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segunda-feira, 2 de fevereiro de 2015

Jeremias1:1-19 - JEREMIAS, O PROFETA CHORÃO.

Sobre o livro de Jeremias
Em nosso pequeno e humilde trabalho, estaremos agora entrando,  no segundo livro (Jeremias), dos últimos 17 livros da Bíblia do Antigo Testamento que, justamente são os livros proféticos.
A fonte principal de nossas pesquisas, nas quais seguiremos sua divisão proposta, com ligeiras alterações, é a Bíblia de Estudo de Genebra – BEG.
Autores: Jeremias e Baruque, seu aluno e/ou escriba.
Conforme o preâmbulo, o livro contém as "Palavras de Jeremias, filho de Hilquias" (1.1) que pode ter sido ajudado por Baruque em sua compilação e organização, mas não em seu conteúdo. Uma indicação do procedimento usado para reunir as várias profecias e sermões num único livro pode ser encontrada no cap. 36, onde é dito que Baruque escreveu todas as palavras ditas pelo profeta até então e as leu em público. Quando o rolo foi destruído por Jeoaquim, outro rolo mais completo foi redigido (veja 51.60).
Propósito: Lembrar aos exilados na Babilônia os motivos de suas provações e garantir-lhes que, ao se arrepender, o povo de Deus voltaria para a Terra Prometida com grandes bênçãos.
Data: 580-539 a.C.
Verdades fundamentais: O exílio na Babilônia foi merecido, pois o povo de Judá e Jerusalém persistiu no pecado. O templo em Jerusalém não protegeria os habitantes de Judá do julgamento de Deus contra eles por sua hipocrisia. O povo deveria recusar os falsos profetas que proclamavam paz e segurança e aceitar a mensagem dos verdadeiros profetas. A decisão divina de mandar o seu povo para o exílio seria seguida de restauração maravilhosa sob uma nova aliança.
Contextualização: Jeremias profetizou durante o reinado dos últimos monarcas de Judá:
·         Josias (640-609 a.C.).
·         Jeoacaz (609 a.C.).
·         Jeoaquim (609-598 a.C.).
·         Joaquim (598-597 a C.).
·         Zedequias (597-586 a.C.).
Israel, o Reino do Norte, já havia sido exilado em 722 a.C. pela Assíria que, em 612 a.C., foi conquistada pela Babilônia.
Judá, o reino sul, caiu quando a maior parte do seu povo foi exilada na Babilônia em decorrência de deportações iniciadas em 605 a.C. e duas invasões (597 e 586 a.C.) comandadas pelo rei Nabucodonosor.
Jeremias anunciou ao povo que essas decisões divinas estavam para acontecer e viu o cumprimento delas.
Ele era sacerdote originário da cidade sacerdotal de Anatote no território de Benjamim. Teve uma vida solitária devido à sua mensagem impopular (15.17) e foi proibido por Deus de se casar como um sinal da cessação iminente da vida normal por causa do exílio (16.2).
O profeta teve a sua vida ameaçada em várias ocasiões (11.18-23; 18.18; 26.8; 36.19; 38.6), pois a mensagem recebida de Deus o levou a se opor às autoridades da Terra Prometida e a praticamente todas as classes de Judá (26.8).
Jeremias também foi procurado por alguns, especialmente pelo rei Zedequias, em razão do seu comentário sobre o provável resultado do investida violenta final dos exércitos babilônios (37.3,17).
Era uma época de grande instabilidade política em que o Egito e a Babilônia estavam disputando o domínio sobre aquela região.
Jeremias profetizou repetidamente a vitória da Babilônia, proclamando que o Senhor usaria Nabucodonosor como instrumento do seu castigo.
Quando Jerusalém caiu, o comandante babilônio foi incumbido por Nabucodonosor de cuidar do profeta cuja fama havia se espalhado até o centro do império (39.1 1-14).
Jeremias permaneceu na Terra Prometida até que o governador Gedalias foi assassinado.
Ignorando as advertências de Jeremias (42.1ss.) e temendo uma represália, muitos judaítas fugiram para o Egito e obrigaram o profeta a acompanhá-los (43.1ss.).
Enquanto estava no Egito, Jeremias pregou a palavra de Deus aos refugiados de Judá.
Na época, o profeta estava com pelo menos setenta anos de idade e é bem provável que tenha morrido no Egito pouco tempo depois..
Data e ocasião - O livro foi escrito no contexto do longo conflito em Judá entre o culto idólatra a deuses estrangeiros e a adoração verdadeira e exclusiva ao Senhor, a fé legítima que Josias tentou restaurar em sua reforma (2Rs 22-23).
