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quinta-feira, 29 de outubro de 2015

João 18.1-40 - A VIDA É FEITA DE ESCOLHAS... ESCOLHA!

O Evangelho de João é o livro que foi escrito por João para apresentar a vida de Jesus de tal modo que os incrédulos possam ir a ele pela fé e os cristãos possam desenvolver sua fé em Cristo como o Messias e o Filho de Deus que desceu do céu. Assim, testemunhar de Jesus é o tema central desse Evangelho, tanto por parte de um homem especial como João Batista, do Pai, do Espírito Santo e de seus discípulos e fieis em toda parte do mundo. Estamos vendo o capítulo 18, da parte IV.
Breve síntese do capítulo 18
Ali no Jardim do Gtsêmani Jesus e seus discípulos tinham costume de ir para orarem e meditarem nas coisas de Deus. Judas conhecia aquele lugar porque participava com eles. O que adianta participar, ir, orar, frequentar, mas ter o coração distante? Judas era um traidor e traiu... tropeçou na pedra de tropeço! (ver: http://www.jamaisdesista.com.br/2011/01/faltam-8391000-dias-meu-proposito.html )
É incrível quando Pedro tenta, corajosamente, defender a Jesus, mas Jesus o interrompe e declara: “não beberei, porventura, o cálice que o Pai me deu?”. Jesus para mim é o exemplo que temos de aceitar o governo de Deus e saber que ele está no controle de tudo. Ele poderia ter reagido, mas não reagiu. Aceitou ser preso, inda que injustamente.
Tendo sido preso, começa seu julgamento injusto e a triste trajetória de Pedro. Também ele está traindo o seu mestre, negando-o com todas as suas forças. A história é narrada em paralelo até quando Jesus é levado à presença de Caifás, sumo Sacerdote, e, depois para o pretório, onde é interrogado por Pilatos.
Vejamos o presente capítulo com mais detalhes, conforme ajuda da BEG:
IV. O MINISTÉRIO ALCANÇA O CLÍMAX (18.1-20.31).
A morte e ressurreição de Jesus foram acontecimentos extraordinários e comprovaram que ele é o Messias e o Filho de Deus.
Dos versos primeiro ao último do capítulo 20, veremos esse ministério alcançando o seu clímax.
Os quatro Evangelhos relatam os principais acontecimentos da prisão, do julgamento, da crucificação e da ressurreição de Jesus.
A correlação dos detalhes gera algumas dificuldades, apesar de os elementos principais estarem em perfeita harmonia: Jesus foi preso durante a noite; seu julgamento diante das autoridades judaicas aconteceu em pelo menos duas fases, e foi durante o julgamento que Pedro negou o Senhor três vezes.
O julgamento diante das autoridades seculares aconteceu em três fases, e Jesus foi executado pelos soldados de Pilatos. Ele foi sepultado no túmulo de José de Arimateia e, no inicio da semana, ressuscitou de entre os mortos e foi visto com vida em vários aparecimentos aos seus discípulos.
Nenhuma das dificuldades de correlação dos detalhes é insuperável, mas em vários casos, mais de uma explicação é possível e, diante da falta de informações mais detalhadas, é difícil escolher uma delas.
Dividiremos essa 4ª parte em três seções principais: A. A prisão e julgamento de Jesus (18.1-19.16) – começaremos a ver agora; B. A crucificação, a morte e o sepultamento de Jesus (19.17-42); e, C. A ressurreição e os aparecimentos de Jesus (20.1-31).
A. A prisão e julgamento de Jesus (18.1-19.16).
Essa seção é constituída de três subseções principais: a. A prisão de Jesus (18.1-18) – veremos agora; b. O julgamento perante Anás (18.19-27) – veremos agora; e c. O julgamento perante Pilatos (18.28-19.16) – iniciaremos agora.
a. A prisão de Jesus (18.1-18).
Jesus tinha acabado de orar e saiu com seus discípulos para atravessarem o ribeiro Cedrom, localizado a leste de Jerusalém. Era ali que ficava um olival, onde entrou com eles – vs. 1. Era este um lugar comum deles e Judas conhecia bem aquele local.
Judas sabia que estariam ali orando e levou toda a escolta e alguns guardas dos fariseus e sacerdotes, provavelmente os mesmos guardas do templo mencionados em 7.32,45.
Com certeza esperavam resistência à prisão, tanto da parte de Jesus quanto dos discípulos,
Sabendo Jesus todas as coisas adiantou-se e perguntou-lhes a quem eles estariam procurando. Observe aqui, e nos vs. 7,11, que Jesus tinha a intenção de se sujeitar à prisão e ao julgamento. Ele não tentou fugir de sua missão.
Quando responderam à pergunta de Jesus dizendo que procuravam por Jesus, ele respondeu a eles “sou eu” – essa expressão que identifica Jesus aos guardas também coincide com o nome solene de Deus em Ex 3.14 (há sete dessas ocorrências no Ev. de João) -, uma reposta que parece ter afetado sobrenaturalmente os guardas.
Caíram e se levantaram, e novamente Jesus lhes perguntou a quem buscavam e eles disseram pela segunda vez: “A Jesus de Nazaré”. Jesus responde dizendo que já tinha falado que era ele e como era ele a quem buscavam, que eles deixassem ir os seus discípulos. Mesmo nesse momento critico, Jesus continua a demonstrar preocupação pelos seus discípulos (17.12).
Os discípulos não seriam detidos por causa da palavra de Deus nas Escrituras que dizia que Jesus não tinha perdido nenhum dos que o Pai lhe dera – Jo 6.39; 17.12.
Naquele momento de tensão, Simão Pedro, impulsivamente, feriu o servo do sumo sacerdote, decepando sua orelha num golpe que seria mesmo para cortar-lhe a cabeça.
