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domingo, 26 de julho de 2015

Zacarias 9 1:1-17 - OS PRESOS DA ESPERANÇA E A RESTITUIÇÃO EM DOBRO.

Reflexões em Zacarias
Estamos estudando, com a ajuda preciosa da BEG, o livro de Zacarias cujo pano de fundo histórico é o mesmo de Ageu, sendo que a ênfase de Zacarias não era somente a reconstrução do templo, como vimos em Ageu, mas ele também encorajava o povo quanto à Jerusalém ser o local, num futuro de médio prazo, para o reino de Deus. Estamos começando a segunda parte com o nono capítulo.
II. AS PROFECIAS COM APLICAÇÃO NO FUTURO (9.1-14.20).
Zacarias trouxe várias profecias que falaram de um futuro mais distante da comunidade restaurada. Um grupo de profecias revelou que Deus traria bênçãos para Jerusalém por meio da linhagem real de Davi. Um Segundo grupo revelou o complexo processo pelo qual Deus manteria as promessas feitas apesar das contínuas falhas do povo.
Veremos doravante até o término deste livro as profecias com aplicações no futuro.
Essa segunda metade do livro contém profecias não datadas que se encaixam melhor numa época logo após a reconstrução do templo. O profeta voltou a sua atenção para o futuro do reino de Deus em duas grandes seções (9.1-11.17; 12.1-14.20). Elas gerarão a nossa divisão proposta, conforme a BEG: A. O primeiro grupo de profecias (9.1-11.17) – começaremos a ver agora - e B. O segundo grupo de profecias (12.1-14.21).
A. O primeiro grupo de profecias (9. 1-11. 17).
Até o capítulo 11, estaremos vendo o primeiro grupo de profecias, que tratam da vinda de Deus, o Rei, em julgamento. Ele também foi dividido em quatro seções: 1. Deus vinga-se do seu povo (9.1-8) – veremos agora; 2. O rei de Israel chega a Jerusalém (9.9-17) – veremos agora; 3. Deus reúne o seu povo (10.1-11.3); e, 4. O pastor do povo de Deus (11.4-17).
1. Deus vinga-se do seu povo (9.1-8).
Esses versículos retratam a Deus como um guerreiro vingador que tomaria posse de sua terra ao destruir todos os inimigos em seu caminho.
Conforme a BEG, ele viria do norte de Jerusalém, um acontecimento que levaria ao chamado para a celebração no vs. 9 (cf. vs. 14-17, onde Deus é retratado como vindo do sul de Jerusalém). Como também ocorre em outros profetas, Deus é visto vingando o seu povo por meio do avanço de um exército gentio (veja Is 45.1-3; Mq 1.2-7). Após o Império Medo-Persa, Alexandre, o Grande, veio do norte e conquistou Canaã, em 333 a.C.
Essa expressão exata “A sentença pronunciada pelo SENHOR” que inicia o capítulo 9, aparece apenas mais duas vezes no Antigo Testamento (12.1; Ml 1.1).
A sentença ou advertência seria contra Hadraque, cidade mais ao norte, citada nos vs. 1-8, e chamada de Hatarikka nas inscrições cuneiformes assírias, mas cairia sobre Damasco, capital de Arã, cidade vizinha mais ao norte de Israel.
Isso porque os olhos do SENHOR estão sobre toda a humanidade e, em especial, sobre todas as tribos de Israel – vs. 1. A campanha militar de Alexandre seria tão espetacular que toda a humanidade, principalmente o povo de Deus, tomaria conhecimento desse rei poderoso quando ele fosse instrumento da justiça divina.
Também estaria sobre Hamate, no rio Orontes, ao norte de Damasco, e ainda mais sobre Tiro e Sidom. Essas cidades da costa mediterrânea da antiga Fenícia foram centros comerciais durante todo o período bíblico.
A descrição de seus moradores como pessoas "cuja sabedoria é grande" pode estar ligada às suas habilidades comerciais. O julgamento sobre essas cidades é um tema comum no Antigo Testamento (Jr 47.1-7; Ez 28.1-23).
Com seu comércio e habilidades de seu povo em negociar, Tiro tinha construído para si uma verdadeira fortaleza e tinha acumulado prata como pó e o ouro como a lama das ruas, ou seja, estava abastada, rica e poderosa, mas o Senhor haveria de se apossar dela e ainda lançar no mar todas as suas riquezas, sendo ela mesma consumida pelo fogo de seu juízo – vs. 3 e 4.
As suas vizinhas ao ver isso, Asquelom, Gaza e Ecrom entrariam em agonia, ficariam com medo e perderiam toda a esperança.
