quantidade de pessoas a bordo de um navio antigo como esse não era incomum, pois alguns navios desse período tinham capacidade de carga muito maior do que essa.
Em seguida, estando todos saciados, lançaram ao mar todo o trigo que carregavam. Quando amanheceu viram uma enseada com uma praia e para ali resolveram tentar conduzir o navio, se isso fosse mesmo possível. Cortaram as âncoras e tentaram, mas o navio encalhou num banco de areia. Era este um lugar onde duas correntes se encontravam.
Refere-se ao canal estreito que hoje recebe o nome de baía de São Paulo, situado entre a ilha de Malta e a ilha de Salmoneta, onde as correntes criam bancos de areia. Esse detalhe náutico indica que Lucas foi testemunha ocular desse acontecimento.
Ali, preso, o navio sofrendo o efeito e a violência das ondas e correntes, não resistiu e começou a partir-se. Vendo isso, os soldados resolveram matar os prisioneiros todos para impedir que fugissem.
Ainda bem que Júlio, o centurião, estava ali e queria preservar a vida de Paulo e os impediu de executar o seu plano. Ele ordenou aos que sabiam nadar que se lançassem ao mar e nadassem em direção à terra. Os que não sabiam nadar, deveriam se salvar segurando em objetos como tábuas, pedaços do navio e assim, todos chegaram a salvo em terra. Nenhuma daquelas vidas se perdeu e eu creio que nenhum fio de cabelo deles ficou naquele mar.
At 27:1 E, como se determinou que navegássemos para a Itália,
entregaram Paulo e alguns outros presos a um centurião
por nome Júlio, da corte augusta.
At 27:2 E, embarcando em um navio de Adramítio,
que estava prestes a navegar em demanda dos portos
pela costa da Ásia,
fizemo-nos ao mar, estando conosco Aristarco,
macedônio de Tessalônica.
At 27:3 No dia seguinte chegamos a Sidom,
e Júlio, tratando Paulo com bondade,
permitiu-lhe ir ver os amigos e receber deles
os cuidados necessários.
At 27:4 Partindo dali, fomos navegando a sotavento de Chipre,
porque os ventos eram contrários.
At 27:5 Tendo atravessado o mar ao longo da Cilícia e Panfília,
chegamos a Mirra, na Lícia.
At 27:6 Ali o centurião achou um navio de Alexandria
que navegava para a Itália,
e nos fez embarcar nele.
At 27:7 Navegando vagarosamente por muitos dias,
e havendo chegado com dificuldade defronte de Cnido,
não nos permitindo o vento ir mais adiante,
navegamos a sotavento de Creta, à altura de Salmone;
At 27:8 e, costeando-a com dificuldade,
chegamos a um lugar chamado Bons Portos,
perto do qual estava a cidade de Laséia.
At 27:9 Havendo decorrido muito tempo
e tendo-se tornado perigosa a navegação,
porque já havia passado o jejum,
Paulo os advertia, At 27:10 dizendo-lhes:
Senhores, vejo que a viagem vai ser com avaria
e muita perda não só para a carga e o navio,
mas também para as nossas vidas.
At 27:11 Mas o centurião dava mais crédito ao piloto e ao dono do navio
do que às coisas que Paulo dizia.
At 27:12 E não sendo o porto muito próprio para invernar,
os mais deles foram de parecer que daí se fizessem ao mar
para ver se de algum modo podiam chegar a Fênice,
um porto de Creta que olha para o nordeste
e para o sueste, para ali invernar.
At 27:13 Soprando brandamente o vento sul,
e supondo eles terem alcançado o que desejavam,
levantaram ferro e iam costeando Creta bem de perto.
At 27:14 Mas não muito depois desencadeou-se do lado da ilha
um tufão de vento chamado euro-aquilão;
At 27:15 e, sendo arrebatado o navio e não podendo navegar
contra o vento,
cedemos à sua força e nos deixávamos levar.
At 27:16 Correndo a sota-vento de uma pequena ilha chamada Clauda,
somente a custo pudemos segurar o batel,
At 27:17 o qual recolheram,
usando então os meios disponíveis para cingir o navio;
e, temendo que fossem lançados na Sirte,
arriaram os aparelhos e se deixavam levar.