Essa reforma de Josias teve início em 628 a.C. e ganhou novo ímpeto com a descoberta do Livro de Lei em 621 a.C. (2Rs 22.8).
Jeremias recebeu o seu chamado em 626 a.C. (1.2). Assim, o início do seu ministério coincide com a reforma promovida pelo rei.
No entanto, como as suas profecias dão testemunho, a reforma não exerceu um impacto duradouro sobre a vida do povo.
Jeremias advertiu que a desobediência repetida de Judá acabaria levando o seu povo ao exílio, mas também ofereceu a esperança da volta à Terra Prometida no devido tempo.
É provável que a edição final do livro tenha sido realizada durante o exílio, uma vez que ele é o fato histórico mais recente de seus registros.
 Propósito e características
As fases da mensagem de Jeremias.
(1)   Ele chamou Judá a se arrepender a fim de evitar o julgamento que, de outro modo, certamente lhe sobreviria (p. ex., 7.1-15).
(2)   Anunciou que o tempo de arrependimento havia passado e que a decisão divina contra o povo já havia sido tomada (19.10-11). O julgamento é o tema dominante do livro, sendo entendido como a invocação da maldição mais grave da aliança, ou seja, a perda da Terra Prometida (Lv 26.31-33; Dt 28.49-68).
(3)   O Senhor salvaria o seu povo, ou um remanescente do mesmo, por meio do exílio (24:4-7). Os babilônios prevaleceriam sobre Judá segundo a ordem do Senhor, mas só por algum tempo. A Babilônia também cairia (25.9,11-12), o que de fato ocorreu em 539 a.C. quando os babilônios foram derrotados por uma coalizão de persas e medos sob o comando de Ciro, preparando o caminho para a volta dos exilados (50 3; 51.1,27-28; 2Cr 36 20-23). Essa foi a resposta de Jeremias aos falsos profetas que contestavam a sua mensagem de julgamento (28.2-4).
Jeremias também anunciou uma mensagem de salvação, dirigida apenas àqueles que sobreviveriam ao julgamento (29.11-14).
·         Essa mensagem se consolidou na profecia da nova aliança (31.31-34) que é estruturada em torno dos elementos principais da aliança mosaica no Sinai.
·         Esses elementos expressam o desejo de Deus de ter um relacionamento com o seu povo escolhido e a exigência de reciprocidade por meio da obediência (Êx 19.3-6; Dt 7.6-11).
·         A nova aliança diz respeito à capacitação do povo de Deus para obedecê-lo (31.33; 32.39-40), e o Novo Testamento afirma explicitamente que essa promessa só se cumpre em Cristo (31.33; cf. Lc 22.20; 1Co 11.25; Hb 8.6; 9 15; 12.24).
Jeremias, um profeta emotivo - (Is 15:7; 22:4; Mq 1:8-9).
Ele sentiu a agonia do povo diante da aproximação dos exércitos babilônios mesmo antes que o próprio povo a sentisse (4.19-21; 10.19-22; 14.19-22).
·         Sentiu a fúria do Senhor diante do pecado do povo (8.21-9.3).
·         Expressou angústia diante do fardo opressivo do seu chamado profético, pediu ao Senhor que o vingasse dos seus inimigos pessoais e chegou até a acusar o Senhor de tê-lo forçado ou enganado (15.18; 20.7).
Jeremias como mediador
·         Seu papel de mediador é revelado de modo extremamente comovente na série de passagens chamadas (de modo impróprio) de "confissões" do profeta (11.18-23; 12.1-6; 15.10-21; 17.12-18; 18.19-23; 20.7-18).
·         Algumas dessas orações são respondidas por Deus com uma combinação de repreensão e tranquilização (12.5-6; 15.19-21).
·         As palavras de incentivo dadas por Deus a Jeremias em 15.19-21 são repetidas posteriormente numa oração de Efraim, que recebeu a sua própria resposta (31.18-20).
·         As boas intenções do Senhor para com Jeremias se tornam, portanto, uma garantia da fidelidade que ele planeja demonstrar para com todo o seu povo, tanto durante o julgamento vindouro como depois do mesmo.
Estilos literários em Jeremias
·         Oráculos poéticos anunciados pelo profeta (caps. 2-6).
·         Sermão ou prosa (7.1-15).
·         Narrativas na terceira pessoa do singular (caps. 37-45), e um anexo editorial (p. ex., cap. 52; 51.64).