Esse foi um gesto impensado de resistência que, aliás, não foi executado com muita habilidade, uma vez que Pedro só conseguiu cortar a orelha do servo. Somente Lucas relata que Jesus curou esse homem (Lc 22.51), e apenas João registra que Pedro tinha consigo uma espada e que o nome do servo era Malco.
Jesus mesmo interrompe o que poderia ser ali um massacre e ordena Pedro a meter a espada na bainha. Não se trata de uma negação do direito de defesa própria ou resistência civil. Jesus havia vindo para dar sua vida em resgate por muitos e não seria dissuadido dessa tarefa (cf. Mt 16.21-23).
Jesus redargui: não beberei, porventura, o cálice da ira de Deus? Sem dúvida, o cálice da ira de Deus (Sl 75.8; Is 51.17; Jr 25.15-17,27-38). O "cálice" que Jesus escolheu beber não era apenas da morte, mas também da ira de Deus contra o pecado (cf. Mt 20.22; Mc 10.38). Ah, que dor terrível teve que suportar meu Senhor por mim, pecador.
Ato contínuo, prenderam Jesus, o manietaram e o levaram primeiramente até Anás, sogro de Caifás, sumo sacerdote naquele ano.
Anás era um dos líderes judeus mais influentes da época. Apesar de ter sido deposto do cargo de sumo sacerdote pelos romanos, ainda era conhecido por esse titulo.
E difícil determinar se o vs. 13 e os vs. 19-24 correspondem a uma ou duas fases separadas do julgamento de Jesus diante das autoridades judaicas. Mateus, Marcos e Lucas se referem a uma fase adicional perante o Sinédrio.
As duas fases chamam a atenção por suas irregularidades e violações graves da conduta quanto aos procedimentos judiciais estabelecidas pelos próprios judeus.
Por exemplo:
·         O Sinédrio não deveria se reunir durante a noite.
·         A pena de morte não podia ser declarada no dia do julgamento.
·         Anás e Caifás deveriam ser desqualificados como juízes devido ao seu preconceito (18.14).
·         O processo envolveu depoimentos e testemunhas falsas (Mt 26.59-60).
·         Ao contrário do que foi alegado no julgamento, Jesus não era culpado de blasfêmia, uma vez que as suas declarações não ultrajaram o nome de Deus.
·         Jesus sofreu agressões físicas dos guardas durante o processo (18.22; veja também Mc 14.65).
Além de tudo isso, o Sinédrio não tinha permissão para se reunir e julgar crimes passíveis de morte na véspera do sábado ou dias festivos. Essas inúmeras contravenções deixam claro que a condenação de Jesus pelas autoridades judaicas não passou de uma paródia jurídica grotesca.
Tanto Simão Pedro quanto o outro discípulo acompanhavam de perto o que aconteceria com Jesus. Provavelmente esse outro era o próprio João, uma vez que dentre os três mais próximos de Jesus (Tiago, Pedro e João), apenas ele não é mencionado pelo nome nesse Evangelho.
João era conhecido do sumo sacerdote e pode entrar e seguir Jesus para ver o que lhe aconteceria. João tinha acesso ao palácio a ponto de receber permissão para entrar com um acompanhante (vs. 16). Assim, Pedro também pode entrar.
A moça encarregada da porta que autorizara Pedro entrar, por pedido de João, dirigiu uma pergunta para ele: "Você não é um dos discípulos desse homem?” Ele respondeu: "Não sou".
O relato das negações de Pedro é interrompido nos vs. 19-24 para dar lugar a uma descrição de um aspecto específico do julgamento judaico.
Os outros Evangelhos tratam dessas negações num único parágrafo contínuo.
Ao que parece, trata-se de três conjuntos de negações, e não apenas três frases negativas proferidas por Pedro, algo que se esperaria diante das circunstancias, pois várias pessoas estavam circulando pelo pátio e se aproximando do fogo para se aquecer.
Esses conjuntos podem ser organizados de diferentes formas, todas igualmente válidas, de modo a resultar no número três predito por Jesus (13.38).
Os quatro Evangelhos concordam que a primeira negação foi em resposta à pergunta de uma serva, identificada por João como “a criada, encarregada da porta" (vs. 17), ou seja, uma pessoa de pouca influência nessa casa.
A negação de Pedro ressalta a solidão de Jesus em seu ato sacerdotal de oferecer-se como oferta pelo pecado. Ao suportar sobre si a ira justa de Deus contra o pecado. Ele não recebeu nenhum tipo de alivio, conforto ou consolo. A solidão de Jesus em seu sofrimento está prefigurada em SI 69.20.
b. O julgamento perante Anás (18.19-27).
Do lado de fora fazia muito frio e procuravam se aquentar diante de uma fogueira; dentro o sumo sacerdote interrogava a Jesus. Uma referência a Anás, ou a Caifás na casa de Anás (vs. 24).
Era considerado inapropriado interrogar o acusado até que se determinassem indícios de sua culpa por meio do depoimento de testemunhas. Por esse motivo, há quem considere essa parte do processo uma audiência, e não um julgamento.
Nos vs. 20 e 21, Jesus responde à pergunta e afirma ter falado abertamente, nada em segredo ou em oculto, portanto, que perguntassem aos que ouviram falar. Nisso um dos guardas que ali estavam deu uma bofetada em Jesus como medida repressiva e educativa. Aquele soldado entendeu que Jesus estaria sendo grosseiro com aquela autoridade. Algo extremamente irregular, especialmente tendo em vista que o prisioneiro estava de mãos atadas (vs. 24).
Jesus não deixou por menos e pediu ao soldado que explicasse a ele o motivo de sua bofetada uma vez que nada dissera de mal, antes em verdade falara. Anás então enviou Jesus ainda manietado a Caifás, o sumo sacerdote.