At 27:18 Como fôssemos violentamente açoitados pela tempestade,
no dia seguinte começaram a alijar a carga ao mar.
At 27:19 E ao terceiro dia,
com as próprias mãos lançaram os aparelhos do navio.
At 27:20 Não aparecendo por muitos dia nem sol nem estrelas,
e sendo nós ainda batidos por grande tempestade,
fugiu-nos afinal toda a esperança de sermos salvos.
At 27:21 Havendo eles estado muito tempo sem comer,
Paulo, pondo-se em pé no meio deles, disse:
Senhores, devíeis ter-me ouvido e não ter partido de Creta,
para evitar esta avaria e perda.
At 27:22 E agora vos exorto a que tenhais bom ânimo,
pois não se perderá vida alguma entre vós,
mas somente o navio.
At 27:23 Porque esta noite me apareceu um anjo do Deus
de quem eu sou e a quem sirvo, At 27:24 dizendo:
Não temas, Paulo,
importa que compareças perante César,
e eis que Deus te deu
todos os que navegam contigo.
At 27:25 Portanto, senhores, tende bom ânimo;
pois creio em Deus
que há de suceder assim como me foi dito.
At 27:26 Contudo é necessário irmos dar em alguma ilha.
At 27:27 Quando chegou a décima quarta noite,
sendo nós ainda impelidos pela tempestade no mar de Ádria,
pela meia-noite,
suspeitaram os marinheiros a proximidade de terra;
At 27:28 e lançando a sonda, acharam vinte braças;
passando um pouco mais adiante,
e tornando a lançar a sonda,
acharam quinze braças.
At 27:29 Ora, temendo irmos dar em rochedos,
lançaram da popa quatro âncoras,
e esperaram ansiosos que amanhecesse.
At 27:30 Procurando, entrementes, os marinheiros fugir do navio,
e tendo arriado o batel ao mar sob pretexto de irem lançar âncoras pela proa,
At 27:31 disse Paulo ao centurião e aos soldados:
Se estes não ficarem no navio, não podereis salvar-vos.
At 27:32 Então os soldados cortaram os cabos do batel e o deixaram cair.
At 27:33 Enquanto amanhecia,
Paulo rogava a todos que comessem alguma coisa, dizendo:
É já hoje o décimo quarto dia que esperais e permaneceis em jejum,
não havendo provado coisa alguma.
At 27:34 Rogo-vos, portanto, que comais alguma coisa,
porque disso depende a vossa segurança;
porque nem um cabelo cairá
da cabeça de qualquer de vós.
At 27:35 E, havendo dito isto,
tomou o pão, deu graças a Deus na presença de todos
e, partindo-o começou a comer.
At 27:36 Então todos cobraram ânimo
e se puseram também a comer.
At 27:37 Éramos ao todo no navio
duzentas e setenta e seis almas.
At 27:38 Depois de saciados com a comida,
começaram a aliviar o navio,
alijando o trigo no mar.
At 27:39 Quando amanheceu,
não reconheciam a terra;
divisavam, porém, uma enseada com uma praia,
e consultavam se poderiam nela encalhar o navio.
At 27:40 Soltando as âncoras,
deixaram-nas no mar, largando ao mesmo tempo as amarras do leme;
e, içando ao vento a vela da proa,
dirigiram-se para a praia.
At 27:41 Dando, porém, num lugar onde duas correntes se encontravam,
encalharam o navio;
e a proa, encravando-se, ficou imóvel,
mas a popa se desfazia com a força das ondas.
At 27:42 Então o parecer dos soldados era
que matassem os presos para que nenhum deles fugisse,
escapando a nado.
At 27:43 Mas o centurião,
querendo salvar a Paulo,
estorvou-lhes este intento;
e mandou que os que pudessem nadar fossem os primeiros
a lançar-se ao mar
e alcançar a terra;
At 27:44 e que os demais se salvassem,
uns em tábuas
e outros em quaisquer destroços do navio.
Assim chegaram todos à terra salvos.
Houve até um levante dos guardas que queriam dar fim nos presos por medo deles escaparem, mas o intento maligno foi contido e Paulo foi salvo da morte. Ah como seria bom se andássemos de fé em fé crendo que Deus está no controle de tudo!