Organização do livro
·         Temática e não cronológica.
Por exemplo, os caps. 21-24 mostram profecias de Josias até Zedequias, mas sem incluir este último. Do mesmo modo, os caps. 35-36 voltam a Jeoaquim, depois de apresentar cenas envolvendo Zedequias, seu sucessor.
Cristo em Jeremias
·         Na certeza de restauração do exílio expressada pelo profeta.
·         Na entrada do povo de Deus num novo período da aliança repleto de bênçãos de Deus, onde Jesus:
ü  É o Senhor da nova aliança (Lc 22.20; Hb 8.8; 9.5; 12.24).
ü  É o filho de Davi. 
ü  É o Sacerdote que deu início às maravilhas dos últimos dias com o seu ministério aqui na terra. Nos dias de hoje, ele continua realizando essa obra de restauração que será completada quando ele voltar em glória.
Divisão proposta do livro de Jeremias
Seguiremos a mesma estruturação proposta pela BEG para a divisão do livro de Jeremias ao qual iniciaremos hoje.
I. PREÂMBULO (1.1-3).
II. O CHAMADO DE JEREMIAS (1.4-19).
III. PLEITO INICIAL CONTRA JUDÁ (2.1-3.5).
IV. OS PECADOS E JULGAMENTOS DE JUDÁ (3.6-6.30).
V. O TEMPLO (7.1-10.25).
VI. A QUEBRA DA ALIANÇA (11.1-13.27).
VII. O JULGAMENTO POR MEIO DA SECA (14.1-15.21).
VIII. SÍMBOLOS DO JULGAMENTO VINDOURO (16.1-17.18).
IX. UM SERMÃO SOBRE O SÁBADO (17.19-27).
X. DEUS COMO OLEIRO (18.1-20.18).
XI. JULGAMENTO E ESPERANÇA NOS ÚLTIMOS DIAS DE JUDÁ (21.1-24.10).
XII. A SEVERIDADE E DURAÇÃO DO EXÍLIO (25.1-29.32).
XIII. A CERTEZA DE RESTAURAÇÃO (30.1-33.26).
XIV. TRANSGRESSÕES E JULGAMENTOS REPRESENTATIVOS (34.1-36.32).
XV. OS ENCONTROS FINAIS E A QUEDA DE JERUSALÉM (37.1-39.18).
XVI. DEPOIS DA QUEDA (40.1-45.5).
XVII. ORÁCULOS CONTRA AS NAÇÕES (46.1-51.64).
XVIII. EXÍLIO E LIBERTAÇÃO DA PRISÃO (52.1-34)
Jeremias 1:1-19 - JEREMIAS, O PROFETA CHORÃO
Começaremos, doravante, a ver os 57 capítulos de Jeremias., sendo 52 de seu livro e 5 de Lamentações de Jeremias. Será um grande desafio e uma opurtinidade ímpar de crescimento bíblico.
I. PREÂMBULO (1.1-3).
O ministério profético de Jeremias se estendeu por um período de quarenta anos que se encerrou durante o exílio do povo de Judá na Babilônia. Ao longo desses anos, a palavra do Senhor veio ao profeta repetidamente (25.3).
Essas "palavras" incluem os oráculos anunciados pelo profeta (cf. Dt 1.1; Am 1.1).
Jeremias era filho de Hilquias, um dos sacerdotes que estavam em Anatote. Anatote era uma cidade de sacerdotes desde tempos remotos (Js 21.17-18; cf. Jr 11.21-23). Jeremias era, portanto, tanto profeta como sacerdote.
A ele, Jeremias, veio a palavra do Senhor (expressão comum no início dos livros proféticos - cf. Os 1.1; JI 1.1; Mq 1.1):
·         Nos dias do rei Josias (13º ano de seu reinado, por volta de 626 a.C.), um rei piedoso que em 628 a.C. iniciou uma grande reforma religiosa (2Rs 22-23; 2Cr 34-35).
·         Nos dias dos reis Jeoaquim e Zedequias – não se menciona os reis Jeoacaz e Joaquim - até que Jerusalém foi levada cativa no quinto mês. Todos eles rejeitaram as palavras de Jeremias (veja os caps. 24; 36).
II. O CHAMADO DE JEREMIAS (1.4-19).
O livro começa com um relato da ocasião em que Deus conferiu autoridade a Jeremias. Deus chamou Jeremias para o ministério profético de anunciar o julgamento divino sobre Judá por causa da idolatria.