A narrativa volta-se para Pedro e ele o nega pela segunda vez. O fato de haver outras pessoas presentes provavelmente indica que houve mais de uma pergunta.
Novamente Pedro é identificado por um dos parentes de Malco. A pergunta desse homem é mais perigosa do que as anteriores, pois é possível que o servo estivesse tentando vingar Malco.
O Evangelho de Marcos observa que esse – vs. 27 - foi o segundo canto do galo (Mc 14.72), como Jesus havia predito (Mc 14.30). Os outros Evangelhos se concentram no canto em si, e não no número de vezes que o galo cantou.
c. O julgamento perante Pilatos (1 8.28-19.16).
O Evangelho de João apresenta um relato do julgamento de Jesus diante das autoridades romanas em três fases distintas:
(1)   Perante Pilatos (18.28-38).
(2)   Perante Herodes (Lc 23.5-12).
(3)   Novamente perante Pilatos (18.39-19.16).
João relata apenas a primeira e a terceira fase, mas o faz de modo bem mais detalhado que os outros Evangelhos.
Em seguida, de Caifás os judeus levaram Jesus para o Pretório - residência oficial do governador romano, Pôncio Pilatos – vs. 28. Eles o levaram lá para anão se contaminarem, principalmente por causa da Páscoa.
É impressionante que o pretório romano, um lugar de hostilidade entre romanos e judeus, impuro para estes últimos, tenha sido o local onde os judeus colaboraram com a morte de Jesus.
Nisso, Pilatos sai para falar com eles e queria saber das acusações contra Jesus. Um julgamento deve começar com uma acusação formal, mas os judeus não tinham nenhuma que pudesse ser considerada legitima por um tribunal romano, muito menos uma que provasse um crime passível de morte.
Os judeus evitam dar uma resposta objetiva, mas insistiam que ele fosse condenado, pois não o teriam levado a ele se não fosse um criminoso – vs. 30.
Pilatos se zangou e mandou que eles mesmos julgassem o caso – vs. 31. É uma resposta lógica, pois Pilatos considerou que se eles não estavam dispostos a especificar as acusações, então não deveriam esperar que ele realizasse um julgamento.
A nós não nos é licito matar ninguém. Isso era uma restrição regular em lugares ocupados pelos romanos, talvez visando proteger aqueles que apoiavam Roma.
Os métodos de execução empregados pelos judeus eram o apedrejamento, a morte pela fogueira e a decapitação. O enforcamento e a crucificação, termos sugeridos pelo verbo 'levantar", eram métodos de execução romanos. Observa-se aqui o controle divino sobre todo o processo, apesar da injustiça flagrante.
Pilatos volta ao pretório, chama a Jesus e pergunta a ele se ele era de fato o rei dos judeus. Uma pergunta baseada nas acusações registradas em Lc 23.2.
Jesus retruca interrogando ele se aquela pergunta vinha dele mesmo. Era importante fazer essa distinção, pois a resposta seria diferente dependendo do sentido da pergunta.
Jesus não era o rei dos judeus no sentido de que promovia revolta contra Roma, de acordo com as acusações dos líderes judeus (Lc 23.2), mas era, de fato, o Rei dos judeus no sentido messiânico (Mt 2.2; Lc 1.32-33; 19.38; Jo 12.13).
Pilatos responde dizendo que não era judeu. Pilatos demonstra certa irritação diante de uma resposta que lhe parece evasiva. Observe que ele não respondeu à pergunta de Jesus: a acusação não havia sido uma ideia sua.
Então Jesus faz um discurso dizendo que o seu reino não era deste mundo. Jesus é, de fato, Rei, mas nesse momento, não fez nenhum esforço para estabelecer o seu reino mediante uma demonstração de poder físico. Essa inexplicável resposta por parte do acusado era totalmente enigmática para Pilatos.
Pilatos se maravilhou diante de sua proclamação de que ele era rei. A pergunta de Pilatos dá ocasião para a resposta maravilhosa de Jesus, cuja missão e reino estão profundamente relacionados à verdade - por esta razão ele nasceu e para isto veio ao mundo: para testemunhar da verdade e todos os que são da verdade, certamente o ouvirão – logo, Pilatos e seus acusadores não eram da verdade (1.14,17; 8.32; 14.6).
Querendo se justificar, Pilatos faz uma pergunta evasiva: Que é a verdade?
A verdade não importa para aqueles que, como Pilatos, são motivados pela conveniência. Do mesmo modo, a verdade não importa para os céticos que perderam a esperança de obtê-la.
No entanto, a resposta de Jesus deixa claro que ele não era um rebelde político que deveria ser executado pelo poder romano. Eu não acho nele crime algum.
Pilatos constatou que Jesus não havia cometido nenhum crime (veja também 19.4,6). Os atos do governador romano deixam claros a sua relutância em executar Jesus.
Pilatos procurou libertar Jesus (vs. 39; 19.12) e ordenou que ele fosse açoitado (19.1), na esperança de libertá-lo após satisfazer o desejo da multidão de castigá-lo.
Por ironia, a autoridade romana queria libertar Jesus, ao passo que “os seus" (1.11) clamavam para que ele fosse morto.
Em termos teológicos, Pilatos tinha a função irônica de declarar a inocência de Jesus. Assim, Jesus morreu como homem absolutamente inculpável e sem pecado, tendo oferecido a si mesmo corno o Cordeiro Pascal sem mácula ou defeito.
A prática de poupar um criminoso na época da Páscoa é um simbolismo da própria festa, que comemorava o fato de Deus ter poupado os israelitas da morte (o termo hebraico para "Páscoa" provavelmente está relacionado a uma raiz que, por vezes, significa "poupar").