Essas fortes cidades da Filístia não conseguiriam resistir ao julgamento de Deus contra elas. Muitas vezes, no Antigo Testamento, elas são destinadas para o julgamento (Veja Is 14.28-32; E7 25.15-17; Am 1.6-8). O fato seria que um povo bastardo ocuparia Asdode e assim Deus acabaria com o orgulho dos filisteus – vs. 6.
Assim, o Senhor haveria de literalmente tirar o sangue das suas bocas, e a comida proibida de entre os seus dentes, ou seja, haveria de ter misericórdia a fim de gerar a salvação entre eles, de forma que o que restasse iria pertencer ao Senhor Deus e se tornaria chefe em Judá, e Ecrom seria como os jebuseus. Alguns dos habitantes de Canaã, que não seriam destruídos pela ira do julgamento divino, seriam incorporados ao povo de Deus e se tornariam seus servos, como Araúna, o jebuseu, havia se tornado parte de Judá, gerações antes (2Sm 24.16-24; 1Cr 21.18.26).
Deus anunciou que defenderia a sua cidade nesses dias. Alexandre o Grande, não destruiu Jerusalém ou o templo construído por Zorobabel e Josué (veja 1.1-. 8.23).
Em várias ocasiões, os profetas anunciaram que a restauração acontecesse plenamente Deus não permitiria que nações gentias destruíssem ou controlassem a terra de Israel (14.11; Jl 2.19.26-27; Am 9.15; Sf 3.11,15).
Aqui, Zacarias falou do período da campanha de Alexandre (333 a.C.), mas os gregos e os romanos continuaram a oprimir o povo de Deus durante séculos, após a campanha desse grande conquistador.
Daniel profetizou que um quarto reino (Roma) oprimiria Judá (Dn 2.24-45) como parte de uma extensão do exílio por causa da contínua rebelião da comunidade restaurada contra Deus (Dn 9).
Continua a BEG a esclarecer que Zacarias apresentou a genuína oferta de Deus de que essa extensão do exílio seria reduzida e que a restauração do Messias aconteceria após a ocupação grega.
É verdade que a guerra dos Macabeus (166-142 a.C.) resultou na independência de Israel, mas essa autonomia foi manchada pela iniquidade tanto dos líderes como do povo.
Em 63 a.C., Roma dominou a região. Assim, a restauração nunca aconteceu em grande escala. A promessa de que o povo de Deus "não passará mais" pela derrota somente será plenamente cumprida Cristo retomar em glória.
2. O rei de Israel chega a Jerusalém (9.9-17).
Esses versículos de 9 ao 17 contemplam a chegada do Messias vitorioso a Jerusalém, a fim de garantir a promessa feita no vs. 9. Novamente, a oferta feita deveria acontecer em resposta à opressão grega (vs. 13).
Apesar da vitória de Israel durante o período dos Macabeus, a pecaminosidade flagrante e continua de Israel adiou essa vitória messiânica final até o quarto reino anunciado por Daniel (Roma).
Ainda assim, a profecia de Zacarias deu ao público original a esperança de que o Messias viria para destruir todos os inimigos e assegurar a restauração de Jerusalém.
O profeta anuncia um momento de grande alegria e grande regozijo para a cidade ou filha de Sião - título bastante comum para a cidade santa e o povo de Deus (Is 62.11; Sf 3.14; Is 1.8) – que deveria exultar-se. O povo de Deus se regozijaria porque o Senhor finalmente havia chegado a Jerusalém.
O rei soberano, o teu rei, o supremo e real descendente de Davi que fora prometido por repetidas vezes (2Sm 7.12-14; SI 132.1,10-11; Is 9.7; 11.1-5; Jr 23.5-6; 33.15-22; Ez 34.23-24; 37.24-28), o Justo e vitorioso, humilde, viria montado num jumento, um jumentinho, cria de jumenta.
Seu caráter e comportamento não seriam como os de outros reis do mundo. Ele defenderia a lei de Deus como os reis do Antigo Testamento deveriam ter feito (Dt 17.14-20). Sua bondade o tomaria aberto e acessível (Mt 11.29; Fp 2.5).
Ele viria montado em jumento, cria de jumenta, em vez de montar num grande cavalo como um guerreiro (cf. Ap 19.11), o grande Rei faria a sua aparição em Jerusalém montado num jumentinho (Mc 11.1-7).
Os jumentos estavam entre as montarias preferidas pela realeza (I Re 1.33) durante os períodos de paz.
Conforme os comentários da BEG, as mulas e os jumentos eram animais de montaria da realeza (vs. 9; Jz 10.4; 2 Sm 13.29; 18.9). No caso da situação de I Re 1.33, Davi estava declarando, com aquele ato, publicamente, que Salomão era o seu herdeiro escolhido. Ao montar num jumento, o Rei indicava a sua completa vitória e o fim da guerra (veja o vs. 10).