A criação e a eleição de Jeremias por Deus estavam associadas. A posição profética de Jeremias era fundamentada no fato de ele ter sido escolhido por Deus antes do seu nascimento.
Observar o mesmo significado no relato do nascimento de Moisés (Êx 2) e nas palavras de Paulo (Gl 1.15).
Em geral, um profeta era uma pessoa que anunciava as palavras de Deus. Moisés foi o profeta prototípico (Dt 18.14-22). No tempo de Jeremias, o termo profeta havia adquirido o significado de um representante de Deus, o Rei, junto aos seus servos.
Embora a mensagem de Jeremias fosse dirigida principalmente a Judá, ele também proferiu palavras de julgamento para outras nações (25.8-37; caps. 46-51).
Jeremias objeta ao Senhor da mesma forma que Moisés. (Êx 4.10). Assim, como Moisés, Jeremias era humilde, e não autoconfiante. Ele se achava criança, no sentido de se sentir imaturamente desqualificado para sua missão. (1 Rs 3.7).
Porém, Deus o consola, o conforta e o tranquiliza com uma expressão muito comum de Deus para aqueles a quem ele chama ou se manifesta “Não Temas”, “eu sou contigo”. Deus ainda o tranquilizará em outras oportunidades (10.5; 30.10; cf. Is 43.1; 1.c 12.32).
O Senhor prometeu acompanhar o seu povo em tempos de guerra e, como no caso de Jeremias, em tempos de aflição (Êx 3.12; Is 7.14; Mt 1.23; 28.20).  
Depois, toca-lhe na boca, simbolizando a sua consagração para anunciar as palavras do Senhor (Is 6.7). É na boca de Jeremias que Deus coloca as suas palavras. (Êx 4.15; 2Pe 1.21).
Jeremias seria portador de palavras de salvação, mas também de juízo. Essas imagens enfatizam a mensagem de destruição, mas também preveem a reconstrução a ser feita pelo Senhor. A narrativa do chamado prepara para o ministério do profeta em sua totalidade variada. Ele pronunciaria palavras de julgamento que levariam à destruição e ao exílio, mas também diria palavras auspiciosas de retorno e restauração após o exílio.
A primeira palavra que lhe vem é uma palavra sobre a própria palavra – vs. 11. Palavra essa também associada à uma visão (Am 7.8). Ele viu bem. Ele viu como Deus é zeloso para fazer cumprir toda a sua palavra, quer isso agradasse ou não quem fosse recebê-las.
Ele também vê uma panela ao fogo, derramando-se para o norte. Como a primeira visão, a segunda também declara o julgamento vindouro. Jeremias precisava crer na mensagem a fim de proclamá-la.
Deus lhe explica as visões e significados: seria do norte que viria o mal. Embora a Babilônia ficasse a leste, os seus exércitos avançariam sobre Judá pelo norte, porque essa era a via de acesso natural.
Deus mesmo estaria chamando eles para executarem o juízo sobre as cidades de Judá. Uma referência à obra Deus em relação ao seu povo da aliança (11.2) pela qual ele invocava as maldições da aliança (Dt 28.15-68).
Eles tinham deixado o Deus vivo para irem atrás de deuses estranhos. Judá havia abandonado o Deus verdadeiro para servir a ídolos. Jeremias volta a esse tema repetidamente.
Eles queimaram incenso a deuses estranhos e adoraram as obras das suas mãos. A argumentação é clara. O culto prestado a deuses feitos por mãos humanas era o cúmulo da insensatez (Is 46.6).
Deus lhe manda então cingir os lombos, ou melhor, estar preparado para a batalha ou para algum trabalho vigoroso (1 Rs 18.46; cf. Is 5.27). Jeremias estava prestes a ingressar num ministério extremamente difícil.
Deus estaria revestindo o profeta e tornando-o forte contra toda a terra e contra os reis de Judá. As acusações de Jeremias abrangeriam a sociedade de Judá como um todo, desde as classes mais altas até as mais baixas.
Por isso, haveriam de pelejarem contra ele, mas Deus seria com o profeta. Jeremias está prestes a ingressar numa guerra pessoal, mas não precisava temer a derrota, pois Deus promete acompanhá-lo.