Jesus deveria ter sido poupado, pois era inocente, mas os judeus optaram por libertar Barrabás. Do mesmo modo, é muito importante compreender que os pecadores arrependidos são poupados eternamente da ira justa de Deus porque Jesus sofreu sobre si o castigo dessa ira em nosso lugar.
Ali, diante de Pilatos estavam dois “criminosos” e um deles, por costume local, poderia ser liberto por ocasião da Páscoa e ele deixou esta escolha com o povo.
Qual dos Jesus seria liberto? Qual dos Barrabás? Jesus, o Cristo ou Jesus Barrabás? Barrabás significa “filho do pai". Jesus, o verdadeiro Filho do Pai, morreu no lugar desse criminoso.
Eles escolheram Barrabás, o bandido. E você? Não dá para fugir para sempre. Escolha agora! Essa é a sua hora oportuna. Não tenha medo.
Jo 18:1 Tendo Jesus dito estas palavras,
saiu juntamente com seus discípulos
para o outro lado do ribeiro Cedrom,
onde havia um jardim;
e aí entrou com eles.
Jo 18:2 E Judas, o traidor,
também conhecia aquele lugar,
porque Jesus ali estivera muitas vezes com seus discípulos.
Jo 18:3 Tendo, pois, Judas recebido a escolta
e, dos principais sacerdotes
e dos fariseus, alguns guardas,
chegou a este lugar com lanternas, tochas e armas.
Jo 18:4 Sabendo, pois, Jesus todas as coisas que sobre ele haviam de vir,
adiantou-se e perguntou-lhes:
A quem buscais?
Jo 18:5 Responderam-lhe:
A Jesus, o Nazareno.
Então, Jesus lhes disse:
Sou eu.
Ora, Judas, o traidor, estava também com eles.
Jo 18:6 Quando, pois, Jesus lhes disse:
Sou eu,
recuaram
e caíram por terra.
Jo 18:7 Jesus, de novo, lhes perguntou:
A quem buscais?
Responderam:
A Jesus, o Nazareno.
Jo 18:8 Então, lhes disse Jesus:
Já vos declarei que sou eu;
se é a mim, pois, que buscais,
deixai ir estes;
Jo 18:9 para se cumprir a palavra que dissera:
Não perdi nenhum dos que me deste.
Jo 18:10 Então, Simão Pedro
puxou da espada que trazia
e feriu o servo do sumo sacerdote,
cortando-lhe a orelha direita;
e o nome do servo era Malco.
Jo 18:11 Mas Jesus disse a Pedro:
Mete a espada na bainha;
não beberei, porventura, o cálice que o Pai me deu?
Jo 18:12 Assim,
 a escolta,
o comandante
e os guardas dos judeus
prenderam Jesus,
manietaram-no
Jo 18:13 e o conduziram primeiramente a Anás;
pois era sogro de Caifás,
sumo sacerdote naquele ano.
Jo 18:14 Ora, Caifás era quem havia declarado aos judeus
ser conveniente morrer um homem pelo povo.
Jo 18:15 Simão Pedro e outro discípulo seguiam a Jesus.
Sendo este discípulo conhecido do sumo sacerdote,
entrou para o pátio deste com Jesus.
Jo 18:16 Pedro, porém, ficou de fora,
junto à porta.
Saindo, pois, o outro discípulo,
que era conhecido do sumo sacerdote,
falou com a encarregada da porta
e levou a Pedro para dentro.
Jo 18:17 Então, a criada,
encarregada da porta, perguntou a Pedro:
Não és tu também um dos
discípulos deste homem?
Não sou, respondeu ele.
Jo 18:18 Ora, os servos e os guardas estavam ali,
tendo acendido um braseiro, por causa do frio,
e aquentavam-se.
Pedro estava no meio deles,
aquentando-se também.
Jo 18:19 Então, o sumo sacerdote interrogou a Jesus
acerca dos seus discípulos
e da sua doutrina.
Jo 18:20 Declarou-lhe Jesus:
Eu tenho falado francamente ao mundo;
ensinei continuamente tanto nas sinagogas como no templo,
 onde todos os judeus se reúnem,
e nada disse em oculto.
Jo 18:21 Por que me interrogas?
Pergunta aos que ouviram o que lhes falei;
bem sabem eles o que eu disse.
Jo 18:22 Dizendo ele isto,
um dos guardas que ali estavam deu uma bofetada em Jesus, dizendo:
É assim que falas ao sumo sacerdote?
Jo 18:23 Replicou-lhe Jesus:
Se falei mal,
dá testemunho do mal;
mas, se falei bem,
por que me feres?
Jo 18:24 Então, Anás o enviou,
manietado,
à presença de Caifás,
o sumo sacerdote.
Jo 18:25 Lá estava Simão Pedro,
aquentando-se.
Perguntaram-lhe, pois:
És tu, porventura, um dos discípulos dele?
Ele negou e disse:
Não sou.
Jo 18:26 Um dos servos do sumo sacerdote,
parente daquele a quem Pedro tinha decepado a orelha, perguntou:
Não te vi eu no jardim com ele?
Jo 18:27 De novo,
Pedro o negou,
e, no mesmo instante,
cantou o galo.
Jo 18:28 Depois, levaram Jesus
da casa de Caifás
para o pretório.
Era cedo de manhã.
Eles não entraram no pretório
para não se contaminarem,
mas poderem comer a Páscoa.
Jo 18:29 Então, Pilatos saiu para lhes falar e lhes disse:
Que acusação trazeis contra este homem?
Jo 18:30 Responderam-lhe:
Se este não fosse malfeitor,
não to entregaríamos.
Jo 18:31 Replicou-lhes, pois, Pilatos:
Tomai-o vós outros
e julgai-o segundo a vossa lei.