A Deus toda glória! p/ pr. Daniel Deusdete.
...
Obs.: O texto acima foi elaborado com base na Bíblia de Estudo de Genebra - disponível em nossa loja nas cores preta, vinho ou azul. Valor promocional R$ 145,00 (fev/2019 - preço sujeito a variações, conforme o mercado). Adquira conosco e ganhe um ebook da série Projeto 1189. Código: BRINDE_BEG. Envie-nos um email com o comprovante de sua compra na Semeadores: contato@ossemeadores.com.br.

sexta-feira, 27 de novembro de 2015

Atos 26 1-32 - O TESTEMUNHO DE PAULO DIANTE DAS AUTORIDADES.

Como já dissemos, Atos foi escrito para orientar a igreja em sua missão permanente por meio do relato de como o Espírito Santo capacitou os apóstolos para propagar o testemunho de Cristo ao mundo gentio. Estamos no capítulo 26, da parte IV.
Breve síntese do capítulo 26
Paulo então diante daqueles que ali estavam e que eram os grandes da sociedade fala em sua defesa e lhes expõe seu testemunho contando um pouco de sua vida antes de conhecer a Jesus e como perseguia, na ignorância a igreja do Senhor. Chegou, em seu zelo, à prática de tortura para obrigar os cristãos a blasfemarem de Jesus.
Mas de repente se encontra com Cristo, ou melhor, Cristo lhe aparece e lhe deixa cego porque vira um resplendor no Senhor maior do que a luz do sol tanto que o cegou completamente. Assim é quando nos encontramos com Cristo, a verdade, ela brilha tão intensamente e mais fortemente que tudo o que víamos antes, são agora trevas.
De perseguidor feroz e zeloso dos cristãos, agora passa a ser pregador e defensor do evangelho. Festo não suportando sua fala que começa a invadir o seu mundo revelando Cristo, resisti-lhe e diz que ele está louco por causa das muitas letras. O rei Agripa chega a confessar que quase ia se convertendo.
Vejamos o presente capítulo com mais detalhes, conforme ajuda da BEG:
IV. O TESTEMUNHO APOSTÓLICO AOS CONFINS DA TERRA (13.1-28.31) – continuação.
Como já dissemos, Paulo, como testemunha apostólica de Cristo, sofreu a mesma perseguição que os apóstolos haviam sofrido antes dele. Em suas três viagens missionárias e em suas prisões, Paulo levou o evangelho aos confins da terra e foi capacitado poderosamente pelo Espírito Santo para dar testemunho da verdade e chamar muitos judeus e gentios à fé.
Essa parte foi dividida em 7 seções: A. A primeira viagem missionária de Paulo (13.1-14.28) – já vimos; B. O concílio de Jerusalém (15.1-35) – já vimos; C. A segunda viagem missionária de Paulo (15.36-18.22) – já vimos; D. A terceira viagem missionária de Paulo (18.23-21.14) – já vimos; E. A detenção, o julgamento e a prisão de Paulo em Jerusalém (21.15-26.32) – estamos vendo; F A viagem de Paulo a Roma (27.1-28.16); e, G. Os dois anos do ministério de Paulo na sua prisão domiciliar em Roma (28.17-31).
E. A detenção, o julgamento e a prisão de Paulo em Jerusalém (21.15-26.32) - continuação.
Como dissemos, veremos até o capítulo 26, a detenção, o julgamento e a prisão de Paulo na Palestina. Lucas registra como os judeus incrédulos fizeram falsas acusações contra Paulo quando este retornou a Jerusalém para celebrar a festa de Pentecostes. Essa série de acontecimentos mostra que Paulo não foi responsável pela discórdia que ocorreu entre ele e os judeus incrédulos.
O rei Agripa se dirige a Paulo e lhe concede permissão para falar diante daquelas autoridades. Paulo faz sinal com a mão e começa seu discurso, sua fala, sua pregação.
Em sua introdução, ele se julga feliz de estar tendo aquela oportunidade, primeiramente de se defender das falsas acusações dos judeus e, em segundo lugar, estava mais tranquilo porque o rei era conhecedor dos costumes e das controvérsias dos judeus.