Jr 1:1 As palavras de Jeremias,
                filho de Hilquias,
                               um dos sacerdotes que estavam em Anatote,
                                               na terra de Benjamim;
                Jr 1:2 ao qual veio a palavra do Senhor,
                               nos dias de Josias, filho de Amom, rei de Judá,
                                               no décimo terceiro ano do seu reinado;
                Jr 1: 3 e lhe veio também nos dias de Jeoiaquim, filho de Josias,
                               rei de Judá, até o fim do ano undécimo de Zedequias,
                                               filho de Josias, rei de Judá, até que Jerusalém
                                                               foi levada em cativeiro no quinto mês
Jr 1:4 Ora veio a mim a palavra do Senhor, dizendo:
                Jr 1:5 Antes que eu te formasse no ventre te conheci,
                               e antes que saísses da madre te santifiquei;
                                               às nações te dei por profeta
                Jr 1:6 Então disse eu:
                               Ah, Senhor Deus! Eis que não sei falar;
                                               porque sou um menino
                Jr 1:7 Mas o Senhor me respondeu:
                               Não digas: Eu sou um menino; porque a todos
                                               a quem eu te enviar, irás;
                                                               e tudo quanto te mandar dirás
                Jr 1:8 Não temas diante deles; pois eu seu contigo para te livrar,
                               diz o Senhor
                Jr 1:9 Então estendeu o Senhor a mão, e tocou-me na boca;
                               e disse-me o Senhor:
                                               Eis que ponho as minhas palavras na tua boca
                Jr 1:10 Olha, ponho-te neste dia sobre as nações,
                               e sobre os reinos, para arrancares e derribares,
                                               para destruíres e arruinares;
                                                               e também para edificares e plantares
                Jr 1:11 E veio a mim a palavra do Senhor, dizendo:
                               Que é que vês, Jeremias?
                                               Eu respondi: Vejo uma vara de amendoeira
                Jr 1:12 Então me disse o Senhor:
                               Viste bem; porque eu velo sobre a minha palavra
                                               para a cumprir
                Jr 1:13 Veio a mim a palavra do Senhor segunda vez, dizendo:
                               Que é que vês?
                                               E eu disse: Vejo uma panela a ferver,
                                                               que se apresenta da banda do norte
                Jr 1:14 Ao que me disse o Senhor:
                               Do norte se estenderá o mal
                                               sobre todos os habitantes da terra
                Jr 1:15 Pois estou convocando todas as famílias dos reinos do norte,
                               diz o Senhor; e, vindo, porá cada um o seu trono
                                               à entrada das portas de Jerusalém,
                                                               e contra todos os seus muros em redor
                                                                              e contra todas as cidades de Judá
                Jr 1:16 E pronunciarei contra eles os meus juízos,
                               por causa de toda a sua malícia;
                                               pois me deixaram a mim, e queimaram incenso
                                                               a deuses estranhos,
                                                               e adoraram as obras das suas mãos
                Jr 1:17 Tu, pois, cinge os teus lombos, e levanta-te,
                               e dêem-lhes tudo quanto eu te ordenar;
                                               não desanimes diante deles,
                                                               para que eu não te desanime diante deles
                Jr 1:18 Eis que hoje te ponho como cidade fortificada,
                               e como coluna de ferro e muros de bronze
                                               contra toda a terra, contra os reis de Judá,
                                               contra os seus príncipes, contra os seus sacerdotes,
                                               e contra o povo da terra
                Jr 1:19 E eles pelejarão contra ti, mas não prevalecerão;
                               porque eu sou contigo, diz o Senhor, para te livrar.
Jeremias estaria assumindo um papel muito difícil em sua época onde procurariam de todas as formas calar a sua voz profética. Jeremias seria essa cidade fortificada com colunas de ferro e muros de bronze, não só contra Judá, mas contra toda a terra, contra os reis, contra os príncipes, contra os sacerdotes, contra todo o povo da terra.
Eles não iriam se contentar em se lhe opor, mas pelejariam contra ele, no entanto, Deus não permitirá que prevaleçam, porque ele é com o profeta que ele está enviando, por sua pura graça e misericórdia.
A Deus toda glória! p/ Daniel Deusdete
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domingo, 1 de fevereiro de 2015

Isaías 66:1-24 - O SENHOR VEM E COM ELE A SALVAÇÃO E O JUÍZO!



Em nossa leitura, meditação e reflexão, capítulo por capítulo, nós nos encontramos aqui, no último capítulo do livro de Isaías, capítulo 66 e nas seguintes partes, nesse momento concluindo-as:
Parte IV – ISAÍAS E O JULGAMENTO BABILÔNICO – 40:1 – 66:24.
D. O caminho de arrependimento e restauração que Israel precisava percorrer para poder desfrutar da restauração (56:1 – 66:24).