Responderam-lhe os judeus:
A nós não nos é lícito matar ninguém;
Jo 18:32 para que se cumprisse a palavra de Jesus,
significando o modo por que havia de morrer.
Jo 18:33 Tornou Pilatos a entrar no pretório,
chamou Jesus e perguntou-lhe:
És tu o rei dos judeus?
Jo 18:34 Respondeu Jesus:
Vem de ti mesmo esta pergunta
ou to disseram outros a meu respeito?
Jo 18:35 Replicou Pilatos:
Porventura, sou judeu?
A tua própria gente e os principais sacerdotes
é que te entregaram a mim.
Que fizeste?
Jo 18:36 Respondeu Jesus:
O meu reino não é deste mundo.
Se o meu reino fosse deste mundo,
os meus ministros se empenhariam por mim,
para que não fosse eu entregue aos judeus;
mas agora o meu reino não é daqui.
Jo 18:37 Então, lhe disse Pilatos:
Logo, tu és rei?
Respondeu Jesus:
Tu dizes que sou rei.
Eu para isso nasci
e para isso vim ao mundo,
a fim de dar testemunho da verdade.
Todo aquele que é da verdade
ouve a minha voz.
Jo 18:38 Perguntou-lhe Pilatos:
Que é a verdade?
Tendo dito isto, voltou aos judeus e lhes disse:
Eu não acho nele crime algum.
Jo 18:39 É costume entre vós que eu vos solte alguém por ocasião da Páscoa;
quereis, pois, que vos solte o rei dos judeus?
Jo 18:40 Então, gritaram todos, novamente:
Não este,
mas Barrabás!
Ora, Barrabás era salteador.
Num só dia, numa sexta-feira, Jesus foi traído, preso, manietado, insultado e maltratado, julgado, condenado, ferido e morto por crucificação. Em seu ministério terrestre ele havia andado com seus discípulos, em glórias, por 1260 dias.
A Deus toda glória! 
p/ pr. Daniel Deusdete.
...


quarta-feira, 28 de outubro de 2015

João 17.1-26 - A ORAÇÃO QUE JESUS FEZ POR VOCÊ!

O Evangelho de João é o livro que foi escrito por João para apresentar a vida de Jesus de tal modo que os incrédulos possam ir a ele pela fé e os cristãos possam desenvolver sua fé em Cristo como o Messias e o Filho de Deus que desceu do céu. Assim, testemunhar de Jesus é o tema central desse Evangelho, tanto por parte de um homem especial como João Batista, do Pai, do Espírito Santo e de seus discípulos e fieis em toda parte do mundo. Estamos vendo o capítulo 17, da parte III.
Breve síntese do capítulo 17
Depois de dizer que era a videira verdadeira e seu Pai o agricultor e nós seus ramos que devemos produzir frutos para sermos sempre limpos porque os ramos que não produzem frutos são cortados para serem lançados no fogo, Jesus fala da unidade.
Ele fala no Evangelho de João 17 a oração sacerdotal em que ele ora pelos seus discípulos tanto aqueles que com ele estavam vivendo o presente como por aqueles que viriam a crer nele no futuro: eu e você!
Se Jesus cercou de oração a Pedro, João, Tiago e os outros apóstolos ele também orou e ainda ora por nós hoje. Seu desejo é que sejamos um com ele como ele foi um com o seu Pai.
Jesus não pediu ao Pai para nos tirar do mundo, mas para sermos guardados do mal. Passaremos por aflições, mas ele nos livrará do mal... a oração do Pai Nosso também nos fala de livrarmos do mal. R. C. Sproul, em seu livro “A oração muda as coisas?”, nos explica que “mal” está se referindo ao o diabo mesmo, a Satanás, e não ao oposto de bem.
Vejamos o presente capítulo com mais detalhes, conforme ajuda da BEG:
III. O MINISTÉRIO DE JESUS AOS SEUS DISCÍPULOS (13.1-17.26) - continuação.
Como já falamos, em seus últimos dias, Jesus concentrou-se em ministrar a seus discípulos para prepará-los para a sua partida; ele os serviu, os confortou e orou por eles.
Assim, dividimos essa terceira parte em três seções: A. A cerimônia do lava-pés e a profecia da traição (13.1-38) – já vimos; B. O discurso de despedida (14.1-16.33) – já vimos; e, C. A oração intercessória (17.1-26) – veremos e concluiremos agora.
C. A oração intercessória (17.1-26).
Esse capítulo consiste de uma oração em três partes, que é conhecida comumente como a oração sacerdotal de Jesus.
(1)   Nos vs. 1-5, Jesus ora pela sua própria glorificação.
(2)   Nos vs. 6-19, ele ora pelos discípulos, separando-os do restante das pessoas terrenas:
a.       Como aqueles que o lhe Pai deu especialmente (vs. 6-10).
b.      Jesus pede ao Pai para protegê-los (vs. 11-13).
c.       Jesus pede ao Pai para mantê-los separados do mundo (vs. 14-19).
(3)   Nos vs. 20-26, Jesus ora por aqueles que viriam a crer nele no futuro, pedindo que sejam unificados e, um dia, reunidos a ele.
“Pai” é o termo preferido de Jesus para se dirigir à primeira pessoa da Trindade (usado cerca de cem vezes nesse Evangelho). Ele se dirige ao Pai dizendo que havia chegada a sua hora. Jesus estava plenamente cônscio de seu sofrimento iminente.
Assim ele pede a glorificação do Filho, para que o Filho glorifique a ele. Um tema anunciado em 1.14 e que recebe grande ênfase nessa oração. A glória de qualquer uma das pessoas da Trindade transborda para as outras duas. A obra perfeita do Filho em sua encarnação glorifica a Trindade.