Os instrumentos de guerra – carros, cavalos de guerra, arcos de batalha - seriam abolidos no reino de paz do Rei justo (Is 2.1-5; 11.6-9; Mq 5.1) e a paz seria proclamada às nações. O grande Rei de Israel derrotaria todos os inimigos de Deus e, assim, introduziria a paz universal (Is 2.1-5; 9.5-7; 57.19; Mq 4.1-5; Ef 2.12-18).
Também o seu domínio se estenderia às extremidades da terra. O governo soberano e universal de Deus era fundamental à fé no Antigo Testamento (SI 22.27-28; 72.8; 96.4-6; Is 45.22: 52.10; 66.18; Dn 2.44-47; 7.13-14,27).
Porém, o objetivo da história bíblica – esclarece a BEG - é que o reino de Deus seja conhecido na terra como no céu (nesse ponto a BEG recomenda a leitura de seu excelente artigo teológico "O reino de Deus", em Mt 4) onde poderemos constatar que Cristo – o centro da história, da Bíblia e da nossa vida - é aquele que trará o domínio universal do Pai à terra (Mt 12.28; Fp 2.9-11; Ap 19.11-21).
Sião é lembrada do sangue da aliança de Deus, uma referência à graciosa provisão de Deus para cobrir o pecado. No Antigo Testamento, era usado o sangue de animais (Ex 24.8); no Novo Testamento, essa primeira provisão é substituída pelo sangue do Messias (Mt 26.28). Por causa dessa graça de seu sangue remidor os prisioneiros seriam libertos da cova que não tinha água para matar a sede.
Então vem o apelo e o clamor para se voltar à fortaleza aqueles que estavam presos, os prisioneiros da esperança. Seria dito àqueles que permaneceram fora da Terra Prometida que deveriam voltar para seus lares, na Terra Prometida, pois que Deus estaria restituindo a eles tudo em dobro.
Desde os dias de Moisés, o plano de Deus era abençoar seu povo, depois de trazê-lo do exílio, de maneira que excederia as bênçãos oferecidas aos seus antepassados (Dt 30.5). É nessa base que o Novo Testamento compreende as grandes bênçãos de Deus para os crentes que estão sob a nova aliança.
Nos versos 13 e 14 se vê Deus, o Senhor soberano da história, movendo seu povo numa linguagem figurada como se os seus filhos fossem flechas que acertassem o alvo inimigo trazendo grandes vitórias ao povo de Deus.
 O Deus de Israel é agora retratado corno vindo da região sul do deserto, montado em redemoinhos (veja 25m 22.8-18; SI 18.7-15; Dn 7.13). A palavra hebraica traduzida por "Sul" também pode ser o nome próprio "Temã" (Hc 3.3). A resposta divina contra seus inimigos é aqui retratada em termos da antiga lembrança de Deus dirigindo-se para a batalha em favor de Canaã nos dias de Moisés (Veja Ex 15.14-18).
»ZACARIAS [9]
Zc 9:1 A palavra do Senhor está contra a terra de Hadraque,
e repousará sobre Damasco,
pois ao Senhor pertencem as cidades de Arã,
e todas as tribos de Israel.
Zc 9:2 E também Hamate que confina com ela,
e Tiro e Sidom, ainda que sejam mui sábias.
Zc 9:3 Ora Tiro edificou para si fortalezas,
e amontoou prata como o pó, e ouro como a lama das ruas.
Zc 9:4 Eis que o Senhor a despojará,
e ferirá o seu poder no mar;
e ela será consumida pelo fogo.
Zc 9:5 Asquelom o verá, e temerá;
também Gaza, e terá grande dor;
igualmente Ecrom, porque a sua esperança
será iludida;
e de Gaza perecerá o rei,
e Asquelom não será habitada.
Zc 9:6 Povo mestiço habitará em Asdode;
e exterminarei a soberba dos filisteus.
Zc 9:7 E da sua boca tirarei o sangue,
e dentre os seus dentes as abominações;
e ele também ficará como um resto
para o nosso Deus;
e será como chefe em Judá,
e Ecrom como um jebuseu.
Zc 9:8 Ao redor da minha casa acamparei contra o exército,
para que ninguém passe, nem volte;
e não passará mais por eles o opressor;
pois agora vi com os meus olhos.
Zc 9:9 Alegra-te muito, ó filha de Sião;
exulta, ó filha de Jerusalém;
eis que vem a ti o teu rei;
ele é justo e traz a salvação;
ele é humilde e vem montado sobre um jumento,
sobre um jumentinho, filho de jumenta.
Zc 9:10 De Efraim exterminarei os carros,
e de Jerusalém os cavalos,
e o arco de guerra será destruído,
e ele anunciará paz às nações;
e o seu domínio se estenderá de mar a mar,
e desde o Rio até as extremidades da terra.