2. O arrependimento que leva à restauração (59:1-66:24).
b. Arrependimento e resposta 2 - 63:7-66:24.
Como já dissemos, a partir de 63:7 até 66:24 estamos vendo o arrependimento e a resposta 2 e assim, concluindo o livro de Isaías. Nesse ponto, Isaías está repetindo o padrão básico de arrependimento e lamento seguido pela garantia de Deus de que ele restauraria o seu povo.
(2) A resposta de julgamento e salvação vindos de Deus - 65:1-66:24 - continuação.
Como já dissemos, estamos finalizando essa parte (2) onde Isaías explica a maneira pela qual Deus responderia ao clamor por socorro vindo dos exilados arrependidos.
Ela foi dividida em duas partes principais: (a) Julgamento e salvação (65:1 – 66:17) – já iniciamos, mas concluiremos agora; e (b) O novo mundo de bênçãos (66:18-24) – veremos e concluiremos agora.
(a) Julgamento e salvação (65:1 – 66:17) – continuação.
Já falamos que de 65:1 a 66:17 estaremos vendo o profeta falando do julgamento e da salvação futuros. A grande promessa de Deus é a de libertar o seu povo e destruir todos, de qualquer parte do mundo, que se opuserem a ele.
Uma vez que o novo cosmos, em sua totalidade, é o templo de Deus, e a terra é parte desse templo cósmico (60:13), não há necessidade de um templo construído por homens na terra. Que casa poderia ser edificada pelos homens a Deus? Como poderíamos dar-lhe lugar de descanso?
Todas as coisas, inclusive os céus e a terra, foram feitas por ele mesmo e se não é ele, nenhuma delas pode subsistir, pois ele a criou e ele a sustenta com seu poder. Até o fôlego dos homens que lhe permite à vida é pertencente a Deus. No entanto, apesar disso tudo, de sua grandeza e de sua transcendência, ele diz que habita com o humilde e com o contrito de espírito que teme e que treme de sua palavra.
Essa terminologia do abatido e que treme é encontrada também em Ed 9:4; 10:13. Ela equivale aos adoradores de Deus que devem adorá-lo de verdade, ou seja "em espírito e em verdade" (Jo 4:24; Fp 2:12; I Jo 2:17).
Há um cuidado especial por parte de Deus para com os verdadeiros homens que o buscam e se incomodam com a sua situação atual de pecado em que vivem.
Nos vs. 3 e 4, o Senhor deixa claro que detesta expressões religiosas vazias, bem como o paganismo (1:11-14; 65:3-5) que apenas são caminhos do homem para tentar enganá-lo como se isso fosse mesmo possível.
Embora oferecessem bois, cordeiros e grãos, o sacrifício não era feito com um coração contrito. A escolha deles não era nunca, jamais, o Senhor , mas os seus próprios caminhos reprováveis.
O Senhor está falando aos que tremem da palavra de Deus para que prestem atenção a seus irmãos que os odeiam e que para longe os lançam por causa do nome do Senhor.
Mas é o Senhor -  vs. 6 – que dá o pago aos seus inimigos. Essa profecia contra os idólatras hipócritas em Israel e que perseguiam os servos de Deus encontrou cumprimento pelos séculos durante os quais Israel foi oprimido por poderes estrangeiros. A queda do templo em 70 d.C. (Mt 24:1-2) e a volta de Cristo também cumprem esse julgamento (II Ts 1:7-10).
No vs. 7, o nascimento de uma nova comunidade viria de maneira tão rápida e dramática que seria indolor (65:25). Muitos a aplicam essa passagem a restauração de Israel em 14/05/1948, quando se tornou novamente em estado reconhecido internacionalmente pela ONU.
Seria Deus quem faria nascer a nação. Como ele é o Senhor da história e das nações, ele é quem governa todas as coisas.
A ordem era para se regozijar com Jerusalém e se alegrar com ela e de fato, todos os que a amam se alegraram muito com ela sendo restaurada. O mesmo também se deu na época de Esdras e Neemias que fizeram com que ela, que se encontrava em ruínas, fosse reerguida para a glória de Deus.
Jerusalém é personificada como a mãe do povo de Deus (vs. 8,10) que traz em seus seios o alimento aos seus filhos, o cuidado e a proteção materna, bem assim suas consolações de forma que a vida flua renovando e fazendo crescer e se desenvolver os que dela se nutrem. A paz transbordará dela como um rio e os seus filhos, os verdadeiros adoradores e sua descendência (vs. 22), estarão diante do Senhor para sempre.