O Filho é glorificado em sua crucificação, ressurreição e entronização à destra de Deus - acontecimentos considerados uma unidade composta nesse Evangelho.
Ele diz que o Pai tinha concedido a ele autoridade sobre toda a humanidade para poder conceder a vida eterna a todos que o Pai lhe dera. Estão presentes três palavras “conferir”, “conceder” e “dar” – versão ARA – que traduzem o mesmo verbo grego, usado dezesseis vezes nessa oração, enfatizando o que Deus conferiu a Jesus e o que Jesus, por sua vez, concedeu aos seus discípulos.
A iniciativa soberana de Deus é enfatizada nessa expressão (que volta a ser usada nos vs. 6,9,24; cf. 6.44; 10.29.) Deus estaria dando aos homens a vida eterna por meio de seu Filho.
A vida eterna é explicada aqui a sua finalidade. Seria para que conhecessem ao único Deus verdadeiro e a Jesus Cristo a quem o Deus verdadeiro enviou. A verdadeira vida consiste na comunhão com Deus, que "nos fez para [si]” de modo que “nosso coração está inquieto enquanto não repousar [nele]" (Agostinho, Confissões).
Aqui, o termo “conhecer”, como é frequente na Escritura, significa muito mais do que apenas entendimento intelectual; envolve também sentimento e compromisso. Ao associar-se com o Pai como fonte de vida eterna, Jesus afirmou a sua própria divindade.
A forma como Jesus glorificou a seu Pai na terra fora consumando a obra que ele lhe deu para fazer. Essa declaração antecipa o brado de vitória na cruz ("Está consumado", 19.30). Tudo na vida de Jesus visava à glória de Deus. (Veja I Co 10.31 e entenda que também nós devemos ser como Jesus que vivia fazendo todas as coisas para a glória de Deus).
Nos vs. 5, Jesus faz uma declaração dupla de sua divindade:
·         Em primeiro lugar, Jesus afirma como parte de sua petição que a sua glória existia "antes que houvesse mundo”, indicando o seu caráter preexistente e não criado.
·         Em segundo lugar, ele se refere à "glória" que possuía - uma glória que, ao longo da Bíblia, é sempre associada ao verdadeiro e único Deus vivo.
A palavra “nome" a qual Jesus manifestou aos discípulos – vs. 6 - indica Deus na beleza de sua perfeição como revelado à humanidade. Ao se referir que eles eram do mundo, ele fazia uma indicação de que os remidos foram encontrados no mundo, mas estavam destinados a serem retirados dele.
Estavam no mundo, mas eram dele, do Pai. Todas as coisas e pessoas pertencem a Deus por direito de criação, mas aqui a referência é à posse privilegiada mediante a redenção. Deus deu os eleitos ao Redentor (cf. Hb 2.10-13).
Os discípulos são identificados de três modos – vs. 7 e 8:
·         Receberam a palavra de Jesus.
·         Reconheceram a sua origem divina.
·         Creram nele.
Jesus estava rogando por eles, mas não pelo mundo. Qualquer que seja a benevolência de Jesus para com a totalidade das pessoas no mundo, sua atividade redentora e sacerdotal diz respeito especificamente aos eleitos - aqueles que o Pai lhe deu (10.14-15,27-29).
Esse versículo apoia energicamente a doutrina da expiação limitada, pois seria absurdo que Jesus morresse para tirar os pecados daqueles pelos quais ele se recusa a orar (A BEG recomenda, nesse ponto, visualizar o seu excelente artigo teológico "Expiação limitada", em Jo 10).
Em outros contextos que não apresentam Jesus diretamente em seu papel de sumo sacerdote intercessor, ele orou pelos seus inimigos e nos instruiu a fazer o mesmo (Mt 5.44; Lc 23.34).
Jesus afirma que todas as suas coisas são do Pai e todas as coisas do Pai, são dele. Isso é uma declaração inequívoca de sua divindade.
Seria neles, nos discípulos, nos que o Pai deu a ele, que ele seria glorificado. É surpreendente que a glória de Deus seja associada aos atos de seres humanos que, diante da majestade divina, são absolutamente insignificantes.
No entanto, o livro de Jó mostra que os seres humanos podem refletir a glória de Deus, e Paulo estende esse princípio até às atividades mais comuns do cotidiano, como comer e beber (1Co 10.31). Tudo o que glorifica a Deus glorifica a Cristo e vice-versa.
Ele chama a seu Pai de “Pai santo” – vs. 11. Uma designação única no Novo Testamento, mas muito apropriada para expressar a intimidade entre Deus e seus filhos, bem como a majestade do grande Deus soberano sobre toda a criação. Deus protege os seus porque os ama e é capaz de protegê-los porque o seu poder não tem limites.
Jesus ora ao seu “Pai santo” para que os proteja em seu nome, o mesmo nome que foi dado ao Filho, a fim de que fossem um com eles, como eles eram um entre eles mesmos.
A revelação que Deus faz de si mesmo em palavras e atos (seu nome) é um agente poderoso de santificação (vs. 17) e proteção do mal (vs. 15).
O Pai e o Filho se encontram plenamente unidos nessa revelação; assim, o nome de Deus também é "teu nome, que me deste”. O objetivo seria para que eles fossem um, assim como eles eram.
O padrão de unidade das pessoas da Trindade também é o exemplo supremo para a unidade dos cristãos uns com os outros mediante a sua união com Cristo (14.11).
Essa unidade recebe grande ênfase na oração de Jesus (vs. 21-23), e essa unidade perfeita (Ef 4.12.16), a ser manifestada gloriosamente no dia da volta de Cristo, deve estar sempre formando e moldando o povo de Deus "para que o mundo creia" (vs. 21).