Zc 9:11 Ainda quanto a ti, por causa do sangue do teu pacto,
libertei os teus presos da cova em que não havia água.
Zc 9:12 Voltai à fortaleza,
ó presos de esperança;
também hoje anuncio que te recompensarei em dobro.
Zc 9:13 Pois curvei Judá por meu arco,
pus-lhe Efraim por seta;
suscitarei a teus filhos,
ó Sião, contra os teus filhos,
ó Grécia; e te farei a ti,
ó Sião, como a espada de um valente.
Zc 9:14 Por cima deles será visto o Senhor;
e a sua flecha sairá como o relâmpago;
e o Senhor Deus fará soar a trombeta,
e irá com redemoinhos do sul.
Zc 9:15 O Senhor dos exércitos os protegerá;
e eles devorarão, e pisarão os fundibulários;
também beberão o sangue deles como ao vinho;
e encher-se-ão como bacias de sacrifício,
como os cantos do altar.
Zc 9:16 E o Senhor seu Deus naquele dia os salvará,
como o rebanho do seu povo;
porque eles serão como as pedras de uma coroa,
elevadas sobre a terra dele.
Zc 9:17 Pois quão grande é a sua bondade,
e quão grande é a sua formosura!
o trigo fará florescer os mancebos
e o mosto as donzelas.
Esse versículo 15 - “O SENHOR dos Exércitos os protegerá” - prevê a proteção de Deus sobre o seu povo enquanto marcha contra os seus próprios inimigos, derrotando-os completamente. O povo de Deus ficaria exuberante devido à santa alegria.
Seu povo descansaria em segurança, como ovelhas sob o seu cuidado (13.7; Ez 34.1-24; 37.24), pois que seriam eles como pedras de uma coroa, ou seja, o povo se tornaria glorioso como resultado da presença de Deus (2Co 3.18).
A abundância natural – belos, formosos, abastados com o trigo e alegres com o vinho - que ocorrerá depois que o Messias estabelecer plenamente o seu reino cumpre a esperança da renovação da criação (veja Is 65.17; Ap 21.1).
A Deus toda glória! p/ Daniel Deusdete
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sábado, 25 de julho de 2015

Dia 20/40 - LOBO E CORDEIRO, LEÃO E BOI, JUNTOS...

Nossa reflexão de hoje sobre a unidade, sobre o estar juntos nos levará novamente ao livro de Isaías.
Is 65:24 E acontecerá que, antes de clamarem eles, eu responderei;
e estando eles ainda falando, eu os ouvirei.
Is 65:25 O lobo e o cordeiro juntos se apascentarão,
o leão comerá palha como o boi;
e pó será a comida da serpente.
Não farão mal nem dano algum
em todo o meu santo monte, diz o Senhor. Is 65.24, 25.
Do verso 17 ao 25 deste capítulo, veremos os novos céus e a nova terra! É Deus quem cria todas as coisas, inclusive novos céus e nova terra. O novo ato de Deus é experimentado agora em suas bênçãos. (42:9; 43:18-19; 48:6; 60:19-22; II Pe 3:13; Ap 21:1).
Das coisas passadas, das adversidades e desgraças, jamais haverá novamente memória delas. Isso não significa um apagão geral com perda de identidade e do senso de pertencimento ao mundo, a Deus e ao tempo.
Deus colocou no coração dos homens a eternidade, mas estamos presos, momentaneamente, no tempo e no espaço, assim, mesmo sabendo de que um dia morreremos, sabemos de alguma forma que seremos ressuscitados por ele, para vivermos eternamente com ele. É muita glória que apenas sentimos seu frescor de bem longe, mas é só por uns instantes...
Os santos, os eleitos, os remanescentes, os que o buscam, devem celebrar agora a vinda da salvação (66:10) e se alegrarem perpetuamente, pois que ele cria para Jerusalém motivos de exultação e para o povo, motivos de grande gozo – vs. 18. Isaías faz alusão à linguagem de Gn 1:1 para atrair a atenção para a renovação radical do mundo que acontecerá quanto à restauração do seu povo for completada (Rm 8:18-25).
Deus exultará em Jerusalém e se alegrará no seu povo e doravante nunca mais se ouvirá voz de choro, nem de clamor – vs. 19; Ap 21:4.
O fato de não haver mais ali nem crianças, nem velhos, trata-se apenas de declarações poéticas que expressam a vida sem fim que chegará ao clímax da restauração após o exílio. Elas prometem uma vida significativa e abençoada para todos, em contraste com a doença e a morte prematura que resultaram da maldição de Deus (Dt 28:20-22).