O Senhor compara o seu terno amor com o de uma mãe que está a consolar os seus filhos. Será em Jerusalém que eles, os filhos, serão consolados.
Ao ver isso os fiéis muito se alegrarão e se renovarão para uma nova e vívida esperança baseada na palavra do Senhor que os renovará, mas que será um terror para todos os seus inimigos – vs. 14.
O Senhor virá com fogo – vs 15. Luz e nuvens de tempestade, respectivamente (Dt 33:26; Sl 18:10; 63:18), sendo ambos símbolos comuns da vinda de Deus em julgamento (10:17-18; 29:6; 30:27-28; 64:1-3). Isaías orou para que Deus interviesse em tal julgamento e salvação (64:1-3).
Com fogo e com espada – o Senhor é o Guerreiro Divino (27:1; 31:8; 34:5; Ap 19:11-18) - virá o Senhor em juízo contra toda a carne - todos os homens, os falsos adoradores (veja o contraste com o vs. 23; veja também Jr 9:2) -, como um torvelinho, ou seja, com a rapidez e a truculência de uma tempestade (Jr 4:13).
Serão consumidos todos os que aborrecendo ao Senhor, escolhem os seus caminhos em práticas que o Senhor detesta.
(b) O novo mundo de bênçãos (66:18-24).
Agora, Isaías, nos últimos versículos falará do glorioso novo mundo. Isaías encerra o seu livro com uma profecia que descreve o clímax do julgamento e da salvação de Deus: os novos céus e a nova terra.
Somente Deus conhece as nossas obras e os nossos pensamentos a ponto de saber dos atos corretos e do verdadeiro espírito dos adoradores aceitáveis. Deus usa esses santos para evangelizar o mundo (vs. 19) e cumprir a palavra da pregação. Ele ainda ajuntará todas as nações e línguas para verem a sua glória e nele se alegrarem sobremaneira. (Zc 8:23; Ap 7:9).
Os atos de julgamento do Senhor serão sobre os falsos adoradores e a libertação concedida pertencerá aos verdadeiros adoradores. Os que sobreviverem à perseguição (vs. 5; Mt 24:9-14) levarão a glória de Deus às nações (vs. 18) e farão nascer o novo tempo (vs. 7-11). Quão formosos são os pés dos que anunciam as boas novas, que faz ouvir a salvação – Is 52:7; Rm 10:15; Ef 6:15.
As nações se submeterão ao Senhor e se alegrarão pelos seus atos poderosos. Elas levantarão a voz e cantarão com alegria, por causa da glória do Senhor - 24:14-16. Provavelmente os gentios – vs. 20 - trarão os israelitas dispersos de volta ao templo (43:5; 60:4,9, Rm 11:13) da mesma forma que os filhos de Israel traziam as suas ofertas em vasos limpos à casa do Senhor. Ou seja, os trarão salvos e libertos pela palavra da pregação do evangelho a todos os povos.
Alguns deles serão tomados para sacerdotes e levitas, diz o Senhor no vs. 21. O fato que em Cristo Jesus agora o sacerdócio é universal e aplicável a todos os crentes.
Is 66:1 Assim diz o Senhor:
O céu é o meu trono, e a terra o escabelo dos meus pés.
Que casa me edificaríeis vós?
e que lugar seria o do meu descanso?
Is 66:2 A minha mão fez todas essas coisas,
e assim todas elas vieram a existir, diz o Senhor;
mas eis para quem olharei:
para o humilde e contrito de espírito,
que treme da minha palavra.
Is 66:3 Quem mata um boi é como o que tira a vida a um homem;
quem sacrifica um cordeiro,
como o que quebra o pescoço a um cão;
quem oferece uma oblação,
como o que oferece sangue de porco;
quem queima incenso,
como o que bendiz a um ídolo.
Porquanto eles escolheram os seus próprios caminhos,
e tomam prazer nas suas abominações,
Is 66:4 também eu escolherei as suas aflições,
farei vir sobre eles aquilo que temiam;
porque quando clamei, ninguém respondeu;
quando falei, eles não escutaram,
mas fizeram o que era mau aos meus olhos,
e escolheram aquilo em que eu não tinha prazer.
Is 66:5 Ouvi a palavra do Senhor, os que tremeis da sua palavra:
Vossos irmãos, que vos odeiam e que para longe vos lançam
por causa do meu nome, disseram:
Seja glorificado o Senhor, para que vejamos a vossa alegria;
mas eles serão confundidos.