Herodes Agripa II (27-c.100 d.C.), neto de Herodes, o Grande, e filho de Herodes Agripa I (que perseguiu a igreja; 12.1-23), tinha bastante conhecimento sobre as questões judaicas.
Embora tivesse muita influência em assuntos religiosos, por causa da sua autoridade política para nomear sumos sacerdotes, Agripa II não era um governante popular entre os judeus por causa de seu relacionamento incestuoso com Berenice.
Ele declara que todos os judeus estavam cientes de como ele vivera entre eles, pois era fariseu, conforme a seita mais severa. Paulo, que conhecia os fundamentos intelectuais de Agripa II, salientou a sua dependência do Deus de seus pais (24.14) e a sua ligação com o farisaísmo (Fp 3.5-6) para demonstrar a legitimidade do seu judaísmo, enfatizando que o Deus de seus pais havia prometido ressuscitar o corpo, algo que os judeus (em sua maioria) e os fariseus (particularmente) acreditavam e que era a base das acusações contra de.
Dos versos 6 ao 11, Paulo fala da sua esperança, das promessas de Deus relacionadas à ressurreição e do nome de Jesus Cristo que agora ele pregava e falava. Ele também explica que em seu zelo, perseguiu e feriu muitos cristãos ao ponto de concordar com toda as mortes deles das quais teve a oportunidade de votar.
Em seguida, fala de sua experiência pessoal com Cristo Jesus – vs. 12-14. A experiência de Paulo na estrada para Damasco (9.1-19) foi tão importante para ele que ele a relatou duas vezes: uma vez perante a multidão de judeus em Jerusalém (22.6-16) e novamente, dessa vez perante um público de maioria pagã em Cesareia.
Nesse relato, Paulo falou sobre "uma luz no céu, mais resplandecente que o sol, que brilhou ao redor de mim e dos que iam comigo" (vs. 13) e da voz que falou com ele em "hebraico" (vs. 14; ou, talvez, em aramaico, que era o dialeto semita da Terra Santa, e não em grego, que era a língua que esse público pagão estava acostumado a ouvir).
Ele também comentou o que a voz lhe disse: "Dura coisa é recalcitrares contra os aguilhões" (vs. 14). Essa era uma expressão bastante significativa para uma cultura que dependia da criação de gado.
Ele lhes explica os detalhes da sua visão especial com ênfase em sua missão.
Jesus, explica Paulo, tinha aparecido a ele e dado ordens para se levantar, ficar de pé, pois que estaria sendo constituído servo e testemunha do que veria a respeito de Cristo e também do que ainda ser-lhe-ia mostrado por ele. Paulo seria livrado do seu próprio povo e dos gentios, aos quais estaria sendo enviado para abrir-lhes os olhos e convertê-los das trevas para a luz, e do poder de Satanás para Deus, a fim de receberem o perdão dos pecados e a herança entre os que seriam santificados pela fé nele, em Jesus Cristo.
Continua Paulo dizendo ao rei que não tinha sido infiel à visão e que, portanto, tinha pregado primeiro em Damasco, depois em Jerusalém, depois em toda a Judéia e ainda aos gentios. Sua pregação consistia em lhes anunciar a necessidade urgente de se arrependerem, de se voltarem para Deus e ainda de praticarem obras que provassem esse arrependimento para não ficar apenas nas palavras.
Ele continua explicando que por causa de sua pregação, os judeus estavam tentando matá-lo, mas ele tinha sempre contado com a ajuda de Deus e por isso estava dando seu testemunho a pequenos e grandes, gente simples e importantes, não anunciando nada mais além do que já fora prometido pelos profetas e por Moisés, ou seja, que Cristo devia padecer – vs. 23 – e depois ressuscitar. Sendo ele o primeiro, indicava, com isso, que haveria, depois, a ressurreição dos mortos para todos os seus seguidores.
Os judeus tinham dificuldade para aceitar a doutrina de que o Messias teria de sofrer e morrer. Jesus e seus apóstolos ensinaram essa doutrina a partir das Escrituras (Lc 24.27; At 17.2-3; 1Co 15.3-4), mas mesmo assim os judeus rejeitaram esse ensino, prenderam Paulo e queriam matá-lo.
Cristo depois de sofrer, foi o primeiro a ressuscitar dentre os mortos, proclamando, em seguida, a luz para o seu próprio povo e para os gentios.