Por isso que edificarão casas e as habitarão e plantarão vinhas e comerão dos seus frutos, o que hodiernamente nem sempre é uma garantia. Nem todos os que constroem, nem os que plantam são os que desfrutam, por causa do pecado, da presença do mal e da morte no mundo, decorrentes das maldições de Deus.
Como é triste edificar para outros habitarem e plantar para outros desfrutarem. Isso terá um fim uma vez que os dias de cada um de nós será como o das árvores e os seus escolhidos poderão gozar por longo tempo das obras de suas mãos – vs. 22.
Não trabalharão debalde, nem terão filhos para a calamidade, pois que serão a descendência bendita do Senhor. O oposto do julgamento de Deus sobre a existência humana (Gn 3:16-18). Tanto eles quanto seus descendentes serão abençoados pelo Senhor (cf. 61:9). .
Assim, antes de clamarem e ainda estando eles falando, o Senhor já estaria vindo com a resposta e com a providência. Uma figura que significa que não haverá tempo para tristeza entre a oração e o louvor (30:19; 58:9). Hoje sofremos e padecemos em oração, muitas vezes sem entender porque o socorro tardou ou porque o Senhor não respondeu ou porque ainda fez outra coisa que não esperávamos. 

Nesse tempo, haverá paz na criação, paz para a comunidade redimida (11:6-9).  O lobo e o cordeiro juntos se apascentarão, o leão comerá palha como o boi, isto é, haverá respeito, unidade e diversidade, mas o pó será a comida da serpente, uma alusão a Gn 3:14. A maldição de Satanás será finalmente consumada. Nem mal nem dano algum se fará em todo santo monte. Significa ausência de toda desgraça e injúria para todo o sempre!
...


Zacarias 8 1:1-23 - RESTAURAÇÃO! EIS AS COISAS QUE DEVEIS FAZER...

Estamos estudando, com a ajuda preciosa da BEG, o livro de Zacarias cujo pano de fundo histórico é o mesmo de Ageu, sendo que a ênfase de Zacarias não era somente a reconstrução do templo, como vimos em Ageu, mas ele também encorajava o povo quanto a Jerusalém ser o local, num futuro de médio prazo, para o reino de Deus. Estamos finalizando a primeira parte com o oitavo capítulo.
I. AS PROFECIAS COM APLICAÇÃO IMEDIATA (1.1 -8.23) – continuação.
Como já dissemos, desde o primeiro versículo até o capítulo oito, estamos vendo as profecias que foram entregues aos primeiros a retomarem do exílio, enquanto lutavam com o desafio de reconstruir o templo.
Assim, foi dividida essa parte em cinco seções: A. Título (1.1) – já vimos; B. Mensagem Inicial (1.2-6) – já vimos; C. Ai oito visões noturnas (1.7-6.8) – estamos vendo; D. A coroação de Josué (6.9-15) – já vimos; e, E. A transformação de Jerusalém (7.1-8.23) – concluiremos agora.
E. A transformação de Jerusalém (7.1-8.23) – continuação.
Como já falamos, encerradas as oito visões noturnas que Zacarias recebeu a respeito do que Deus faria com relação às dificuldades que os que retornaram enfrentariam, veremos, doravante, até 8.23, a transformação de Jerusalém.
Esses capítulos formaram nossa divisão proposta, seguindo a BEG: 1. A contínua hipocrisia de Jerusalém (7.1-14) – já vista e 2. As futuras bênçãos de Jerusalém (8.1-23) – veremos agora.
2. As futuras bênçãos de Jerusalém (8.1-23).
Encerrando essa primeira parte, estaremos vendo agora as futuras bênçãos de Jerusalém. Esse capitulo descreve o futuro de Jerusalém, um tempo em que a hipocrisia seria eliminada do meio da comunidade restaurada. O futuro é semelhante ao retratado por Isaías (Is 65-66).
Com a vinda de Cristo ao mundo, essas bênçãos começaram a aparecer, mas a sua plena realização aguarda o seu glorioso retomo (Is 65.17; Ap 21.1-22.5).
O zelo de Deus – vs. 2 - nasce do amor que ele tem pelo seu povo e do compromisso com ele, e que, em troca, espera receber dele (1.14).
O Senhor estava dizendo ao seu profeta que estaria voltando para Sião e habitaria ali e então a cidade seria chamada por causa dele, do Senhor, de Cidade Fiel, ou da Verdade (NVI).
A fiel observância da lei de Deus era rara em Israel, mesmo nos dias de Zacarias. O profeta previu um tempo em que o povo de Deus refletiria perfeitamente o seu caráter em suas relações mútuas (v. 16; veja. também, Ex 34.6-7).