Enquanto Jesus andou com eles, os guardou e os protegeu pelo nome que o Pai lhe havia dado. Essa é uma síntese maravilhosa do ministério de Jesus para com seus apóstolos. A referência é, obviamente, aos doze e, dentre eles, também a Judas, que parecia fazer parte do grupo, mas que nunca recebeu verdadeiramente a graça de Deus.
Judas fora chamado de o filho da perdição. O mesmo termo é usado para indicar o anticristo (2Ts 2.3). Isso aconteceu para cumprir SI 41.9.
A traição por parte de Judas foi necessária para cumprir várias outras passagens que descrevem a Paixão do Senhor. Para Jesus, muitas pastagens das Escrituras continham profecias acerca de diversos detalhes do seu ministério messiânico, e ele ressaltou que todas essas profecias se cumpririam, pois eram a própria Palavra de Deus.
Ao escolher Judas, Jesus estava consciente da participação que esse discípulo teria em sua Paixão e, no entanto, o inclui no grupo dos doze.
Essa passagem – vs. 13 - pressupõe que Jesus orou na presença de seus discípulos para que eles também se alegrassem ao ouvirem suas palavras (cf. 15.11; 16.241.
Jesus deu a eles, seus discípulos, as suas palavras, que não eram dele, mas do Pai e o mundo os odiou – vs. 14. Essa é uma referência ao ensino de Jesus, identificado como a Palavra de Deus, do mesmo modo que o Antigo Testamento é a Palavra de Deus (cf. Mc 7.13; At 10.36; Rm 9.6).
O novo nascimento implica uma divisão radical da humanidade. Os cristãos têm suas origens no mundo decaído e continuam a habitar aqui, mas na verdade não fazem parte dele (vs. 16), por isso que não são do mundo, por isso que o mundo os odeia.
Apesar de Jesus saber que o mundo odiará os seus discípulos assim como o odiou, ele não pede que os discípulos sejam protegidos das aflições físicas ou sociológicas do mundo, mas sim que sejam guardados do mal (conforme a BEG: da corrupção moral do mundo) ou nas palavras sábias de R. C. Sproul, que sejamos guardados do maligno, do diabo mesmo, de Satanás. (A palavra no grego é a mesma aqui e em Lucas 11.4, na oração do “Pai Nosso” - Strong 4190; ponērou; πονηροῦ. evil [one]). Neste versículo a NVI traduziu como “Maligno” e não como o mal em oposição ao bem.
No verso 16, nem ele, nem os seus discípulos são do mundo, por isso que ele pede que sejam santificados na verdade – vs. 17 - “Santifica-os na verdade”.
Jesus não orou pedindo o bem-estar temporal dos discípulos, mas sim a santificação deles. Seu maior desejo era que fossem santos e, portanto, indicou o único meio pelo qual a santidade poderia ser obtida: a “verdade”.
Assim como o erro e o engano são as raízes do mal, a verdade é a raiz da piedade. Aqueles que desejam crescer em santidade devem sujeitar-se não apenas ao desejo de Jesus de que sejam santos, mas também ao meio que ele providenciou para santificá-los: a tua palavra é a verdade.
Esse testemunho, que está relacionado ao Antigo Testamento que os discípulos já possuíam, também é estendido ao ensino de Jesus, que é chamado de "palavra” de Deus (vs. 14), e à mensagem dos apóstolos (Lc 8.11-15,21; 11.28; Jo 17.20; At 4.31; 6.7; 8.14,25; I Ts 2.13). Trata-se de um atestado veemente da autoridade e origem divina tanto, do Antigo quanto do Novo Testamento.
Da mesma forma como Jesus foi enviado, Jesus os enviou. Compare com 20.21. Assim como o Pai designou Jesus para o seu ofício e missão, empossando-o com autoridade, do mesmo modo Cristo designou os apóstolos e os investiu de autoridade.
Assim como o Pai enviou seu Filho ao mundo para salvar os pecadores, assim Cristo enviou os apóstolos para dar continuidade a essa obra.
Logo, Jesus é o padrão supremo das missões. Num sentido derivado, todo cristão é um missionário enviado ao mundo para dar testemunho de Cristo e alcançar os perdidos onde quer que estejam, a fim de conduzi-los ao Salvador.
Ele Jesus os enviou ao mundo, não “do mundo" (vs. 14,15,16), mas "no mundo' (16.33) e “ao mundo" (aqui).
Assim é que em favor de seus discípulos, ele se santificou a si mesmo – vs. 19. Uma vez que Jesus é absolutamente santo, não precisa ser santificado no sentido de se tornar mais puro.
Antes, a sua santificação consiste no fato de ser "separado” para fins sagrados. Como sumo sacerdote, ele consagrou-se (Ex 28.41) para essa tarefa sagrada que incluiu o seu sacrifício supremo. Assim, aqueles que lhe pertencem, devem ser santos e dedicados ao seu serviço.
Jesus deixa claro que sua oração ali não era por apenas os seus discípulos, naquela hora, mas abrangeria nós todos, inclusive os crentes do século XXI, ou seja todos aqueles que vierem a crer.
Aqui Jesus inclui na sua oração todos os cristãos, até mesmo os que hão de aceitar a fé em eras futuras. Todo cristão verdadeiro pode ter a certeza de que foi incluído nessa oração. Jesus orou por mim!
E qual a finalidade disso? Para que o mundo creia que o Pai o enviou. Essa oração pede não apenas unidade espiritual (invisível), mas também unidade que seja visível no mundo, “para que o mundo creia". Com isso, todos seriam aperfeiçoados na unidade – vs. 23.
Observamos aqui o padrão de unidade que caracteriza o relacionamento não apenas entre “o Pai e o Filho”, mas também entre “o Filho e o cristão”.