Festo o tinha ouvido até aquele momento, mas o interrompe e lhe fala que as suas muitas letras o estavam fazendo delirar. Paulo se defende afirmando não estar louco, mas que sua fala refletia o que era verdadeiro e de bom senso, portanto deveria ser considerado.
Paulo, aproveitando a oportunidade, instiga o rei a confessar sua crença nos profetas. Com essa pergunta, Paulo colocou Agripa II num dilema: se respondesse que não, atrairia a fúria dos judeus; se respondesse que sim, ficaria em apuros porque Paulo lhe pediria para crer no evangelho.
O rei lhe responde ou que faltou pouco para que fosse persuadido a se fazer cristão; ou "Achas que podes persuadir-me a me tornar um cristão?" O rei usou a tática da procrastinação, querendo com isso dizer que um sermão de meia hora não era tempo suficiente para que alguém se tornasse cristão.
No século 1, a palavra "cristão" tinha um sentido depreciativo e até de zombaria (1 Pe 4.16; cf. At 11.26). As palavras de Agripa demonstraram a sua falta de sinceridade.
Paulo ainda retruca dizendo que não importava se em pouco ou se em muito, fosse ele, o rei, e todos os que o ouvem convertidos. Sua oração era que todos os que o ouviam se tornassem como ele, exceto as algemas – vs. 29.
Encerrada a sessão, se levantaram o rei e sua esposa, o governador Festo e todos os que os acompanhavam e falaram entre si sobre a situação de Paulo que poderia estar livre se não tivesse apelado para César.
At 26:1 A seguir, Agripa, dirigindo-se a Paulo, disse:
                É permitido que uses da palavra em tua defesa.
Então, Paulo, estendendo a mão, passou a defender-se nestes termos:
                At 26:2 Tenho-me por feliz, ó rei Agripa, pelo privilégio de, hoje,
na tua presença, poder produzir a minha defesa
de todas as acusações feitas contra mim
pelos judeus;
                At 26:3 mormente porque és versado em todos os costumes
                e questões que há entre os judeus;
                               por isso, eu te peço que me ouças com paciência.
                At 26:4 Quanto à minha vida,
                               desde a mocidade, como decorreu desde o princípio
entre o meu povo e em Jerusalém,
                                                               todos os judeus a conhecem;
                At 26:5 pois, na verdade, eu era conhecido deles desde o princípio,
                               se assim o quiserem testemunhar,
                porque vivi fariseu conforme a seita mais severa da nossa religião.
                At 26:6 E, agora, estou sendo julgado
                               por causa da esperança da promessa
que por Deus foi feita a nossos pais,
                At 26:7 a qual as nossas doze tribos,
                               servindo a Deus fervorosamente de noite e de dia,
almejam alcançar;
                é no tocante a esta esperança, ó rei,
                                que eu sou acusado pelos judeus.
                At 26:8 Por que se julga incrível entre vós
                               que Deus ressuscite os mortos?
                At 26:9 Na verdade, a mim me parecia que muitas coisas
devia eu praticar
                               contra o nome de Jesus, o Nazareno;
                At 26:10 e assim procedi em Jerusalém.
                Havendo eu recebido autorização dos principais sacerdotes,
                               encerrei muitos dos santos nas prisões;
                               e contra estes dava o meu voto, quando os matavam.
                At 26:11 Muitas vezes, os castiguei por todas as sinagogas,
                               obrigando-os até a blasfemar.
                E, demasiadamente enfurecido contra eles,
                               mesmo por cidades estranhas os perseguia.
                At 26:12 Com estes intuitos, parti para Damasco,
                               levando autorização dos principais sacerdotes
e por eles comissionado.
                At 26:13 Ao meio-dia, ó rei,
                               indo eu caminho fora,
                                               vi uma luz no céu,
                                                               mais resplandecente que o sol,
                                                                              que brilhou ao redor de mim
                                                                              e dos que iam comigo.
                At 26:14 E, caindo todos nós por terra,
                               ouvi uma voz que me falava em língua hebraica:
                                               Saulo, Saulo, por que me persegues?
                                               Dura coisa é recalcitrares contra os aguilhões.
                At 26:15 Então, eu perguntei:
                               Quem és tu, Senhor?