Já o monte do Senhor dos Exércitos seria chamado de Monte Santo ou Sagrado (NVI). O monte Sião um dia será santo porque a presença de Deus habitará lá de um modo especial e o pecado será totalmente eliminado. Os profetas repetidamente enfatizaram que o dia da salvação seria o dia da renovação da presença de Deus (2.5,11).
Os versos 4 e 5 que falam dos velhos e das crianças enchendo as cidades revelam um quadro das bênçãos da aliança de Deus: a longevidade (cf. Ex 20.12) e crianças brincando refletem um estado de paz e bem-estar.
Naquela época e mesmo hoje isso parece mesmo impossível, mas não para Deus. Esse termo “maravilhoso” descreve uma situação ou estado que inspira admiração naquele que o contempla porque é impossível obtê-lo pela força humana. Veja outros exemplos do uso desse termo em Gn 18.14 (“difícil”) e Jz 13.18.
No entanto, o remanescente seria abençoado grandemente. Aqueles que permaneceram fiéis em meio à desobediência, seriam resgatados por Deus e continuariam como o povo de sua aliança. Em Rm 11.5, Paulo falou de “um remanescente segundo a eleição da graça". Os eleitos de Deus são preservados para servi-lo com fidelidade (veja Is 1.9: Mq 2.12).
Deus iria salvar o seu povo espalhado de entre as nações. Salvaria os do leste e do oeste – vs. 8 – e os traria de volta para que habitassem em Jerusalém. Como o escritor de Crônicas confirmou, a plena restauração do povo de Deus envolveria a volta de muitos judeus de terras estrangeiras (veja Dt 30.1-5: veja, também, ICr 1-9; Ir 30 8-11).
O laço de lealdade entre Deus e Israel era o centro da aliança (Gn 17.7) e é o ponto principal da aliança renovada em Jr 31.33.
Deus promete que haveria uma rica semeadura onde a videira daria o seu fruto, a terra produziria suas colheitas e o céu derramaria o seu orvalho.
O dia da total renovação incluirá a restauração da natureza em grande escala (Dt 30.9). Os crentes hoje, recebem o Espírito Santo como um adiantamento de sua herança (Ef 1.13-14) e aguardam ansiosamente a renovação da natureza nos novos céus e na nova terra quando Cristo retomar (Ap 21.1-22.5).
Como Deus tinha feito Israel ser uma maldição entre as nações, ele os salvaria e os transformariam em uma grande bênção, por isso que eles deveriam ser fortes e não terem medo – vs. 13 - 15. Duas vezes nesse trecho ele repete a palavra “não tenham medo” para eles.
O povo foi chamado a guardar a lei e, assim colocar a sua vida de acordo com a lei de Deus. O comportamento piedoso aqui descrito – vs. 16-17 - faz contraste com a impiedade característica da maior parte da história de Israel, mas a verdade e a justiça reinarão (Am 5.24).
Ele aponta o que deveriam fazer e declara, explicitamente, que odiava quem não praticava todas essas coisas:
·         Falem somente a verdade uns com os outros.
·         Julguem retamente em seus tribunais.
·         Não planejem no íntimo o mal contra o seu próximo.
·         Não queiram jurar com falsidade. (Zacarias 8:16,17).
E novamente veio a palavra do Senhor ao seu profeta – vs. 18. Esse versículo – vs. 19 - retoma a pergunta feita em 7.3. Os jejuns que os judeus haviam observado se transformariam em celebrações, seriam ocasiões alegres e cheias de júbilo, com festas felizes para o povo de Judá, por isso, que Deus os exorta – vs. 19 -  a amarem a verdade e a paz.
Esse jejum do quarto mês pranteava a queda dos muros de Jerusalém que foi um acontecimento que marcou o inicio do fim da cidade (2Rs 25.3-4).
Sobre os jejuns do quinto e sétimo meses eram aqueles que pranteavam o assassinato de Gedalias, governador de Judá, ordenado pelos babilônios - 7.5.
Sobre o jejum do décimo mês, vemos que o texto de 2Rs 25.1 relata como Nabucodonosor começou a sitiar Jerusalém no décimo mês (Jr 39.1-10).
Nos versos de 20 a 23, veremos que eles retratam uma grande peregrinação de nações gentias para Jerusalém.
Essa cena frequente nos profetas (14.16-20; Is 2.1-4; Mq 4.1-5) descreve a extensão do reino de Deus, ultrapassando as fronteiras de Israel em direção ao mundo (M1 1.5).
Um estágio inicial dessa expansão foi oferecido a Israel nos dias de Zacarias, mas não teve realização significativa até o ministério de Cristo e seus apóstolos. Os gentios se unirão plenamente a Israel somente no glorioso retorno de Cristo.
Muitos povos e poderosas nações – vs. 22; Is 2.2-4; Mq 4.1-3 – virão finalmente buscarem ao Senhor dos Exércitos para suplicarem a ele o seu favor.