·         Unidade – Filho/Pai (vs. 21,23) – Filho/cristão (vs. 21, 23, 26).
·         Glória – Filho/Pai (vs. 22,24) – Filho/cristão vs. 22.
·         Amor – Filho/Pai (vs. 23-24,26) – Filho/cristão (vs. 13.1; 17.23,26).
·         Missão – Filho/Pai (vs. 18,23,25) – Filho/cristão (vs. 18).
·         Conhecimento – Filho/Pai (vs. 25) – Filho/cristão (vs. 3,8,25,26).[1]
Na verdade, o amor do Pai refere-se ao amor de Deus o Pai também pelos remidos (3.16). Esse amor muitas vezes é negligenciado devido à ênfase do amor de Cristo por eles.
Jesus desejava que seus discípulos estivessem com ele e que vissem a sua glória – vs. 24. A segunda petição de Jesus pela igreja é para que seus membros estejam com ele em glória. Ele não pede prosperidade temporal para os discípulos, nem para a igreja; antes, pede santidade e unidade na terra e a reunião dos santos no céu. Estar com Cristo é o maior anseio do cristão (Fp 1.23; lTs 4.17).
Essa oração se encerra com um retorno a alguns dos temas repetidos ao longo desse Evangelho: unidade, conhecimento, missão, glória e amor.
Jo 17:1 Tendo Jesus falado estas coisas,
levantou os olhos ao céu e disse:
Pai, é chegada a hora;
glorifica a teu Filho,
para que o Filho te glorifique a ti,
Jo 17:2 assim como lhe conferiste autoridade
sobre toda a carne,
a fim de que ele conceda a vida eterna
a todos os que lhe deste.
Jo 17:3 E a vida eterna é esta:
que te conheçam a ti,
o único Deus verdadeiro,
e a Jesus Cristo,
a quem enviaste.
Jo 17:4 Eu te glorifiquei na terra,
consumando a obra que me confiaste para fazer;
Jo 17:5 e, agora, glorifica-me,
ó Pai, contigo mesmo,
com a glória que eu tive junto de ti,
antes que houvesse mundo.
Jo 17:6 Manifestei o teu nome aos homens
que me deste do mundo.
Eram teus,
tu mos confiaste,
e eles têm guardado a tua palavra.
Jo 17:7 Agora, eles reconhecem
que todas as coisas que me tens dado
provêm de ti;
Jo 17:8 porque eu lhes tenho transmitido
as palavras que me deste,
e eles as receberam,
e verdadeiramente conheceram
que saí de ti,
e creram que tu me enviaste.
Jo 17:9 É por eles que eu rogo;
não rogo pelo mundo,
mas por aqueles que me deste,
porque são teus;
Jo 17:10 ora, todas as minhas coisas são tuas,
e as tuas coisas são minhas;
e, neles,
eu sou glorificado.
Jo 17:11 Já não estou no mundo,
mas eles continuam no mundo,
ao passo que eu vou para junto de ti.
Pai santo,
guarda-os em teu nome,
que me deste,
para que eles sejam um,
assim como nós.
Jo 17:12 Quando eu estava com eles,
guardava-os no teu nome,
que me deste,
e protegi-os,
e nenhum deles se perdeu,
exceto o filho da perdição,
para que se cumprisse a Escritura.
Jo 17:13 Mas, agora,
vou para junto de ti
e isto falo no mundo para que eles tenham
o meu gozo completo em si mesmos.
Jo 17:14 Eu lhes tenho dado a tua palavra,
e o mundo os odiou,
porque eles não são do mundo,
como também eu não sou.
Jo 17:15 Não peço que os tires do mundo,
e sim que os guardes do mal.
Jo 17:16 Eles não são do mundo,
como também eu não sou.
Jo 17:17 Santifica-os na verdade;
a tua palavra é a verdade.
Jo 17:18 Assim como tu me enviaste ao mundo,
também eu os enviei ao mundo.
Jo 17:19 E a favor deles eu me santifico a mim mesmo,
para que eles também sejam santificados na verdade.
Jo 17:20 Não rogo somente por estes,
mas também por aqueles que vierem a crer em mim,
por intermédio da sua palavra;
Jo 17:21 a fim de que todos sejam um;
e como és tu, ó Pai,
em mim e eu em ti,
também sejam eles em nós;
para que o mundo creia
que tu me enviaste.
Jo 17:22 Eu lhes tenho transmitido a glória
que me tens dado,
para que sejam um,
como nós o somos;
Jo 17:23 eu neles,
e tu em mim,
a fim de que sejam aperfeiçoados na unidade,
para que o mundo conheça
que tu me enviaste
e os amaste,
como também amaste a mim.
Jo 17:24 Pai,
a minha vontade é que onde eu estou,
estejam também comigo os que me deste,
para que vejam a minha glória
que me conferiste,
porque me amaste
antes da fundação do mundo.
Jo 17:25 Pai justo,
o mundo não te conheceu;
eu, porém, te conheci,
e também estes compreenderam
que tu me enviaste.
Jo 17:26 Eu lhes fiz conhecer o teu nome
e ainda o farei conhecer,
a fim de que o amor com que me amaste
esteja neles,
e eu neles esteja.
A vontade do Senhor manifestada ao Pai na oração sacerdotal dizia que a sua vontade era que onde ele estivesse, estivessem também com ele os que o Pai lhe deu e isto para poderem ver a glória ao Senhor conferida porque o amor do Pai pelo filho é anterior à própria fundação do mundo.
Onde Jesus está, estamos também; não é onde eu estou que ele está, mas onde ele está que eu estou!
A Deus toda glória! 
p/ pr. Daniel Deusdete.


[1] Feito com base no quadro da BEG, comentando o verso 23, do capítulo 1t, do evangelho de João.
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