Is 66:6 uma voz de grande tumulto vem da cidade,
uma voz do templo, ei-la, a voz do Senhor,
que dá a recompensa aos seus inimigos.
Is 66:7 Antes que estivesse de parto, deu à luz;
antes que lhe viessem as dores, deu à luz um filho.
Is 66:8 Quem jamais ouviu tal coisa? quem viu coisas semelhantes?
Poder-se-ia fazer nascer uma terra num só dia?
nasceria uma nação de uma só vez?
Mas logo que Sião esteve de parto, deu à luz seus filhos.
Is 66:9 Acaso farei eu abrir a madre, e não farei nascer?
diz o Senhor. Acaso eu que faço nascer, fecharei a madre?
diz o teu Deus.
Is 66:10 Regozijai-vos com Jerusalém, e alegrai-vos por ela,
vós todos os que a amais; enchei-vos por ela de alegria,
todos os que por ela pranteastes;
Is 66:11 para que mameis e vos farteis dos peitos
das suas consolações; para que sugueis,
e vos deleiteis com a abundância
da sua glória.
Is 66:12 Pois assim diz o Senhor:
Eis que estenderei sobre ela a paz como um rio,
e a glória das nações como um ribeiro que trasborda;
então mamareis, ao colo vos trarão,
e sobre os joelhos vos afagarão.
Is 66:13 Como alguém a quem consola sua mãe,
assim eu vos consolarei;
e em Jerusalém vós sereis consolados.
Is 66:14 Isso vereis e alegrar-se-á o vosso coração,
e os vossos ossos reverdecerão como a erva tenra;
então a mão do Senhor será notória aos seus servos,
e ele se indignará contra os seus inimigos.
Is 66:15 Pois, eis que o Senhor virá com fogo,
e os seus carros serão como o torvelinho,
para retribuir a sua ira com furor,
e a sua repreensão com chamas de fogo.
Is 66:16 Porque com fogo e com a sua espada entrará o Senhor
em juízo com toda a carne; e os que forem mortos
pelo Senhor serão muitos.
Is 66:17 Os que se santificam, e se purificam para entrar nos jardins
após uma deusa que está no meio,
os que comem da carne de porco, e da abominação,
e do rato, esses todos serão consumidos,
diz o Senhor.
Is 66:18 Pois eu conheço as suas obras e os seus pensamentos;
vem o dia em que ajuntarei todas as nações e línguas;
e elas virão, e verão a minha glória.
Is 66:19 Porei entre elas um sinal, e os que dali escaparem,
eu os enviarei às nações, a Társis, Pul, e Lude,
povos que atiram com o arco, a Tubal e Javã,
até as ilhas de mais longe, que não ouviram
a minha fama, nem viram a minha glória;
e eles anunciarão entre as nações a minha glória.
Is 66:20 E trarão todos os vossos irmãos, dentre todas as nações,
como oblação ao Senhor; sobre cavalos, e em carros,
e em liteiras, e sobre mulas, e sobre dromedários,
os trarão ao meu santo monte, a Jerusalém,
diz o Senhor,
como os filhos de Israel trazem as suas ofertas
em vasos limpos à casa do Senhor.
Is 66:21 E também deles tomarei alguns para sacerdotes
e para levitas, diz o Senhor.
Is 66:22 Pois, como os novos céus e a nova terra, que hei de fazer,
durarão diante de mim, diz o Senhor,
assim durará a vossa posteridade e o vosso nome.
Is 66:23 E acontecerá que desde uma lua nova até a outra,
e desde um sábado até o outro, virá toda a carne
a adorar perante mim, diz o Senhor.
Is 66:24 E sairão, e verão os cadáveres dos homens
que transgrediram contra mim;
porque o seu verme nunca morrerá,
nem o seu fogo se apagará;
e eles serão um horror para toda a carne.
O Senhor promete fazer novos céus e nova terra e assim, como é certo isso pois sua boca o disse, assim, dessa forma, ele diz que estarão diante dele a nossa posteridade e o nosso nome. Essa é uma promessa de continuidade do povo de Deus (65:18-19; Jr 31:35-36) que em Cristo é perpetuada na família divina – Jo 1:12. Nesse novo tempo, a adoração será universal a Deus nos momentos determinados por ele (Zc 14:16).
Já o vs 24, o último desse livro espetacular, é bastante aterrador, uma vez que surge a imagem dum campo onde os corpos impuros serão queimados tornando-se símbolo da punição e da angústia eternas (48:22; 57:20; Mc 9:47-48) onde o seu verme nunca morrerá, nem o seu fogo apagará.