»ZACARIAS [8]
Zc 8:1 Depois veio a mim a palavra do Senhor dos exércitos, dizendo:
Zc 8:2 Assim diz o Senhor dos exércitos:
Zelo por Sião com grande zelo;
e, com grande indignação, por ela estou zelando.
Zc 8:3 Assim diz o Senhor:
Voltarei para Sião, e habitarei no meio de Jerusalém;
e Jerusalém chamar-se-á a cidade da verdade,
e o monte do Senhor dos exércitos o monte santo.
Zc 8:4 Assim diz o Senhor dos exércitos:
Ainda nas praças de Jerusalém sentar-se-ão velhos e velhas,
levando cada um na mão o seu cajado,
por causa da sua muita idade.
Zc 8:5 E as ruas da cidade se encherão de meninos e meninas,
que nelas brincarão.
Zc 8:6 Assim diz o Senhor dos exércitos:
Se isto for maravilhoso aos olhos do resto deste povo naqueles dias,
acaso será também maravilhoso aos meus olhos?
diz o Senhor dos exércitos.
Zc 8:7 Assim diz o Senhor dos exércitos:
Eis que salvarei o meu povo,
tirando-o da terra do oriente e da terra do ocidente;
Zc 8:8 e os trarei, e eles habitarão no meio de Jerusalém;
eles serão o meu povo,
e eu serei o seu Deus em verdade e em justiça.
Zc 8:9 Assim diz o Senhor dos exércitos:
Sejam fortes as vossas mãos, ó vós,
que nestes dias ouvistes estas palavras da boca dos profetas,
que estiveram no dia em que foi posto
o fundamento da casa do Senhor dos exércitos,
a fim de que o templo fosse edificado.
Zc 8:10 Pois antes daqueles dias não havia salário para os homens,
nem lhes davam ganho os animais;
nem havia paz para o que saia
nem para o que entrava,
por causa do inimigo;
porque eu incitei a todos os homens,
cada um contra o seu próximo.
Zc 8:11 Mas agora não me haverei para com o resto deste povo
como nos dias passados, diz o Senhor dos exércitos;
Zc 8:12 porquanto haverá a sementeira de paz;
a vide dará o seu fruto,
e a terra dará a sua novidade,
e os céus darão o seu orvalho;
e farei que o resto deste povo herde todas essas coisas.
Zc 8:13 E há de suceder, ó casa de Judá, e ó casa de Israel,
que, assim como éreis uma maldição entre as nações,
assim vos salvarei, e sereis uma bênção;
não temais, mas sejam fortes as vossas mãos.
Zc 8:14 Pois assim diz o Senhor dos exércitos:
Como intentei fazer-vos o mal,
quando vossos pais me provocaram a ira,
diz o Senhor dos exércitos, e não me compadeci,
Zc 8:15 assim tornei a intentar nestes dias fazer o bem
a Jerusalém e à casa de Judá; não temais.
Zc 8:16 Eis as coisas que deveis fazer:
Falai a verdade cada um com o seu próximo;
executai juízo de verdade e de paz nas vossas portas;
Zc 8:17 e nenhum de vós intente no seu coração
o mal contra o seu próximo;
nem ame o juramento falso;
porque todas estas são coisas que eu aborreço,
diz o senhor.
Zc 8:18 De novo me veio a palavra do Senhor dos exércitos, dizendo:
Zc 8:19 Assim diz o Senhor dos exércitos:
O jejum do quarto mês, bem como o do quinto, o do sétimo,
e o do décimo mês se tornarão para a casa de Judá
em regozijo, alegria, e festas alegres;
amai, pois, a verdade e a paz.
Zc 8:20 Assim diz o Senhor dos exércitos:
Ainda sucederá que virão povos, e os habitantes de muitas cidades;
Zc 8:21 e os habitantes de uma cidade irão à outra, dizendo:
Vamos depressa suplicar o favor do Senhor,
e buscar o Senhor dos exércitos;
eu também irei.
Zc 8:22 Assim virão muitos povos, e poderosas nações,
buscar em Jerusalém o Senhor dos exércitos,
e suplicar a bênção do Senhor.
Zc 8:23 Assim diz o Senhor dos exércitos:
Naquele dia sucederá que dez homens,
de nações de todas as línguas,
pegarão na orla das vestes de um judeu, dizendo:
Iremos convosco,
porque temos ouvido que Deus está convosco.
A ênfase do vs. 23 que fala de dez homens segurando as barras das vestes de um judeu – Rm 2.29 - está no grande número (veja "muitos povos", no v. 22) de gentios que iriam adorar o Deus verdadeiro. Como ocorre com outras profecias sobre a restauração, conforme já temos dito e como nos esclarece a BEG, o cumprimento dessa visão:
·         Começou em seu ministério terreno (Mt 28.19-20).