                Ao que o Senhor respondeu:
                               Eu sou Jesus, a quem tu persegues.
                At 26:16 Mas levanta-te
                               e firma-te sobre teus pés,
                                               porque por isto te apareci,
                                                               para te constituir ministro e testemunha,
tanto das coisas em que me viste
                                                                              como daquelas pelas quais
te aparecerei ainda,
                               At 26:17 livrando-te do povo e dos gentios,
                                               para os quais eu te envio,
                               At 26:18 para lhes abrires os olhos
                                               e os converteres
                                                               das trevas para a luz
                                                               e da potestade de Satanás para Deus,
                                               a fim de que recebam eles remissão de pecados
                                               e herança entre os que são santificados
                                                               pela fé em mim.
                At 26:19 Pelo que, ó rei Agripa,
                               não fui desobediente à visão celestial,
                                               At 26:20 mas anunciei primeiramente
aos de Damasco e em Jerusalém,
                                               por toda a região da Judéia, e aos gentios,
                                                               que se arrependessem
                                                               e se convertessem a Deus,
                                                                              praticando obras
dignas de arrependimento.
                At 26:21 Por causa disto, alguns judeus me prenderam,
                               estando eu no templo,
                               e tentaram matar-me.
                At 26:22 Mas, alcançando socorro de Deus,
                               permaneço até ao dia de hoje, dando testemunho,
                                               tanto a pequenos como a grandes,
                                               nada dizendo, senão o que os profetas e Moisés
                                                               disseram haver de acontecer,
                               At 26:23 isto é,
                                               que o Cristo devia padecer
                                               e, sendo o primeiro da ressurreição dos mortos,
                                                               anunciaria a luz ao povo e aos gentios.
At 26:24 Dizendo ele estas coisas em sua defesa,
                Festo o interrompeu em alta voz:
                               Estás louco, Paulo! As muitas letras te fazem delirar!
At 26:25 Paulo, porém, respondeu:
                Não estou louco, ó excelentíssimo Festo!
                               Pelo contrário, digo palavras de verdade e de bom senso.
                At 26:26 Porque tudo isto é do conhecimento do rei,
                               a quem me dirijo com franqueza,
                                               pois estou persuadido de que nenhuma destas coisas
lhe é oculta;
                                               porquanto nada se passou
em algum lugar escondido.
                At 26:27 Acreditas, ó rei Agripa, nos profetas?
                               Bem sei que acreditas.
At 26:28 Então, Agripa se dirigiu a Paulo e disse:
                Por pouco me persuades a me fazer cristão.
At 26:29 Paulo respondeu:
                Assim Deus permitisse que,
                               por pouco ou por muito,
                                               não apenas tu, ó rei,
                                                               porém todos os que hoje me ouvem
                                                                              se tornassem tais qual eu sou,
                                                                                              exceto estas cadeias.
At 26:30 A essa altura,
                levantou-se o rei,
                e também o governador,
                e Berenice,
                bem como os que estavam assentados com eles;
                               At 26:31 e, havendo-se retirado,
                                               falavam uns com os outros, dizendo:
                Este homem nada tem feito passível de morte ou de prisão.
At 26:32 Então, Agripa se dirigiu a Festo e disse:
                Este homem bem podia ser solto,
                               se não tivesse apelado para César.
Todos chegam a conclusão de que Paulo deveria ser solto porque nada viram nele que fosse digno de prisão, mas este tinha apelado para César porque era plano de Deus levá-lo à Roma.
A verdade estava com Paulo. A salvação de suas almas estava ali com ele e eles resistem à verdade e permanecem no erro para sua própria ruína. E nós, continuaremos a rejeitar o conhecimento de Deus que nos move por meio da pregação de sua palavra?
A Deus toda glória! p/ pr. Daniel Deusdete.
...
Obs.: O texto acima foi elaborado com base na Bíblia de Estudo de Genebra - disponível em nossa loja nas cores preta, vinho ou azul. Valor promocional R$ 145,00 (fev/2019 - preço sujeito a variações, conforme o mercado). Adquira conosco e ganhe um ebook da série Projeto 1189. Código: BRINDE_BEG. Envie-nos um email com o comprovante de sua compra na Semeadores: contato@ossemeadores.com.br.