·         Continua por meio da igreja, hoje.
·         Será completado quando Jesus retomar (Ap 5.9).
Eles dirão que irão conosco porque eles tem ouvido – pelos testemunhos, óbvio – que Deus está conosco! Aleluias, é o Emanuel, Deus conosco. Deus estaria com os que retornaram do exílio no sentido de que ele se levantaria e lutaria ao lado deles contra os inimigos (Veja 2Cr 13.12).
A Deus toda glória! p/ Daniel Deusdete
http://www.jamaisdesista.com.br
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sexta-feira, 24 de julho de 2015

Dia 19/40 - CONGREGAR - VIR - ACHEGAR-SE (JUNTOS).

Nossa reflexão de hoje sobre a unidade, sobre o estar juntos nos levará novamente ao livro de Isaías.
                Is 45:20 Congregai-vos, e vinde; chegai-vos juntos,
                               os que escapastes das nações;
                                               nada sabem os que conduzem em procissão
                                                               as suas imagens de escultura,
                                                                              feitas de madeira,
                                               e rogam a um deus que não pode salvar.
Assim diz O SENHOR, mas não qualquer senhor, antes aquele que criou os céus, que formou a terra e a fez e a confirmou não para ficar vazia ou ser um caos - essa é a mesma palavra traduzida como “sem forma” em Gn 1:2 que descreve o caos primordial do momento da criação -, mas para ser habitada.
Sendo aquele que criou todas as coisas, Deus era mesmo capaz de levar adiante o seu plano. Jamais seria sua intenção manter Israel no estado de pura desolação no qual os assírios e os babilônios o haviam deixado.
Diferentemente dos oráculos pagãos, que eram obscuros e ambíguos – vs. 19 -, a revelação do Senhor era clara e pública, ainda que o resultado de suas promessas pudesse não se conformar às expectativas humanas (48:16).
O convite de Deus para ser encontrado era sincero (vs 19, 20; 55:3), por isso que ele os avisa dizendo que não o buscariam em vão, pois o encontrariam, com certeza. As palavras de Deus prometem e estabelecem ordem no seu reino (Sl 96:10; 98:9; 99:4), pois que fala a justiça e anuncia coisas retas.
Aos que escaparam das nações, o convite imperativo era para congregar, vir e se achegar juntos a Deus que se deixaria achar quando o buscassem de todo o seu coração. Que palavra maravilhosa e que promessa! Quanto aos que conduzem em procissão as suas imagens de escultura, feitas de madeira e rogam a um deus que não pode salvar, de nada sabem!
Depois de congregar, vir e se achegarem juntos, agora era para anunciar, achegarem-se novamente, tomarem conselhos todos juntos e a primeira pergunta faz uma referência à salvação iniciada com o decreto de Ciro que dizia que os israelitas deveriam retornar para casa (40:1 – 55:13; 44:24; 45:13). Quem fez ouvir e quem anunciou? A resposta simples era que o Senhor tinha feito isso porque além dele não há outro Deus que seja igualmente justo e salvador.
Era para olhar para ele para ser salvo, como os israelitas olhavam para a serpente pendurada num madeiro e eram curadas das suas mordidas letais, assim deveriam olhar para o Senhor e serem curados, salvos. Isso também nos aponta para a cruz de Cristo e a sua obra, pois os que olham para o Senhor serão salvos de seus pecados para sempre. Toda a terra – vs. 22 – todos os seus termos porque ele é Deus e não há outro!
Aqui no vs. 23, Deus entra com um juramento e como não havia alguém maior, jurou por si mesmo, ratificando e dando total validade à sua palavra de que todo joelho se dobrará e toda língua confessará que Jesus Cristo é o Senhor! Rm 14:11; I Co 15:25; Fp 2:10,11.
O reconhecimento será geral de que tanto a justiça como a força estão no Senhor e a ele virão mas serão envergonhados todos os que se indignarem contra Deus, no entanto, no Senhor serão justificadas e se gloriarão toda a descendência de Israel – vs. 24 e 25.
Como tenho falado e pregado a justiça de Deus é um atributo de sua pessoa que ele, por sua graça, comunica conosco de forma que também nós nos sentimos injustiçados quando sofremos algo que não seja justo.
Eu costumo dizer que temos o senso da justiça, não a justiça que é o próprio Deus.

Repararam nos verbos: CONGREGAR, VIR, ACHEGAR-SE (juntos). Depois, novamente, ANUNCIAR, ACHEGAREM-SE novamente, TOMAREM conselhos (juntos, novamente). Isso dá até uma excelente pregação. O que acham? Comentem!
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